– Dan! – Gritou Amy do andar de baixo – Daniel! Nós vamos nos atrasar pra escola, Dan! Mais rápido! Faltam quinze minutos pra tocar o sinal! Já é 7h e 15min!

– Já vai! Quer dizer, não vai! Eu não vou hoje! – Dan berrou em resposta.

– Dan! Você me fez perder o ônibus, idiota!

– Azar o seu! Vai de carro, você tem carteira! – Dan gritou – Além disso, eu vou ir à escola, sim! Só que no terceiro período!

–No terceiro? Sério? Eu não vou criar desculpas para você! – Gritou Amy irritada.

“Daniel maldito” praguejou Amy.

Amy arrumou a mochila em seu ombro, pegou as chaves do seu carro, foi à cozinha correndo e pegou uma maça, a qual iria comendo no caminho, se o tempo lhe permitisse. Caminhou em passos rápidos até a garagem, apertando seu longo casaco em volta de seu corpo, chegando a garagem, apertou o botão do pequeno controle do seu carro, e ouviu o apito que a deliciava cada vez que ia dirigir, entrou rápidamente no carro, e apertando botão para a grande porta abrir–se, passou rápido, afinal, se demorasse mais, provavelmente, atrasar–se–ia para a aula.

E no caminho, do nada, o seu celular começou a tocar, Amy gemeu.

Quem quer conversar comigo justo ás 7h30min? Pensou frustrada.

“–Alô?”

“–Oi, Ames, aqui é o Ian. Tudo bem com você?”

“–Ah, Ian... Tudo ótimo, a não ser pelo fato de que é sete e meia da manhã, e você?”

“–Há! Sabia que tinha me esquecido de algo! Era isso! O fuso–horário! Mil desc...”

“– Nãnão, tudo bem, tudo bem. Nem me importo, mas o que você quer? Eu estou indo para a escola, não sei se sabe”

“– Ah, sim, desculpe, claro. Eu estou querendo saber se você pode vir amanhã, – Ian ri envergonhado – porque temos que... cuidar de coisas sérias.”

“— Coisas como quais?”

“— Sua educação, talvez.”

“—Está me chamando de mal–educada, Ian Kabra?”

“— Quem sabe... Mas, por favor, veja se consiga, tudo bem? Não quero que perca mais nada, já estamos no final de aulas, aposto que não se importam se você faltar três dias. Por favor, Ames...”

“– Eu... Eu vou ver ok? Ligarei hoje mais à tarde, apenas... Espere, por favor”

“– Oh, obrigada, abraços”

“– Até”

Amy virou o rosto para o lado ao perceber que estava já no estacionamento da escola, ela nem havia visto o congestionamento andar, ela devia estar muito distraída com aquela conversa. Desceu evitando os olhares das pessoas no seu carro. Porque a verdade é que ela nunca havia vindo de carro a escola, apenas com o ônibus que passava por grande parte da cidade para buscar alunos.

Olhou seu relógio. Oh, Deus! Estava muito atrasada! Faltava apenas um minuto para o sinal apitar! Literalmente correu para abrir seu armário, pegou suas coisas e apressou–se na hora de ir para a sala. Chegou pouco antes de o professor entrar.

A aula como sempre, entediante, Amy, apesar de adorar a escola, podia concordar que aquela aula estava muito chata! Não via hora de chegar à sua casa, deitar na sua cama, ficar lendo, estudando ou qualquer coisa que a distraia. Qualquer coisa...

Oh, Gideon!, pensou Amy. Eu vou ir amanhã para a coisa do Ian! Preciso arrumar minhas malas!

–Senhorita Cahill?

–Hã? – Amy olhou em volta a procura da pessoa que lhe chamou.

–Não prestou atenção no que eu falei? É um conteúdo muito importante, Senhorita Cahill. – O professor havia lhe chamado. Amy sentiu seu rosto começar a esquentar.

–Eu... Eu... Eu ouvi o senhor, sim, não se preocupe – Murmurou. Mas a verdade, é que ela nem havia ouvido o professor cumprimentar a turma, estava muito distraída nas ultimas horas. O professor a olhou desconfiado.

– Certo. – Murmurou voltando a explicar.

XXX

–Nossa, Amy, você tava voando na aula – Comentou sua amiga, Piper, ela era uma garota com pele branca, olhos azuis e cabelos negros.

