Waking Up - Aprendendo a Viver escrita por Soll, GrasiT


Capítulo 19
Capítulo 12 - FEIRA DE EXPOSIÇÕES.


Notas iniciais do capítulo

Preparem os lencinhos e boa leitura!



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Narração: Bella Swan.

 

 

A CADA SEGUNDO EU PENSO EM MILHÕES DE POSSIBILIDADES DE COMO ESTAR COM ELE…

ISSO TERÁ UM FIM LOGO… ELE FICARÁ COMIGO, E ME PERDOARÁ POR MEUS ERROS.

 

            Essas palavras ficavam se repetindo em minha cabeça, tentando encontrar algum sentido nelas. Era uma ameaça? Talvez sim, talvez não. Era com relação a Edward? Poderia. Mas não tinha a ver com ele e sim comigo. Essas palavras eram para mim, eu sabia. 

 

Eu, Edward e Alice já tínhamos revirado a casa de ponta cabeça. Buscado em cada cantinho, em cada gaveta, em cada armário, por mais improvável que fosse. Inclusive nos armários do banheiro de Emmet. Ficamos por dias olhando tudo e revisando, porém nem sinal de meu diário. Edward não entendia muito bem o porquê de meu desespero quanto ao diário, até o instante em que gritei para ele que tinha coisas muito mais importantes do que meras confidencias de uma adolescente.

 

            “Gente, não tem outra explicação. Ele foi roubado.”

 

            “Mas como Bells?” Alice me apoiaria em qualquer decisão que fosse. Ela seria a minha melhor arma para achar meu caderno. Por que isso ia se tornar uma verdadeira guerra. Eu lutaria até encontrá-lo.

 

            “Eu não sei. Só sei que aqui ele não está. Ninguém aqui seria capaz de fazer isso comigo… não existe outra hipótese. Alguém que não é dessa família está com ele.”

 

            “Bella… Você lembra a festa de Alice?” Edward me perguntou intrigado. Estávamos sentados nos degraus da escada, pensando, pensando e pensando mais ainda.

 

            “Claro que eu lembro…”

 

            “Eu me lembro de alguns sumiços de vocês dois… seus pervertidos!” Alice riu baixinho.

 

            “É, isso também maninha, mas Monstrenga você lembra que a gente procurou por alguém? Ou você estava bêbada o suficiente para esquecer?”

 

            “Como ele é gentil não é Allie?!”

 

            “Uma doçura de pessoa Bells…” Debochamos da cara do Ediota.

 

            “Ok chega de gracinha vocês duas, eu estou tentando ajudar aqui! Você lembra ou não?”

 

            “Sim. Jacob Black.”

 

            “Ah será mesmo gente? Ele não pode ter feito isso! O segurança tinha ordens para não deixar ele entrar…” Alice ainda tentava achar alguma razão naquela história.

 

            “A menos que…” Eu não estava acreditando que ele tinha feito isso. Olhei para Edward e Alice, que me fitaram no mesmo grau de preocupação. Um nome passava em nossas mentes.

 

            “EMMET!” Gritamos juntos.

 

(***)

 

            “Emm… eu juro que não é com você que vou ficar braba! Juro mesmo! Até por que já passou… Mas pare de enrolar! Só me diga, você deixou o Black entrar na casa no dia do aniversário da Allie?”

 

            “Ah Bebelildis… você vai brigar comigo…”

 

            “Isso foi uma confissão?

 

            “É acho que foi sim.” O grandão disse fungando e baixo. Seus olhos começavam a ficar marejados. “Ah Bells, me desculpa… eu não sabia que ele fosse fazer isso. Me desculpa vai?” Emmet podia ser tudo, às vezes ríspido, um pouco indelicado, meio bobo demais, desligado das coisas, mas tinha um coração enorme. Entre seus defeitos e qualidades esse era seu pior defeito e sua maior qualidade. E não tinha como eu ficar irritada com ele.

 

            “É claro que te desculpo. Eu disse que não ficaria braba com você.” Lhe abracei e verdadeiramente, recebi em troca um abraço de urso.

 

            “Certo, agora temos certeza que foi o Black. O que vamos fazer?” Edward estava muito tenso. Eu sabia mais do que ninguém como coisas relacionadas com o ex-amigo lhe afetavam e me sentia impotente com o fato de não conseguir acalmá-lo a ponto de que ficasse ao menos tranqüilo.

 

            “Não há o que fazer. Vamos esperar.”

 

 

Narração: Jacob Black.

 

           

Raiva. Muita raiva.

 

Não era o melhor sentimento para se ter, mas eu o tinha queimando em minhas veias.

 

Desde que me meti nessa história minha vida só tem decaído. Não que ela fosse perfeita antes, longe disso, mas ela estava ficando a cada dia pior. Em algum canto do meu cérebro eu dava razão a Edward. Ele sempre esteve certo. Mas eu não admitiria isso a ninguém. Seria humilhação demais.

 

Jane sempre foi meu maior sonho. Sempre a quis para mim. Sempre a desejei. Algumas vezes era irracional, ilógico. Quando Edward conseguiu namorar ela eu me senti meio que um lixo. Um lixo humano. Mas agüentei firme, vi nessa possibilidade, uma aproximação, que de fato aconteceu. Não acreditei no dia que ela bateu a porta de minha casa pedindo ajuda com Edward. Eu, por uma única vez, consegui manipular Jane Volturi.

 

Eu a induzi a cometer os piores erros com Edward Cullen. Ciúmes, ceninhas patéticas, dramas, escândalos. Tudo, exatamente tudo, o que meu amigo não suportava. O que eu não esperava é que nesse meio termo ela descobriria que era maníaca depressiva. Eles continuavam juntos. Eu me fazia de desentendido. Edward sempre se queixava dela, dizendo que ela sempre justificava suas oscilações com a doença e que ele estava cansado. Ele a usara e descartaria rapidinho, como um brinquedo que ele enjoou. Tinha pena de Jane eu só queria ajudá-la e amá-la do jeito que ela merecia.

 

Em uma de suas crises com Edward ela me procurou querendo ajuda. A minha ajuda foi colocar ela contra a parede e a beijar da melhor forma possível, ela saiu correndo assim que libertei seus lábios. Porém no outro dia, ela voltou, e no outro, e no outro também e em todos os demais dias que se passaram. Eu parei de falar com Edward, ele a evitava, fugia de Jane. Até que um dia ele resolveu me procurar e o que encontrou? Jane e eu nos beijando. Aquilo foi o máximo para mim. Ela pediu em um sussurro “Acabe com ele” e eu ilogicamente tentei bater em meu amigo. No caso ex-amigo.

 

E agora?

 

Agora eu estou até meu último fio de cabelo envolvido com Jane. E sinceramente… EU NÃO AGUENTO MAIS.

 

Ela conseguiu virar a mesa. Soube jogar meu jogo melhor que eu. Me manipulou e ainda me usa. Principalmente depois que ela sabe de alguns de meus segredos. Uma vez eu confessei a ela que sempre desejei o mal de algumas pessoas, que tinha uma lista negra e que pegaria cada pessoa que estava ali. Não havia mais que três pessoas nessa lista. O número exato era três. E outro dos meus pequenos segredos é que por muitas vezes para me manter sem ter que pedir dinheiro a Billy, vendia algumas substancias ilegais para alguns atletas da escola. Esteróides e coisas do tipo.

 

Uma das pessoas que estavam em minha pequena e modesta lista era meu pai. Billy Black, e junto com ele a Senhora Uley. Todos acreditam até hoje que minha mãe tinha morrido em um acidente de carro. Os pais pensam que os filhos são burros… eles pensam que não pegamos as extensões telefônicas internas.

 

Billy Black era casado com minha mãe: Ana Black. Ele tinha uma amante (na verdade ainda tem) Samantha Uley, que por sua vez é casada com John Uley. O que isso tem a ver comigo? Tudo. Depois da morte da minha mãe descobri alguns podres em certas ligações telefônicas. Eu tinha pena do pobre John. O homem era chifrado e nem sabia. Ouvi por várias vezes Billy falando com Samantha sobre como tinha sido bom se livrarem dela. Eu demorei algum tempo para descobrir que “ela” era a minha mãe. Isso me fez um menino revoltado. Vesti a minha máscara de indiferença e que se fodesse o resto. Ela era a pessoa mais doce que já viveu e eles deram cabo na vida dela. Eles teriam o troco. Mas eu não tinha como provar. Não os queria mortos, longe de mim isso. Só queria que sofressem um pouco. Assim como eu me amargurava com a morte da minha mãe.

 

E ali estavam duas pessoas da minha lista: Meu próprio pai e sua amante, Samantha.

 

O terceiro?

 

O diretor Green. Sim o maioral da escola. Ele me perseguia diariamente. Não existiam muitos meninos da reserva de La Push na escola de Forks. Estava na cara que ele não suportava o tom de minha pele e minha raça. Eu sou descendente de índios Quileuttes. Isso o incomodava. Acho que só pelo fato de eu respirar já o incomodava.

 

Mas essa lista foi enterrada por mim. Cheguei a um ponto de minha vida em que pensei: Dane-se, ela não vai voltar e ele não vai mudar suas visões.

 

Era mais que óbvio que eu não faria nada contra ninguém. A verdade é que me faço de durão pra não me machucar mais. Mas isso nas mãos de Jane poderia virar uma ameaça de assassinato. Aquela garota não é apenas maníaca depressiva, ela é uma psicopata. Eu passei só a sentir pena daquelas pessoas. E percebi que os usaria até onde eu conseguiria. Edward não entendia o porquê que eu tratava Billy com tanto desprezo e frieza. Preferia que ele continuasse a me julgar errado do que saber o que se passava realmente.

 

Aliás. Eu fui o maior idiota. Troquei uma amizade de anos com uma família inteira por uma garota absolutamente problemática. Todos naquela família sempre foram muito bem educados e acolhedores. Encontrei dentro daquela casa muita coisa que não tive em toda minha vida em meu próprio lar. Exceto por Rosalie Hale e Isabella Swan, que eram duas completas mal educadas. Ou não. Eu também gosto de provocar as duas.

 

Na escola tinha acabado de receber a grande novidade que eu estava mais que ferrado. Que precisaria de classes, trabalhos, monitorias extras. Extra era a palavra atual em meu dicionário. O bom disso é que ocuparia minha cabeça e conseguiria tirar Jane do meu pé por algumas horas. Era mais que nítido que ela ainda era doida em Edward Cullen, doente na verdade. Isso me machucou no início. Mas agora tanto fazia.

