Second Chances escrita por Mares on Mars
Notas iniciais do capítulo
Eu quero pedir um milhão de desculpas por esse hiatus gigantesco!! Minha vida foi uma bagunça nesses dois meses e eu juro que vou compensar vocês com capítulos lindos e maravilhosos daqui pra frente. Titia ama vocês muito!
3 semanas depois
O toque estridente de seu celular foi o que tirou Melinda de sua meditação matinal. Passava das dez horas e há duas horas Eleanor estava na escola, e mesmo depois de três semanas, May ainda não havia se acostumado com sua filhinha passando tantas horas longe.
— May – ela atendeu o telefone rapidamente, mal olhando para o nome escrito na tela.
— Senhora Coulson? – a voz do outro lado da linha perguntou com delicadeza.
— Sim, sou eu – respondeu com mais suavidade do que antes.
— Aqui quem fala é a professora Clara, do Mercy – a mulher identificou-se.
— Claro, a professora da Eleanor, está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – perguntou preocupada e colocou-se de pé imediatamente.
— Sim, está tudo bem, mas eu gostaria de ter uma palavrinha com a senhora depois da aula – a mulher disse calmamente e a chinesa respirou aliviada por um instante.
— É algum problema com a Eleanor? Ela fez alguma coisa errada?
— Senhora Coulson, eu te garanto que nada de errado aconteceu, e que a Eleanor está perfeitamente bem – a mulher do outro lado da linha respondeu pacientemente – Mas por favor, venha após a aula – insistiu e Melinda suspirou.
— Está bem, eu estarei aí – garantiu e logo as duas despediram-se. Rapidamente, a chinesa digitou uma mensagem para Coulson: “Fui chamada na escola para conversar com a professora, devo me preocupar?”
Três minutos depois, a mensagem de resposta chegou: “Deve ser só uma formalidade, não se preocupe”. Revirando os olhos com impaciência, ela respondeu-o rapidamente: “Queria que você estivesse aqui pra ir comigo. Só assim eu não ficaria preocupada”. Quase imediatamente, o celular vibrou com a resposta. “Amanhã eu já tô de volta. A Espanha não é divertida sem você. Ligo pra você mais tarde”, foi o que ele enviou por fim e ela guardou o celular no bolso, antes de caminhar para seu escritório.
Duas horas e meia depois, a chinesa estava sentada na recepção da escola, com as mãos tremulas como se estivesse em idade escolar e fosse chamada na sala do diretor.
— Senhora Coulson – uma voz simpática chamou e a chinesa virou-se imediatamente – Clara Dorsk, professora da Eleanor – a mulher apresentou-se e estendeu a mão para cumprimentar a mulher. Melinda parecia surpresa ao notar o quão jovem era a moça. Deveria ter 25 anos, com os cabelos castanhos compridos e os olhos da mesma cor, com uma expressão gentil e um sorriso muito simpático. A agente decidiu imediatamente que gostara da professora.
— Melinda Coulson – May apresentou-se de volta e a jovem pediu que ela a seguisse até sua sala. Assim que as duas mulheres chegaram até a sala, Melinda sentou-se na cadeira em frente a mesa da professora e Clara ocupou a outra cadeira.
— Senhora Coulson, eu imagino que a senhora está ansiosa para saber o porque eu a chamei aqui – a professora começou com um tom muito dócil e May concordou imediatamente com a cabeça – Sua filha é uma aluna brilhante. Tudo que é ensinado ela capta muito rápido e eu sei que ela tinha aulas em casa antes, então eu parabenizo vocês, pois ela é a única da sala que já sabe ler – Clara discursou e Melinda sorriu involuntariamente, orgulhosa de sua filhinha – Mas ela também é muito imaginativa, e não que isso seja ruim, mas ultimamente vem causado uma comoção entre os alunos – disse em seguida e a chinesa franziu as sobrancelhas.
— Eu não entendo – comentou realmente confusa.
— Ultimamente a Eleanor vem contando algumas histórias para os colegas de classe, e eu imagino que seja para se enturmar... Ela diz que os pais conhecem os Vingadores e que eles estiveram na festa de aniversário da irmãzinha, que a irmã mais velha tem poderes e até que vocês tem um avião no porão – a mulher explicou e Melinda trabalhou em seu melhor sorriso compreensivo. Se demonstrasse qualquer sinal de choque ou desconforto com a explicação, poderia causar alguma desconfiança.
— E isso tem assustado as crianças? – May perguntou com o tom de voz muito tranquilo.
