Devoid escrita por Polenta Demente


Capítulo 4
Tell me the way out, please


Notas iniciais do capítulo

Nada a declarar de início, apenas espero que gostem e.e



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/661019/chapter/4

– Você não precisa fazer isto. – O loiro dizia, enquanto andava em círculos pelo local. – Eu já disse que posso muito bem criar um golem ou algo do tipo para guiar as Alices. – Soren havia ido trocar de roupa no outro quarto enquanto Oz e a boneca estavam na sala. – Eu te imploro, não deixe que aquilo aconteça novamente. – Ele foi até ela e pegou suas mãos.

Ela o olhou nos olhos, dando um sorriso doloroso, o que fez o coração do loiro quebrar-se em milhões de pedaços, lembrando-se daquela fatídica noite. – Eu preciso fazer isto, ele não parece ser uma má pessoa.

– Jessie, você ouve o que diz?! – Ele alterou sua voz além do que pretendia, o que a assustou. – Desculpe... Você disse isso da última vez... Das últimas vezes... - Ele pareceu lembrar-se de algo.

Ela abaixou a cabeça, encolhendo-se e evitando contato visual. - ...Desculpa... é que eu não acho que existam pessoas realmente ruins, apenas... eles não são ruins...

O loiro sorriu, abraçando-a. – Não, eles não são ruins, é apenas você que é boazinha demais. – Afastou-se dela, apertando seu nariz com os dedos, ela fez uma careta. – Vamos, qualquer coisa use isto. – Ele retirou um pequeno objeto metálico do bolso e jogou a ela. – Use isso, é o melhor que posso fazer por você. – Ele sorriu.

=============================================

– Obrigada! – A garota acenava em despedida para homem antes de sair de sua casa.

– Eu realmente não gostei dele. – Soren murmurou. – Afinal, o que foi esse piercing que ele te deu? – Ele perguntou, olhando para a orelha esquerda de Jessie, onde encontrava-se um pequeno objeto de metal, semelhante à um piercing.

– Piercing? – Ela riu. – Não, isso é... – Ela parou um segundo, pegando no mesmo, tendo devaneios.

"Se eu tivesse sangue em mim, tenho certeza de que estaria corada agora."

– Acho que podemos dizer que é um core improvisado, ele não me permite quebrar, mas também me deixa com as minhas emoções, o único problema é que ele quebra é bem mais fraco do que o original, ou seja, eu não sou exatamente indestrutível, se eu receber uma rachadura que seja, ele se quebrará, e eu ficarei vulnerável, e é por isso que... – Ela remexeu a outra pequena sacola dada por Oz e retirou um pequeno objeto metálico. – Eu tenho um reserva!

Soren revirou os olhos e olhou o mapa em suas mãos. – Então, onde estamos?

Jessie apontou um lugar no sul do mapa. – Aqui, agora vamos até aqui. – Ela apontou para um lugar no sudoeste, um pouco mais à frente de onde estavam. – E o castelo da rainha fica aqui. – Ela apontou para o norte. – Ou seja, temos um loooongo caminho pela frente.

=========================> Três anos atrás =========================

– Por aqui. - A boneca dizia, abrindo caminho por entre os galhos de árvores e arbustos.

O garoto sentia cada músculo de seu corpo queimando, "Eu não aguento mais" ele repetia para si mesmo, "Eu preciso disso" ele suava, sua respiração era pesada, ele arfava, tremia. - Jess, - ele começou. - Você disse que não sente dor, certo?

Ela engoliu seco.

– S-Sim... - a garota começou a tentar ir um pouco mais rápido. - Estamos quase chegando, vamos. - ela tentava disfarçar, até que sentiu seu pulso sendo agarrado. Ela virou-se para olhar, o olhar que o garoto tinha em seu rosto era desesperado, psicótico. Ela, pela segunda vez, sentiu aquilo que a atormentou há anos atrás.

Desespero.

Medo.

===================================================

– Vocês mencionaram esses tais macacos, mas o que exatamente são eles? – O garoto ajeitava os óculos de armação vermelha no rosto enquanto andava seguindo a boneca, que cantarolava uma canção e saltitava apenas alguns metros a sua frente.