 

Eu só tinha que continuar e compactuar com algumas loucuras dela. Como por exemplo, roubar o diário de Isabella Swan. Isso foi moleza, mas eu não esperava pelo o que Jane queria fazer, assim como não esperava pela história de Isabella. No início achei a idéia o máximo. Queria zoar um pouco com a cara da gostosinha – aliás, ela era bem bonita, mas não era muito meu tipo, o de Edward sim, mas não o meu. – Não que me comovesse. Mas ela tinha sofrido um bom tanto pelo que pude ver. Era muita coisa escrita, e não lemos tudo, o que conseguimos identificar é que ela tinha sido abandonada por um cara, ou ele tinha morrido ou algo assim. Nas páginas, havia tanta marca de lágrimas que às vezes era impossível de ler. Achamos uma carta de suicídio da tal Isabella. Quando eu e Jane a lemos, rimos muito da coitada. Porém, depois de alguns minutos, a única que continuou rindo foi Jane. Para ela ter tentado o suicídio a sua vida devia ser terrível.

 

“Jane você já mandou a carta… isso não está de bom tamanho?”

 

“Ah será que ela entendeu como uma ameaça? Queria ter visto a cara daquela vadiazinha de quinta!”

 

“Jane! Você escutou o que eu acabei de te perguntar?”

 

“O que Jake? Uhm? Não, não escutei, e também não quero escutar! Ah eu só fico imaginando aquela menininha estúpida lendo suas próprias palavras… Será que ela viu que é da carta de suicídio dela? Ahahaha imagina a cara deles! Foi muito bom eu ter misturado as frases… ela me parece tão burrinha!”

 

“Não acho que ela seja muito burra…”

 

“Ah qual é Jacob! Tá na cara dela… vamos colar chiclete na cadeira dela? Vamos, vamos?” Ela saltitava em minha cama enquanto eu tentava estudar.

 

“Grudar chiclete é coisa de segunda série Jane… agora eu preciso ler. Fica quietinha um pouco tá!”

 

“Você está me mandando calar a boca Jacob Black?”

 

“Não, eu não estou te mandando calar a boca… só que eu preciso estudar amorzinho” Falei debochadamente para ela.

 

“Ok.” E ficou em silêncio. Cheguei a esboçar um sorriso por isso, mas não passou de um esboço mesmo. “Você tem razão. Ainda acerta algumas vezes. Grudar chiclete seria coisa de segunda série! Vou calar a boca dessa cachorrinha, para ela nunca mais ladrar pro meu lado… o que você acha Jake?”

 

“Não sei o que você vai fazer.”

 

“Mudei de idéia. Não vou mais mandar essas cartinhas inúteis.”

 

“Ah graças a Deus, alguma sanidade em sua cabeça!”

 

“Você está me chamando de louca? Por que se está Jacob Black, preste bem atenção: eu acabo com você em um segundo! Estamos entendidos?”

 

“Ah sim claro, claro…” Eu acho que ignorando aquele falatório dela seria muito mais eficiente do que tentar a convencer do contrário. Ela falou, falou, falou e continuou falando por horas. Eu tinha certeza que eles não gastavam nem dez minutos falando de nós. Não era da índole daquela família.

 

 

Narração: Amber Moore.

 

Estava preocupada com Bella. Depois daquela carta anônima ela tinha ficado meio pirada. Por alguns momentos ela chorava em desespero para nós. Na escola era o único lugar que ela se segurava, ela dizia: Já me basta pessoas me olhando como se estivesse de intrusa aqui. Ela ficava ausente por horas, mesmo estando sentada bem ao nosso lado. Bells dizia que aquelas palavras eram conhecidas dela, mas não se lembrava do que. Eu não tinha dúvidas que tinham sido tiradas de seu diário, ela também. Mas ela estava inquieta demais.

 

“Bella… você tem que ficar calma, você não pára de tremer.” Cochichei com ela durante a aula.

 

“É claro que eu estou tremendo Amm. Como você acha que eu devia estar?”

 

“Eu estaria do mesmo jeito… mas se acalme.”

 

“Sim, eu vou tentar. Mas Amber, Black está com meu caderno, está com minha vida nas mãos… minha história. E eu…” Ela olhou para ele que estava conversando com Luka Bennet. “Eu não posso fazer nada a respeito.”

 

“Claro que pode!”

 

“E o que Amm?”

 

“Você pode conversar com ele…” Ela riu debochadamente. “Bella, não ria de mim, mas você não reparou? Ele não é mais que um pau mandado de Jane!”

 

“E como você sabe?”

 

“Eu tenho o analisado, esqueceu?!” Isso fazia parte da minha rotina. Não podia negar que ele era um completo imbecil, mas eu estava caidinha por ele. E eu sou o tipo de pessoa que acredita na mudança. Sou uma crédula.

 

“Não esqueci e também acho que não vá funcionar Amber…”

 

“Senhoritas Moore e Swan, vocês poderiam se concentrar nos livros sim?!” O professor chamou nossa atenção e ficamos quietas. A aula passou mais rápida que o normal. Eu não conseguia desviar meus olhos de Jacob, se ele me pegasse o fitando sem dúvida mais risadas viriam. Quando íamos saindo da sala o professor Tanner pediu que eu esperasse um instante.

 

“Bella eu vou ter que ficar. Te encontro no refeitório?”

 

“Sim… estarei lá!” Ela saiu junto com a maioria da sala de aula. Entre os últimos a saírem estava o Jacob. Eu cruzei meus braços e fitei meus pés esperando pelo que meu professor queria falar.

 

“Senhor Black, volte.”

 

“Eu?!”

 

“Está vendo outro Black aqui?!” O garoto estreitou os olhos e voltou para a sala e me fitou com desconfiança. “Sentem-se, os dois.” Eu sentei na primeira carteira que vi, já o Black olhou ao seu redor e se acomodou no lugar mais distante possível de mim. Ok. Aquela era uma guerra perdida para mim.

 

“Serei breve, não quero tomar o tempo de seus almoços… Black, como nós bem conversamos na semana passada você está muito mal. E estamos no meio do semestre, não tem muito tempo para recuperar, então para facilitar sua vida, você terá aulas extras, mas com Amber…”

 

“O que?” Eu e ele perguntamos juntos.

 

“Eu não acabei.” Usou um tom categórico. “Amber é uma excelente aluna e tem muita facilidade para aprender e repassar isso aos demais, exatamente o oposto de você Senhor Black. Então, está decidido. Amber você terá um cronograma que já lhe entregarei, e preciso que me traga a assinatura dele todos os dias. Estamos certos? Vocês começarão amanhã, na biblioteca. Agora vão.”

 

“Não!” Jacob se levantou. “Eu não quero isso!”

 

“Você não tem muita credibilidade por aqui Black. E sabe disso. O diretor nem sequer imagina que estou fazendo isso garoto. Pegue essa chance e a agarre com força, pois se não o fizer… não sairá do colegial.”

 

“Senhor Tanner… me desculpe, mas eu não quero fazer isso.”

 

“Amber, você se inscreveu em um projeto de monitoria certo?”

 

“Sim, mas…”

 

“Encare isso como uma monitoria. Agora vão.” Ele ordenou. Teria que calar minha boca e agüentar. Não que não fosse legal dar aulas para ele, até que seria bem proveitoso ajudar ele, porém eu não estava preparada para isso.

 

Eu fui para o corredor, pisando firme e tentando me acalmar, me acostumar com a idéia de que eu teria que conviver com ele mais horas por dia e sofrer com meu sentimento calada. Estava certa que ele iria para o lado oposto. Mas como não sou vidente…

 

“Ei… ruivinha!” Ok. Era comigo, o corredor estava totalmente vazio.

 

“O que você quer?” Eu tinha nome poxa!

 

“Só quero saber que horas começamos com essa palhaçada amanhã?”

 

“Palhaçada? Acho bom você ver com outros olhos. Por que já que é para eu fazer isso, eu irei fazer certo está me entendendo? E não pense que vai poder ficar de idiotices para cima de mim que vou ficar quieta! Amanhã às14h30min, na biblioteca, esteja lá, ou se não, dê adeus ao colegial!” Bufei e fui embora para o almoço. Todos ficaram espantados comigo quando eu cheguei à mesa, estava vermelha como um pimentão, eu sentia meu rosto arder. O que eu faria?

 

“Mas docinha. Isso é uma ótima oportunidade!” Alice tentava me deixar mais calma. Acho que agora eu entendia o que Bella estava sentindo. Essa agitação, a incerteza.

 

“Só se for oportunidade de sofrer Alice!” Edward não queria que eu me envolvesse com o ex-amigo. Entendia seu lado. E claro que nunca haveria um envolvimento, ele NUNCA olharia para mim.

 

“Edward! Nós já falamos sobre isso…” Ela o repreendeu, ele bateu continência para ela sorrindo. Eles se davam muito bem. “Amm, eu acho que você tem que dar essas aulas sim para ele… pelo menos tente uma vez. Se ele não se importar com as aulas… não se importe também.”

 

Bella, às vezes era a mais lúcida entre nós, mesmo sua mente estando um turbilhão de incógnitas, ela ainda achava um espaço para ser justa e preocupar-se conosco. Eu devia algumas coisas a Bella, principalmente pelo fato de ela ser verdadeira comigo desde o início. Ela achava que tinha a cabeça fraca por seus erros, mas sua cabeça era muito mais firme do que de muita gente que foi correta.

 

As aulas com Black me deram uma idéia. Não seria fácil, mas não era impossível.

 

 

Narração: Bella Swan.

 

“Bella, você está mais sossegada agora?” Ele me perguntava enquanto fazia carinho em meus cabelos. Estávamos deitados em sua cama, eu aninhada em seus braços tentando me acalmar depois de um surto de choro. Era terça-feira, tudo parecia muito calmo e isso me deixava ansiosa.

 

“Estou tentando… eu só não entendo Edward, por que eles me odeiam tanto?”

 

“Não é você que eles odeiam… sou eu, e sabem que podem me afetar com isso.”

 

“Então eles tem que parar. Não que você não se importe, eu sei que sim… mas isso está me afetando, e profundamente.”

 

“Eu sei amor, e isso ME incomoda mais do que você consegue imaginar. Agora me diz: você já conseguiu se lembrar de onde conhece as frases?”

 

“Talvez algum livro… mas eu duvido que seja disso… está tudo muito ligado.”

 

“Como assim ligado?”

 

“O roubo do diário, a carta anônima, o casal J&J muito quieto… Não sei Edward… tem algo naquelas frases que me assusta. E não pelo tom de ameaça, mas por me fazer sentir uma incerteza gigante sobre o que será amanhã… Eu não sei se aquilo é sobre você. Se é sobre mim, eu não sei… Isso me deixa mal.”

