Second Chances escrita por Mares on Mars


Capítulo 30
Telling Stories


Notas iniciais do capítulo

Eu quero pedir um milhão de desculpas por esse hiatus gigantesco!! Minha vida foi uma bagunça nesses dois meses e eu juro que vou compensar vocês com capítulos lindos e maravilhosos daqui pra frente. Titia ama vocês muito!



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3 semanas depois

O toque estridente de seu celular foi o que tirou Melinda de sua meditação matinal. Passava das dez horas e há duas horas Eleanor estava na escola, e mesmo depois de três semanas, May ainda não havia se acostumado com sua filhinha passando tantas horas longe.

— May – ela atendeu o telefone rapidamente, mal olhando para o nome escrito na tela.

— Senhora Coulson? – a voz do outro lado da linha perguntou com delicadeza.

— Sim, sou eu – respondeu com mais suavidade do que antes.

— Aqui quem fala é a professora Clara, do Mercy – a mulher identificou-se.

— Claro, a professora da Eleanor, está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – perguntou preocupada e colocou-se de pé imediatamente.

— Sim, está tudo bem, mas eu gostaria de ter uma palavrinha com a senhora depois da aula – a mulher disse calmamente e a chinesa respirou aliviada por um instante.

— É algum problema com a Eleanor? Ela fez alguma coisa errada?

— Senhora Coulson, eu te garanto que nada de errado aconteceu, e que a Eleanor está perfeitamente bem – a mulher do outro lado da linha respondeu pacientemente – Mas por favor, venha após a aula – insistiu e Melinda suspirou.

— Está bem, eu estarei aí – garantiu e logo as duas despediram-se. Rapidamente, a chinesa digitou uma mensagem para Coulson: “Fui chamada na escola para conversar com a professora, devo me preocupar?”

Três minutos depois, a mensagem de resposta chegou: “Deve ser só uma formalidade, não se preocupe”. Revirando os olhos com impaciência, ela respondeu-o rapidamente: “Queria que você estivesse aqui pra ir comigo. Só assim eu não ficaria preocupada”. Quase imediatamente, o celular vibrou com a resposta. “Amanhã eu já tô de volta. A Espanha não é divertida sem você. Ligo pra você mais tarde”, foi o que ele enviou por fim e ela guardou o celular no bolso, antes de caminhar para seu escritório.


Duas horas e meia depois, a chinesa estava sentada na recepção da escola, com as mãos tremulas como se estivesse em idade escolar e fosse chamada na sala do diretor.

— Senhora Coulson – uma voz simpática chamou e a chinesa virou-se imediatamente – Clara Dorsk, professora da Eleanor – a mulher apresentou-se e estendeu a mão para cumprimentar a mulher. Melinda parecia surpresa ao notar o quão jovem era a moça. Deveria ter 25 anos, com os cabelos castanhos compridos e os olhos da mesma cor, com uma expressão gentil e um sorriso muito simpático. A agente decidiu imediatamente que gostara da professora.

— Melinda Coulson – May apresentou-se de volta e a jovem pediu que ela a seguisse até sua sala. Assim que as duas mulheres chegaram até a sala, Melinda sentou-se na cadeira em frente a mesa da professora e Clara ocupou a outra cadeira.

— Senhora Coulson, eu imagino que a senhora está ansiosa para saber o porque eu a chamei aqui – a professora começou com um tom muito dócil e May concordou imediatamente com a cabeça – Sua filha é uma aluna brilhante. Tudo que é ensinado ela capta muito rápido e eu sei que ela tinha aulas em casa antes, então eu parabenizo vocês, pois ela é a única da sala que já sabe ler – Clara discursou e Melinda sorriu involuntariamente, orgulhosa de sua filhinha – Mas ela também é muito imaginativa, e não que isso seja ruim, mas ultimamente vem causado uma comoção entre os alunos – disse em seguida e a chinesa franziu as sobrancelhas.

— Eu não entendo – comentou realmente confusa.

— Ultimamente a Eleanor vem contando algumas histórias para os colegas de classe, e eu imagino que seja para se enturmar... Ela diz que os pais conhecem os Vingadores e que eles estiveram na festa de aniversário da irmãzinha, que a irmã mais velha tem poderes e até que vocês tem um avião no porão – a mulher explicou e Melinda trabalhou em seu melhor sorriso compreensivo. Se demonstrasse qualquer sinal de choque ou desconforto com a explicação, poderia causar alguma desconfiança.

— E isso tem assustado as crianças? – May perguntou com o tom de voz muito tranquilo.

