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Amarelos

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Eu tentava ligar a Lucas, mas ele não atendia. Estava frustrada e irritada com ele. Custava muito atender á porra do celular?!

–Que se passa, Deb?- Jamie pergunta sentando ao meu lado na mesa da cantina. Olhei para meus amigos e os vi todos me olharem.

–Nada.- Resmungo largando o celular.

–Sempre vamos comprar os vestidos?- Erin pergunta sorrindo.

–É.- Nicky murmura rodando uma maça nas mãos a olhando como se quisesse saber todos os seus segredos.

–Eu posso levar uma pessoa?- Pergunto.

–Quem?

–Amie. É irmã de Lucas de 12 anos.

–Claro. Talvez ela se importe mais com roupas que minhas amigas.

Sorri-o de lado pegando minha lata de coca-cola.

–Não me parece.

Ela me olha confusa, e apenas dou de ombros. Por volta das 5, saímos da escola e fomos até á escola da reserva. Amie entrou no carro e sorriu envergonhada.

–Ei.

–Ei, Amie. Estas são a Erin e a Nicky.- Apresento as duas raparigas nos bancos da frente e Amie acena ainda envergonhada.

–Ela é tão fofa! Eu vou adorar vesti-la!- Erin diz animada e Amie me olha preocupada.

–Relaxa. Ela não é tão maluca quanto parece.- Nicky diz confortando-a e Amie assente.

Fomos o caminho todo até Port Angeles com Erin falando do vestido que queria. Ela estacionou na rua e saímos aliviadas por ter acabado. Nicky foi arrastada por Erin enquanto eu ria levando Amie até a uma loja para roupas de criança.

–Que cores gostas?

–Eu não sei.- Dá de ombros.- Costumo usar preto ou verde. Cores escuras.

–E se experimentássemos um vermelho?- Pergunto a analisando.- Acho que ficarias muito bem.

–Pode ser.- Dá de ombros.

Pegamos dois vestidos e ela os vai experimentar. Fico a ver os vestidos enquanto ela não aparece. Ela demora, então vou até á cabine.

–Amie? Está tudo bem?

Ela abre a cortina um pouco e põe a cabeça para fora.

–Eu tenho mesmo de usar vestido?

–Bom, não é obrigatório. Mas deixa ver como ficas.

Ela suspira e abre a cortina. O vestido ficava-lhe um pouco grande demais. Aperto meus lábios e nego com a cabeça.

–Veste o outro. É capaz de ser do teu tamanho.

Ela assente e fecha a cortina de novo. Encosto-me aos cabides e meu celular toca.

Reviro os olhos e coloco-o de volta no bolso. Amie abre a cortina e sorri-o quando a vejo olhar-me envergonhada. O vestido ficava-lhe até aos joelhos. Era ajusto, com mangas e tinha uma borboleta rendada nas costas mostrando um pouco sua pele morena.

–E então?

–Estás linda!- Sorri-o animada andando até ela que cora combinando com a cor do vestido.

–Não achas que está muito curto?

–Nada disso. Ficou perfeito. Queres levá-lo? – Pergunto vendo sua insegurança.

–Sim.- Diz parecendo querer aceitar com força que teria que o levar.

–Apenas o levamos se quiseres, Amie. Podes ir de calças.

–Não. Eu levo-o.

–Ok, então.- Sorri-o.- Retira-o e veste tua roupa.

Ela assente. Em pouco tempo levávamos o vestido até á vendedora. O pago e saímos até á loja onde Erin e Nicky estavam. Nicky estava sentada num puf enquanto Erin desfilava com um vestido verde-claro.

–O que achais?- Erin pergunta rodopiando.

–Estás linda.- Amie diz e assinto concordando.

–Obrigado, fofinha!- Erin aperta suas bochechas a fazendo corar.- Deb, escolhi um vestido para ti.

Aponta para um vestido azul no puf ao lado de Nick.

–Ok. Vou lá experimentá-lo.

Beijo Amie na cabeça pego no vestido indo até á cabine. O vestido era de um azul-escuro com um laço branco na cintura e de alças delicadas. Ficava-me até aos joelhos. Sai e sorri fazendo pose.

–E aí?

As 3 sorriem e assentem.

–É esse! Eu sou incrível- Erin gaba-se deitando seu cabelo loiro para trás e ri-o.

–Volto já.

Retiro o vestido e visto minhas roupas. Sai-o e pagamos nossos vestidos. Erin tinha escolhido um vermelho para Nicky. Eu sabia que Nick nem o tinha experimentado.

Voltámos a Forks.

Erin deixou a mim e Amie em minha casa. Despedi-me delas e saímos.

