Suspiros escrita por Sunflower


Capítulo 3
Apaixonante


Notas iniciais do capítulo

Olá ^^ Espero que gostem deste capítulo ;)



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CAROLINA

Acordou ainda mais ansiosa que no dia anterior; Deveria estar as 8h30 na empresa para receber as devidas informações e iniciar no estágio. Ainda estava confusa com os sentimentos conturbados que a assolavam desde o momento em que viu os maravilhosos olhos verdes.

Diana Carvenara

Aquele nome não saia de sua cabeça, tanto que, foi motivo da insônia e das longas viradas na cama, dando como conseqüência, leves olheiras. Não entendia o aperto que sentia no estômago, nunca havia sentido tal efeito, nunca havia sequer imaginado algo além com qualquer mulher, até aquele momento gostava de homens.

Pensava nisso ainda no longo trajeto, durante a simples conversa com a recepcionista mal humorada que lhe entregava o crachá; andava automaticamente até a sala, onde encontrou Joana com o mesmo sorriso simpático do dia anterior, cumprimentou-lhe e calou-se enquanto ela se explicava as tarefas:

–Bom Carolina... Como seu estágio é técnico e ativo, você irá acompanhar e auxiliar alguns arquitetos conforme suas necessidades e, também conforme o seu avanço na faculdade, claro! O estágio é de dois anos, posterior a este você poderá escolher se realiza seu estágio obrigatório aqui ou em outra empresa... Aqui está o contrato...

Joana entregou-lhe alguns papéis, assinou depois de uma rápida leitura.

O salário surpreendeu-a. Seria mais que suficiente para pagar o aluguel, rechear a despensa e ainda mandar certa quantia para a mãe, que não contaria com a ajuda mensal que lhe dava fruto do emprego no supermercado.

Devolveu os papéis para Joana e sorriu.

–Obrigada! – Agradeceu ternamente, precisava.

–Que isso menina! Se está aqui é puramente fruto de sua capacidade... Não pense que é fácil passar em uma entrevista feita pela “dama de ferro” ali. – Riu e apontou para a sala imponente.

Bastou olhar para aquele nome que o coração de Carolina acelerou; sorriu muito mais pelo que estava sentindo do que pela situação. Não entendia e talvez nem quisesse agora, sabia que era impossível pensar em ter algo a mais com a arquiteta.

Na noite anterior, depois de descobrir que não conseguiria mesmo pregar os olhos, tomou em mãos o computador e digitou no site de buscas aquele nome tão intimidador; primeiro, passou os olhos pelas fotos e algo em seu ventre se comprimiu, era visto que estava tomada de desejo pela beldade dos olhos verdes, posteriormente a isso seu rosto se fechou ao ler uma notícia num site de fofocas:

“A arquiteta Diana Carvenara e seu ilustríssimo esposo, presidente da Arq’t Arquitetura, uma das empresas mais famosas do ramo, Ricardo Vertir, foram vistos em clima de romance em um restaurante no Morumbi; casados já há alguns anos, o casal não costuma dar demonstrações de afeto em público e, depois de maio passado, onde Diana recebeu o prêmio AsBEA de arquitetura, os ânimos pareciam estar aflorados, devido ao ego do marido fazê-lo ter crises de superioridade em público, dizendo ser melhor que ela. Ao que parece tudo foi superado e o clima de romance voltou há uns dos casais mais famosos da alta sociedade.”

Carolina observou a foto da manchete, Diana estava linda, deslumbrante em um vestido preto, o homem ao seu lado, também muito bonito e que aparentava ser alguns anos mais velho era apenas um enfeite. Mas, ao observar bem a foto, Carolina viu um misto de tristeza com raiva no olhar que mesmo visto apenas uma vez, já conhecia tão bem.

Será que ela não era feliz? – Perguntou a si mesma.

–Carolina?! Carolina! Você está aí? – Joana abanava as mãos na frente de seu rosto.

–Ah, sim! Perdão Joana! Distrai-me... Mas continuemos! E, pode me chamar de Carol... – Sorriu simpática para a mais velha.

–Tudo bem Carol! Estava dizendo que hoje você começa com a senhorita Diana. Ela está envolvida em um projeto muito importante e precisa de certo auxilio com papeis e documentos que a Luana resolvia... Ela é a moça que está de atestado e, que não pôde fazer a sua entrevista. – Explicou.

–Ah... Tudo bem... Ahn... Eu vou até a sala dela? – Perguntou com nervosismo.

–Sim, claro! Ela está te esperando! – E saiu dizendo que teria de resolver alguns problemas, que qualquer dúvida, me informasse com a simpática recepcionista.