— Na verdade, isso tem deixado todas elas muito empolgadas e loucas pra serem amiguinhas da Eleanor – Clara disse com um sorrisinho e revirou os olhos – Eu não vejo problema nas histórias que ela conta, mas alguns pais reclamaram, dizendo que isso tem deixado as crianças muito eufóricas – explicou com um pouco de diversão e Melinda riu.

— Sem problemas, eu também ficaria preocupada – May respondeu e respirou fundo, antes de continuar – Assim que o pai dela chegar de viagem amanhã, nós dois vamos conversar sobre isso com ela e tudo vai ficar bem – garantiu com um sorriso firme e após uma despedida breve, a chinesa saiu da sala, em direção ao pátio da escola. Em seu caminho, tirou o celular da bolsa e discou o número de Coulson. Após dois toques, ele atendeu.

— Coulson – ele disse com um tom muito sério.

— Sou eu – May respondeu calmamente e o tom dele suavizou-se imediatamente.

— Como foi a reunião? – perguntou com curiosidade e preocupou-se ao ouvir o suspiro alto da mulher – Aconteceu alguma coisa?

— Aparentemente a Eleanor está contando coisas sobre o que acontece na base para os coleguinhas da escola – disse em voz baixa, disfarçando a expressão facial quando um grupo de três mães passaram por ela.

— E a professora achou estranho? – ele questionou e Melinda podia sentir a tensão em sua voz.

— Não, ela disse que sabe que são só histórias da imaginação da Eleanor, mas que alguns pais se preocuparam porque as crianças estão ficando empolgadas demais com o assunto – explicou e ele pareceu relaxar.

— Amanhã assim que eu chegar, nós vamos conversar com ela – ele garantiu com firmeza – Até lá, acalma essa sua cabecinha linda e aproveita e leva ela pra tomar um sorvete – Phil sugeriu e Melinda fechou os olhos, morrendo de saudades dele.

— Eu tô contando os minutos para você chegar – disse com um sorriso e suspirou forte, antes de despedir-se. Há quase duas semanas ele havia viajado para a Espanha, para tratar de algumas formalidades do recrutamento e desde então ela vinha sentindo falta dele todos os dias – Volte pra casa em segurança – ordenou e ele deu uma risadinha.

— Fique tranquila – prometeu com um sorriso na voz após dizerem eu te amo, desligaram.

— Mamãaae – a voz de Eleanor surgiu atrás da chinesa, que virou-se imediatamente, a tempo de ter os braços da pequena em volta de suas coxas.

— Como foi sua aula meu amor? – a chinesa perguntou com curiosidade e a menininha deu pulinhos de empolgação.

— Eu ganhei uma estrelinha na aula porque eu sabia a resposta de umas perguntas, e na hora do recreio eu fiz dois amiguinhos, a Sophie e o Hugo, eles são irmãos, e a mamãe deles quer falar com você – a menina disse tudo muito rapidamente, e logo puxou a mãe pela mão, arrastando-a até o portão da escola, onde duas crianças de cabelos cacheados conversavam empolgadamente com uma mulher de terninho, que tinha exatamente o mesmo estilo de cabelo – Essa é a minha mamãe – Eleanor disse com orgulho, apontando para May assim que chegaram até os três.

— Melinda Coulson – a chinesa apresentou-se para a mulher, que sorriu.

— Lauren Reed – respondeu – Esses são meus filhos, Sophie e Hugo... Eles estavam me pedindo agora mesmo se no fim de semana a Eleanor pode ir no parque conosco – a mulher disse em seguida e May reprimiu uma expressão de surpresa.

— Bem, eu acredito que sim ...Depende do pai dela, ele chega de viagem amanhã e talvez queira fazer alguma coisa com as filhas no fim de semana, mas eu posso dar um jeito nisso – a chinesa respondeu diplomaticamente e enfiou a mão dentro da bolsa, atrás de um dos cartões de visita que Skye havia impresso para ele há alguns dias – Eu posso te dar o meu número e você liga para marcar, pode ser? – disse e entregou o cartão para a outra mulher, que concordou imediatamente – Eleanor, diz tchau pros seus amiguinhos, porque já é hora do almoço e o tio Mack fez seu prato favorito hoje – a chinesa disse, abaixando-se no nível da filha e sorriu. A chinesinha fez como a mãe pediu e despediu-se dos amiguinhos com um abraço e Melinda despediu-se de Lauren com um aperto de mãos, e logo, as duas foram em direção ao SUV preto parado ali próximo.


