Amy acordou atordoada. Sentou-se rapidamente na cama e esfregou os olhos, gemeu ao lembrar da viagem. Logo lembrando que havia se esquecido de ligar para seu primo. Olhou o horário no seu celular, e logo percebeu que havia uma chamada perdida de Ian, e não de seu famoso número desconhecido.

Levantou-se, tomou banho e foi comer algo.

— Bom dia, o Dan foi hoje? — Indagou ao chegar na cozinha, onde se encontrava seus tutores.

— Se não fosse apanhari...

— Foi, querida — Seu tio a respondeu.

— Melhor ainda, ele não vai me incomodar. Nellie me ajuda a arrumar as malas? É hoje...

— Claro, meu amor — Ela respondeu sorridente.

Amy semicerrou os olhos.

— O que está aprontando? — Nellie revirou os olhos.

— Oras, Amy! Que chatice essa a sua! Só estou feliz e animada!

— Posso saber por quê? — Amy perguntou desconfiada.

— Sabia que compartilhar felicidade dá azar? — Nellie deu um sorriso de canto — Vamos subir que você viaja hoje à noite.

Amy sorriu para a garota punk que estava à sua frente, e levantou seus braços para abraçá-la, no entanto a moça já se encontrava na escada.

—Vai vir, Ames? Não irei arrumar tudo sozinha!

Amy revirou os olhos e correu para alcançá-la.

[...]

— O que acha desse? — Nellie levantou um vestido branco rendado.

— Não! Nunca usei e nunca usarei. — Amy murmurou envergonhada enquanto pegava o vestido da mão de Nellie e o levava para dentro de seu armário.

— Ai Amy, deixa de ser manhosa, aposto que Ian amaria te ver com esse vestido!

— A questão não é essa. — Amy revirou os olhos. — É que...

— Okay, vamos para as próximas porque não ta dando. — Amy riu envergonhada.

Quando estavam já no final, Amy encarou Nellie confusa.

— Por que eu?

— Talvez ele ainda goste de você. — Disse Nellie dando um sorriso de canto para Amy.

— Não, ele nunca gostou — Amy sussurrou.

— Calada, sua besta! — Nellie jogou uma das roupas em Amy. — Você não sabe o que ele sentia ou sente pra dizer isso!

— Tem razão, mas eu tenho certeza...

— Que você não sabe de nada sobre os sentimentos dele. — Nellie a interrompe. — Agora, garota, vamos terminar isso e ir buscar Dan na escola. Combinado?

— Tá certo... — Amy murmurou colocando o vestido dentro da mala, abaixo de outros pertences.

[...]

— Okay, Amy... Meus conselhos pra você são: nunca olhe nos olhos dele, isso te faz babar. — Dan disse, no carro enquanto iam para o aeroporto.

— Dan! — Amy disse irritada.

— Seu irmão tem razão — Disse Sinead. — Se você olhar muito para ele, fica praticamente babando, a gente já percebeu.

— O segundo é: não use roupas muito curtas, não quero um sobrinho tão cedo. — Dan disse alto.

— Concordo. — Disse Tio Fiske, no volante.

— Tio! — Amy percebeu o seu rosto ficando quente. — Já sei o que fazer, ta legal? Já tenho quase dezoito anos.

— Faltam três meses, vinte dias, cinco horas e 11 minutos. — Disse Sid automaticamente.

Dan a olhou surpreso.

— O que foi isso, Gideon?

— Sou uma prodígio, não esqueça disso.

— Rimou — Dan gargalhou.

Amy revirou os olhos encostando-se no banco, irritada.

— Nossa Amy! Quanto mau-humor! — Nellie exclamou, tirando os fones do ouvido.

Amy franziu o cenho, irritada.

— Se a Amy ficar por Londres... Posso usar o quarto dela como uma sala de gamers?

— Não — As pessoas que ali estavam responderam.

Dan bufou.

— Também naquela casa não posso nada mesmo.

— Não pode. — Disse Nellie.

— Nem pensar. — Murmura Sinead.

— Só nos seus sonhos. — Fala Amy.

— Nunca, nunquinha mesmo. — Tio Fiske completa.

[...]

Amy saiu do carro com sono e com dor nas costas, aquela viagem foi a pior da sua vida, apesar da primeira classe.

Quando foi pegar suas malas um empregado a impediu.

— Oh não! Deixe que eu mesma levo — Ela enrubesceu.

— Ordem do senhor Kabra, senhorita. — O homem curvou-se e adentrou no hall.

Amy fez uma careta e o seguiu.

Entraram na sala principal.

E Amy o viu.

Estava de costas para ela, observando a janela. Seu tom de pele contrastando com a paisagem tensa de Londres. Ele virou-se e sorriu.

— Olá, minha querida.