— Na verdade, isso tem deixado todas elas muito empolgadas e loucas pra serem amiguinhas da Eleanor – Clara disse com um sorrisinho e revirou os olhos – Eu não vejo problema nas histórias que ela conta, mas alguns pais reclamaram, dizendo que isso tem deixado as crianças muito eufóricas – explicou com um pouco de diversão e Melinda riu.
— Sem problemas, eu também ficaria preocupada – May respondeu e respirou fundo, antes de continuar – Assim que o pai dela chegar de viagem amanhã, nós dois vamos conversar sobre isso com ela e tudo vai ficar bem – garantiu com um sorriso firme e após uma despedida breve, a chinesa saiu da sala, em direção ao pátio da escola. Em seu caminho, tirou o celular da bolsa e discou o número de Coulson. Após dois toques, ele atendeu.
— Coulson – ele disse com um tom muito sério.
— Sou eu – May respondeu calmamente e o tom dele suavizou-se imediatamente.
— Como foi a reunião? – perguntou com curiosidade e preocupou-se ao ouvir o suspiro alto da mulher – Aconteceu alguma coisa?
— Aparentemente a Eleanor está contando coisas sobre o que acontece na base para os coleguinhas da escola – disse em voz baixa, disfarçando a expressão facial quando um grupo de três mães passaram por ela.
— E a professora achou estranho? – ele questionou e Melinda podia sentir a tensão em sua voz.
— Não, ela disse que sabe que são só histórias da imaginação da Eleanor, mas que alguns pais se preocuparam porque as crianças estão ficando empolgadas demais com o assunto – explicou e ele pareceu relaxar.
— Amanhã assim que eu chegar, nós vamos conversar com ela – ele garantiu com firmeza – Até lá, acalma essa sua cabecinha linda e aproveita e leva ela pra tomar um sorvete – Phil sugeriu e Melinda fechou os olhos, morrendo de saudades dele.
— Eu tô contando os minutos para você chegar – disse com um sorriso e suspirou forte, antes de despedir-se. Há quase duas semanas ele havia viajado para a Espanha, para tratar de algumas formalidades do recrutamento e desde então ela vinha sentindo falta dele todos os dias – Volte pra casa em segurança – ordenou e ele deu uma risadinha.
— Fique tranquila – prometeu com um sorriso na voz após dizerem eu te amo, desligaram.
— Mamãaae – a voz de Eleanor surgiu atrás da chinesa, que virou-se imediatamente, a tempo de ter os braços da pequena em volta de suas coxas.
— Como foi sua aula meu amor? – a chinesa perguntou com curiosidade e a menininha deu pulinhos de empolgação.
— Eu ganhei uma estrelinha na aula porque eu sabia a resposta de umas perguntas, e na hora do recreio eu fiz dois amiguinhos, a Sophie e o Hugo, eles são irmãos, e a mamãe deles quer falar com você – a menina disse tudo muito rapidamente, e logo puxou a mãe pela mão, arrastando-a até o portão da escola, onde duas crianças de cabelos cacheados conversavam empolgadamente com uma mulher de terninho, que tinha exatamente o mesmo estilo de cabelo – Essa é a minha mamãe – Eleanor disse com orgulho, apontando para May assim que chegaram até os três.
— Melinda Coulson – a chinesa apresentou-se para a mulher, que sorriu.
— Lauren Reed – respondeu – Esses são meus filhos, Sophie e Hugo... Eles estavam me pedindo agora mesmo se no fim de semana a Eleanor pode ir no parque conosco – a mulher disse em seguida e May reprimiu uma expressão de surpresa.
— Bem, eu acredito que sim ...Depende do pai dela, ele chega de viagem amanhã e talvez queira fazer alguma coisa com as filhas no fim de semana, mas eu posso dar um jeito nisso – a chinesa respondeu diplomaticamente e enfiou a mão dentro da bolsa, atrás de um dos cartões de visita que Skye havia impresso para ele há alguns dias – Eu posso te dar o meu número e você liga para marcar, pode ser? – disse e entregou o cartão para a outra mulher, que concordou imediatamente – Eleanor, diz tchau pros seus amiguinhos, porque já é hora do almoço e o tio Mack fez seu prato favorito hoje – a chinesa disse, abaixando-se no nível da filha e sorriu. A chinesinha fez como a mãe pediu e despediu-se dos amiguinhos com um abraço e Melinda despediu-se de Lauren com um aperto de mãos, e logo, as duas foram em direção ao SUV preto parado ali próximo.
