Suspiros escrita por Sunflower


Capítulo 2
Encontro


Notas iniciais do capítulo

Olá, desculpem-me pela demora, meu computador é um caso um tanto quanto inusitado, chamo-o de John, mas ele ainda teima em funcionar.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/660722/chapter/2

CAROLINA

Abriu os olhos lentamente; o sol adentrava no quarto por pequenas frestas não fechadas da cortina. Estava ansiosa, como nunca antes, como se o dia fosse trazer-lhe surpresas inimagináveis. Sentia-se viva.

Levantou, fez a higiene matinal, tomou um café reforçado e, dirigiu-se até onde suas roupas ainda jaziam nas malas; escolheu uma calça social colada preta, uma blusa branca de cetim e uma sapatilha fofa nos pés, amava sapatilhas, dava-lhe um charme todo juvenil e fofo, enquanto também, sofisticado. Olhou-se novamente no espelho, a maquiagem leve destacava os olhos azuis esverdeados e os cachos ondulados brilhavam no cabelo loiro; estava deslumbrante.

Tomou a bolsa em mãos, pegou celular, chaves, documentos e direcionou-se até o ponto de ônibus. Ainda não tinha condições de pagar uma fortuna pelo trajeto que o taxi tomaria até a empresa, tratou então de, por precaução, observar atentamente o caminho, e, os pontos mais acessíveis por onde passaria caso fosse aprovada no estágio. E torcia para isso.

Desceu em um ponto na mesma quadra em que se localizava a empresa; um prédio de auto porte, com janelas espelhadas dando-lhe um ar soberbo. Entrou e apresentou-se para a moça da recepção, que, com desdém, fez um telefonema e em seguida direcionou-lhe para o elevador, apertou o botão do décimo terceiro andar e saiu sem qualquer palavra. Observou em volta do espaçoso local levada pela ansiedade, estava tensa, não pensou ser assim tão... Exuberante.

Passou a mão nervosa pelos cabelos quando então ouviu o bipe da chegada do andar, esperou as portas abrirem e deu de cara com uma mulher com aparentes 40 anos encarando-a com um sorriso acolhedor;

–Olá! Você deve ser a Carolina?! – Falou de forma terna.

–Olá! Eu mesma... Você deve ser a senhora Joana, com a qual falei ao telefone?

A mulher sorriu-lhe ainda com mais carinho:

–A própria! Tirando a parte da senhora, claro!

Carolina riu pelo nariz e, depois de cumprimentar devidamente a outra, sentou-se em uma espécie de sala de espera.

Depois de assentir enquanto falava ao telefone, a senhora Joana, ou apenas Joana como preferiu, virou-se para ela:

–Carolina!? A senhorita Diana lhe aguarda! – E, apontou para uma porta intimidadora, com letras douradas desenhando um nome que também intimidava.

Diana Carvenara, diretora administrativa.

DIANA

Respirou fundo, observando o céu coberto de nuvens pela enorme janela do escritório.

O dia havia começado cheio, com reuniões e problemas com um projeto falho; havia acalmado a apenas alguns minutos e quando enfim sentou-se para tomar seu café, Joana lhe telefone dizendo que a candidata ao estágio já havia chegado e a encarregada estava com problemas de saúde, portanto não poderia fazer a entrevista.

Respirou fundo e pediu carinhosamente para Joana que a mandasse entrar.

Joana era o como uma mãe para ela, já que a ausência da mesma por morar longe, jazia. Conheceu-a em um café logo nas primeiras semanas de ingresso na empresa; muito simpática, ofereceu-lhe um café na padaria da qual era gerente. Alegou depois que achou Diana muito abatida e que depois do café ela ficara um pouco mais corada. Diana falou-lhe que o que a deixou mais animada foi a conversa das duas. Riram e tornaram-se amigas, Diana deixou-lhe o telefone para que qualquer coisa que precisasse lhe telefonasse; tamanha foi sua animação quando alguns meses depois, a mais velha ligou-lhe pedido se havia alguma vaga na empresa, visto que a padaria havia fechado e achar emprego depois dos 40 era deveras complicado. Desde então, há quase 5 anos, a amizade das duas era cúmplice e terna, tanto que quando precisava chorar e desabafar, era com Joana que o fazia.

Saiu do devaneio com uma leve batida na porta, seguida de um entre da sua parte.

O que se seguiu foi quase como em um filme francês; seus olhos cruzaram com os da menina e estagnaram, uma força avassaladora não a deixava desviar o olhar e como se uma onda de choque atravessasse toda a sala causando uma tensão perceptível para qualquer um que ali entrasse.

Depois de, ao parecer, acordar de um sonho, prestou atenção no todo e na situação e, limpando a garganta, soltou um riso nervoso direcionando a fala para a loira:

–Ah... Você deve ser... Uhm... Carolina Oliveira, certo?

A mais jovem pareceu apenas agora, acordar:

–Ahn... Sim... Sou eu... É um prazer conhecê-la, senhorita...?

–Diana Carvenara! E o prazer é meu!

Apertaram as mãos e um arrepio foi inevitável para Diana; tratou de pedir que a menina sentasse para dar fim à sensação estranha que lhe dominava.

–Então... Carolina... Fale-me sobre você e quais são as suas expectativas para o estágio.

Carolina mordeu o lábio e Diana achou o gesto incrivelmente adorável, balançou a cabeça na tentativa de dissipar tais pensamentos e focou a atenção no que a menina falaria.

–Bom... Sou de uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul, estou em São Paulo há apenas alguns dias... Ainda não comecei o semestre na faculdade, mas sou completamente apaixonada por arquitetura, desde a Arquitetura grega até a Arquitetura bizantina... Quanto ao estágio... Precisava de algo remunerado para conseguir me manter em São Paulo, já que minha mãe não teria condições financeiras para me bancar. – Respirou fundo – Então... Entre pesquisas, encontrei a vaga que a Arq’t estava oferecendo e busquei pesquisar mais a fundo a história da empresa... Os projetos, eles... Eles tinham tanta alma... Uma doçura... – Fixou seu olhar nos de Diana e continuou -... Havia tanta paixão...

Ficaram alguns segundos mais se encarando, até que a morena suspirou desviando o olhar e sorriu:

– Parabéns... O estágio é seu... Pode acertar os detalhes com Joana.

Viu o sorriso da menina loira expandir e achou maravilhoso e inevitavelmente retribuiu na mesma intensidade;.

Despediram-se com um beijo no rosto e um corar nas faces; Diana seguiu com o olhar enquanto Carolina se retirava, olhou novamente pela janela, mas dessa vez o céu parecia diferente... Mais esverdeado...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Preciso que me deem opiniões ^^ até o próximo O/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Suspiros" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.