 

“Eu te entendo Bella, gostaria de poder tirar essas suas incertezas, esse medo de seu coração…”

 

“Só fica abraçadinho comigo que já ajuda!” Eu falei me acomodando melhor em seu peito. E assim ficamos até dormimos. Era tão bom sentir o seu cheiro entrando por minhas narinas e invadindo o meu ser. Eu dormia muito mais serena ao seu lado, com seu toque suave em minha pele e sua respiração tranqüila batendo em meus cabelos.

 

 

Avril Lavigne – Keep Holding On.

http://www.youtube.com/watch?v=MmukW1sNlIk

 

Por mais que ela tentasse se acalmar, a dor era inevitável e tangível. A garganta ardia e as lágrimas escorriam por seu rosto caindo na folha de papel. A caneta de cor vermelha riscava traços firmes que ficavam em algumas partes borrados devido ao pranto que caia continuamente. Era tanta dor. Tanto sofrimento. Sentia como se estivesse presa dentro de si. Buscando uma corda para segurar-se e sair daquele buraco, ou talvez apenas mergulhar nele. E ir mais e mais fundo do que já estava, para quem sabe, já não sentir mais nada.

 

Tudo o que a menina de cabelos castanhos ondulados sentia eu sentia. Todas as sensações e dores dela passavam em mim. Caminhei até poder ver o rosto da garota. Reprimi um grito de susto ao ver que ela era eu.

 

Era angustiante. Eu via a mim mesma. Como em um espelho, ou em um vídeo envelhecido com as bordas desbotadas. Porém não havia uma tela para eu estar me assistindo. Fiquei estagnada, meus pés pareciam estar completamente colados ao chão. Analisei minha fisionomia e minha postura. Eu só via fracasso e dor. Muita dor. Olheiras profundas, pele pálida, nem um ponto de esperança em meus olhos. Eu estava frente a frente com uma Isabella de pouco tempo atrás. Uma Isabella que não conseguiria ser hoje. Fraca e covarde. Infeliz e amargurada.

 

Minhas mãos tremiam e suavam, dei mais um gole na bebida que deixei cair em minha camisola azul predileta. Eu sabia que sentiria falta daquele paninho sedoso. Fiquei saudosa ao lembrar minha roupa de dormir favorita. Me vi forçando a mão direita a continuar, mesmo sabendo que daqui a alguns minutos eu estaria escrevendo coisas totalmente desconexas, mas ainda assim seriam meus sentimentos.

 

Meus olhos embaçados acompanhavam as palavras que se desenhavam em uma letra tremula sob o papel. Olhei ao redor e vi meu antigo quarto em New Orleans. A pilha de CD’s desfeita na cama. As caixas de remédio prontas para serem usadas. A garrafa barata de vodka. Essa era uma parte da minha vida que meu cérebro bloqueou. Eu não me lembrava disso. Eu assistia a mim mesma na noite de minha tentativa de suicídio.

 

“Eu não me importo… vocês não se importam… para que se importar com uma vida inútil como a minha? Eu estou dando adeus.

E ele ficará comigo, e me perdoará por meus erros, e vai me abraçar quando eu surgir. Eu não me importo com os seus erros. Vocês o tiraram de mim.

Charlie você acabou com minha vida.

Destruiu a única pessoa que demonstrava amor por mim.

Eu prefiro parar de respirar a continuar aqui.

Neste inferno que é esta casa. Eu não quero ser um fantasma estando viva, serei um fantasma, mas estarei morta.”

 

“Minha pequena?!” Uma mão macia e quente tocou meu ombro. A voz era suave e amorosa. Como eu sentia saudade daquela voz. Meu coração se inflamou de alegria e dor. Olhei para trás sobressaltada e vi Joshua. Seus olhos azuis brilhantes, seu sorriso terno… ele era real? Ele estava bem? Uma lágrima percorreu o meu rosto. Olhei para mim na escrivaninha e já não estava mais lá. Estava dormindo suavemente em minha cama.

 

“Josh…” Eu o abracei forte, desejando que ele estivesse ali para sempre.

 

“Não chore pequena. Não se preocupe… apenas siga. Levante sua cabeça. Caminhe. Eu estou bem e só quero você feliz. Perdoe aqueles que erraram e seja justa com os que não têm perdão. Eu te amo e nunca estarei longe. Apenas viva.”

 

Quando abri meus olhos ele já não estava mais ali em meus braços. Sua voz ecoava em minha cabeça. Eu a guardaria como a mais valiosa e preciosa pedra existente no universo. Eu chorava presa naquele lugar, sentindo meus joelhos cederem e um empuxo me levando para baixo. Eu estava na cama, tentando emergir. Tentando respirar, eu não me sentia, estava aflita. Eu puxava o ar para os meus pulmões, mas ele parecia não percorrer o caminho certo. Meus olhos estavam cerrados com força, podia notar minhas mãos fechadas em cima de meu peito.

 

“Isabella.” Abri meus olhos, porém não acordei. Renée. “É hora de dar tchau.” E colocou um travesseiro em meu rosto, terminando com todas as chances de respiração que meu corpo tinha.

 

Despertei assustada, sentando na cama, me debatendo e buscando o ar com força para dentro de mim. Eu não conseguia de fato respirar. Uma mão tocou minha pele do braço tentando me parar, mas me fez saltar longe de onde estava.

 

“Não toque em mim! Não! Sai!” Eu dizia entre os soluços e lágrimas. Continuei me arrastando pela cama, meio dormindo ainda e totalmente apavorada.

 

“Bella! Bella! Sou eu!”

 

“Saí… sai! Eu quem?” E quando vi já tinha caído no chão. Passei uma mão rapidamente no meu rosto para clarear minha vista.

 

“Edward, Bella! Acorda amor!” Ele se colocou ao meu lado no chão e me abraçou firme. Foi seu cheiro que me fez despertar completamente.

 

“AH MEU DEUS! EDWARD! AH! NÃO EDWARD… ELE FOI EMBORA DE NOVO!” Me afundei em seu abraço. Ele deslizava carinhosamente suas mãos por minhas costas.

 

“Shiii, shiii, fica calma. Foi só um pesadelo. Já vai passar. Já vai passar…”

 

“É da minha carta Edward… é da minha carta de…”

 

“O que é da sua carta, Bella? Que carta?”

 

“As frases no bilhete, vieram da minha carta de suicídio.”

 

“Nós vamos o pegar de volta. Eu te prometo.” Edward foi firme. Decidido em suas palavras. Eu estava sofrendo, mas ele permanecia. E ali ele ficou; embalando-me como um bebê até eu estar calma o suficiente para voltar a dormir.

 

[***]

 

“Então é isso. Suicídio, Joshua, Renée… Uma noite um tanto quanto conturbada.” Terminava de contar tudo o que tinha sonhado para Edward que me ouvia atentamente.

 

“Vamos fazer um acordo?” Ele se pronunciou depois de uns dez segundos quieto.

 

“Um acordo?”

 

“Sim, um acordo… Não se esqueça desse sonho… pegue o que tem de melhor nele. Ignore Renée, ignore o suicídio e lembre-se de Joshua. Somente Joshua.”

 

“Isso seria impossível de esquecer.”

 

“Eu sei. Mas, eu quero dizer, não importa o que as pessoas te fazem de ruim, sempre tem um lado bom, sempre vai ter alguém por perto pra te trazer coisas boas.” Eu olhava ele falando e gesticulando e me perguntava como eu, Isabella Swan, poderia ter conseguido um namorado daquele tipo: lindo e totalmente disposto a me fazer feliz.

 

“Ok. E o que ganhamos? Por que em acordos ambas as partes ganham.”

 

“Eu ganho você feliz e você um pouco mais de paz.”

 

“Paz…” Eu suspirei. “É isso mesmo que eu preciso. Negócio fechado.” Ele riu e pegou em minha mão. “Vou tentar exercer esse pensamento hoje está bem?”

 

“Hoje é um ótimo dia para começar com isso!” Ele olhou no relógio. “VAMOS ALICE! ANDA LOGO JASPER!”

           

“Não esqueça que hoje pegamos Amber também.”

 

“Ahãm, não vou esquecer… Aliás, ela ligou pra contar como foi a aula com Jacob?”

 

“Sim! E parece que o infame não apareceu!”

 

“Eu falei! Eu te disse!”

 

“Ah Edward! São as escolhas dela… não podemos fazer nada quanto a isso… ela sabe que boa coisa ele não é. Não podemos pegar ela pelo braço e dizer: você vai ficar longe do Black…” Eu não queria mais falar em Jacob. “ALICEEEEEEE ANDA LOGO!”

 

“Estou descendo! Estou indo! Jasper já tá vindo!”

 

            “Cheguei, cheguei!” Ele apontou atrás dela assim que Allie terminou de falar.

 

“Ótimo… vamos andando, se não chegaremos à aula amanhã!” Edward me conduziu para a porta e logo já estávamos a caminho da escola.

 

Na Forks High School, era semana de feiras. Feira de arte, ciências, profissões… coisas assim.  Era um tédio na verdade, acho que a única que me serviria para alguma coisa era a de profissões. Não sabia que caminho seguiria… falando sério, eu não tinha nem idéia do que eu faria da vida.

 

Eu tinha uma sensação, que tudo estava calmo demais. Olhava para as árvores elas nem pareciam se mover, nem uma folha sequer. Os carros, que já eram lentos em Forks, estavam mais lentos ainda. As pessoas estavam tão distantes, dispersas. A única coisa que parecia estar totalmente fora de controle era meu coração. Apertado, naquela manhã o sentia mais ainda.

 

Quando tudo está muito tranqüilo… desconfie. É a calmaria que precede o temporal.

 

Joshua sempre me dissera isso. Mas eu tinha que pensar que não seria assim. Coisas boas estavam por vir. Eu precisava pensar assim. Não estava sendo muito eficiente nesta tarefa. No entanto, eu ainda tentaria. Pegamos Amber como combinado e ela não tinha cara de muitos amigos.

 

“Não falem nada. Não perguntem. A hora que eu estiver preparada eu irei falar sobre ontem. Obrigada.” Ela falou enquanto entrava no carro. Ela devia ter passado horas na biblioteca esperando Black. Eu também esperaria. Mas ele não estava nem ai pra qualquer coisa. O ser não entendia que aquilo não era mais uma brincadeirinha. Daqui um pouco chegaria à hora em que todos iriam para a faculdade… e ele? Será que Jacob não percebia que estava jogando suas oportunidades ralo a baixo?

