Avatar: A lenda de Tara - Livro 1 Terra escrita por Glenda Leão


Capítulo 13
O caminho pela caverna


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo quase não sai hoje, peço desculpas se não tiver tão bom, estou querendo fazer alguns capítulos suaves e acho que ainda não consegui pegar um ritmo e escrever bem esse tipo de capitulo, mas enfim. Boa leitura :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/660797/chapter/13

Duas semanas se passam desde o acontecido na colônia de dominadores de areia. Não temos noticias de lá depois do ocorrido. Os garotos tem tentado melhorar meu mau humor irritando um ao outro, devo admitir que funcionou no começo, mas depois ficou cansativo quanto eu tive que começar a separar as brigas. Saímos do deserto e encontramos um grande lago quilômetros depois, sem pensar duas vezes montamos acampamento. Agradeço a mim mesma por ter colocado meu biquíni na bolsa antes de fugir, estou vestida nele deitada abaixo de uma arvore enquanto Kadda tenta dar um banho em Zena e Suna conta quanto tempo pode ficar sem respirar debaixo d’água. Uma brisa calma balança meus cabelos, aproveito o momento tranquilo até escutar Kadda e Suna discutindo de novo. Suna agora está pulando no lago e espalhando água para todo o canto o que irritou Kadda.

— Já avisei para parar de jogar água em mim. — Kadda joga a esponja com a qual esfregava Zena na direção de Suna, mas ele desvia.

— E quem vai me impedir? — Suna empurra uma enorme quantidade de água que acerta em cheio o rosto de Kadda, ele por sua vez sorri e eu começo a ver Suna afundando lentamente no lago. Desde que Kadda dominou a habilidade de transformar areia comum em areia movediça ele tem usado isso contra Suna.

Zena olha na minha direção com uma expressão confusa como se quisesse pedir minha permissão para algo e eu entendo perfeitamente o que ela quer fazer.

— Vá em frente! — quando ouve minhas palavras Zena usa suas enormes patas para empurrar Kadda e Suna um contra o outro. Fico em pé e uso minha dominação para trazê-los para o meu lado. — Estou cheia de vocês dois. — Grito para eles no auge da minha irritação, estou idêntica ao meu pai quando ele brigava comigo e com Dao por termos aprontado. Sinto tanta falta deles e do general Kono. Sinto saudades de casa.

— Desculpe, mas eu ouvi dois? — Kadda pergunta com um tom irritante na voz. Embora ele e Suna vivam se estranhando um está pegando as manias do outro. — Você sabe muito bem que estamos perdidos, tivemos sorte de termos saído vivos do deserto. E tudo graças ao “Senhor senso de orientação” ai. — ele aponta para Suna.

— Não estamos perdidos seu apelão. Aquela cadeia de montanhas logo ali são as montanhas Kolau, ou seja, basta atravessarmos a caverna dos dois amantes e chegamos a Omashu. — Suna responde e cruza os braços, orgulhoso por ter deixado Kadda de boca aberta.

Kadda se recompõe e da às costas a nós. — Pff, que seja.

Comemos e desmontamos o acampamento sem falar um com o outro, o clima estava tenso e até Zena pôde perceber. Na primeira hora da noite nós havíamos chegado à entrada da caverna dos dois amantes. O sol deu seu ultimo suspiro no horizonte. Zena despontou para dentro da caverna na frente de todos em uma alegria surreal. Adentramos a caverna em silencio. Kadda pega sua lanterna, mas eu digo que não é preciso.

— Vá por mim, usar isso só vai nos atrapalhar enquanto tentamos achar a saída.

— Como sabe? Já veio aqui antes? — ele me pergunta enquanto guarda o objeto.

— Não, mas meu pai já me contou o bastante sobre esse lugar, toda a lenda por trás da caverna e da cidade de Omashu. Mas nunca quis vir aqui.

— Por que não? Pensei que já tivesse visitado toda a republica da terra. — Dessa vez é Suna quem me pergunta.

— Você se enganou, antes de fugir de casa o único lugar que conhecia era Ba Sing Se. E mesmo quando sonhava em visitar o mundo o ultimo lugar ao qual queria vir era a caverna.

— Mas por quê? — os dois perguntam ao mesmo tempo em um tom mais alto.

— Meu pai e minha mãe passaram por aqui durante a lua de mel. Não gosto de pensar que possa ter sido concebida aqui. — Suna e Kadda começam a rir alto, porém assim que percebem que estamos na total escuridão eles se calam. Já estávamos longe da entrada e perdemos Zena de vista. Senti meu coração se apertar com a falta dela. — Não consigo entender, onde estão os cristais luminosos?

— Que cristais luminosos Tara? — Kadda pergunta começando a se desesperar, começo a entender que ele deve ter medo do escuro.

— Os que deveriam iluminar a caverna e indicar o caminho. Eles deviam estar aqui por toda parte, mas não vejo nenhum.

— Oh não. — Suna diz e suspira. — Eu sou um idiota.

— E o capitão obvio ataca novamente. — Kadda parece esquecer do seu medo apenas para ofender Suna.

— O que quer dizer Suna? — pergunto a ele.

— Alguns meses após Yuka se juntar aos heróis rebeldes ela já tinha conseguido conquistar a confiança de muitos, inclusive a minha. Ela me convenceu a deixa-la liderar alguns heróis em uma missão para conseguir meios para melhorar nossa condição financeira. Três meses depois ela e sua tropa tinham voltado com bastante dinheiro. Ela não quis nos passar informações de como conseguiram aquilo e eu nem me importei. — ele para e respira antes de continuar. — Ela me deu isso como lembrança. — ele abre uma caixinha e mostra o amuleto em forma de escudo brilhando que há lá dentro. Percebo a semelhança do brilho com amostras de cristais luminosos que eu havia visto na escola. — Sei que a parte que ela entregou para nós não era nem dois por cento do que ela havia conseguido com a venda de todos os cristais. Fui um idiota. Sinto muito.