–Tua amiga é divertida.- Amie me diz sorrindo e ri-o abraçando-a pelos ombros.

–Ela é. Mas e aí, ficaste feliz com o vestido?- Ela assente.- De verdade?- Insisto e ela assente de novo sorrindo.

–Sim. Obrigado, Deb.

–De nada, pequena.- Abraço-a contra mim e andamos até minha casa. Antes de entrar, vi o carro preto de Lucas parado na entrada e meu coração acelerou.

Eu não respondi a nenhuma das suas chamadas. Estava chateada com ele, ué? Liguei-lhe o dia todo e nada de ele atender.

Sou uma garota. Me deixo levar pelos sentimentos!

Entramos e andamos até á sala. O primeiro a ver-nos é Josh que sorri levantando-se do sofá e aproximando-se.

–Chegastes. Compraste o vestido, Amie?

–Sim.- A menina assente olhando para o saco em sua mão.

–Posso ver?

–Claro que não.- Amie responde rapidamente.

–Porque não? É só um vestido. Já vi os vestidos todos do roupeiro de Deb.- Reviro os olhos e sento-me no sofá ao lado de minha mãe que me sorri pegando minha mão.

–Compraste-o?

–Sim.- Mostro o saco.- Erin o escolheu. Eu apenas o experimentei.

–E gostas-te?

–Sim. Erin é maluca, mas ela tem bom gosto.

–E tu, Amie? Gostaste de teu vestido?

Amie senta-se ao meu lado abraçando o saco.

–Sim.- Sorri envergonhada.

–Eu quero vê-lo!- Josh insiste sentando-se no sofá onde estava Anthony.

–Já disse que não. Não sejas chato. Vamos embora, Lucas.- Amie levanta-se e Lucas faz o mesmo.

Olho para a TV deitando-me para trás o ignorando por completo.

–Hmm… adeus.- Sua voz me faz tremer e senti seus olhos em mim.

–Adeus, Lucas.- Minha mãe diz simpática.

Foco minha atenção na TV sem sucesso. Não fazia ideia do que estava a acontecer naquela tela, apenas conseguia sentir os olhos escuros de Lucas em mim.

Minha mãe me cutucou, mas mantive os olhos na TV.

A porta se abriu e então se fechou. Suspirei de alívio. Olhei minha mãe que me olhava com uma carranca.

–O quê?

–Porque o ignoraste?

–Apeteceu-me.- Dou de ombros bufando.

–O que aconteceu desta vez?

–Nada. Não aconteceu nada!- Resmungo e levanto-me correndo até meu quarto. Ponho o saco no chão ao lado do armário e deito-me na cama olhando o teto.

–Idiota.- Resmungo e fecho meus olhos virando-me para o lado e adormecendo.

Sinto dedos tocarem meu rosto de leve e mexo-me apreciando o calor que ali estava. Abro meus olhos e os fecho algumas vezes para focar a imagem.

–Lucas?- Pergunto com a voz rouca do sono.

–Ei.

Sento-me e sua mão cai no meu colo. Olho para o despertador. Eram pouco mais das 11 da noite.

–O que fazes aqui?

–Vim ver-te e desculpar-me. Desculpa não ter atendido às tuas chamadas, mas estava a dormir.- Desculpa-se coçando a nuca envergonhado.

–Até às 3 da tarde?- Pergunto desconfiada cruzando os braços.

–É.- Limpa a garganta.- Eu durmo demais. E ontem chegámos tarde. Desculpa.

Deito-me para trás encostando-me á parede ainda não convencida.

–Deb, perdoa-me. Eu juro que é verdade!- Aproxima seu rosto e beija meu pescoço me arrepiando.- Desculpa. Desculpa. Desculpa. Desculpa.

Com cada “desculpa” ele foi beijando meu pescoço me fazendo rir.

–Ok, ok! Ainda vamos acordar alguém por tua causa.

–Então perdoa-me.- Diz olhando-me.

Meu quarto estava escuro e hoje nem lua havia. Mas podia ver perfeitamente aqueles olhos castanhos me olhando com tanto carinho. Toco seu rosto com minhas mãos e o vejo fechar os olhos por um tempo e voltar a abri-los mais intensos ainda.

–Tá. Eu perdoo.- Ele sorri e ia a beijar-me mas o paro.- Mas, se voltas a fazer uma coisa dessas, eu juro que te mato!

–De acordo, minha linda.- Ri e deita-se ao meu lado na cama.- Esteve tudo bem em Port Angeles?

–Sim.- Dou de ombros.

–Não te atrevas a nunca mais me atender o celular. Eu estava a ponto de pegar no carro e ir atrás de ti!