 

“Sim senhorita.” Me limitei a responder. Todos nós a cumprimentamos e seguimos o caminho até a escola, que não demorou cinco minutos.

 

“Ah! Meninas, eu mandei revelar umas fotos! Pego hoje depois da escola!” Allie falava toda empolgadinha.

 

“Eba! Fotos! Eu amo fotos! Vou ganhar uma parte Alice?”

 

“Sim dona Amber! Você terá algumas pra você! Bella tem umas muito engraçadas de você e Emm, e uma da Amber com a boca cheia de pipoca no dia em que ela tirou aquela tortura da boca!!!”

 

“Ah meu Deus! Eu até imagino… é de bundinha?”

 

“Uhum… de bundinha!”

 

“É Edward… eu disse que um dia eu te matava… se prepare para a dor!” Ele riu. Eu me referia ao fato de ter sido ele quem me obrigara a tirar as fotos, não que eu não tivesse me divertido horrores, mas ver as fotos reveladas seria o auge da humilhação.

 

Todos os alunos estavam pelos corredores, andando e conversando, tudo muito normal. Normal demais para o meu gosto. Fomos falando bobagens até o ginásio onde aconteciam as feiras. Hoje era dia de Artes, alguns alunos tinham estandes montados, com algumas exposições de desenhos, livros, coisas do gênero. Para mim, a feira de artes era mais uma forma de se expressar, nada era muito regrado, tinha desenho, música, literatura… vídeo game! A que me interessava seria no dia seguinte. Seria bom ter alguma noção das coisas que eu poderia seguir.

 

Lauren, aquela garota idiota do salão de beleza – que certa vez me chamou de Isabelle – passou por mim com uma cara de debochada me entregando um panfleto. Dei uma olhada rápida.

 

“Ótimo. O casal psicopata tem uma barraquinha.” Disse sem animo algum passando o papel cor de rosa adiante, o primeiro a pegar foi Edward.

 

“Só fico me perguntando sobre o que eles vão falar… a arte de incomodar… a arte de ser idiota… como ser um completo infame em 30 dias… ou melhor, vamos chegar lá e dar de cara com um anúncio DEIXE AQUI SUA FOTO, FAREMOS DELA UMA OBRA DE ARTE COM BIGODES.”

 

“Isso seria bem típico deles mesmo…” Amber falou fazendo uma careta.

 

“Eu não vou chegar nem perto daqueles dois… quem quiser ir que vá.” Eu fiquei muito mais tensa do que já estava. Alguma coisa estava errada. Olhei para os lados e notei que tinha diversas pessoas distribuindo o mesmo papel que eu pegara.

 

“É, mas eles pelo visto estão fazendo sucesso… olha lá.” Jazz apontou para a barraca dos dois com a cabeça. De fato era a mais movimentada no ginásio.

 

“Eu vou lá espiar, só pra ver qual é o assunto deles!” Alice tinha uma cara de safada misturada com um ar de quem pede permissão.

 

“Ah! Nanica… nem perca seu tempo… acho que é só coisa inútil.” Edward não estava nem ligando. Eu também queria não estar, porém estava doida de curiosidade para saber o que os dois tinham armado.

 

“Eu vou sim. Não tenho nada para ver por aqui… Vamos Jazzudo.” Ela o agarrou pelo punho e o arrastou dali. Nós fomos até uma arquibancada e nos sentamos.

 

“E então Amber… já sabe o que vai fazer com relação às aulas?” Edward perguntou.

 

“Ediota! Ela disse que quando quisesse falar, falaria!” O repreendi. Cada um em seu tempo.

 

“Tudo bem Bells, eu ia tocar nesse assunto agora mesmo… eu ainda não sei bem o que vou fazer. Acho que vou tentar mais uma vez… talvez seja perda de tempo como Edward disse, mas eu não posso desistir… E além do mais, acho que posso descobrir se seu diário está mesmo como ele!”

 

“Amber… você não precisa fazer nada com relação a isso, não precisa mesmo. Eu fico grata, mas não é com você… não precisa dessas pessoas enchendo mais a sua cabeça.”

 

“Eu não ligo para o que eles fazem. São tão idiotas que se eu me importasse seria tanto quanto eles.”

 

“É um bom modo de pensar guria.”

 

“Concordo Edward. Amm você está certa… no entanto, te repito, não precisa fazer nada ok?”

 

“Ok. Mas ainda assim vou fazer algo a respeito.”

 

“Vocês são incríveis sabiam? Nunca pensei que Forks poderia ser tão bom…”

 

“Ohn!” Ela e Edward me abraçaram juntos rindo.

 

“Abraço comunitário! Amo isso! Cadê a Alice e o Jazz para fazer isso também?” Eles soltaram-me do abraço gostoso que estava recebendo.

 

“Ahm… não sei deles…” O Ediota deu uma olhada ao redor, procurando. “Nãnãnãnã, não está certo. Lá vem a baixinha… algo aconteceu.” Ele apontou para Alice que arrastava Jasper com uma cara de dar medo. Para a fazerem ficar daquele jeito algo tinha acontecido. E era grave.

 

Eu podia sentir. Os ventos da tempestade começavam a soprar.

 

Alice corria desesperada pelo ginásio olhando por todos os lados até nos encontrar e seguir em nossa direção.

 

“BELLA! EDWARD! VEM AMBER! VOCÊS PRECISAM VER ISSO!”

 

“Ver o que Allie?”

 

“Bella você, mais do que todos, precisa ver isso… dessa vez eles foram longe demais!” Ela agarrou meu braço e puxou meu corpo com força. Corremos naquele ginásio ela me fazia bater em algumas pessoas e perder o equilíbrio até chegar a tal barraquinha do casal psicopata.

 

Tinha muita gente ali, alguns riam compulsivamente. Aquilo apertou meu coração. Alice abria caminho a nossa frente por entre as pessoas. Olhei para trás e vi Edward, Amber e Jazz vindo atrás. Jasper gesticulava com as mãos tipo louco. Algo muito grave estava acontecendo naquele espaço. Senti o baque de meu corpo se chocando com o de Allie.

 

“Olhe Bella…” Ela sussurrou deixando meu caminho livre para poder ver o que estava acontecendo a minha volta. Demorei algum tempo até assimilar aquele surrealismo diante de meus olhos.

 

Era a minha vida exposta. Meus sentimentos, minhas fotos, minhas dores, minhas alegrias, minha família, meu Joshua. Era meu diário.

 

“Ora, ora, ora… vejam quem temos aqui! Isabella Marie Swan.” A voz debochada de Jane me trouxe a realidade. Podia sentir a pressão de minhas veias em meus pulsos, meu coração estava preso na garganta. Eu me sentia invadida, ultrajada, ia além da humilhação. Eles estavam mostrando a minha vida para a escola através de slides com imagens digitalizadas de meu diário, eu reconhecia minha letra e alguns desenhos que havia feito nas bordas das páginas.

 

“Chegou bem na hora da melhor parte… Oh! Olá Edward!” No mesmo instante senti suas mãos protetoras em meus ombros.

 

“Agüente firme. Por favor. Eu estou aqui com você. Vamos embora…” Ele murmurou para mim.

 

“Bella, você não está sozinha.” Allie anunciou do lado oposto de Edward.

 

“Não.” Foi a única palavra que consegui esboçar por entre os dentes. Não, eu não fugiria. Não, eu não seria fraca na frente deles. Não, eu não choraria. Não, eu não deixaria aquilo barato.

 

“Vocês estão prontos? Jacob?” Jane o ordenou e eu vi o garoto sorrindo ironicamente para mim e ligando o botão de um amplificador. Ela segurava um microfone na mão. Eu assistiria a seu espetáculo sobre mim de camarote. Ainda não conseguia reagir a nada daquilo.

 

“Segure em minha mão Edward.” Eu precisava de força, porque em meu íntimo, eu sabia exatamente o que viria a seguir. Imediatamente ele atendeu ao meu pedido envolvendo minha mão direita com a sua. Senti Alice pegar na outra. Jasper e Amber estavam atrás de mim. Ela tinha seus dedos depositados em meu braço e Jazz alisava calmamente meus cabelos. Naquele instante eles eram minha força e meu ar.

 

“Bom caros amigos… hoje vou lhes apresentar a vida da nossa queridinha, ou nem tanto, Isabella Marie Swan.” A vaca loira começou a discursar olhando para mim, andava de um lado para outro saboreando as palavras antes de proferi-las. “Ela é um mistério, mas EU consegui em primeira mão muitas coisas sobre ela. Aliás, me deixem esclarecer que todas essas informações são de uma fonte completamente segura… não é queridinha? Foi a Bellinha mesmo quem escreveu gente!” Ela piscou para mim. Eu tive o impulso de voar no pescoço dela. Todas as mãos que estavam me tocando me seguraram no lugar em que estava.

 

“Vejamos… Angela Werner.”

 

“Eu não acredito…” Tive que respirar fundo para não chorar. Angela tinha sido a única pessoa que chegara mais perto de ser minha amiga em New Orleans.

 

22 de Fevereiro de 2007… Angela Werner partiu. Ela foi embora, sem eu ter chances de dar tchau. Era a única pessoa além de Joshua que consigo conversar. E existem coisas que só uma garota entende… como, por exemplo, o fato de eu querer desesperadamente beijar ele. Ela vai me fazer sentir saudades. É difícil ser eu mesma. Todas essas pessoas me olhando e me julgando. Por que é tão difícil ser amada?” Ela fez uma breve pausa. “Ora, mas quem é ele que ela quer tanto beijar? Será que é esse Joshua? E você devia ser muito chatinha, até para sua única amiga ir embora sem se despedir.”

 

“MEU DEUS! BELLA?” Alice tentou me alertar. Eu não movi um músculo. Só me concentrando nela. Em seus gestos, suas atitudes. Isso não ficaria assim.

 

“Acho que você não se importa de eu continuar não é… Monstrenga?”

 

“VOCÊ NÃO TEM O DIREITO JANE!” Edward se alterou.

 

“Se acalme Edward.” Ele ficou quieto, porém tremia irritantemente ao meu lado.

 

“Continuando, próximo slide Jake…” Ele mudou. “17 de Julho de 2007… Mike Newton…

 

“Ah merda.” Comecei a tremer com o nome. Não havia pessoa tão repugnante como ele. Isso foi antes de eu conhecer ela.

