Waking Up - Aprendendo a Viver escrita por Soll, GrasiT


Capítulo 18
Capítulo 11 - DISCUTINDO.


Notas iniciais do capítulo

Como prometido... no domingo de madrugada!
Enjoy... e tem lemons!



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Narração: Bella Swan.

 

“EDWARD CULLEN! Você me prometeu!” Ele que não tentasse fugir das suas obrigações.

 

“É Edward… promessa é dívida!” Alice tentava convencê-lo também.

 

            “Edward, por favor, você tem que fazer isso… Acho que vai ser bem divertido!” Amber colocava um punhado de pipoca na boca. Agora que ela tinha tirado o aparelho ela tinha a mania de se entupir de pipocas, eu acompanhava claro.

 

            “Qual é o problema Ediota? Tem medo que eu destrua o seu Volvo em uma árvore?”

 

            “É isso é uma possibilidade, com a coordenação que Bella tem nos pés isso é, definitivamente, uma grande, grande, grande possibilidade mesmo.”

 

            “Ah muito obrigada Jasper!” Joguei uma almofada na cara dele.

 

            “Acho que vamos ter que começar um movimento para plantar novas árvores em Forks!”

 

            “NOSSA ROSE! VOCÊ SIM QUE É MINHA AMIGA!”

 

            “Bella amor, não é isso… agora não dá!”

 

            “Você tá me enrolando há quase dois meses Ediotão! Olha que eu pego o Maserati hein! Ai eu quero ver!”

 

            “BELLA NEM PENSE NISSO!”

 

            “VOCÊ VAI ME ENSINAR A DIRIGIR OU NÃO? É PEGAR OU LARGAR! SE LARGAR EU PEGO… E PEGO O MASERATI EDWARD CULLEN!”

 

            “TEIMOSA, VOCÊ É UMA TEIMOSA!” Ele pegou meu rosto com uma mão só e me beijou os lábios com força.

 

            “NÃO TENTE ME COMPRAR!” Falei assim que ele deixou minha boca. “Ah Edward você tem que cumprir suas promessas só isso!” Um barulho na porta da sala nos chamou a atenção.

 

            “CHEGUEI! VÉIO! O MUNDO VAI CAIR LÁ FORA! NÓS VAMOS FICAR DESERTADOS!” Emmet quase derrubou a porta quando fechou. Uma chuva grossa caia incessantemente lá fora.

 

            “Ah, mas é um macaco mesmo! Por que Deus? POR QUÊ?” Rose falou indignada e jogando os braços para o alto.

 

            “Seu ANTA é ilhados! É ilhados! Não desertado!” Edward falou grosso com o irmão.

 

            “Não ilhado é aquele cara que fala com a bola no filme!” Me levantei e coloquei a mão em seu ombro.

 

            “Depois dessa eu vou ali morrer e já volto… Não, não, eu vou buscar alguns salgadinhos…” Allie falou saindo da saleta.

 

            “Aí Emmet! Esse é náufrago cara, N Á U F R A G O!”. Falei bem devagar para ele entender.

 

            “Aí seus retardados, amo vocês também… tá aqui os filmes!” Ele me entregou a sacola com uns sete filmes dentro. “Amber me dá essa pipoca! To com fome!” Amber era imprevisível, ela pegou um punhado de pipocas e jogou na cara do abelhudo, ninguém resistiu e rimos da cara dele como loucos.

 

            “Isso é para aprender a pedir com educação!” Ele estreitou os olhos.

 

            “Viu ursão. Sempre disse pra você ser mais educado! Nem parece filho de quem é…” Rose ultimamente andava em um mau humor extremo, ela e Emm não passavam mais que dois dias sem uma discussão.

 

            “Pois bem, Amber… por favor, me alcance a bacia de pipocas?” Ele falou em um tom debochado. Ela riu.

 

            “Uhm assim está melhor Emmet! Estão aqui as pipocas…” Ela andou três passos até ele e estendeu o balde cheio de pipocas. Ele pegou com toda delicadeza das mãos de minha mais recente amiga e ficou olhando a vasilha. “Prontinho Emmetidinho.” Amber se virou para mim, ficando de costas para o abelhudo. Ela tinha inventado esse apelido quando nós tínhamos ido a Port Angeles há uma semana junto com Alice e Rose. Emmet foi de gaiato, enquanto Jasper e Edward foram atrás de algumas coisas que Esme tinha pedido, e ficou dando opinião em tudo o que a gente queria comprar. Ele ficou possesso dizendo que só queria ser legal com a gente.

 

            “Emmetidinho é? Amber me diz uma coisa?” Ele ainda fitava o balde de pipoca. Tinha cara de psicopata. Ela se virou para ele que jogou toda a pipoca na cara de Amber. Nós ficamos em completo silêncio. Eu pelo menos estava lutando para não rir.

 

            “O que? É guerra de comida?” Alice chegou na porta com uns quatro potes de salgadinhos e amendoins.

 

            “GUERRA DE COMIDA!” Jasper estranhamente mais animado que o normal correu para Alice e pegou um punhado de amendoins e atirou na cara de Edward, todo mundo se agitou.

 

Edward foi revidar, pegando uns salgadinhos e acertou em mim, que quis acertar nele e acertei Rose, que ficou louca e tentou me acertar com a almofada e atingiu na cara de Allie. Quando vimos estávamos rindo feito doidos, brigando com pipocas, amendoins e almofadas. Corríamos de um lado para outro fugindo do tiroteio que vinha de todos os lados. Parecíamos crianças no jardim de infância correndo e gritando. Eu bati meu pé na mesa de centro. O Abelhudo estava na minha frente, tentei me apoiar nele para não cair e acabei me segurando nas calças dele, não adiantou nada, quando vi eu caí levando o Emm junto que estava com as calças arriadas pelos joelhos, mostrando a cueca. E era de… coraçõezinhos?

 

“É DE CORAÇÃO! HAHAHAHAHA!” Alice começou a rir histericamente com todo mundo acompanhando. Vi Amber se levantar de trás do sofá com cara de desconfiada, esperando ser acertada por alguma almofada assassina ou pipoca psicopata. Edward enfiava a cara em uma almofada abafando a risada, Jasper estava ficando roxo de tanto rir. Até o abelhudo ria de si mesmo. Ficamos rindo da cara de Emmet até cansar. Se eu era atrapalhada ele era azarado de sempre estar no meu caminho. Eu chorava de tanto rir.

 

“Ai… acho que meu pé… hãhãhã… vai inchar!” Falei quando começávamos a nos acalmar. Cada um jogado em um canto da sala tomando fôlego.

 

“Cara quem é que vai limpar isso?” Rose perguntou.

 

“O abelhudo! Foi ele que começou!” Jazz quis jogar toda a culpa no irmão.

 

            “Lesado! Não mesmo! Nem pensar! Ah cara! Não vou mesmo! Edward fala alguma coisa!” Parecia um bebê chorão.

 

            “Ownn bebezinho não chora não…” Falei zoando da cara dele.

 

            “Gente depois… ai… a gente limpa tudo… JUNTO” Amber declarou limpando as lágrimas que ainda escapavam dos seus olhos.

 

            “É isso ai Amm… vai ser mais rápido. E vai ser legal!” Alice falou batendo palminhas.

 

            “Só você mesmo Allie para achar limpeza legal! LOUCA! Agora vamos assistir algum dos fimes?” Rose se levantou procurando a sacola que eu não sabia onde tinha colocado. “CADÊ?”

 

            “TÁ AQUI! ROSALIE!” O Ediota jogou a sacola para ela enquanto vinha até mim. “Deixa ver seu pé Bella…” Ele se agachou e pegou o meu pé, eu estava de pantufa e começava a doer.

 

            “EMMET CULLEN! VOCÊ QUER MORRER?”