O dia seguinte chegou, e com ele, Phil Coulson, exausto depois de 18 horas de vôo e uma hora e meia de escala. Melinda havia ido para o aeroporto uma hora antes do necessário, após deixar Eleanor na escola, e levara consigo a bebê Lucy a tiracolo. O tempo todo que passara com a pequena no colo, esperando a chegada de Phil, foi preenchido com uma velhinha de 80 anos a seu lado, elogiando a bebê e fazendo perguntas sobre a vida da mulher, que respondeu a todas com falsas histórias. Quando o vôo do diretor foi anunciado, um sorriso involuntário surgiu no rosto de May, que colocou-se de pé assim que viu o homem passar pelo portão de desembarque, vestido casualmente e com uma bolsa carteiro ao lado, e a chinesa teve que se esforçar para parar seus pés de iniciarem uma corrida na direção dele. Assim que ele a viu, um sorriso enorme surgiu em seu rosto e May percebeu a barba rala em suas bochechas e fez uma nota mental para continuar esquecendo de colocar navalhas ou lâminas na nécessaire de Phil. É pouco dizer que o diretor quase correu para abraçar sua mulher, e quando ele o fez, tomou todo o cuidado para não esmagar Lucy entre os dois.
— Você não faz ideia do quanto eu senti sua falta – ele comentou assim que o abraço se encerrou e inclinou-se imediatamente para um beijo rápido, antes de passar os braços em volta de Lucy e pegá-la no colo.
— As coisas aqui não são as mesmas sem você – May disse com um sorriso largo e observou com encanto enquanto ele cumprimentava a bebê com beijinhos, enquanto a pequena dava risadinhas.
— Então vamos pra casa, porque eu não aguento passar mais nem um minuto em um aeroporto – ele pediu com uma pitada de desespero e de mãos dadas, eles caminharam para fora do aeroporto.
— Filhinha, a gente precisa conversar – Phil declarou com um sorriso, assim que ele e Eleanor terminaram de se abraçar, e Melinda assentiu com a cabeça, sentando-se ao lado dos dois no tapete do quarto da menina.
— Eleanor, você lembra que ontem eu fui na sua escola? – a chinesa perguntou e a pequena confirmou – Você sabe por que eu fui até lá?
— Porque a professora Clara pediu – a menina respondeu com firmeza e Phil olhou-a com orgulho. Era impressionante a maturidade da menina.
— Ela pediu que eu fosse até lá porque você tem contado histórias para os seus colegas – May explicou e a menina abaixou a cabeça.
— Me desculpa mamãe, eu não sabia que vocês iam ficar bravos – a menina disse com tristeza e fez um biquinho.
— Sua mãe não tá brava com você anjinho, e nem eu – Phil garantiu e a menina ergueu o olhar – Mas você precisa saber que nem tudo o que acontece aqui em casa pode ser contado para as pessoas lá fora.
— Nós fazemos as coisas aqui para proteger as pessoas lá fora – Melinda disse suavemente – E essas coisas que nós fazemos, ou as coisas que nós temos, não podem ser do conhecimento de outras pessoas.
— Lembra do que o Capitão América disse naquele dia? Nós somos como heróis – o diretor prosseguiu e a menininha assentiu rapidamente – E heróis precisam de identidades secretas e de muito segredo.
— Então eu não posso dizer pra ninguém sobre o avião, ou sobre os Vingadores e nem sobre os poderes da Skye? – a pequena perguntou com um olhar aguçado.
— E nem sobre como a mamãe sabe lutar, ou sobre como era a sua vida antes de vir morar aqui. Você entendeu filha? É muito importante que você entenda isso – a mulher quase implorou para a pequena e Eleanor assentiu.
— Eu juro mamãe, eu não vou contar mais nada, pra ninguém – prometeu seriamente e assim que os pais sorriram, ela saiu saltitando para fora do quarto.
— Ok, agora que um problema foi resolvido, vamos para o próximo – Melinda disse após um suspiro e tirou o celular do bolso traseiro da calça.
— Nós temos mais um problema? – Phil perguntou, ajeitando-se no chão.
— Uma mãe de aluno, Lauren Reed, quer que a Eleanor vá com ela e os filhos tomar sorvete no fim de semana – explicou, enquanto digitava algo na tela de seu celular.
— E o que você tá fazendo? – o homem questionou, apontando para a tela, e ela virou o celular para ele.
— Pesquisando a vida dela! – declarou e Phil deu uma risada – Eu não vejo a graça, eu preciso saber com quem a minha filha vai sair.
— Jesus, eu tenho pena de qualquer pessoa que ela namore um dia – ele comentou com ironia, antes de tirar o celular da mão da mulher e inclinar-se para um beijo – Por que você não deixa isso de lado e vem matar a saudades do seu homem? – perguntou sugestivamente e foi a vez dela rir.
— Meu homem... Isso é tão inapropriado – comentou com o mesmo tom que ele usara e logo estava em seus braços.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que eu não tenha decepcionado vocês.