 

Não acreditei que ele iria me beijar. Eu fiquei naquela festa idiota para aquele momento. Eu era tão apaixonada por ele. Mas eu fui tola. No momento em que ele chegou perto de mim naquela bancada, sinto um forte jato de um líquido totalmente gelado batendo contra minha cara. Imbecil. Era cerveja. Todos ao redor começaram a rir. Para completar minha infelicidade Jéssica Stanley tirava muitas fotos. Eu saí correndo dali e para me ajudar mais ainda acabei caindo de cara no chão. Minha vida é uma completa merda… Para mim só restou correr para o único que me amava incondicionalmente: Josh. E se depender de mim Isabella, vai ficar pior.”

 

“Bella… que história é…” Alice ia me perguntar.

 

“Depois… Jane continue. Eu estou TÃO interessada na MINHA vida.”

  

Evanescence – Going Under

http://www.youtube.com/watch?v=UZjf9C6atT4

 

“Ah… sim, sim. Chegamos em uma das minhas partes P R E F E R I D A S… 16 de setembro de 2007… Joshua vai partir. Eles conseguiram. Vão afastá-lo de mim. Só espero que um dia ele volte… eu amo tanto ele, que só de pensar que estão o tirando de perto de mim, meu corpo todo treme de dor… 22 de dezembro de 2007, hoje eu recebi a notícia que meu Joshua não vai mais voltar. Isso dói tanto. É difícil até de pensar. Como ele pode me abandonar? Me deixar aqui sozinha e sem seu carinho e amor? Como eu vou conseguir respirar depois disso? Deus porque ele? EU O AMO TANTO… PORQUE ELE NÃO BATE EM  MINHA PORTA E ME ABRAÇA? Meu Deus! Mas esse Joshua devia ser muito bom mesmo não é queridinha? Edward ela já te contou que esse papinho dela de nunca ter beijado antes de você é mentira? Sim porque com um amor desse tamanho!”

 

As pessoas riam, murmuravam coisas sobre mim, sobre Edward e a família dele. Não era apenas eu ali. Tudo que me envolvia agora os envolvia. Era perturbador ouvir os burburinhos e ficar quieta. Estava juntando toda a raiva que me invadia para descontar em uma única pessoa. A cada vez que ela proferia o nome de meu irmão, era uma faca que afundava em meu peito. Aquela dor aguda que eu conhecia melhor que ninguém me fazia querer gritar. Mas eu não conseguia.

 

“Garota você é completamente burra! Você não lê direito? Ele é…” Amber falava com raiva diante da minha passividade.

 

“Não Amber. Deixe-a pensar.” Edward parecia tirar as palavras de minha boca.

 

“Te sossega ai ruivinha esquisitona que isso não é com você… Ah, e pela cara de Edward, ele não sabia! Seu otário. Sabe que ela te chama de Ediota?” Ela riu. Olhei para Edward que bufava de incredulidade. “Ahhh chegamos a melhor parte… Eu vou adiantar. Deixo claro que vou abreviar. Chega ser entediante… Atenção todos: nesse aqui não tem data, só o ano, 2009… faz tão pouco tempo.” Ah meu Deus, ela não iria fazer isso! Senti minhas pernas falharem. O Ediota me segurou.

 

Pai e Renée me desculpem... Mas eu vou morrer. Quando lerem isso eu não estarei mais respirando. Estarei morta. Morta por minha própria vontade. Pessoas, vocês pegaram isso? ISABELLA SWAN É UMA SUICIDA. E o pior: UMA SUICIDA FRACASSADA QUE TENTOU TIRAR A PRÓPRIA VIDA POR AMOR A UM GAROTO QUALQUER QUE AGORA DEVE ESTAR COM UMA GAROTA APROVEITANDO A VIDA BEM LONGE DE VOCÊ SUA LESADA!” Os cochichos silenciaram-se. Jane me encarava com olhar de fúria. Alguns minutos se passaram. Ela não sabia o que estava fazendo. Falar de mim tudo bem, eu podia me defender. Mas falar de Joshua sem nem ao menos saber quem ele era isso eu não admitiria.

 

Eu lutava para não chorar. Tudo o que eu mais queria era dar o troco. Fazer a mesma coisa que ela estava fazendo comigo. Mas eu não seria baixa a esse ponto. Estava presa naquele momento dentro de mim, buscando a força necessária para fazer alguma coisa. Todos ficaram esperando a minha reação, até alguém começar a sussurrar novamente. Quando eu tomei coragem para falar, dei um passo em sua direção. Ela se meteu em meu caminho. Essa seria a última vez que ela se meteria em minha vida.

 

“Você é tão patética que chego a ter pena de você Isabella. Sua vida é uma merda mesmo. Você não merece Edward. Depois disso você acha que ele ainda será seu?” Ela disse a centímetros de meu ouvido.

 

“Isso é sobre Edward?” Falei tão baixo que mal conseguia me ouvir. A louca concordou com a cabeça, isso pareceu romper algo em mim. “Meu bem, você é tão, tão pequena.” Sussurrei no mesmo tom de nojo que ela usava para mim.

 

“Vocês estão muito interessados em minha vida! Não sabia que eu era tão importante aqui!” Eu falava alto. Dispensava o microfone. “Vou eu mesma contar… vocês não precisavam dessa garota inútil e sem nenhuma moral para lhes falar. Por que não me perguntaram? Ela é tão burra que não teve a capacidade de ler a minha vida direito antes de fazer esse showzinho barato e ridículo. Aliás… Jane queridinha, você É uma ridícula. Vou começar de acordo com os fatos que nossa amadinha passou pra vocês. Vou resumir porque, de fato, minha vida é estupidamente interessante… Não sei como vocês viveram tanto tempo sem mim!” Olhei para as pessoas ao redor que me olhavam boquiabertas.

 

“Primeiro: Angela Werner… ela era sim minha amiga e ela partiu sem dar tchau por que seus pais morreram em um acidente e ela foi morar com a avó na Virginia. Mike Newton e Jessica Stanley, esses dois são completos sem moral, exatamente como você e Black são. Tão baixos e tão infelizes que chega a dar pena. Pena mesmo. Dor por ver pessoas tão sem espírito. Quanto a eu ser uma suicida, isso é verdade. Não nego e não tenho problemas com isso. Agradeço a meu pai por ter me salvo naquela noite.” Algumas lágrimas começaram a correr por meu rosto. Meu coração estava totalmente rasgado ao meio e exposto ao sol, só esperando pelos urubus para ele ser devorado, porém eu gritaria para os animais ouvirem, e ouvirem bem.

 

“Ediota?” Eu o chamei e ele se colocou ao meu lado e secou minhas lágrimas. “Jane… é claro que ele sabe que eu chamo ele de Ediota. Afinal ele é MEU namorado, não seu. Ele não se importa! Assim como eu não me importo!”

 

“Ei Jane” Edward chamou ela que estava de braços cruzados olhando sarcasticamente para minha cara que devia ser de derrotada. “Eu prefiro ser chamado de Ediota por Bella, do que ser chamado de amorzinho por você.” Podemos ouvir alguns alunos rirem da cara dela. Sua máscara de indiferença começou a desmoronar.

 

“Agora me deixem esclarecer mais uma coisinha sobre mim: FALE DE MIM, PODE FALAR O QUE VOCÊ QUISER… MAS QUANTO A JOSHUA, QUE VOCÊ SE REFERE COMO UM GAROTO QUALQUER, NÃO OUSE FALAR UMA PALAVRA SEQUER! POR QUE VOCÊ NÃO TEM IDÉIA DE QUEM ELE SEJA E DE COMO ELE É IMPORTANTE. E SIM EU O AMO. O AMO MAIS QUE EDWARD, MAIS QUE QUALQUER OUTRA PESSOA NO MUNDO, EU O AMO E NUNCA DEIXAREI DE AMAR! E ELE NÃO ESTÁ POR AI VIVENDO A SUA VIDA…” Eu chorava ao falar de meu irmão. Como eu queria que ele estivesse ali, para me ajudar e me apoiar. Lembrei do sonho e meu coração ficou feliz no momento em que relembrei suas palavras. Ele sempre estaria comigo.

 

“JOSHUA JANE… JOSH É MEU IRMÃO. E VOCÊ QUER SABRE ONDE ELE ESTÁ AGORA?”

 

“Quero. Todos querem.”

 

“ELE ESTÁ MORTO! MORTO! A SETE PALMOS EMBAIXO DA TERRA! ELE MORREU NA GUERRA!” Vi sua face ficar torturada. Poderia dizer que ela talvez estivesse até sentindo culpa, mas eu, eu não teria pena dela. Ela não teve pena de mim.

 

“VOCÊ NÃO LEU ISSO? VOCÊ NÃO ENTENDEU ISSO? VOCÊ NÃO FOI ESPERTA O SUFICIENTE PARA SE DAR AO TRABALHO DE LER FOLHA POR FOLHA DO MEU DIÁRIO ROUBADO PRA FAZER ESSA PALHAÇADA?” Falava como se eu estivesse perplexa com aquela situação. Eu poderia esperar isso dela, só esperava que ela fosse um pouco mais esperta. Continuei.

 

“NÃO, VOCÊ NÃO FOI ESPERTA, NÃO LEU, NÃO ENTENDEU ISSO! EU NÃO ACREDITO COMO ALGUÉM PODE SER TÃO BAIXA E BURRA COMO VOCÊ! SE QUER EXPOR ALGUÉM EXPONHA DIREITO! POR QUE É ISSO QUE EU VOU FAZER COM VOCÊ A PARTIR DE HOJE. NUNCA FUI VINGATIVA. NUNCA DESEJEI O MAL DE NINGUÉM, MAS VOCÊ JANE, INVADIU A MINHA VIDA, ROUBOU MINHAS MEMÓRIAS, EXPÔS MEUS SEGREDOS, DEBOCHOU DA CARA DE MEUS AMIGOS, INSINUOU QUE EU MINTO PARA OS QUE EU AMO… VOCÊ FEZ COISAS QUE VÃO ALÉM DA HUMILHAÇÃO. EU NÃO TENHO UMA PALAVRA PARA DEFINIR ISSO… VOCÊ USOU O NOME DO MEU IRMÃO… SEM NEM AO MENOS SABER QUEM ELE É! VOCÊ É LOUCA. BEM COMO OS MÉDICOS JÁ ATESTARAM.” Mordi meus lábios de raiva. A única coisa que se ouvia ali era a música mal sintonizada da rádio escolar. Encurtei a distância entre nós duas com passos calmos e secando o choro em minha face com as mãos.

 

“Devolva meu diário.” Eu lhe ordenei, olhando bem em seus olhos.

 

“Não.”

