Amy corou ao ouvir a voz de Ian, depois de quatro anos. Percebeu que ela estava um pouco mais grossa do que antigamente. E um pouco mais rouca também.

— Oi... — Falou envergonhada.

Ian voltou a sorrir.

— Não seja acanhada! — Ele falou — Quer alguma coisa? Ainda bem que você chegou à noite! Terá mais tempo de descanso, se chegasse à tarde eu te arrastaria para o ateliê.

Amy deu um sorriso amarelado.

— Eu só estou cansada mesmo, quero dormir...

Ian fez uma cara decepcionada.

— Não irá participar do jantar?

— Eu... adoraria, mas estou realmente cansada, Ian.

—Ah, então eu peço à Angie para levar algo para você não ficar sem comer nada. — Ele comprimiu os lábios — Estou tentando ser legal, certo? Se não estiver dando certo, avise-me.

Amy riu.

— Quer conhecer seu quarto?

Amy assentiu.

— Ta bem... Siga-me. — Ele se virou e andou em direção a uma escada. — Certo... As únicas coisas que devem saber é que meu quarto é no corredor ao lado do seu e que você tem um controle, cada vez que você precisar de algo é só acioná-lo.

— Isso está parecendo um tour.

— É o que deve parecer. — Ian falou e parou em frente à uma porta branca com detalhes em verde. — Esse é o seu. Espero que aproveite.

[...]

—Como será que a Amy está? — Nellie perguntou ansiosa para Sinead.

— Eu não sei, mas tomara que ela não caia na lábia daquele engomadinho cosplayer de príncipe da Inglaterra. — Sinead franziu o cenho.

Nellie riu.

— Não seja tão dura com o garoto, apesar de ele merecer umas belas palmadas por tudo o que fez.

— Tudo o que fez por mandato da Isabel — Tio Fiske entrou na sala, segurando uma mala e a deixando em cima da mesa de centro.

— Mas ele fez. O que já é...

— Eu não estou defendendo o garoto, mas ele fez tudo isso para provar a seus pais que ele é merecedor de atenção, e agora Natalie está acabada, por causa da morte de Isabel e porque Vikram fugiu.

Nellie franziu os lábios.

— Mas e se ele continua idiota?

— As pessoas mudam, senhorita Gomez. — E então ele sorriu e indicou a porta — Vamos ao shopping comprarmos nossas fantasias?

— Cheguei família. — Dan desceu as escadas rapidamente, deu bom dia a Fiske, um beijo na testa de Nellie e um olá para Sinead. Nellie sorriu ao ver que ele não parecia como antes, estava diferente, estava sorridente. — Quem quer ver o Dan de ninja?!

— Sabia que isso não duraria por muito tempo — Sinead gargalhou.

Os quatro foram em direção à porta enquanto conversavam animadamente.

[...]

Amy abriu o grande closet, espantada. Grandes partes das roupas que tinham ali não pertenciam a ela, e a sua pequena parte estava muito separada das lindas roupas.

Resolveu pegar suas botas, um blazer, uma camisa de manga lona e uma jeans. Olhou-se no espelho e sorriu.

— Você está linda! — Um gritinho veio da porta do quarto. Natalie Kabra parecia uma modelo, mesmo de camisola e com os cabelos desarrumados.

— Natalie! Olá! — Amy encolheu os ombros.

— Tudo bem? — Ela foi até a penteadeira, onde se encontrava Amy.

Amy assentiu.

— Prenda o cabelo. — Natie disse.

— Hã?

— Prenda o cabelo. Ian e você passarão o dia fora, pode começar a suar, aliás, passe muito perfume.

Amy riu e revirou os olhos enquanto prendia as madeixas ruivas em um rabo de cavalo. Levantou-se e abraçou a mais baixa.

— Eu estava com saudades... — Natalie murmurou envergonhada.

Amy ficou surpresa, mas não a soltou do abraço. Natalie pareceu ter um choque de realidade e a soltou rapidamente, e ficou em frente do espelho.

— Ai meu Deus, eu estou parecendo um lixo. — Natalie arregalou os olhos para o seu reflexo e rapidamente pegou a escova penteando seus lindos cabelos escuros.

Amy riu.

— Ambas estão incríveis. — Ian falou encostado no batente da porta com um sorriso de canto. — Agora que tal irmos participar do café da manhã?

— Eu preciso me arrumar — Natalie falou entrando no closet.

— Vamos, querida? — Ian sorriu para Amy.

— “Eu não sou sua querida” — Amy disse automaticamente, logo corou.

— Então quer dizer que nossa leitora fugaz já leu A Seleção? Pois bem, eu também! Que tal irmos agora, Amy?

— Certo, desculpe.

— Não tem um porque de se desculpar, querida. — Ian segurou Amy pelo braço e seguiu para a cozinha.