O dia seguinte chegou, e com ele, Phil Coulson, exausto depois de 18 horas de vôo e uma hora e meia de escala. Melinda havia ido para o aeroporto uma hora antes do necessário, após deixar Eleanor na escola, e levara consigo a bebê Lucy a tiracolo. O tempo todo que passara com a pequena no colo, esperando a chegada de Phil, foi preenchido com uma velhinha de 80 anos a seu lado, elogiando a bebê e fazendo perguntas sobre a vida da mulher, que respondeu a todas com falsas histórias. Quando o vôo do diretor foi anunciado, um sorriso involuntário surgiu no rosto de May, que colocou-se de pé assim que viu o homem passar pelo portão de desembarque, vestido casualmente e com uma bolsa carteiro ao lado, e a chinesa teve que se esforçar para parar seus pés de iniciarem uma corrida na direção dele. Assim que ele a viu, um sorriso enorme surgiu em seu rosto e May percebeu a barba rala em suas bochechas e fez uma nota mental para continuar esquecendo de colocar navalhas ou lâminas na nécessaire de Phil. É pouco dizer que o diretor quase correu para abraçar sua mulher, e quando ele o fez, tomou todo o cuidado para não esmagar Lucy entre os dois.

— Você não faz ideia do quanto eu senti sua falta – ele comentou assim que o abraço se encerrou e inclinou-se imediatamente para um beijo rápido, antes de passar os braços em volta de Lucy e pegá-la no colo.

— As coisas aqui não são as mesmas sem você – May disse com um sorriso largo e observou com encanto enquanto ele cumprimentava a bebê com beijinhos, enquanto a pequena dava risadinhas.

— Então vamos pra casa, porque eu não aguento passar mais nem um minuto em um aeroporto – ele pediu com uma pitada de desespero e de mãos dadas, eles caminharam para fora do aeroporto.


— Filhinha, a gente precisa conversar – Phil declarou com um sorriso, assim que ele e Eleanor terminaram de se abraçar, e Melinda assentiu com a cabeça, sentando-se ao lado dos dois no tapete do quarto da menina.

— Eleanor, você lembra que ontem eu fui na sua escola? – a chinesa perguntou e a pequena confirmou – Você sabe por que eu fui até lá?

— Porque a professora Clara pediu – a menina respondeu com firmeza e Phil olhou-a com orgulho. Era impressionante a maturidade da menina.

— Ela pediu que eu fosse até lá porque você tem contado histórias para os seus colegas – May explicou e a menina abaixou a cabeça.

— Me desculpa mamãe, eu não sabia que vocês iam ficar bravos – a menina disse com tristeza e fez um biquinho.

— Sua mãe não tá brava com você anjinho, e nem eu – Phil garantiu e a menina ergueu o olhar – Mas você precisa saber que nem tudo o que acontece aqui em casa pode ser contado para as pessoas lá fora.

— Nós fazemos as coisas aqui para proteger as pessoas lá fora – Melinda disse suavemente – E essas coisas que nós fazemos, ou as coisas que nós temos, não podem ser do conhecimento de outras pessoas.

— Lembra do que o Capitão América disse naquele dia? Nós somos como heróis – o diretor prosseguiu e a menininha assentiu rapidamente – E heróis precisam de identidades secretas e de muito segredo.

— Então eu não posso dizer pra ninguém sobre o avião, ou sobre os Vingadores e nem sobre os poderes da Skye? – a pequena perguntou com um olhar aguçado.

— E nem sobre como a mamãe sabe lutar, ou sobre como era a sua vida antes de vir morar aqui. Você entendeu filha? É muito importante que você entenda isso – a mulher quase implorou para a pequena e Eleanor assentiu.

— Eu juro mamãe, eu não vou contar mais nada, pra ninguém – prometeu seriamente e assim que os pais sorriram, ela saiu saltitando para fora do quarto.

— Ok, agora que um problema foi resolvido, vamos para o próximo – Melinda disse após um suspiro e tirou o celular do bolso traseiro da calça.

— Nós temos mais um problema? – Phil perguntou, ajeitando-se no chão.

— Uma mãe de aluno, Lauren Reed, quer que a Eleanor vá com ela e os filhos tomar sorvete no fim de semana – explicou, enquanto digitava algo na tela de seu celular.

— E o que você tá fazendo? – o homem questionou, apontando para a tela, e ela virou o celular para ele.

— Pesquisando a vida dela! – declarou e Phil deu uma risada – Eu não vejo a graça, eu preciso saber com quem a minha filha vai sair.

— Jesus, eu tenho pena de qualquer pessoa que ela namore um dia – ele comentou com ironia, antes de tirar o celular da mão da mulher e inclinar-se para um beijo – Por que você não deixa isso de lado e vem matar a saudades do seu homem? – perguntou sugestivamente e foi a vez dela rir.

— Meu homem... Isso é tão inapropriado – comentou com o mesmo tom que ele usara e logo estava em seus braços.


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Notas finais do capítulo

Espero que eu não tenha decepcionado vocês.



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