 

“Ok… eu vou correr atrás de você até o inferno se for preciso. Não me importa onde você esteja eu vou estar lá. Você me marcou hoje. Você tomou uma atitude indigna. E aqui se faz aqui se paga Jane. Eu me certificarei que você pague por essa humilhação…”

 

“Isso é uma ameaça Monstrenga?”

 

“Não. Isso é um aviso. E nunca mais me chame de Monstrenga, você não é ninguém para poder me chamar assim.” Eu estava tão perto da cara dela que tinha vontade de cuspir. Ela me empurrou com violência me fazendo cair.

 

“Você sempre vai ser a mesma otária de sempre Isabella.” Edward me deu apoio para poder levantar-me.

 

            “Você não devia ter feito isso Jane.” Lhe falei com uma cara falsa de mágoa.

 

            “Hãm… e por que não?”

 

            “Por que para cada ação, existe uma reação.” Declarei humildemente e com uma satisfação enorme em meu coração, juntei todas as forças em meu corpo, busquei no último fio de cabelo existente em mim orgulho para sair de cabeça erguida de dentro daquele ginásio, desvencilhei minha mão da de Edward e dei uma bofetada na cara de Jane. Um tapa ardido e sonoro. Minha mão pegou fogo assim que deixei seu rosto, ficando logo em seguida amortecida pela força do impacto contra a pele branca da cadela a minha frente.

 

            “Agora estamos as duas marcadas, mas a minha eu posso esconder. A sua vai inchar.”

 

            E passei por todas as pessoas que esbarrei anteriormente com minha cabeça levantada. Eles abriam caminho para mim. Não queria saber o que eles estavam pensando de mim. Só queria ir embora. Só queria minha casa. Só queria respirar e dizer: estou em paz.

 

            (***)

 

            Todos estavam na sala. Esme e Carlisle piraram, queriam ir ao colégio falar com a diretoria, eu precisei lhes implorar para tirar essa idéia da cabeça. Aquilo já tinha sido o suficiente. Emmet nunca pediu tanta desculpa em um dia só. Eu só sentia por ela ter tocado na pior de minhas feridas, naquela que nunca secaria, nunca ficaria bem. Joshua era a pessoa mais amável que existiu. Nunca houve tempo ruim com ele. Em todo momento de dor que eu tinha ele sempre estava me apoiando, me amando incondicionalmente.

 

            Fui para meu quarto e Edward entendeu quando eu pedi algumas horas sozinha. Eu só queria entender os motivos de Jane. Edward? Provavelmente era isso. Mas ela achou que essa estupidez nos separaria? Isso não era algo que seria possível. Só conseguia imaginar formas de acabar com ela. Eu me conhecia. A cada segundo que eu passava com aquela calma forçada, mais irritada e irada eu ficaria.

 

            Passei algum tempo duelando com a dor que estava dentro de meu peito e com a cólera que sentia daquela garota. Eu queria meu diário de volta. Eu queria que ela implorasse desculpas. Eu queria gritar e por pra fora todas aquelas palavras que ainda estavam presas na minha garganta. Não eram para Jane, eu não iria gastar minha saliva com ela, não por enquanto. Eu me sentia presa demais dentro daquela casa e a constante sensação de estar presa em mim me atormentava. Era uma agonia sem fim.

 

Será que seria sempre assim?

 

Quando eu começava a achar motivos para seguir com minha vida de uma maneira um tanto quanto feliz, sempre aparecia algo que se colocava em meu caminho e me empurrava direto para o fundo. Sem Edward ao meu redor era fácil ser dominada pela depressão. E eu que achava que não era mais tão depressiva… eu era muito fraca, fraca e egoísta. Eu exigia, involuntariamente, a atenção de todos só para mim. Chorei por um bom tempo. Até minha mente clarear o suficiente para eu começar a tomar algumas decisões, como por exemplo, ir me animar um pouco com Edward.

  

Colbie Caillat – Stay With Me

http://www.youtube.com/watch?v=WsuYTnetvxM

 

Bati na porta de seu quarto e esperei ele vir abrir para mim.

 

“Bella, por que você não entrou?”

 

“Não sei, acho que queria sentir aquela sensação boa de quando eu vejo você surgir na minha frente.”

 

“Eu também sinto isso” Ele sussurrou com os olhos apertados. “Mas não saia por ai contando!”

 

“Ok!” Eu sorri para ele.

 

“Você estava chorando, não?”

 

“Muito.” Meus olhos já se umedeceram mais uma vez.

 

“Não amor…” Ele me trouxe em seu abraço. “Vem, entra. Fica comigo essa noite.”

 

Era tão bom ficar com ele e conversar por horas até cair no sono. Edward tinha uma música tocando calma ao fundo. Sempre seu quarto me acolhia da melhor maneira possível, inclusive o sofá de couro que me fez dormir em seus braços na minha primeira noite em Forks, nos sentamos ali. Eu me coloquei entre suas pernas e com as costas em seu peito. Ele me envolveu com seus braços e puxou uma manta nos cobrindo.

 

“Eu tento tanto… mas eu te devo desculpas.” Anunciei assim que nos acomodamos.

 

            “E pelo o que? Você é a única pessoa que não tem que se descul…”

 

            “Edward eu devo desculpas SIM.” O interrompi.

 

            “Então estou lhe ouvindo.”

 

            “Por não te amar tanto quanto Joshua. Por não conseguir ficar 100% feliz como você merece. Por ser egoísta o suficiente de não perguntar como você se sente em relação às coisas. Por, às vezes querer fugir da minha vida, mesmo com tanta gente ao meu redor tentando me fazer feliz. Por ignorar o fato de que você está ao meu lado e eu sou tão distante de você, mesmo o amando tanto… Me desculpa por todas as vezes que eu chorei e que eu gritei e que eu fiz drama por nada. Você está sempre me mostrando os melhores caminhos e eu na maioria ignorando suas sugestões. Me desculpa?”

 

            “Bella… de onde você tirou tantos motivos para se culpar?”

 

            “De todas as minhas atitudes desde que cheguei aqui… Edward eu nem ao menos sei o porquê você tem quase 19 anos e ainda está no ensino médio? Nunca lhe perguntei! Você sabe quase tudo sobre mim. Sempre me pergunta e eu nunca o questiono… Ediota parece que eu não me interesso por você…”

 

            “Mas eu sei que você se interessa. Você sabe muito mais sobre mim do que muita gente. Você me lê com os olhos, eu não preciso te contar. Você me conhece. Quanto você amar Joshua mais do que a mim… Bella você é meio absurda! Nunca iria comparar isso! Ele é seu irmão, eu sou seu namorado, não tem por que disso. Mas se você quer saber eu vou responder sempre que perguntar. E quanto ao fato de eu ter 19 e ainda estar no ensino médio, é porque eu e Jasper ficamos um ano longe das escolas quando nossa mãe nos abandonou… foi por isso.”

 

            “Incomoda você falar disso?”

 

            “Não, por que isso faz muito tempo Bella.”

 

            “Uhm… mas então você me desculpa?”

 

            “Monstrenga porque disso tudo?”

 

            “Eu não sei… Só sei que depois de hoje, eu tenho a impressão que estou amarrada a alguma coisa. Algo me prende pelos pés e me faz sempre ficar no fundo. Nunca me deixa emergir dessa dor Edward.”

 

            “Também acho isso. Mas não é minha relação com você que te causa isso. Você sabe o que é. Bem no fundo de seu coração você sabe o que é que te faz sentir isso. E Bella… está na hora de dar um basta nisso.” Eu suspirei.

 

            “Você está certo. Eu sei onde está o motivo da dor e eu vou dar um fim em tudo isso. Te prometo. E é por isso que eu te amo.”

 

            “Por que você me ama Monstrenga?” Me virei para olhar ele.

 

            “Por que você me faz acreditar.” Ele não disse mais nada apenas me chamou em um de seus beijos mais deliciosos.

 

            Na manhã seguinte fomos para a escola, mas não havia clima para ficar lá. Eu me sentia mal demais, tensa demais. Eu sabia o que tinha que fazer, só bastava falar com Edward sobre isso. Fomos embora meia hora depois de chegarmos.

 

 

            Narração: Amber Moore.

 

            Era a segunda vez. Segunda e última vez que Jacob Black me daria o bolo naquelas aulas. Já fazia 30 minutos que estava o esperando e, sinceramente, acho que ganharia mais se ficasse a tarde inteira sem fazer nada com Teressa no colo.

 

            Eu já reunia meus livros, mal humorada, quando vejo Jake Black entrando na biblioteca. Ele me avistou e sentou-se na mesma mesa em que eu estava e nem sequer me cumprimentou, somente se jogou naquela cadeira e fechou a cara.

 

            Olhei-lhe por alguns segundos, indignada com aquela atitude mesquinha dele. Respirei e retomei minha tarefa de juntar meus livros e ir embora dali. Estava mais que furiosa. Era uma ira enorme dentro de mim. Como podia ser tão ridículo? Peguei minhas coisas e tentei sair dali pisando firme e irritada. Mas foi impossível. Um aperto férreo em meu pulso me fez permanecer um passo à frente de Black.

 

            “Você fica.” Ele tentou mandar em mim.

 

            “Não mesmo. Quem você pensa que é?” Voltei um passo para olhar na sua cara.

 

            “Às vezes o melhor homem do mundo, mas na maioria um verdadeiro idiota.”

 

            “Que bom que você está ciente do que é.”

 

            “O que? O melhor homem do mundo?”

 

            “Não… um verdadeiro idiota. Olhe, eu vejo que você não está interessado nessa história de aulas, então vá embora, não faça perder meu tempo.”

 

            “Nossa garota! É irmã da Swan? Tem a língua afiada igual…”

 

            “Não, eu não sou irmã dela. Sou amiga. Irmão mesmo só aquele que você expôs como um garoto qualquer. E quer saber? Eu não tenho paciência para você. Ontem você não veio. Hoje chega atrasado. Não quero ficar perto de você. Passe bem.” Tentei sair mais uma vez e, novamente, ele me segurou.

 

            “Fica aqui ruivinha.”

 

            “EU. TENHO. NOME.” Disse raivosa. “E me solta!” Ele largou meu punho.

 

            “Ok. Ok. Amber fica aqui.”

 

            “Me dê apenas um bom motivo.”

 

            “Eu preciso dessas aulas. E você é minha única esperança de ser aprovado esse ano.”

 

            “Está certo…” Pensei por um segundo. Enquanto me sentava de maneira indiferente a ele, e tentando ser indiferente. “Escute, eu vou fazer isso direito, então colabore ok?”