 

            “O QUE EU FIZ ANJINHA?”

 

            “OS GOONIES? NÃO TINHA ALGO MAIS ANTIGO NÃO?”

 

            “OS GOONIES?” Perguntamos juntos.

 

            “Ah eu adoro Os Goonies!” Amber falou tímida.

 

            “Eu disse que ia ser uma sessão de clássicos! E valeu Amm por me defender desses malucos.”

 

            “Sempre as ordens Emmetidinho.”

 

            “O que tem mais ai Rose?” Queria saber o que teria que enfrentar. Ela abriu a outra caixinha.

 

            “MEU DEUS! POR QUE?” Ela jogou a sacola para Edward e passou raspando por mim. Era melhor eu não por a cara para fora de casa, desse jeito ia acabar sendo assaltada na pacata Forks.

 

            “EMMET?”

 

            “Sim Edward…”

 

“GHOST?”

 

            “NÃO!” Jazz levou as mãos a cabeça!

 

            “Cadê a mãe quando a gente precisa dela?” Alice falou indignada.

 

            “Ah eu choro tanto nesse filme!” Todos olharam pasmos para o Abelhudo.

 

            Assistimos a alguns dos clássicos do abelhudo, na lista ainda foram inclusos 10 Coisas que odeio em você e Elvira: A rainha das trevas. Bom, para uma coisa serviu, fez a gente rir mais ainda. Era sábado e Amber dormiria aqui, já que ela andava se sentindo triste e sozinha em sua casa. Eu também me sentiria. Se fosse alguns meses antes, provavelmente ficaria feliz com a solidão, mas depois de vir para a casa dos Cullens, solidão definitivamente não era para mim. Carlisle e Esme tinham saído pra um final de semana romântico. Estavam comemorando aniversário de casamento.

           

Fui arrastada para o quarto de Alice onde ela e Rose tinham montado um verdadeiro acampamento cor de rosa, Edward tentou me puxar de lá, mas Alice respondeu que ele teria que ficar chupando o dedo naquela noite.

 

            “Vem Amber larga de ser boba! Eu vou fazer com calma e depois você repete. Pode ser?” Alice tentava ensinar Amber a passar o rímel.

 

            “Eu vou enfiar isso dentro do meu olho, isso sim!”

 

            “Nem vai enfiar nada não Amber! Se eu consigo! Você que tem uma coordenação motora um pouco mais descente que a minha vai conseguir!” Incentivei ela.

 

            “Ah amorzinho! Ou você passa esse rímel de uma vez, ou eu vou ter que passar a força! Chega de blá blá blá! Você tem que ser mais mulher!”

 

            “SIM ROSALIE! É A MINHA CARA! ME COLOQUE EM CIMA DE SALTOS FINOS E VERMELHOS! AH E NÃO ESQUEÇA DO DECOTE!” Ela falou debochando de Rosalie. Amber era extremamente delicada. Tinha comprado umas roupas novas com Allie, e eu só via romantismo, florzinhas, e laços de fita por todos os lados. Alice tinha pegado ela pra boneca, mas estava fazendo um bom trabalho. Ela era uma menina muito bonita e me parecia que tinha interesse em alguém, só não tinha conseguido arrancar isso dela ainda.

 

            “AMBER MOORE! Não é porque você não pensa em ser um mulherão que não pode ser uma mulher! Agora sente ai e preste atenção no que a nanica vai falar.” Rose chegou a dar medo só de ouvi-la falar. 

 

            Ficamos ali ensinando alguns truques para Amber, na verdade eu fiquei de espectadora, falávamos bobagens e Rose ensinava algumas sacanagens que ela aprendera com o próprio Emmet. Assim que ela conseguiu passar o tal rímel de uma forma descente já colocou os óculos. Ela tinha que ir buscar aquelas lentes urgentemente, nem nas minhas épocas mais nerds eu usaria um óculos daquele tipo que a Amm usava.

 

            “É garotas… Eles ficam doidos… Não adianta o segredo está nos quadris…”

 

            “Eu não tenho nem noção de como isso seja meninas!” Amber falou e em seguida já se encolheu na cadeira emburrada.

 

            “Amber tudo na hora certa, não precisa ficar preocupada com isso… você tem muito tempo ainda para descobrir!” Eu disse tentando colocá-la para cima.

 

            “Eu já perdi muito tempo na vida, isso sim…” Amber era muito esperta, mas ainda sentia como se tivesse perdido anos dentro de um hospital, as vezes ela não enxergava o quanto ela já vivera na vida. Quando ela me contou a sua história fiquei até com certa vergonha de contar a minha, contar para alguém que passou maior parte do tempo lutando para viver que você passou boa parte da vida pensando em se matar era no mínimo ridículo, porém fui sincera. Ela não fez nenhuma critica ou algo assim, só disse que sentia por meu sofrimento. As vezes quando falava com ela sentia uma saudade enorme do meu irmão.

 

“É boba. Um dia você descobre e quando descobrir… Prefiro nem completar.”

 

            “É Alice, melhor nem comentar mesmo! Nos poupe dos detalhes sórdidos de suas noites de amor com o lesado!” Rose falou ironizando a nanica.

 

            “Que absurdo Rosalie! Eu nem ia falar nada! E aliás, quem estava ensinando coisas a nós era você até cinco minutos atrás!” Allie pegou o celular e começou a digitar algo.

 

            “Ensino mesmo! Porque acho que sabedoria é algo que deve ser passado adiante! Sou uma mulher muy entendida das coisas! Acho que minhas garotas devem ser também!” Ela penteava os cabelos longos e loiros como se estivesse cuidando da coisa mais importante do mundo.

 

            “Aham… sei! Você é uma pervertida!”

 

            “Bem que você gosta das minhas aulinhas não é Bella?”

 

            “Não posso negar aprender… está na pele!” Todas riram.

 

“Ai garotas eu me divirto com vocês!” Ela tinha uma melancolia na voz. Eu e Rose trocamos olhares.

 

“Amber tem alguma coisa que você queira nos falar?” Eu questionei.

 

“Não… nada de mais. É que vejo vocês felizes com seus namorados e fico pensando quando eu vou ter minha chance…” Rose e eu nos vidramos na menina.

 

“Chance de?” Ela ia falar, eu sentia.

 

“Ser corres…” Ela começou a falar baixinho, menos que um sussurro.

 

“PRONTINHO!” Um dia eu mato minha amiga! Alice gritou e jogou o telefone na cama. “Amber, Amber, Amber… se acostume… Você vai se divertir mais ainda, sabe por quê?” Ela balançou a cabeça para Alice que falava empolgada. “Nós vamos jogar!”

 

            “Jogar o que Alice?” Eu e Rose perguntamos.

 

            “Verdade ou conseqüência.”

 

            “NÃO MESMO” Rose gritou e apontou um dedo na cara da nanica! “Nem pensar! ISSO É COISA DE CRIANÇA!”

 

            “Allie em quatro só não tem graça!” Amber disse querendo nitidamente escapar da brincadeira.

 

            “Eu gostei…” Seria uma boa oportunidade para arrancar algumas coisas de Amber. Hoje ela não escapava. Ou eu descobria quem era o cara, sim porque havia um cara, eu tinha certeza, ou não me chamava Isabella Marie Swan.

 

            “PRIMEIRO E SEGUNDO: NÃO É COISA DE CRIANÇA QUANDO ROLA UMAS BIRITINHAS E NÃO VAI SER SÓ NÓS, CONTEM COMIGO 1… 2… 3…” E uma batida nada modesta na porta nos fez levar um susto! Quando olhamos Emmet invadia o quarto seguido de Jasper e o Ediota, para minha completa alegria.

 

            “OI MULHERADA O LOBO MAU CHEGOU!”