–Ah, só umas coisas, nada demais. – Amy olhou em volta, no refeitório estava quase vazio, se não fosse o último ano do ensino médio, ele estaria cheio, devido a alunos que não tinham carros.

–Hey, aquele carro lá fora é seu? – Perguntou o namorado de Piper, Antony, curioso.

–Não, – Falou Amy revirando os olhos – é dos meus pais.

–Faz sentido – Comentou Antony, que logo depois recebeu um tapa no braço, vindo de Piper. – Ah, que é que eu fiz?

–Os pais dela são mor... Digo falecidos! – Piper o xingou, o que fez Amy rir melancolicamente.

–Ah, tanto faz. É meu sim... – Ela falou terminando de comer seu pastel.

–Mas você comprou ou alguém te deu? – Perguntou Antony.

–Eu comprei. – Amy falou se levantando, os outros a seguiram.

–Mas tipo, com que dinheiro? – Perguntou Antony.

–Tony! – Repreendeu Piper, revirando os olhos.

–Com o meu, oras. – Respondeu Amy rindo.

– Mas é que tipo, você não trabalha nem nada... – Murmurou Tony, olhando de canto para sua namorada.

–Oras, eu tenho minha herança, acho que ela me ajuda um pouco – Ela falou rindo.

–Ah ta. – Falou Tony. – Tinha esquecido que você era neta de Grace Cahill.

–Meus pais também não eram tão pobres assim, ta? – Ela riu ainda mais – Eu também ganho a herança que eles guardaram para mim.

–Tipo muito dinheiro? – Perguntou Tony.

– Depende da quantia – Gargalhou Amy, vendo a cara de seu amigo – Tipo, da minha avó é três vezes mais e dos meus pais é mais da metade dessa quantia.

–O. K. Posso sentir ciúmes agora?

–Não – Riu Amy – Não pode. Eu te dou algo bem legal no seu aniversário, ta? – O garoto revirou os olhos e assentiu. – Bem, Piper, posso conversar a sós com você?

–Sim – Disse deu um selinho no namorado e despediu–se. – Diga Ames...

–Então, meio que um primo meu me convidou pra ser par dele, e eu aceitei, só que eu vou ter que ir amanhã, porque ele disse que precisamos resolver umas coisas, o que é estranho, afinal, até porque a festa é sábado! – A garota falou rápido.

–Calma, Ames. E daí?

–E daí que é aquele primo. – Amy exclamou.

–Nossa, que tenso. Isso quer dizer que ele ainda gosta de você! – Ela deu gritinhos.

–Ou ele é obcecado por ruivos! – Amy murmurou, revirando os olhos.

–Amy, você é muita negativa – Repreendeu Piper.

–Estou gostando do meu ser bem assim. – Amy riu – Tenho que ir para a casa. Tchau, Piper, mande abraços para sua família, e para o Tony. – Amy despediu-se de Piper com um beijo na bochecha e um abraço.

–Até ano que vem, Ames!

[...]

–Diga–me, Amy – Falou Dan – Quais são suas intenções com meu futuro cunhado?

– Estamos jantando, por favor, não me encha, a não ser que queira ganhar um tapa, Dan. – Amy olhou mortalmente para seu irmão mais novo, que estava “zoando-a” desde o dia anterior. –Sério Dan, para.

— Daniel respeite sua irmã – Fiske intrometeu–se.

Ele riu e revirou os olhos, assentido com a cabeça.

– Ta, mas eu vou?

– Quantas vezes terei que te dizer que sim, cabeça de batata? – Amy olhou–o entediada.

Dan sorriu maldoso.

– Eu quero dizer, para cuidar minha irmãzinha, imagina, você e o Kabra sozinhos em uma casa..

– Nellie, por favor.

– Dan pare com isso, a culpa não é dela se eles se amam, não concorda, Fiske? – Nellie falou.

– Claro, aliás, vocês já marcaram a data do casamento? – Fiske riu.

– Tio! – As bochechas da Amy ficaram levemente avermelhadas.

– Certo, Amy, agora sem brincadeira: cuide muito bem tudo de suspeito que eles fizerem.

– Até se eles respirarem de um jeito errado, Tio? – Dan perguntou brincalhão.

Fiske olhou-o irritado, mas sorriu gentilmente.

– Claro, DannyBoy. – Debochou Nellie.