 

            “Vou tentar.”

 

            “Não. Você não vai tentar. Você vai colaborar. Me compreendeu?” Ele mexeu a cabeça concordando. “Perfeito. Agora vamos começar pelo principio, página 33.”

 

            Ele obedeceu a todas as coisas que eu o mandava fazer. Era meio difícil fazer ele se concentrar, sempre se distraia com o maldito celular, até o momento que arranquei de sua mão, olhei no visor e identifiquei que era a maluca da namorada dele.

 

            “Jane não vai conseguir falar com você enquanto estiver comigo.”

 

            “Ah qual é?”

 

            “Qual é que isso aqui é uma aula e você PRECISA de mim… o que é melhor? Passar de ano ou atender a uma chamada de sua namoradinha fútil?” Ele me fuzilou com os olhos e se dedicou mais uma vez a leitura.

 

            Comecei a ficar inquieta. Eu queria entender o porquê da atitude patética dos dois um dia antes.

 

            “Jacob?” Ele me fitou com seus olhos negros profundos. “Acabou?”

 

            “Sim. A aula também?”

 

            “Quase. Eu preciso saber de uma coisa.”

 

            “É eu sei que você quer saber. Pergunte.”

 

            “Por que vocês fizeram aquilo com Bella ontem? Sabe ela realmente não merece isso.”

 

            “Eu estava esperando por isso.”

 

            “E então?”

 

            “Acho que vou me arrepender de falar isso para você, mas Amber… eu não queria ter feito aquilo.”

 

            “Então porque fez?”

 

 

Narração: Bella Swan.

 

            “Edward, eu posso entrar?” Ele estava tomando banho e mesmo tendo o visto um milhão de vezes nu, achei que seria bom perguntar.

 

            “Se você não se importar…”

 

            “Bobo… estou entrando.” Ele sorria para mim quando fechei a porta sem me virar para trás. Eu não cansava de vê-lo. Lindo, lindo, lindo. Eu ficava sempre meio boba quando ele ficava sem roupas em minha frente. Sempre maravilhoso e sempre tão convidativo. Sentei-me na bancada da pia.

 

            “Não deixe Esme te pegar aqui comigo assim… acho que ela nos mataria!”

 

            “Sem dúvidas, porém estamos livres de perigo. Ela saiu com Alice e Jazz.” Ele enxugava os cabelos sorrindo. Contente como todos os outros dias. Ele tinha isso consigo, nunca ficava sério por muito tempo, não existiam muitas adversidades que conseguissem tirar os sorrisos tortos e sinceros de sua face.

            “Uhm… Quer aproveitar e vir aqui comigo?”

 

            “Tentador, mas não. Vamos deixar isso para daqui um pouco.”

 

            “Daqui um pouco? Ah… Eu quero agora…” Ele disse colocando a cara para fora do Box e piscando para mim.

 

            “Oh. Meu. Deus! Você ainda me mata! Mas sim, daqui um pouquinho. Eu quero ir a um lugar Edward. Você não vai se arrepender de esperar.” Ergui uma sobrancelha para ele, totalmente fora de mim. Eu precisava daquele homem.

 

            “Ah! Se não vou me arrepender… Aonde você quer ir?”

 

            “Cabana.”

 

            “Entendi… Então nós iremos. Me dá dez minutos?”

 

            “Quanto tempo quiser, você não vai fugir de mim.”

 

            “Não mesmo.” Disse desligando o chuveiro e agarrando a toalha para se secar. Passou pelos cabelos, pescoço, ombros, por seu abdômen definido. Eu estava hiper ventilando com a cena.

 

            “Ok Edward, me dê aqui essa toalha… eu faço o serviço.” Disse estendendo a mão para ele que riu alto. Eu queria provocá-lo.

 

            “Você quer me secar?”

 

            “Não. Na verdade eu só quero abusar de seu corpo.” Disse mordendo o lábio. Safada? Sim, mas mesmo assim senti o rubor preencher meu rosto.

 

            “Eu gosto da idéia” Ele me entregou a toalha e eu a puxei, só que o Ediota não a largou e veio em minha direção.

 

            “Uhm… muito bom. Aproximação.” Peguei a toalha e coloquei em cima de sua cabeça fazendo um capuz e o trouxe mais para perto, passando minhas pernas em volta de seu corpo quente. Cheguei junto à base de seu ouvido, deslizei meus lábios por sua mandíbula delicadamente e declarei.

 

“Sabe isso é um pouco injusto. Eu ainda tenho roupas e você não.”

 

            “Não é algo muito difícil de resolver.” Ele tinha as mãos na barra de minha blusa. Começou a subi-la.

 

            “Não mesmo. Só basta eu vestir você.” Sorri completamente irônica para ele que bufou.

 

            “Você é má.”

 

            “Sou. E a propósito, vamos demorar na cabana.” Ele entendeu bem o recado.

 

            Edward não demorou nem os dez minutos que tinha me pedido. Enquanto isso eu pegava alguma coisa para comermos e bebermos lá, na minha bolsa eu já tinha um lingerie resistente, por que tinha certeza que acabaríamos na cama e isso resulta em calcinhas rasgadas.

 

Eu estava quase pirando, há dois dias que não ficávamos juntos efetivamente. Um dia foi a dupla A – Alice e Amber – que me roubaram para uma noite de meninas, da qual Rose não participou porque estava mal humorada demais com Emmet. E no outro dia foi aquela história absurda do casal J & J querendo me derrubar e, de fato, derrubaram. Hoje eu não só queria estar com Edward. Eu precisava de Edward.

 

            “Emmet… se Esme perguntar por nós… diga que levei Bella para jantar e que provavelmente vamos demorar… só diga para ela não se preocupar ok?” Ele avisou quando saímos.

 

            “Seus dois safadinhos. Vão fazer coisinhas?” Ele fazia cara de menino maroto.

 

            “Sim vamos fazer coisinhas…” Disse revirando os olhos e corando rapidamente. “E você deveria também, Rosalie está impossível! Cuida dela Emmetidinho!” Emm parou de sorrir imediatamente.

 

            “Pô Bella… eu tento, mas acho que ela não me ama mais.”

 

            “Olha Emm, ela te ama… muito. Você só precisa deixar de ficar horas com o Black e gastar mais tempo com ela! Apenas isso! Agora me dá um beijo que eu quero ir.” Ele me deu um beijo carinhoso no rosto e agradeceu.

 

            “Suma da minha frente vocês dois! Vão ser safados lá longe!” Nós rimos.

           

            Na cabana tudo era calmo e em paz. Tudo que eu precisava para mim. Eu gostava muito daquele lugar. Sem dúvida era a cara de Edward, mas a minha também. A madeira rústica e trabalhada nas vigas e aberturas conferia ao nosso lugar um aspecto acolhedor e romântico. O teto baixo deixava o ambiente muito mais confortável e os – poucos – móveis claros que tinha ali contrastava com a cor escura que vinha de todos os lados, propiciando perfeito equilíbrio.

 

O único que não era calmo e em paz ali era o Ediota. Assim que passamos pela porta já me pegou em seus braços e me beijou com vontade. Eu também estava morrendo de vontade de ter ele inteirinho só para mim, porém não tinha o feito me levar até ali só para termos momentos infinitos de prazer. Eu tinha algo sério a dizer.

 

“Edward… pára…” Eu tentava entre os beijos. “Deixa… eu… uhm… falar!”

 

“Não! Eu não quero…” E ele continuava a beijar meus lábios. “Mas tudo bem. Diga.” Ele deixou meus lábios, no entanto, não facilitou em nada, pulou para meu pescoço.

 

“É sério Edward.”

 

“Eu estou te ouvindo.”

 

“Não. Você está tentando me fazer perder a linha de raciocínio.”

 

“Uhm… mas você é tão cheirosa e macia. Uma tentação.” Falou na base de meu ouvido no mesmo instante em que apertou minha bunda.

 

“Ok, vamos deixa isso pra… depois…” Me entreguei ao que eu não podia mais negar: meus desejos. Ele me levou para o quarto da cabana e nos deitou na cama. Com habilidade abriu os botões de minha camisa e tirou meu sutiã e jogou longe a roupa que o cobria. Sua boca foi diretamente para meus seios. Ele dava leves mordidinhas em meus mamilos rijos de excitação, acordando em mim algumas sensações elétricas por todo o meu corpo. Suas mãos passavam por minha pele nua, assim como as minhas se atritavam com seus músculos das costas por debaixo da camiseta. Agarrei-me a bainha da peça e a tirei por sua cabeça. Hoje ele era calmo em mim, suas caricias tranqüilas e arrastadas faziam-me arder em cobiça por ele.

 

Edward jogou meus braços para cima da cabeça e percorreu meu ventre, sugando-me em cada cantinho possível, suspirando contra a minha pele, arrepiando-me ao sussurrar o quanto me desejava. Seus lábios seguiam um caminho continuo e só pararam na altura de meu jeans. Ele me despiu por completo. Calça, calçados, meias, calcinha. Eu estava entregue a ele, sentindo cada lambidinha que dava contra minha pele. A cada movimento seu, eu ficava mais molhada. Ele mordeu minhas pernas e brincou comigo quando lambeu minhas virilhas e seguiu pra o meu sexo dando apenas uma sugada e logo voltando a beijar minha barriga. Isso me deixou completamente louca.

 

Coloquei-me em sua frente ficando de joelhos. Ele iria tirar sua calça.

 

“Deixa, eu faço isso.” E o empurrei pelo peito de volta para a cama. Minha vez de brincar. Apoiei minhas mãos em seus ombros, e minhas pernas uma cada lado de seu corpo. O beijei com vontade. Exigi espaço para invadir sua boca e encontrei sua língua a procura da minha. Éramos urgentes e não queríamos nos largar. Deslizei minha língua pelo céu de sua boca e dentes, correndo por seus lábios e os sugando delicadamente.

 

Ele me envolvia em seus braços, desci por seu pescoço o mordendo e o provocando da melhor forma possível. Ele pegou com força em minha cintura, quando me sentei bem em cima de seu pênis, ainda dentro do jeans. Senti toda sua ereção em mim. Soltei um pouco mais de meu peso sob ele que sorriu safado liberando um gemido baixo. Minhas mãos alisavam seu abdômen.

 

 

Bon Jovi – You Give Love a Bad Name.

http://www.youtube.com/watch?v=KrZHPOeOxQQ&feature=fvst

 

 

“Você gosta disso?” Me esfreguei mais uma vez.