 

            “AHAHAHAH, você é um pônei Emmet! Um pônei! De lobo mau não tem nada!” Rose tirou um sarro da cara do Abelhudo.

 

            “É, mas o pônei aqui tem o tamanho de um cavalo!”

 

            “Ok, ok! Acho que já ouvimos demais!” Falei me levantando, não precisava ouvir as asneiras. “Vamos jogar onde?”

 

[***]

 

            “Emmetidinho não minta! Esse jogo se chama verdade ou conseqüência!” Amber brigava com ele.

 

            “Eu não estou mentindo…”

 

            “Só omitindo né abelhudo?” Jazz falava meio enrolado, ele sempre queria conseqüência. Resultado? A vodka já fazia um efeito brabo.

 

            “EMMET ATÉ EU FIQUEI CURIOSA URSÃO!” Rose passava a mão no peitoral de Emm.

 

            “Hey EDWARD! ELA TÁ ME QUERENDO! ELA TÁ TENTANDO ME SUBORNAR!”

 

            “EMM FALA! VAI! EU QUERO GIRAR A GARRAFA!” A gente já estava a horas brincando daquilo e eu não tinha conseguido minha chance com Amber. Eu tinha que ter a sorte de ter que perguntar para ela.

 

            “Ok eu falo… Ros… Fo…a… uni… na …da” Ele falou tão baixo e tão enrolado que ninguém entendeu.

 

            “O QUE?”

 

            “HÃM?”

 

            “REPEAT PLEASE?”

           

            “Eu disse que AROSEFOIAUNICADAMINHAVIDA!”

 

            “RÁPIDO DEMAIS!”

 

            “DENOVO!”

 

            “Minhas pernas estão amortecidas! Ohohohohohoh!” Alice sempre era meio perdida nos assuntos.

 

            “Acho que seu corpo todo tá amortecido… Fala logo EMMEEEEETIDINHO!” eu gritei.

 

            “Ai vocês me cansam! EU DISSE QUE A ROSALIE FOI A ÚNICA MULHER DA MINHA VIDA! SATISFEITOS?”

 

            “E MUITO!” Todos começamos a rir.

 

            “Emmet ursão! Eu não sabia disso! Fez um bom trabalho logo de cara! Ahahaha” Rose se agarrou no pescoço dele.

 

            “Valeu ai… Bella gira logo essa droga!” Eu obedeci, girei a garrafa de Ice vazia e não acreditei quando apontou para Amber. OBRIGADA DEUS!

 

 

            “Ammmmmmmber! Sua vez… Verdade ou conseqüência?”

 

            “Verdade, não agüento mais vinho!”

 

            “Ok. Quem é o cara que roubou seu coração aqui em Forks?” Todos ficaram mudos e Amber vermelha.

 

            “Me dá o vinho Bella.” Ela me estendeu a mão pedindo a garrafa que estava em minha posse.

 

            “Não.”

 

            “Bella, por favor… eu não quero contar.” Ela estava séria.

 

            “Você não pode abusar de álcool.”

 

            “Monstrenga, se ela não quer contar…”

 

            “Quieto Ediota.”

 

            “Bella não faz isso comigo” Eu só queria saber. Eu só queria ajudar ela.

 

            “Não importa quem seja Amber. Fala… eu vejo que isso te machuca.”

 

            “Não machuca não!”

 

            “Então por que você está quase chorando?”

 

            “Por que vocês vão me odiar quando souberem!”

 

            “Eu não vou!” Edward se manifestou.

 

            “Eu também não docinha!” Alice falou carinhosa. Todos começaram a falar e eu me atentei a uma possibilidade. Um nome que ela falava a muitos dias.

 

            “Eu não odeio ninguém Amber.” Jasper era tão calmo.

 

            “Oh sua coisinha é impossível te odiar.” Emmet falou.

           

            “É Amber, ninguém vai deixar de gostar de você…” Rose foi a última a se manifestar.

 

            “Amber…” Eu comecei. “O carinho não vai mudar… Nós estamos querendo te manter perto.” Algumas lágrimas escorriam suavemente por seu rosto. “Você encontrou amigos, não pessoas querendo te fazer sofrer…” Declarei enquanto me sentava ao seu lado a abraçando.

 

            “Vocês prometem não contar?”

 

            “É nós prometemos! Não é gente?!” Alice amava um romance. Todos prometemos que não contaríamos nada.

 

            “Não me matem… é Jacob Black.”

 

            “Oh.” Foi minha única reação e depois congelei ao seu lado. Um silêncio absoluto dominou o ambiente que repentinamente ficou tenso. Ela nos olhava atenta e nós a fitávamos sem nenhuma reação, isso durou por alguns longos minutos.

 

            “Ok, vocês me odeiam. Quem vai me levar pra casa agora?” Ela se levantou ajeitando a roupa e indo para fora da sala.

 

            “Não é isso Amber…” Eu segui atrás dela e a segurei pelo braço

                

“É Jacob Black Bella, eu entendo você!” Ela disse sem olhar para mim.

 

“A gente não te odeia docinha! Onde você vai? São 2:30 da manhã!” Alice veio atrás.

 

            “MERDA! ELA NÃO MERECE ISSO!” Edward gritou nos fazendo olhar para ele.

           

“Eu não vou me meter nessa história! De Jacob Black eu estou cheia, não é Emmet?”

 

            “Anja, não vem com esse papo de novo!”

 

            “Amber isso não muda nada… Entenda… a gente não odeia você!” Jasper quis animá-la.

 

            “Vamos Amber, vamos conversar.” Eu a trouxe para sentar.

 

[***]

 

            “Edward você entende muito bem quando eu digo que esse tipo de coisa a gente não escolhe!”

 

            “Isabella! É Jacob Black! Você quer que eu fique feliz por ela?”

 

            “Isabella? Você está irritado comigo? Eu só estou tentando te fazer entender seu Ediota que ela não tem culpa! Você não trocou uma palavra com a menina desde ontem!” Nós tínhamos acabado de deixar Amber em casa. Depois das revelações da noite anterior, não fizemos mais nada interessante. Era domingo e estava quase anoitecendo em Forks e Edward precisava entender que isso não tinha nada a ver com ele.

 

            “Ela não tem culpa! É claro que ela não tem culpa Bella! Mas eu não consigo entender! Ele é um imbecil! E ela cai de amores por ele! Isso é irracional! Isso é idiotice. ELA NÃO ENTENDE?!”

 

            “VOCÊ TAMBÉM FOI UM LEGÍTIMO IMBECIL COMIGO QUANDO ME CONHECEU E MESMO ASSIM EU CAÍ DE AMORES POR VOCÊ!” Gritei na cara dele que ficou quieto, eu não abri mais minha boca para conversar com ele. Quando chegamos em casa eu mal esperei ele estacionar o carro, pulei de dentro dele batendo todas as portas possíveis na cara dele. Ediota. Ela não podia mandar no coração dela. Cabia a nós aceitarmos, mas ele não estava fazendo isso. Não dirigi uma palavra sequer a ele até irmos dormir. Agora quem estava braba com ele era eu.

           

            Eu fui para a cozinha depois do jantar e não deixei ninguém me ajudar com a louça. Eu não queria pensar, só queria um nada em minha cabeça. Eu tinha saudade de Charlie e do clima de New Orleans, mas eu sabia que sentiria muita falta de Forks, e sei lá por qual motivo estava pensando em fugir dali, é claro que eu ainda estava irritada com Edward, mas já era por birra, eu sabia que ele entenderia que Amber é um assunto e a paixão dela por Jacob é outro completamente diferente. Acho que a saudade de meu pai, e até mesmo de Renée, estava me consumindo. Eu quase nunca estava sozinha ali dentro da Mansão Cullen, sempre tinha alguém por perto, me impedindo de pensar direito. Era óbvio que eu não queria deixar Forks, muito menos ficar longe de Edward, mas tinha que ir visitar meus pais logo.