– Hm... – Ela virou-se para ele e parou de cantarolar e pular. – São como guarda-costas da rainha, tudo o que eles vêem, contam a ela. - A garota parecia feliz de alguma forma, mas seus olhos demonstravam tristeza, uma profunda e dolorosa tristeza.

– Mas... Macacos não podem ver muita coisa... Eles são pequenos, e por aqui não tem nenhuma árvore. – Ele olhou em volta, como se quisesse confirmar que realmente não havia nenhuma árvore. - A não ser que você esteja falando de chimpanzés ou gorilas, que por sinal, são bem grandes e visíveis.

– Eles voam.

– QUE?!

– Eles tem asas. Eram servos da bruxa mãe de Oz, mas ela foi morta, então os macacos começaram a servir Oz, algum tempo depois, quando a rainha supostamente tomou os poderes de Oz, a posse deles foi dada a ela.

– Supostamente tomou os poderes dele?

– Sim, quando ela ordenou que as Lutka fossem quebradas, ela também tomou os poderes de todos os magos do país, alguns ela mandou que perseguissem e matassem, o que foi o caso da mãe de Oz, Lacie.

Soren sentia sua cabeça girar. Macacos voadores, magos, bruxas más, magia, rainhas perversas, bonecas que andavam e falavam normalmente, um gato que transformava-se em homem, tudo isso era demais até para ele, um amante de história e de contos de fadas. Mesmo amando tudo isso, nunca pensou que se tornaria um. Ele sentia seu estômago revirar, sua cabeça doer, tentava processar tudo aquilo, era como se estivesse em uma montanha russa, uma montanha russa muito cheia de luzes e cores, que confundiam sua cabeça.

– Soren... Tudo bem? Ei... Soren?! – A boneca correu até ele, que aparentava estar hiperventilando. – Se você desmaiar agora eu vou te largar aqui pra ser comido pelos corvos!! Não acredito que o gato trouxe alguém como você até aqui. - Ela suspirou, passando os dedos pelos cabelos.

– O que disse, Jessie? – Uma voz familiar surgiu de trás da garota, que ficou arrepiada de imediato e virou o pescoço o máximo que pôde para enxergar a figura cinza que encontrava-se atrás dela.

– Chesire. – Ela falou, com uma voz de nojo.

– Jessie. – Ele falou, com uma expressão sínica em seu rosto.

– Volte para o buraco de onde veio, esterco.

– Wow! Como uma garota tão delicada consegue falar palavras tão sujas? – Ele abaixou-se e olhou nos olhos dela, que estavam carregados com raiva e repulsa. – Desse jeito, nenhum dono irá lhe querer, renegada.

– Vá pro inferno.

Ele soltou uma risada alta e exagerada – Minha doce boneca, saiba que você não está morta ainda porque é a guia deste garoto e, sem você, ele nunca conseguiria chegar até RedRod.

– Você não pode me matar, nem se quisesse, e ele fará a escolha certa, não passaremos por RedRod e tudo ficará bem. - Ela afirmou, tentando convencer não apenas a si mesma mas também ao gato a sua frente.

– Se você testar minha paciência até o limite, eu posso arrancar este seu bracinho de porcelana e enfiar goela a baixo. – Ele riu cinicamente.

Em um piscar de olhos, o gato desapareceu, deixando aquele perfume característico seu no ar. Soren acordou, olhou para a boneca e suspirou, choramingando:

– Eu só queria terminar meu trabalho sobre a Segunda Guerra.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

AMORES *Abraça todos vocês*
Esse capítulo pode ter sido um pouco confuso? Se for, me avisem que eu explico melhor ou até reescrevo ele, porque na minha cabeça está entendível, mas não sei se vocês pensam o mesmo e.e
Nesse capítulo vocês provavelmente acabaram com mais perguntas do que respostas, mas essa é exatamente a minha intenção. Como eu disse, com o tempo tudo fará sentido, tanto sentido quanto filosofia e.e

Gostaram? Comentem!

Acharam uma bosta? Comentem o que eu devo mudar! /o/

Erros de português? Me avisem! o



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Devoid" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.