— Não importa. Já passou. Uma amiga me disse que não se pode ir contra o passado. Apenas aceite o que você é agora. — mesmo no escuro consigo sentir onde Suna está. Aperto seu ombro em sinal de compreensão e sinto as chamas de seus olhos em minha direção. A beleza do momento é quebrada quando Kadda toma um choque de realidade.

— Enquanto você acaricia esse cara não percebe que estamos em perigo Tara. Se Yuka retirou todos os cristais daqui isso com certeza danificou a estrutura da caverna. Esse lugar pode desmoronar a qualquer momento. — seu tom serio some para dar lugar ao desespero. — Oh não... Oh não. Isso vai desmoronar. Eu sou tão jovem para morrer.

— Ótimo. Vai me dizer agora que você também é claustrofóbico? — Mas ele não me ouve dizer, com a pouca iluminação que o amuleto escudo de Suna produz posso ver Kadda correndo desesperado e logo sumir na escuridão de um túnel. Suspiro. — Mais uma vez: Ótimo. Agora preciso encontrar ele e Zena.

— Veja pelo lado bom. Ele perdeu o medo do escuro. — Suna sorri sem jeito e eu bato a palma da mão na testa enquanto suspiro outra vez.

Suna e eu continuamos a andar em círculos na semiescuridão da caverna. Começo a ficar irritada enquanto grito por Kadda e Zena. Chuto, movo e derrubo algumas paredes enquanto sussurro alguns palavrões. A caverna começa a tremer e eu não dou a mínima importância. Sinto Suna me puxar de uma vez pelo braço antes que eu seja esmagada por uma pedra gigante. Enquanto a caverna desmoronava Suna continuava me arrastando pelo braço até que caímos no chão. De repente eu me vi contra o chão e o corpo de Suna sobre o meu. Estamos os dois em um pequeno espaço rodeado por inúmeras rochas que por qualquer movimento cairão em cima de nós nos esmagando. O amuleto de Suna ilumina nossa pequena prisão.

— Suna, se não se importa. — Faço sinal pedindo para que ele saia de cima de mim. Eu me sento e ele senta-se ao meu lado. Seus olhos fixos em mim. Alguns segundos se passam.

— Não consigo tirar os olhos de você. — Ele diz e sinto meu rosto esquentar.

— Obrigada. Eu acho. — Ponho uma mecha de cabelo atrás da orelha.

— Puta que pariu... Você é tão linda. — Com um movimento rápido ele agarrou minha nuca e me beijou. Passado o susto eu retribui o beijo. Já faz um tempo que dei meu ultimo beijo, havia esquecido dessa sensação. Fechei meus olhos enquanto saboreava seus lábios quentes sobre os meus. Ele se afasta de mim e não consegue me olhar de volta.

— E você não é de se jogar fora, fracote. — sorrio e tento beija-lo de novo. Durante a pouca duração do nosso beijo já planejei nossa vida inteira juntos. Esse é um dos meus problemas, eu me apaixono fácil. Lembro de quando tinha quatorze anos e pedi um colega de classe em casamento porque ele havia me oferecido um dos seus biscoitos no lanche. Sinto ele recuar durante o beijo até que me empurra de leve em busca de um pouco de ar.

— Desculpe Tara, não devia ter feito isso. — ele sacode as mãos na frente do rosto em sinal de negação.

— Por que não? — fico chateada com seu comentário. — Sei que seu lance com Yuka ainda é recente e que você gostava muito dela. Mas sou eu que estou aqui e acho que desde que nos conhecemos temos criado uma ligação, mais do que só como amigos... — Ele ergue a mão em um sinal para me fazer parar de falar. Se recompõe e com os olhos fixos no chão ele toma a palavra.

— Já entendi Tara. Eu fico triste e zangado só de lembrar-me dela, mas você não entende as escolhas que tive que fazer. Você não sabe o que já fui forçado a ver. O que fui forçado a fazer. Tudo por aquela mulher. — ele hesita. — E eu nunca vou ter coragem suficiente para te contar. Mas não se iluda ao pensar que posso te fazer feliz. — ele diz, olhando em meus olhos finalmente. — Porque, se fizer isso, se achar que... Que eu posso ser um bom companheiro posso garantir que só irá se decepcionar. E, se algo em você ainda insistir em continuar alimentando falsas esperanças quanto a isso, quero que siga o conselho de que é melhor sermos amigos, somente amigos.

Congelei por um instante, paralisada por suas palavras, tento digerir o que ele acabou de me dizer. Quando pensei em abrir a boca para dizer algo tomei um susto ao ver as pedras que nos prendiam serem jogadas pra longe. Kadda está a nossa frente sobre as costas de Zena.

— Achamos eles garota! — ele acaricia o focinho dela de um jeito afetuoso. Levanto rápido e corro até eles.

— Parece que você perdeu seu medo hein? — ele sorri pra mim e eu me esqueço de Suna completamente. Abraço Zena com urgência. — Nunca mais suma assim garota.

— Zena achou uma passagem segura para fora da caverna. Vamos logo, subam aqui. — Subo nas costas de Zena tomando a frente de Kadda. Suna sobe logo atrás dele e eu não ouso olhar para ele. Zena nos leva em segurança para fora da caverna. Abro um enorme sorriso e vejo ao longe a majestosa cidade de Omashu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A cena romântica ficou forçada? Ficou, mas não sejam maus comigo, não costumo escrever romance. Espero que tenham gostado.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Avatar: A lenda de Tara - Livro 1 Terra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.