PDV - Freddie

– GIBBY! - gritei, deixando Sam para atrás, após dar-lhe um selinho.

Corri atrás do Gibby, que estava há alguns passos a frente de mim, ao lado do cavalo branco, intitulado de Clovis.

Quando finalmente consegui alcançar o Gibson na calçada do Sr. Howard, ouço uma voz suave chamar o meu nome:

– Ei, Benson! - Era a Sam. Quando me virei para ela, reparo as lágrimas percorrerem os seus olhos. - Faz o favor de não me procurar mais. Nunca mais!

– Como é? - Tento segurar os braços da loira, mas ela não deixou que eu a tocasse.

– Sam? - O Gibby ainda segurava o Clovis, e ficou espantando com a reação da Sam, que passava a sua frente, com os olhos encharcados, porém, emburrada. - Está chorando?

– Cuida da sua vida, pateta - diz ela, chutando a perna do garoto.

Observamos a Puckett ir embora numa direção qualquer, talvez quisesse sumir daquela região esquisita.

– Não acha melhor ir atrás dela? - perguntou Gibby.

– Não... - respondi, triste. - Vamos. Precisamos levar o Clovis para a loja de animais.

(***)

Após uma longa manhã cansativa, volto para o meu apartamento. Dessa vez eu voltei sozinho, sem a companhia de Gibby, pois ele quis passar mais um tempo com o Clovis na loja de animais. Sem falar da Sam, que pediu para que eu não fosse procurá-la nunca mais.

– Freddie! - murmurou a minha mãe quando eu entrei no 8D. - O que houve com você, meu filho?

Eu ainda estava encharcado de gemas, dos pés à cabeça, além do insuportável odor de ovos estragados.

– Não foi nada, ok? - falei, tentando tirar os sapatos imundos. - Só preciso de um banho frio.

Tento ir até o banheiro, mas sou impedido por um grito assustador da minha mãe, me fazendo parar no caminho.

– NÃO! - exclamou ela. - Você não pode entrar no banheiro agora.

– Por que não? - pergunto, cruzando os braços.

Ela deu uma resposta esfarrapada, dizendo que "o vaso sanitário entupiu" e também que "o cano do esgoto havia estourado", mas esses fatos não passavam de uma mentira, pois o Lewbert acabara de sair do banheiro.

– O que esse cara está fazendo aqui? - questionei, olhando para os dois.

– Calma, Freddie...

– Mãe! Esse cara não devia está aqui! - falei, indignado. - A verruga dele estava no nosso banheiro! A senhora não está vendo isso?

– Ei! - protestou o porteiro. - Não fale assim da minha verruga!

Reviro os olhos, ignorando os argumentos do Lewbert e volto a encarar a minha mãe. Sinceramente, esperava que ela pudesse fazer alguma coisa a respeito, como: expulsar o Lewbert do nosso apartamento, mas ela não fez nada.

– Para mim já deu! - falei, saindo do 8D.

Ainda ouço os gritos da minha mãe, porém, não dei muita atenção, por estar muito irritado com ela. Primeiro acontece uma tragédia no meu namoro com a Sam e agora isso!? Não. Assim não dá!

Fui bater no 8C, onde a Carly veio me receber com um ar de seriedade.

– Eu encontrei a Sam - falei, entrando no apartamento da morena.

– Onde? - quis saber ela, após fechar a porta. - O que aconteceu? Foi ela quem fez isso com você?

Confirmei com a cabeça.

– Ela foi jogar ovos na casa do Sr. Howard.

– O nosso professor de história? - perguntou ela e eu voltei a confirmar com a cabeça.

– Não se preocupe com a Sam. Ela está bem - falei. - Agora... Será que eu posso tomar banho aqui? Porque a minha mãe está com uma "visita inesperada" e eu não quero... Causar mais uma confusão, sabe?

Carly estreitou os olhos e disse:

– Tudo bem.

Aproveitei também para pedir umas roupas emprestadas do Spencer, porém a Carly me deu a simples notícias:

– Não vai dar, Freddie - disse ela, sorridente. - O Spencer acabou de ir no shopping para fazer compras. Inexplicavelmente, o armário dele pegou fogo.

Também sorri da situação.

– Como assim? O armário pegou fogo? - Ela fez que sim. - Então... O que eu vou vestir!?

(***)

Depois do banho, peguei umas roupas antigas da Carly. Em minha defesa, as roupas que ela me entregou não eram tão femininas assim. Eu usei uma blusa com o desenho de um panda faminto e um jeans com estrelinhas vermelhas.

– Ridículo! - foi a única palavra que eu consegui dizer, ao olhar no espelho do quarto da Carly.

Poderia ter evitado essa situação constrangedora se desse uma passada no 8D e pegasse as minhas roupas, porém, eu não queria voltar para o meu apartamento, ainda mais com o Lewbert lá dentro.

– Ficou perfeito, cara! - disse Carly, tirando algumas fotos minhas pelo Pear Phone.

Ela sorriu.

– Para com isso! - tentei retirar o telefone das mãos dela, mas ela foi mais rápida e guardou o aparelho no bolso.

– Espera só o pessoal da escola ver essas fotos! - falou Carly sorrindo. Eu forcei um sorriso falso: "Ha Ha!" - A Sam! Se ela ver...

Carly parou de sorrir quando notou a minha reação/expressão ao falar da Sam.

– O que houve?

– A Sam - falei, triste, relembrando do momento em que invadimos a casa do Sr. Howard. - Ela me pediu para nunca mais procurá-la.

– Ela deve ter falado isso por impulso... Acho que... não foi para valer. - disse Carly, tentando me animar. - Ela só está chateada por você ter dormido com aquela ruiva idiota.

– Não aconteceu! Eu juro.

Carly se sentou na cama e procurou arrumar as outras roupas que eu recusei usar, que também estavam espalhadas pela cama. Nisso, permanecemos em silêncio, por um curto período, e eu não parava de pensar na 'loira raivosa'. Também não conseguia parar de imaginar a minha vida sem a sua companhia.

Precisava muito da ajuda de alguém e quem seria a melhor pessoa para me ajudar nessa difícil tarefa, além da Carly, a melhor amiga da Sam.

– Carly! - antes de tudo, suspirei fundo. - Você é a única que pode me ajudar nessa hora.

– Eu? - Ela, certamente, não sabia o que fazer.

Mas eu estava muito despertado, que me joguei no chão e implorei - de joelhos - por uma singela ajuda da Shay.

– Por favor, Carls! - pedi de mãos dadas. Até a "minha blusa" com o panda se rasgou, de tanta força que eu fiz nos braços. - Me diz o que eu faço para conquistar o coração da Sam...