 

            Gastei um bom tempo limpando as coisas que tínhamos usado no jantar. Pensei em minha vida e como ela tinha mudado desde minha tentativa falha de suicídio. Sem dúvida eu estava tendo a minha segunda chance. Ou a minha única chance de ser feliz. Acabei o que tinha que fazer e resolvi ir dormir. Eu não tinha dormido direito durante a noite e estava acabada. Passei pela sala de televisão para dizer que me deitaria e ver se conseguia deixar a raiva que estava sentindo por Edward pra trás.

 

            “Gente eu estou indo dormir já… Aliás, cadê o Edward?”

 

            “Ah ele subiu faz uns quinze minutos Bebelildis!”

 

            “Valeu, gente…” Mas ele não poderia ao menos ter ido me avisar que estava subindo?

 

            “Bella?” Voltei quando Allie me chamou.

 

            “Ahm?”

 

            “Não tem motivos para vocês ficarem assim! Ele vai entender…”

 

            “É eu sei, boa noite pra quem fica.” Todos me desejaram uma boa noite e me deixaram ir.

           

            Subi me arrastando escada a cima. Bati de leve na porta do quarto do Ediota, esperei um tempo e ele não a abriu, resolvi que poderia entrar. As luzes estavam apagadas, a cama feita e no banheiro não havia sinal dele. Onde ele tinha se enfiado? Provavelmente no escritório de Carlisle lendo.

           

            Em meu quarto arrumei algumas coisas que levaria para a escola no dia seguinte e queria escrever alguma coisa em meu diário, que a essas alturas já não era mais um diário, e sim um caderno de notas mensais. Queria colocar para fora, mesmo que fosse escrevendo, a tristeza e saudade que sentia ao pensar em meus pais, e alguns de meus planos para o futuro. Por que agora eu sabia que tinha um futuro. Vivendo dia após dia. Eu não consegui achar meu caderninho. Fazia muito tempo mesmo que não escrevia nada nele, e não tinha dado falta antes. Devia ter ficado no quarto de Edward, amanhã eu procuraria. Peguei meus pertences para tomar um banho, ao entrar no banheiro escuto meu celular tocar. Voltei e atendi. Era Charlie.

 

            “Oi pai… como você tá?”

 

            “Bella! Estou bem querida e você?”

 

            “Estou bem, tudo está indo maravilhosamente bem… Eu estou com saudades pai… me conte como está tudo ai? E Renée? O trabalho?”

 

            “Está tudo bem também. Renée está mais calma, está tomando toda a medicação, eu ameacei de interná-la caso não parasse com os surtos. Sempre que ela pensa em fazer algo eu lanço a verdade para ela, então ela sossega…”i>

 

            “Pai, você sempre fala nessa verdade! Eu não entendo! O que é isso que faz ela ficar calma?”

 

            “Bells, isso não acalma ela, essa não seria a palavra certa, isso a consome.

 

            “Não acho isso certo Charlie.”

 

            “Eu também não acho, mas está na hora de ela parar com esses atentados psicológicos contra nós. E quanto a você saber a verdade, isso é algo que não cabe a mim contar e sim a sua mãe.i>

 

            “Renée…” O corrigi. “Bom você quem sabe. E me diga, tem novidades?”

 

            “Não, ultimamente só stress mesmo… filha o governo vai mandar mais garotos para… lá

 

            “E você irá permitir isso mais uma vez pai?” Ele não poderia deixar isso acontecer. Eu só conseguia pensar em sofrimento e dor.

 

            “Já estou vendo as minhas possibilidades. Eu ainda não posso fazer muito…

 

            “É eu sei General, quando eles ordenam, não há muita coisa a se fazer… Pai, não sei se você se importa, mas foi um dia meio conturbado e eu estou exausta…”

 

            “Aconteceu alguma coisa Bells?

 

            “Nada de mais… só uma pequena discussão com Edward…”

 

            Ah o filho de Carlisle. Mas como assim discutiram?

 

            “Coisas de amigos Pai” Falei segurando o choro que quis fechar minha garganta. “Coisa pouca, daqui um pouco está tudo normal… uhm, eu vou indo tá, amanhã nos falamos mais?”

 

            “Sim, nos falamos, um abraço filha.”

 

            “Tchau Charlie.” Joguei meu telefone em qualquer lugar e fui acalmar meus nervos na água quente do chuveiro.

 

 

Narração: Edward Cullen.

 

            Bella às vezes me fazia ficar louco. E não no melhor sentido da palavra. Ela não entendia que não estava irritado com a Amber, e sim com a situação. Desde que a garota tinha se declarado apaixonada por Jacob Black, só consigo imaginar que a vida dela será um tormento se ele um dia descobrir. Eu tinha que ter um tempo para digerir aquela nova informação sobre a nova amiga de Bella. Amber era uma menina legal e merecia ser feliz, assim como Isabella. Como minha namorada ela já tinha sofrido o bastante com a leucemia e o desprezo das pessoas. Bella, tinha sofrido inclusive com o meu desprezo, e não me deixava esquecer isso, e essa atitude dela me machucava.

           

            Já fazia algumas horas que ela não trocava uma palavra sequer comigo, depois da janta preparada por Emmet e Alice ela quis ficar sozinha na cozinha arrumando as coisas. Ela não tinha nenhuma paciência em seu olhar. Eu entendo que ela gostaria de um tempo para si. Todos precisam de um tempo sozinhos, mas eu estava entediado na sala com aqueles loucos brigando para decidir qual programa assistiriam na televisão, pelo bem de minha mente, escolhi que subir e fazer alguma coisa para relaxar era a melhor coisa a se fazer. Antes de subir para o quarto fui até a cozinha para ver a Monstrenga. Ela lavava a louça com o olhar perdido na água que escorria da torneira. Tinha um leve sorriso nos lábios. Preferi deixá-la quieta. Eu também não tinha tido uma boa reação a novidade de Amber. Nós dois estávamos sendo uns idiotas; ela por não falar comigo e eu por não dar o braço a torcer quanto ao assunto. Subi para o meu quarto e fiquei lá por uns cinco minutos, queria fazer algo diferente para ela, para pararmos de uma vez com aquela baboseira que estávamos cometendo.

 

            Lembrei de meu violão e fui à busca dele. Devia estar no mesmo lugar de sempre: no sótão. Nunca vi um sótão tão organizado, coisas de Esme. Eu o peguei e sentei em um banco para afiná-lo. Nem me lembrava da última vez que tinha o usado. Dedilhava as cordas tranquilamente, tentando encaixar a canção ideal para o momento quando senti meu celular vibrar no bolso. Olhei o visor e vi que era Charlie. Respirei algumas vezes antes de atender.

 

            “Alô.”

 

            “Edward? Charlie Swan… como vai?i>”

 

            “Eu? Bom, eu vou indo.”

 

            “>Vai indo não é? E minha filha como vai indo?</i>” Ele tinha a voz um pouco alterada.

 

            “Isabella está bem. Ultimamente ela está se divertindo bastante Charlie, ela arrumou uma nova amiga, Amber o nome da garota.”

 

            “Ah, ela está bem? Então porque eu acabo de falar com Bella e ela me disse quase chorando que tinha discutido com você?

 

            “Chorando?” Não queria ver ela sofrendo

 

            “Sim garoto… quase chorando. Eu conheço minha filha. Responda a minha pergunta.”

 

            “Charlie, escute, Isabella está bem. Nós tivemos uma pequena discussão sim, mas isso é algo que acontece. Algumas divergências de pensamentos.” Não quis dar muitos detalhes.