Olhei em direção à sala de Diana. Percebi minhas mãos geladas em nervosismo, enquanto queria vê-la, também tinha medo do que sentia sempre que pensava nela, tampouco seria sua racionalidade quando a visse e convivesse com ela.

Encurtou a distância e, quando se aproximou da porta, deu leves batidas ouvindo um “entre” daquela voz aveludada que a fez estremecer:

–Com licença senhorita Carvenara... Joana disse-me que poderia procurar-lhe... – Falou ainda sem olhar em sua direção e estagnou quando viu mais alguém na sala.

O marido

–Carolina... – Percebeu certa hesitação na voz, deduziu que tivesse interrompido algo. -... Ah, sim... Pedi para Joana que te direcionasse assim que chegasse... Sente-se...

Apontou a poltrona no canto da sala.

–Uhm, Diana... Selecionamos modelos ou estagiárias? – Comentou, depois de certo silêncio o homem.

Percebeu Diana trincar os dentes e pensou ser de ciúmes do marido, baixou os olhos e tudo o que mais queria era sair dali.

–Ricardo, pode nos dar licença? Temos muita coisa do projeto para adiantar.

Sentiu novamente, irritação em sua fala. Ouviu passos e em seguida a porta sendo aberta. O homem saiu, sem antes soltar um “Foi um prazer conhecê-la, Carolina”, que a menina achou um tanto insinuante.

Suspirou. Seria complicado.

DIANA

–Qual o seu problema, Ricardo? – Perguntou assim que o homem entrou em sua sala. – Não sabe bater?

–Fiquei sabendo que ainda não fechou o contrato com a Veiga... Como ousa Carolina? – Falou irritado.

–Não vou fazer projeto algum para uma empresa que está sendo investigada pela policia federal por desvio de dinheiro e obras superfaturadas, se você não se importa com sua reputação ou da empresa, eu tenho uma a zelar.

Suspirou, prestando atenção apenas no relatório que fazia.

– Acha que manda em algo aqui? – Perguntou irônico. – Você é apenas a diretora...

–A diretora que mantém a imagem da empresa e que trouxe uma imensa lista de clientes importantes para nossa carteira, se não está satisfeito, demita-me e compre a pequena parcela de ações que tenho, dou um mês para decretar falência. – Falou com uma coragem que até então não sabia que teria.

–Você... – Percebeu-o elevar o tom e em seguida ouviu a porta ser aberta.

–Com licença senhorita Carvenara... Joana disse-me que poderia procurar-lhe...

Ficou por algum tempo tentando recuperar o ar que não sabia que havia prendido.

Ela...

Pegou-se pensando na noite mal dormida que teve, tudo culpa dos olhos azuis esverdeados e do rosto angelical daquela menina. “O que está acontecendo comigo?” Pensava todo o tempo.

Depois de perceber o silêncio, se recompôs:

–Carolina... Ah, sim... Pedi para Joana que te direcionasse assim que chegasse... Sente-se...

Seguiu a menina com o olhar até que ela se sentou e rapidamente a encarou, fazendo com que desviasse o olhar.

–Uhm, Diana... Selecionamos modelos ou estagiárias?

Trincou os dentes com raiva depois do comentário de Ricardo; Sentia algo como... Ciúmes... Mas, não de quem deveria sentir o marido...

–Ricardo, pode nos dar licença? Temos muita coisa do projeto para adiantar. – Falou, encarando o homem.

Viu-o ir até a porta e sentiu ainda mais irritação com o comentário insinuante que fez ao sair. Seus olhos correram em direção à menina que estava adorável analisando um quadro abstrato que ficava no canto da sala

–Carolina? Vejo que também gosta de obras abstratas. – Sorriu, um sorriso poucas vezes visto.

Praguejou-se pela aceleração em seu peito que a cena da menina a olhando corada causou.

–Perdoe-me senhorita Carvenara... Gosto de Picasso e da representação da metamorfose em sua arte... – A menina olhou-a com visível animação e, como antes parecia impossível, encantara-se ainda mais.

– Pode me chamar de Diana... Te chamarei de Carol, tudo bem? – Encarou seus olhou depois de vê-la assentir. – Picasso é sim extremamente inspirador... Queria eu ter seu quadro original, mas como sou apaixonada por sua arte, contento-me com uma falsificação. – Deu seu melhor sorriso e recebeu um ainda mais lindo em troca.

–Acredito que o que faz a autenticidade dos quadros, são os sentimentos que eles causam nas pessoas...

Sentiu o mundo mais leve... Não entendia o que acontecia ali, era algo tão intenso, tão quente, tão... Apaixonante...


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Notas finais do capítulo

Acredito que consiga postar mais um ou dois capítulos amanhã, mas, posterior a isso, somente no próximo fim de semana :*



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