–Eu estava chateada contigo. Não me enchas!

Ele ri e beija minha testa me puxando para seu peito. Deito minha cabeça em seu peito ouvindo seu coração. Seus batimentos estavam acelerados como os meus. Isso me deixou feliz e mais tranquila.

–Então…- Ele começa mexendo em meu cabelo.-… quanto a esse baile. Com quem vais?

–Com Nicky, Erin, Stuart, Jamie, Josh, Sarah, Amie, Mia…- Dou de ombros.- E com mais quem aparecer.- Ri-o um pouco.

–Hm.- Fala e o olho. Ele olhava para o teto de meu quarto.- Então se, por exemplo, eu te pedir para ires comigo, tu vais?

–Não sei. Porque não experimentas?- Sorri-o sentindo meu coração acelerar com a felicidade que senti.

Ele ri e senta-se me fazendo sentar também.

–Deborah Larky, tu aceitas ir comigo ao baile da tua escola?

Ri-o e assinto mordendo meu lábio inferior.

–É. Aceito sim.

–Bom.

Segura em meu rosto e juntas nossos lábios. Não demoro a responder. Eu o queria, para quê negar? Segura minha cintura e me levanta para seu colo. Toco sua nuca acariciando seus cabelos. Uma de suas mãos estava em minha cintura e a outra na minha bochecha a acariciando de leve.

Sua língua pede passagem e lha dou rapidamente. Sua mão aperta minha cintura e seguro seus ombros. Ofego me afastando em busca de ar e ele faz o mesmo. Num gesto rápido, deita-me na cama e apenas consigo olhar em seus lindos olhos. Sua boca vai em direção de meu pescoço e gemo ao sentir seus dentes morderem de leve. Suas mãos seguram minha cintura com força, chegava a doer mas o prazer era maior.

Abro os olhos e olho o teto de meu quarto. Meu corpo fervia. Eu o queria tanto que chegava a doer. Sua mão subiu por dentro de minha camisola e puxei seu rosto para mim reclamando seus lábios nos meus. Ambas as suas mãos tocaram minha pele me fazendo tremer de prazer. Ele era tão quente!

Puxo seu cabelo e mordo seu lábio inferior o fazendo gemer. Nossas pernas pareciam estar numa luta e que ninguém venceria. Nossos quadris se encontravam fazendo o fogo apenas aumentar ainda mais. Lucas era a única coisa que existia ali, no meio da noite, no meu quarto.

O sinto rosnar e ele separa nossos lábios escondendo o rosto na colcha ao lado de meu rosto.

Tento controlar minha respiração e o olho.

–Lucas?

Seu corpo subia e descia numa velocidade alucinante. Suas mãos apertaram minha cintura e então ele se levantou rapidamente me assustando.

–Eu tenho de ir.- Diz.

Sua voz estava mais rouca que o normal. Ele evitava me olhar e aquilo me deixou confusa e um pouco magoada.

Sento-me.

–Mas já?- Pergunto não escondendo a deceção em minha voz.

Ele me olhou e por momentos seus olhos ficaram amarelos. Então ele os fechou inspirando e os abriu de novo. Castanhos. Sorriu e aproximou-se. Beijou minha testa e levantou-se.

–Está tarde, princesa. E tu tens escola amanhã.

–Hm.- Apenas digo tapando-me com a colcha. O frio se tinha feito presente.

–Não fiques assim, princesa.- Ajoelha-se á minha frente e beija meus lábios rapidamente.- Vamos ter muitas hipóteses para ficarmos juntos. Sim?

Assinto sorrindo um pouco.

Ele sorri e beija minha bochecha demoradamente. Levanta-se e vai até minha janela aberta.

–O que estás a fazer?- Pergunto confusa.

Ele não ia mesmo saltar, né?

–A sair.

–Pela janela?- Pergunto e ele sorri piscando-me o olho.

Antes que dê conta, ele já não está lá. Corro até á janela com a colcha ao meu redor. Lucas estava lá em baixo em pé, completamente intacto e sem um arranhão.

–Sabes que temos uma porta, certo?- Pergunto e ele ri me olhando.

–Mas que graça isso teria?

Reviro os olhos rindo um pouco. Encosto-me á janela o olhando com um sorriso nos lábios.

–Nos vemos amanhã?- Pergunta e assinto sorrindo.- Boa noite, meu amor.

–Boa noite, Lucas.

Ele me olha sorrindo uma última vez e anda até á floresta. Ele para entre as árvores e a penumbra da noite. A última coisa que consegui ver antes de ele desaparecer, foram seus olhos amarelos.