 

            “Divergências de pensamentos? Sei… me escute você rapaz. NÃO BRINQUE COM A MINHA FILHA. Estamos entendidos? Não quero que ninguém a magoe. Principalmente um garoto que não entende nada da vida! Eu tive que segurar minha língua entre os dentes para não gritar com o General.

 

            “Pois bem, eu não irei magoá-la. Não quero mais fazer isso que estou fazendo há tantos meses também…” Por que, quando ela soubesse, isso iria magoá-la, eu sabia. “Eu não quero mais isso para mim. O senhor fala com ela diariamente, acho que não precisa mais de meus serviços.” Frisei a palavra serviços, para ele entender bem do que estava falando.

 

            “Não. Eu vou continuar lhe ligando. Eu sei que minha filha é altruísta o suficiente para mentir para mim. Então passe bem e até logo.i>” E desligou em minha cara. Sinceramente eu fiquei sem reação.

 

Como eu poderia continuar com essa história? Eu a conhecia o suficiente para saber que ela era mais transparente do que água, ela não mentiria para Charlie. Só pelo fato da minha Monstrenga ter contado a ele que tínhamos discutido já me provava que ela não mentia pra ele. Não entendia qual era a intenção real do General. Terminei de afinar as cordas do violão perdido em devaneios. Ao descer fui direto ao quarto de Bella. Ela estava no banho, peguei uma cadeira e me sentei na sua sacada. Mesmo no ar gelado da noite o cheiro dela vinha de dentro do quarto e me fazia ficar meio zonzo de tão gostoso que era.

 

 

Narração: Bella Swan.

 

Acho que perdi a conta dos minutos em que fiquei apenas sentindo os jatos fortes de água bater em minha pele. Eu não conseguia tirar a infantilidade que eu estava cometendo com Edward de dentro da minha cabeça. Era ridículo eu estar fazendo isso conosco, assim como era ridículo o jeito que ele estava tratando Amber. Eu não podia negar que já estava com saudade de seu cheiro, de seu toque, seus beijos e suas risadas, sem falar que estava já sentindo aquele vazio no fundo de minha barriga, vazio esse que só ele seria capaz de preencher. Não adiantava eu negar (não que eu tentasse negar) eu era completamente dependente de Edward.

           

Quando desliguei o chuveiro ouvi uma música baixa vir de algum lugar. Era só o violão e voz. E aquela voz eu conhecia melhor que ninguém. Não importava quantos anos passasse, eu a reconheceria.

 

Guns n Roses - Patience

http://www.youtube.com/watch?v=ErvgV4P6Fzc&feature=fvst

 

Shed a tear 'cause I'm missin' you

(Derramei uma lágrima porque estou sentindo sua falta.)
But, I'm still alright to smile

(Mas, ainda estou bem para sorrir.)
Girl, I think about you every day now

(Garota, eu penso em você todos os dias agora)
Was a time when I wasn't sure

(Houve um tempo que eu não tinha certeza.)
But you set my mind at ease

(Mas você acalmou a minha mente)
There is no doubt

(Não há dúvidas.)
You're in my heart now

(Você está em meu coração agora)

 

Me vesti o mais rápido que pude, abri a porta do quarto e a música ficou mais nítida, mas ele não estava ali. Suspirei olhando para os lados e vi que a cortina da sacada balançava levemente com o vento. Sorri quando eu vi sua sombra na minha sacada. Ele continuava cantando. Ele era tão bom naquilo. Caminhei até ele que estava de costas para o quarto.

 

Said, woman, take it slow 

(Eu disse: mulher pegue leve.)
It'll work itself out fine

(Tudo vai se resolver bem por si mesmo)
All we need is just a little patience

(Tudo o que precisamos é um pouco de paciência)
Said, sugar, make it slow

(Disse: doçura, vá com calma)
And we come together fine

(E vamos ficar bem juntos)
All we need is just a little patience

(Tudo que precisamos é um pouco de paciência)

 

            Fiquei na soleira da porta de vidro, somente o admirando. Tão lindo, tão meu. Eu sentia suas palavras entrando em meu coração. Passei uma mão em seus cabelos, para anunciar que eu estava ali, ele me olhou e sorriu, e seguiu cantando. Coloquei-me de frente a ele me escorando no para peito da sacada.

 

 I sit here on the stairs

(Me sento aqui nesses degraus)
'Cause I'd rather be alone

(Por que prefiro estar sozinho)
If I can't have you right now

(Se eu não posso te ter agora)
I'll wait, dear

(Eu esperarei querida)

 

            “Você me tem sempre.” Falei somente movendo os lábios.


Sometimes I get so tense

(Algumas vezes eu fico tão tenso)
But I can't speed up the time

(Mas eu nao posso adiantar o tempo)
But you know, love

(Mas você sabe, amor)
There's one more thing to consider

(Há mais uma coisa a considerar)

 

            Comecei a cantar com ele. O vento começava a soprar e movia seus cabelos de um lado para outro, me deixando completamente hipnotizada por ele. Ele sorria enquanto cantava mais versos.

 

Said, woman, take it slow

(Eu disse: mulher pegue leve)
And things will be just fine

(E as coisas ficaram bem)
You and I'll just use a little patience

(Você e eu só usaremos um pouco de paciência)
Said, sugar, take the time

(Eu disse: doçura, não se apresse)
'Cause the lights are shining bright

(Por que as luzes estão brilhando)
You and I've got what it takes

(Você e eu temos aquilo que é preciso)
To make it

(Para dar certo)
We won't fake it,

(Nós não fingiremos)
I'll never break it

(Nunca romperiamos)
'Cause I can't take it

(Por que eu não suportaria)

 

            Dei a volta e o abracei nos ombros. Inalei seu perfume em seu pescoço e beijei sua face. Era meu melhor pedido de desculpas pela infantilidade que tinha sido aquele dia.

 

I've been walkin' the streets at night

(Eu venho andando pelas ruas a noite)
Just tryin' to get it right

(Apenas tentando ficar bem)
Hard to see with so many around
(É díficil enxergar com tantos ao meu redor)

You know I don't like being stuck in the crowd

(Você sabe que eu não gosto de estar preso na multidão)
And the streets don't change

(E as ruas não mudam)
But baby the name

(Mas, baby, os nomes…)
I ain't got time for the games

(Eu não tenho tempo para jogos)
'Cause I need you

(Pois eu preciso de você)
Yeah, yeah, why I need you
(Sim, sim, porque eu preciso de você)

Oo, I need you

(eu preciso de você)
Whoa, I need you
(Whoa, eu preciso de você)

Oo, all this time
(Toda a hora)

 

            Edward escorou o violão na parede e me fez sentar em seu colo, passando a mão pelo meu rosto. Eu o abracei forte, sendo retribuída de imediato. Ele respirou fundo e sussurrou contra a minha pele.

 

            “Por favor, não faça mais isso comigo Bella…”

 

            “Te prometo.”

 

            “Tenha paciência. Eu sei dos meus erros, e me arrependo a cada segundo por eles. Eu nunca desejei nada das coisas que te falei quando te conheci…”

 

            “Eu sei que não Edward, eu sei que você sempre me amou e me desejou loucamente!” Ele riu. “Não, falando sério agora, não é porque ignoramos algo que isso deixa de existir, mas eu sei que você se arrepende, eu falei aquilo no impulso… Eu só quero que não julgue Amber por seus sentimentos.”

 

            “Só acho que ela não o merece. Ela é uma boa garota…”

 

            “Você mesmo disse… tenha paciência, tudo vai ficar legal.” Disse enquanto fazia carinho em sua nuca.

 

            “Talvez fique mesmo.”

 

            “Vai ficar sim, você vai ver…” Eu afundei minha cabeça entre o seu ombro e pescoço. O cheiro dele era enlouquecedor. “Me lembre de não ficar tantas horas longe de você.”

 

            “Me lembre de nunca deixar você ficar longe.”

