6 de Abril de 2006

Desde aquele pesadelo, as noites de Coraline viraram seu pequeno inferno particular. Alucinações de pessoas mortas se arrastando, pessoas com facas e os pesadelos não a deixaram em paz uma só noite.

Hoje dona Dafine decidiu levar a pequena atormentada num psiquiatra, que lhe indicou um tratamento com um medicamento forte, de acordo com o psiquiatra.

– Tia Dafine. – Chamou Coraline no banco de trás do carro. Olhava pela janela. Observava o céu rosado, o pôr-do-sol estava apenas no início e o que deixava mais bonito era o céu sem nuvens.

– Sim querida? – Perguntou a mulher. Seus olhos castanhos se direcionaram ao retrovisor, encarando Coraline.

– Eu tive um sonho ontem... Era diferente. Posso contar pra você?

– Claro que pode querida! Sempre pode. – Disse sorrindo de forma amigável.

– B-bem... Foi bem estranho...

“ Dessa vez eu não estava num quarto com pessoas mortas... Eu acordei dentro de uma floresta... Ela era feita de árvores altas e que pareciam com aquelas de natal.

Parecia que eu tinha uma bolsa, eu abri ela e tinha umas folhas com desenhos estranhos. Era como uma pessoa muito alta coisas estranhas nas costas... Achei uma lanterna na minha bolsa e então comecei a andar com ela.

Achei mais folhas com desenhos estranhos e fui pegando e pondo na bolsinha, andei mais um pouquinho e achei um espaço aberto, onde tinha uma lagoinha. Eu andei até ela e me olhei, eu havia crescido. Mas quando eu tava me olhando... Um monstro branco e sem rosto apareceu atrás de mim, ele usava um terno e tinha coisas nas costas. Ele ia me atacar...”

– Mas eu acordei. Eu vi aquele monstro e não consigo tirar ele da minha cabeça. E às vezes quando estamos perto de um bosque, é como se eu visse ele. – Quando a pequena parou de falar, elas haviam chegado. Os olhos de Dona Dafine estavam arregalados.

– Por acaso esse monstro não usava terno, usava? – Dafine perguntou pálida, seu medo era visível.

– Usava, por que tia Dafine?

– E-ele voltou...

– Ele quem?

–...Slenderman...