 

“Uhm… Você nem imagina quanto.” Ele mordeu o lábio e sua feição era mais que perfeita. Olhos fechados. Sobrancelhas se unindo. Um sorriso sacana surgindo em seus lábios.

 

“Ah Edward…” Coloquei minhas mãos em sua calça e abri o botão com violência. “Você quer mais?” Mais uma vez o provoquei.

 

“Mais.” Nossa! Fazer aquilo nele era enlouquecedor, tanto para ele quanto para mim. Eu o notava crescendo embaixo de mim. Isso só aumentava a libido em mim.  Afastei nossos quadris, ele abriu os olhos. O tom de verde presente ali era absurdamente mais escuro, era pura excitação. Abri o zíper e empurrando o jeans até seus pés, os tirando junto com os sapatos e meias. Agora só tinha a cueca. Voltei para o lugar em que estava antes.

 

“Posso te torturar?” Sentada nele, agora apreciando muito mais o volume, eu desejava provocá-lo até o último instante.

 

“Você já está, uhm… fazendo isso.” Rocei-me mais uma vez nele. “Ahh Bella! Eu… uhm… Não vou agüentar… ahhh… com você assim.” Continuei dançando nele, só que com o corpo levemente inclinado para frente, conseguindo lhe lamber no peito, e fazendo o bico de meus seios rasparem brevemente e espaçadamente sua barriga. Trouxe uma de suas mãos para junto de meu sexo. Enquanto eu me esfregava nele, Edward me motivava com dedos habilidosos.

 

Sentia o pano fino de sua cueca totalmente molhado. Eu senti o ímpeto de me movimentar mais rápido. 

 

“Acho que… eu também… não… agüento.” Dizia entre as sugadas que dava por seu corpo. Ele segurou forte em minha cintura nos colando de forma abrupta, sentou-se rapidamente, me prendendo em um de seus braços e segurando minha cabeça rente a sua, seus dedos entrelaçaram-se em meus cabelos, olhando fixo em meus olhos. Nosso sexo sendo separado apenas pela malha fina que ainda o vestia.

 

“Dois dias é demais pro meu autocontrole Bella. Eu quero sentir cada cantinho dentro de você. Quero explorar você, entrar em você, te invadir, te fazer minha, mais minha mulher do que nunca. E quero agora!” Ele falou sério com a voz rouca e instigante. Nós arfávamos. As respirações estavam totalmente descompassadas.

 

Lambi com a ponta da língua seus lábios o atentando mais, ele fez o mesmo.

 

“Agora.” Ele repetiu, praticamente me ordenando. Eu não resisti, coloquei minha mão direita por entre minhas pernas e a enfiei dentro da cueca encharcada e peguei em seu membro ereto trazendo para fora. Edward me suspendeu pela cintura até eu encaixar bem direitinho seu pênis em mim. Nos olhávamos firmes enquanto eu deslizava por ele até senti-lo completando o vazio dentro de mim.

 

“AHHHH” Gememos juntos.

 

“Bom… Uhm… Muito bom.” Declarei quando comecei a me mover.

 

Não tive muito tempo de rebolar mais para ele, logo Edward rolou comigo pela cama, ficando por cima e fazendo seu papel de homem e estocando em mim com vontade. Fechei meus olhos por um instante sentindo ele em cada cantinho dentro de mim, assim como ele mesmo havia dito. Era tão boa aquela sensação de tê-lo por completo me penetrando com vigor. Estava mais colada do que nunca a ele. Suas investidas iam firmes em mim, me fazendo, por uma questão incontrolável, gemer alto.

 

A cada vez que ele forçava em mim, eu relaxava e me abria mais. Ele conseguia me despertar pequenos choques no fundo de minha barriga que me molhavam e me faziam latejar mais e mais. Ele continuou a me beijar enquanto rompia divinamente em mim. Eu segurava em seus cabelos e beijava cada pedacinho de seu rosto. Nunca de olhos fechados, sempre gravando cada expressão de prazer dele quando eu mexia meus quadris para sentir Edward cada vez mais fundo em mim.

 

Seus movimentos ritmados começaram a aumentar no exato momento em que pediria por mais.

 

“AHH… ISSO EDWA…RD… Vai!” Minha voz era alterada, mas não passava de sussurros. Eu estava tão envolvida naquele momento, sentia tanto prazer que a única coisa que conseguia me prender a realidade era a respiração pesada de Edward em meu pescoço.

 

“Uhm… mais não é… ah… Bella! Quer… ahn… isso?” E estocou bem fundo e forte. A sensação de seu membro tocando a entrada de meu útero foi algo muito, muito insano. Em uma reação gritei alto. Senti meu coração disparar em um ritmo completamente frenético, minha pele se arrepiar e os poucos choques que tinha no fundo de minha barriga se multiplicar. Foi uma sensação maravilhosa. E ele parou por um segundo me olhando, talvez analisando pelo fato de eu ter gritado.

 

“Não pare. Continue.” Disse sorrindo. Aquelas sensações continuavam em mim. A cada vez que ele penetrava em mim com ferocidade elas se multiplicavam. Enlacei minhas pernas em volta dele, parecia que as coisas estavam sumindo ao meu redor, me senti segura e queria que ele não parasse nunca de fazer sexo comigo naquela tarde.

 

“AHHH… NÃO PÁRA! MAIS… OHHH! EDWARD!”

 

“UHM… MEXE MAIS BELLA… MAIS AMOR… EU NÃO… OHH… PARO NÃO…” Meu coração ainda batia louco. Meus arrepios não cessavam e as descargas elétricas se espalharam por meu corpo. E os espasmos começaram.

 

“Bella! Ahhh Bella! Mais!” Eu nem sabia como meu corpo se movia. Eu só era guiada por ele. Aqueles efeitos em meu corpo eram como um grande orgasmo, ou diversos, um seguido do outro.

 

“Ah Edward… eu estou… Ahhh… mais…” Eu não ouvi mais nenhuma palavra. Só escutava seus sussurros de prazer em meu ouvido enquanto o sentia ainda me explorando. Parecia que estava flutuando. Notava que minha tara saia de dentro de mim, mas ainda pedia por mais, eu necessitava de mais. Eu só sentia Edward e eu, apenas nossos corpos e os toques. Era como se não existisse cérebro ou qualquer outra coisa que se conectasse ao meu corpo.

 

Senti algo explodindo dentro de mim, quente e líquido. Edward. E foi ele que me trouxe de volta a terra.

 

“Ei… Amor abra seus olhos e me responda…” Fiz o que ele pediu. Abri meus olhos para me deparar com os seus me fitando contente. “O que foi isso?”

 

“O que eu fiz?”

 

“Eu não sei… mas só sei que eu quero mais disso… foram um seguido do outro… Você não parava de… gozar!”

 

Um seguido do outro. Repeti as palavras mentalmente. Orgasmos, um seguido do outro. Orgasmos múltiplos. Tinha lido isso em algum lugar certa vez.

 

“Ah meu Deus! É você homem. Você é o paraíso.” Ele me questionou com os olhos. “Era lá onde eu estava.” Disse baixinho rindo para ele que me abraçou e me acomodei em seu peito.

 

“Você que é meu paraíso.” E ali ficamos em silêncio, como sempre fazíamos: apenas nos aproveitando nos acalmando. Eu ainda tinha disposição para mais. E sabia que ele também, por que começou a me beijar o pescoço e passar suas mãos por minhas pernas apertando minhas coxas.

           

“Edward… espera.” Usei um tom sério só pra ver se ele parava. “Eu preciso falar um coisa.” Não adiantou. “Dá pra você parar?” Ele mexeu a cabeça em um não. Cheguei a rir bem baixinho com a insistência dele. “É muito, muito, muito sério.” Ele parou.

 

            “Ok. Sou todo ouvido.”

 

            “Ediota.” Eu peguei em sua mão e o fiz olhar direto para mim. “É o seguinte. Eu tenho que te contar uma coisa.” Ele me olhava tão carinhoso e atencioso.

 

            “Eu quero ir a New Orleans. E amanhã.”

 

            “New Orleans? E você está pronta para isso? Sabe, quero dizer, você tem que ir, mas você está forte o suficiente depois de ontem?”

 

            “Não, eu não estou, mas você está… Eu quero que você vá junto.” Eu esperei por uma resposta que por alguns segundos não veio. Vi o choque passar por seu rosto. Não ansiava por isso. Achei que ele aceitaria sem titubear.  “E…?”

 

            “Bom Bella, se você precisa de mim eu irei.” Ainda não sentia firmeza em sua voz.

 

            “Ahãm. E você está pronto para contarmos a Charlie sobre nós?”

 

            “Sim, estou sim.” Ele não hesitou na resposta, ainda bem.

 

            “Ótimo… então agora vamos aproveitar um pouquinho mais? Charlie não é Carlisle, e você provavelmente vai ficar no quarto de hóspedes.” Disse enquanto me jogava em seu colo e mordiscava levemente seu pescoço.

 

            “Só se for agora.”

 

            Fomos tarde da noite para casa. Falamos com Carlisle e Esme sobre a viagem que aceitaram já que a semana de aula já estava perdida devido às feiras. Na manhã seguinte partimos para New Orleans. Quando estávamos em Seattle liguei para Charlie e avisei que estávamos indo, inclusive que Edward estava comigo. Foi uma viagem tranqüila em todo seu percurso, fomos conversando, eu não queria dormir, perguntei tudo que eu não sabia de sua vida, ele respondeu com boa vontade. Eu estava ótima, até o momento em que cheguei a minha casa. Caminhamos pela entrada de pedras que tinha ali e paramos na porta.

 

            “Você quer isso mesmo?” Edward me perguntou segurando minha mão quando tocaria a campainha.

 

            “Eu estou aqui. Tenho que enfrentar.” E apertei o botão, ouvi o sino ressoar dentro da casa. Esperamos até alguém vir abrir a porta. Fiquei tensa quando vi o trinco girar. Olhei fixo para a porta. Esperava que fosse Charlie a surgir. Respirei fundo e não consegui soltar o ar quando a pessoa surgiu em minha frente. Meu coração doeu. Segurei forte na mão de Edward.

 

            Renée.

 

            Continua…

[***]

 

N/a: Oii meninas amadas!

E ai gostaram do capítulo?

Ainn eu chorei tanto escrevendo ele!

O que acharam da narração do Jake?

Quero saber tudinho!

*-*

 

Queria ter postado antes mas hj de marugada eu tava acabada!

 

Encham meu tanque! Quero muitos comentarios!

Beijos amo vcs!

Grasi.

 

Meninas entrem na minha comudidade?

http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=98855211

 

 


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