 

            “Eu. Amo. Você.” Falei pausadamente e baixinho em seu ouvido.

 

            “Eu. Amo. Você.” Disse no mesmo tom. Olhei em seus olhos, apenas o fitei, analisando todos os seus traços. Ele era minha vida. Eu sentia falta dele. Ficamos abraçados sentindo aquele frio gostoso e úmido que vinha da floresta atrás da casa. Era uma noite tão tranqüila, tudo estava em paz.

 

            “Quer matar a saudade?”

 

            “Por onde começamos?” Ele disse mordendo os lábios. Que tentação.

 

            “Acho que pela boca… isso seria um bom começo.” Ele sorriu e me beijou. Abri levemente meus lábios para recebê-lo. Sua língua se mexia junto com a minha me fazendo querer muito mais de seu gosto. Nós brincávamos um com o outro; ele sugava, eu mordia. A cada beijo existia algo novo, seus lábios macios umedeciam os meus e sua língua duelava uma batalha calma. Lábio com lábio, carne com carne, coração com coração. Era um beijo do tipo que me deixa sem fôlego; não era violento, não era exigente, não era inundado de desejos e libido. Era um beijo de amor. Aquele tipo que nos momentos em que você pára tentando respirar, você não consegue deixar os lábios de quem está a sua frente, fica sentindo o arfar pesado saindo pela boca, e onde os sussurros se tornam juras. O mantive perto de mim, roçando nossas bocas, sentindo o toque de nossa pele. Beijei cada pedacinho, delineei todos os traços, senti cada sensação em seu rosto, com meus dedos, minha boca e até mesmo minha face. Ainda de olhos fechados e apertada em seus braços, meu coração se encheu de um sentimento que era um misto de felicidade extrema e dor. Felicidade de estar com ele e dor por saber que se um dia o perdesse, eu não suportaria.

 

            “Faça amor comigo esta noite.” Ele me arrancou de minhas reflexões. Ele tinha os olhos fechados enquanto falava.

 

            “Hoje, amanhã, e por todas as vezes que você me quiser…” Lhe respondi em um sussurro, no pé de seu ouvido. Ele beijou meu pescoço me despertando arrepios.

 

            “E quando você me desejar, eu serei seu, é só pedir…”

 

            “Eu vou chamar por você a cada momento em que eu respirar.” O beijei em um olho, em uma reação abriu seus olhos verdes para mim. O fitei por alguns segundos e levantei-me de seu colo e estendi a minha mão, ele a segurou e o puxei para dentro do calor de meu quarto nos guiando até a cama. Meu coração se inflamava de desejos por ele. Meu corpo foi dominado por todas as vontades mais primitivas. O agarrei no pescoço e o beijei sendo retribuída de uma forma divina. Naquela noite nos amamos por horas, até nossos corpos cansarem.

 

           

(***)

 

            “Edward, tem que estar aqui! Eu não o levei para o quarto!”

 

            “Mas Bella! Nós levamos tudo que era seu para lá. Eu já olhei dentro das gavetas!” Eu abria as gavetas e mexia nos papéis que estavam ali na mesa de Edward. Eu olhei para ele.

 

            “Ediota amor! Tem que estar em algum lugar… não pode ter simplesmente evaporado…” Cruzei meus braços e respirei fundo. “Ediota, se você o pegou é só me entregar que eu não vou ficar braba.” Eu não poderia ter perdido meu diário. Tinha confidências de meus últimos 3 anos lá. Desde a saudade e a dor da morte de Joshua, algumas humilhações escolares, passando pelo desespero de ver minha vida ruir, a loucura de minha mãe, até o meu recente amor incondicional por Edward. Estava tudo escrito lá. Sem falar de algumas coisas importantes, como por exemplo, minha carta de suicídio.  

 

            “Monstrenga! É claro que eu não peguei! Por que eu faria isso? Você me conta tudo!”

 

            “É, te conto mesmo… mas eu preciso achar Edward! Você não entende? Eu tinha a minha vida ali!”

 

            “Nós vamos achar… deve estar em algum lugar aqui de casa… Assim que Esme chegar vamos pedir para ela está bem?” Era incrível como ele me fazia ficar calma. Me puxou em um abraço.

 

            “Está ótimo assim… você está pronto?” Falei com minha cabeça aninhada em seu peito.

 

            “Hum…” Ele gemeu baixo. “Estou com medo…”

 

            “EDWARD!” Dei um tapa em seu braço.

 

            “Ai ai Bella!”

 

            “Você não tem que estar com medo. Eu só vou até onde eu posso.”

 

            “Está certo. Eu não vou deixar você fazer nenhuma loucura.”

 

            “Ótimo!” Falei batendo palminhas. A convivência com Alice estava me contagiando. “Cadê as chaves?”

 

            “No meu bolso e você só vai tocar nelas depois de algumas lições básicas.”

 

Algumas horas depois. 

           

 

            Eu estava até que me saindo bem, tirando o fato que eu andava dois metros e travava, mais dois metros e uma nova travada, isso em uma incrível velocidade de uns 10 km/h. Meu negócio era com a marcha e a tal da embreagem. Não conseguia a fazer funcionar. Edward entrava em desespero quando arranhava as marchas, apagar o carro não era mais novidade.

 

            “Acho que vou procurar uma auto-escola.” Falei segurando no volante olhando para a rua que se estendia a minha frente.

 

            “Acho que você não seria aprovada.” O fitei perplexa.

 

            “Rá, como é bom ter um namorado que me apóia.”

 

            “Bella amor, você está muito insegura, só isso.”

 

            “Edward, me desculpe se eu não quero matar alguém ok?”

 

            “Rá. Bella a rua está completamente vazia.”

 

            “Eu estou falando de você e eu!” Isso era óbvio!

 

            “Ah… acho que você precisa de um carro automático.”

 

            “Isso seria uma excelente idéia…” Pensei por um instante. “O Maserati não é automático?” Ergui uma sobrancelha para ele, que arregalou os olhos.

 

            “Nem. Pense. Nisso.” O Ediota falou assustado.

 

            “Desculpe, não posso negar meus pensamentos.”

 

            “Eu não vou largar aquele carro nas suas mãos. Não com você insegura desse jeito!”

 

            “Ah qual é Edward… você sabe que eu não vou cometer nenhuma loucura com ele… só com você… depois. Sabe… eu, você… estou com uma saudade da cabana.” Falei toda manhosa para ele.

 

            “Com quem você aprendeu a ser tão chantagista?”

 

            “Não é chantagem amorzinho…” Coloquei uma mão em sua coxa e apertei. “É persuasão.”

 

            Não demorou muito e já estávamos de volta a mansão pegando o carro de luxo do Ediota. Eu queria que Charlie me desse um carro daquele naipe. Dinheiro eu sabia que ele tinha, mas se ele me desse uma lata velha, caindo aos pedaços, tinha certeza que amaria também, desde que fosse automático. Edward me colocou no banco do carona e me colocou o cinto de segurança, como se eu fosse uma criança.

 

            “Eu não acredito que você me convenceu a fazer isso… O Maserati?!” Ele falou enquanto dirigia rumo a rua na saída de Forks, onde iríamos tentar com o “bebê” de Edward.

 

            “Eu acredito que eu fiz isso… como se você resistisse a algo que eu peça. Mas Edward…pense nas vantagens…”

 

            “Vantagens que você vai sempre querer pegar esse carro e não o Volvo! Eu não sei se meu coração suporta!” Ele disse em tom brincalhão.

 

            “Hey! Mais respeito ok? Eu prometo que vou tirar a habilitação antes de pegar em seus carros novamente. Não se preocupe tá Ediotinha?”

           

            “Acho bom mesmo! Até que enfim um pouco de bom senso nessa sua cabecinha dura!”

 

            “Às vezes acho que quem não tem bom senso aqui é você… Já chegamos. Perfeito. Agora… pula daí.” Falei fazendo sinal com o polegar enquanto ele parava o carro no acostamento.

 

            “Antes eu preciso confirmar algumas coisas… sabe, checar se as condições para eu estar cometendo essa loucura ainda são válidas. ”

 

            “Como você se vende por pouco… Mas, ok. Teremos uma sessão de vídeos da minha infância, para você rir até cansar da minha cara, vou comer cinco azeitonas, mas isso provavelmente não vai ter um resultado bom, você vai  poder me carregar nos ombros 3  vezes…”

 

            “Quatro.” Ele me corrigiu.

 

            “Certo… quatro vezes ao dia durante uma semana…” Falei sem humor nenhum. “E, por último, e não menos importante, um final de semana na cabana que envolve: eu, você e alguns poucos panos.”

 

            “Repete? A parte da cabana… só quero deixar bem registrado isso…”

 

            “Como se eu fosse fugir disso… e pára de me encher! Vamos venha pra cá!”

 

            “Deus proteja meu carro.”

 

            “Deus vai ter que proteger sua vida se você continuar com isso.” Declarei entre dentes para ele.

 

            Edward deu a volta no carro e eu assumi o lugar do motorista, confesso que estava receosa também, claro que eu não iria pisar fundo no acelerador, aquele carro era um máquina e só no instante em que peguei no volante me dei conta disso, mas eu não iria desistir, sem falar que aprender em um carro de cambio automático deveria ser muito mais fácil…

 

            … Deveria, mas ainda sim eu era uma negação. Não adiantava, eu não conseguia andar mais de cinco metros, eu acelerava e logo brecava. O carro não apagava, pro meu completo desespero, sim por que se eu não desacelerasse o carro continuaria a andar, e pisar naquele acelerador era como pisar em uma pluma, você o pressionava, ele respondia.

 

            “CHEGA! EU DESISTO!” Gritei irritada. Puxei o carro devagar para o acostamento, desligando o motor. Tirei o cinto e sai do Maserati batendo a porta. Ouvi o Ediota sair também. Olhei para o céu e nuvens negras se formavam.

 

            “MAS O QUE É ISSO MONSTRENGA?! VOCÊ ESTÁ DESISTINDO?”

 

            “NÃO EDWARD! você não está vendo que continuo pisando no acelerador? você não vê eu andando feliz pelas ruas de Forks motorizada? É CLARO QUE EU ESTOU DESISTINDO!”

 

            “BELLA NÃO PRECISA ESSA CENA!”

 

            “PRECISA! PRECISA SIM! VOCÊ NÃO VÊ? EU NÃO SOU BOA EM NADA! ME ENTENDEU? N A D A! EU NÃO CONSIGO FAZER NADA DIREITO! NÃO TENHO COORDENAÇÃO NEM PRA ANDAR NEM COM AS MINHAS PRÓPRIAS PERNAS IMAGINA SE VOU CONSEGUIR DIRIGIR UM DIA! CHEGA! NÃO QUERO MAIS TENTAR, TENTAR, TENTAR E TENTAR MAIS AINDA E NÃO CONSEGUIR RESULTADOS!”

 

            “ISABELLA! PÁRA COM ESSA INSEGURANÇA! VOCÊ NÃO PRECISA SABER DIRIGIR PARA SER ALGUÉM!”

 

            “EU NÃO PRECISO SABER DIRIGIR, MAS PRECISO SABER FAZER OUTRAS COISAS! SIM POR QUE UM DIA EU QUERO ANDAR COM MINHAS PERNAS, NÃO DEPENDER DE CHARLIE… E PRA ISSO EU PRECISO SER BOA EM ALGUMA COISA! VOCÊ JÁ SABE O QUE VAI FAZER NA FACULDADE?” Acho que ele não estava entendendo o que eu estava querendo lhe dizer, não era propriamente o carro que estava me aborrecendo, mas o fato de que eu não dominava nada suficientemente bem para poder falar: Hey, isso eu sei fazer!

 

            “É CLARO QUE EU SEI!”

 

            “POIS BEM! EU. NÃO. SEI. VOCÊ ACHA QUE ISSO NÃO ME DEIXA FRUSTRADA? NÃO É FÁCIL PRA MIM, VER TODO MUNDO TENDO UMA HABILIDADE, UM TALENTO… E EU NÃO! SER ALGUÉM QUE NÃO SABE FAZER NADA, EXATAMENTE NADA DE DIFERENTE! NADA QUE EU POSSA APROVEITAR…”

 

            “Você sabe gritar!” Eu estava abrindo meu coração e ele estava sendo mais uma vez aquele idiota, que só ele sabia ser, quando queria, isso me tirava totalmente à paciência. Eu não quis acreditar no que estava ouvindo, mas eu tinha ouvido e ouvido bem.

 

            “Eu sei gritar?” Sussurrei olhando bem nos olhos dele e apontando para o meu peito. “Então é o seguinte: VAI SE FERRAR EDWARD CULLEN!”

 

            “BELLA?”

 

            “EDWARD! O QUE? EU ESTOU TE FALANDO O QUE ESTOU SENTINDO E VOCÊ NÃO ESTÁ DANDO A MÍNIMA! E SIM EU GRITO SIM!”

 

            “EU NÃO ESTOU DANDO A MÍNIMA? ACORDA BELLA! EU. ESTOU. AQUI!”

 

            “NÃO! ACORDA VOCÊ EDIOTA!” Tomada pela ira, dei as costas para ele e corri para longe dele. Eu não agüentava mais discussões em minha vida. Edward, Amber, às vezes Rose, daqui uns dias eu estaria discutindo com Alice e Esme. Alguns pingos de chuva começaram a cair, juntamente com algumas lágrimas voluntariosas que insistiam em sair por meus olhos. Eu continuava a correr.

 

            “Isabella espera!” O ouvi gritar ao longe. Já sentia meus músculos começarem a queimar, e provavelmente eu não duraria muito tempo em pé correndo, provavelmente eu cairia. Olhei pra trás e Edward já estava longe. Apoiado com as mãos no carro e a cabeça baixa. Eu não queria mais esse tipo de coisa para mim. Eu estava me magoando e magoando a Edward. Eu estava irritada com o mundo. Tinha uma sensação estranha dentro do peito. Um aperto no coração que me deixava a ponto de explodir a qualquer segundo. Era um novo medo. Mas medo de que?

 

Diminui o passo e continuei andando na estrada deserta. A chuva começava a ficar mais forte e a noite se fazer cada vez mais presente. Respirei fundo, resignada com essa situação e tentando achar o motivo da última e banal discussão com meu namorado. Rá… discussão… Aquilo nem podia ser chamado de discussão. Eu só tinha gritado, bem como ele dissera. Mas ele não estava dando a mínima mesmo. Eu já estava encharcada e pensando porque Edward não estava vindo me encontrar. Olhei mais uma vez para trás e ele já tinha sumido de vista. Embora, ele não tinha ido, eu caminhava em direção a casa e ele teria que ir naquela direção. Tentei em vão secar as lágrimas.

 

“Idiota. Imbecil. Burra.” Me xinguei em voz alta. Vi o carro de Edward passar voando por mim esguichando jatos de água no meu corpo. Ele não iria parar? Eu congelei no mesmo lugar, cerrando os punhos de raiva. Vi ele ficar pequeno no horizonte, esmagando meu coração com esse gesto.

 

“Definitivamente eu sou uma idiota e amo um imbecil.” Fechei meus olhos e respirei fundo. Eu tinha que continuar andando, abri meus olhos e vi Edward ao longe fazendo uma manobra, e então a luz dos faróis iluminou meu caminho. Ele estava voltando. Esperei ele chegar, estagnada no mesmo local. Os faróis queimaram em meus olhos quando ele parou o carro no acostamento da via a no máximo um metro de mim.

 

“Você me deixa completamente fora de mim Isabella! Agora entra!” Ele disse, com uma paciência cedida, pela janela aberta.

 

 Alicia Keys - No one.

http://www.youtube.com/watch?v=8I3ZzFGxgd8

 

“Por que estamos discutindo tanto?” Ainda estava fora do carro. No céu, trovões, quebravam o barulho da chuva constante. Ele deixou o carro e veio ao meu encontro.

 

“Eu, não sei. Só sei que não quero isso para nós. Você está me entendendo?” Ele me segurou nos ombros. “Eu tento não ser esse ignorante que sou, mas tem vezes que é mais forte, e odeio isso. Em um dia eu te peço calma, no outro eu ignoro teus desabafos… eu sou desprezível.”

 

“Não é não! Não fale isso… Eu sou uma burra. Em um dia eu te prometo nunca mais fazer esse tipo de coisa, e no outro acho que estou fazendo pior. Estamos quites. E eu também não quero isso para nós. Isso me tortura e me tira a calma, me faz querer… sumir… definitivamente.” Ele arregalou seus olhos verdes para mim quando proferi a última frase. Como dizem: para bom entendedor, meia palavra basta.

 

“Monstrenga… nunca, nunca, nunca mais mesmo repita isso… Você quer me ver chorar? Você quer me ver sofrer? Eu não quero que você chore mais. Eu não quero que você sofra, eu luto por isso diariamente, você vê isso? Por favor, não pense mais nessas coisas meu amor.”

 

“Não pensarei enquanto estiver com você.”

 

“Eu sempre vou estar com a minha Monstrenga… você sabe, é incondicional.” Ele falou com doçura.  Eu o abracei. Ele não retribuiu. Afastei meu corpo e olhei perplexa para ele.

 

“Você acaba de me dizer que sempre vai estar comigo e recusa me abraçar Edward?” Meu coração se apertou mais ainda.

 

“Eu não quero seus abraços nesse momento…” Mais uma vez meus olhos se encheram de lágrimas, o frio dominou meu corpo, eu já não ligava para o temporal que caia sob nossas cabeças. Ele encostou seus lábios em minha orelha.

 

“Não chore meu bem” Disse passando o polegar por meu olho secando a lágrima que escorreu se misturando a água da chuva. “Por que tudo o que eu quero nesse momento, é seus beijos minha Monstrenga.” Murmurou bem baixinho e em seguida me deu um beijinho molhado no pescoço. Em uma reação involuntária ao toque macio de sua boca, lhe agarrei nos cabelos trazendo seu rosto de frente ao meu aproximando nossos lábios a poucos milímetros de distância, olhava fixamente para aquele pedaço de carne que me convidava loucamente a saboreá-la. Ele mordeu o lábio inferior quando apenas passei a ponta da minha língua por eles. Eu podia sentir o calor percorrendo meu corpo e aquela eletricidade que nos impelia a tocarmos um ao outro. Ele pegou em minha cintura, me juntando a ele e colando nossas bocas em um beijo insano. Nossas línguas se moviam por todos os lados, nunca deixando de estarem juntas. Nos sugávamos e nos deliciávamos um com o outro. Nosso beijo era inflamado de vontades e seu corpo contra o meu denunciava o quão aceso o meu Ediota estava, eu não estava muito diferente.

 

Será que haverá o dia em que eu e Edward nos encontraríamos sozinhos e não mataríamos os desejos que alimentávamos um pelo outro?

 

Não, não haverá. Primeiro – eu não resistiria. Segundo – esses desejos nunca morrem.

 

Ele me abraçava e me agarrava com vontade o corpo. Apertava minha cintura, coxas, braços, bunda. Suas mãos másculas percorriam meu corpo. Eu tentei me lembrar de onde estávamos, mas estava difícil. Um trovão ecoou pelo céu me fazendo tremer. Ele sentiu.

 

“Vem… vamos embora…” Falou ainda em meus lábios. Abri meus olhos e a escuridão estava ao nosso redor.

 

“Não… Eu quero aqui… eu quero agora.” Girei meu corpo, segurando pelo colarinho de sua jaqueta, o colando contra o carro e empurrando meu quadril para frente.

 

“Agora?”

 

“Sim, agora…”

 

“Aqui?”

 

“Anda logo!” Ele puxou o cós da minha calça abrindo o botão e colocou a mão dentro de minha calcinha. Enganchei minha perna direita em sua cintura, só para facilitar as coisas. Sua mão era fria. Contrastou com o fogo que sentia arder em mim. Ele começou a me masturbar, com movimentos precisos, indo e vindo, entrando em mim e me explorando. Grudou seus lábios em minha pele exposta no pescoço, distribuindo beijos de cima a baixo. De minha têmpora à base de minha clavícula. Seus dedos ainda brincavam comigo me fazendo querer que não fossem os dedos dele ali dentro de mim. Mas estava bom, muito bom. Ele encontrou o ponto que me despertava arrepios e me dava maior prazer. Em reação mexi meu quadril em sua mão. Isso o motivou a me incentivar ainda mais, me restando apenas aproveitar e gemer.

 

“Uh… Você… brinca comigo… me faz ficar louca…” Eu murmurei entre nossos beijos quentes cheios de volúpia. A chuva pesava sobre nós, mas não nos importávamos.

 

“Eu me delicio com você… e uhm… ver essa sua carinha de prazer…” Ele me mordeu o queixo. “Me faz pensar… no quanto eu quero você…” Eu corri minha mão para sua calça e a abri.

 

“Aqui não vai dar…” Ele me deixou completamente sem chão quando abruptamente tirou sua mão de mim e pousando em minha cintura, com a outra mão abriu a porta do carro. Nossas roupas estavam mais do que molhadas, meus cabelos escorriam lisos, e Edward era a visão da perfeição: lábios inchados e vermelhos, olhos vivos, cabelos molhados, camiseta molhada grudada ao corpo marcando cada pedacinho de músculo presente ali, respiração pesada. Ele me colocou dentro do carro e apertou em algum lugar que fez o banco começar a baixar. Meu sexo não parava de latejar.

 

“Bancos vermelhos, o homem mais sedutor, chuva… sexo no carro?”

 

“E onde mais a gente conseguir.” Ele fechou a porta e o barulho da água batendo no teto do carro fazia algo mágico comigo. Ele puxou minha calça para baixo a tirando completamente, junto com meus sapatos, com certa dificuldade, já que o carro tinha o teto baixo. Abri o seu jeans e empurrei um pouco para as coisas irem mais depressa, mas não tive muitos resultados. Eu ri.

 

“Deixa que eu te ajudo…” Ele elevou um pouco mais o corpo e bateu com a cabeça. Ele riu e se deitou suavemente em cima de mim, afundando seu nariz em meu pescoço. “Somos um desastre?”

 

“Nem um pouquinho… fica assim. Eu tiro ela…” Sussurrei olhando em seus olhos. Eu iria dar um fim naquele pedaço de jeans encharcado. Estendi meus braços até sentir o pano frio, o forcei para baixo junto com meu corpo. “Fica parado…” Pedi ao fazer menção em se mover junto comigo. Empurrei o jeans o suficiente para sentir a ereção de Edward tocar minha pele. Ele procurou por meu ouvido mordendo levemente meu lóbulo.

 

“Muito habilidosa você…”

 

“Só usar a cabeça… aliás, use a sua!” Apalpei seu membro enrijecido.

 

“Ah Bella!”

 

 “Entende? Uhm…” Tirei ele para fora enquanto sentia o Ediota colocar seus dedos em minha calcinha.

 

“AH! E lá se vai mais uma…” Ele murmurou quando arrancou a tira de cetim que segurava aquele paninho em mim, que naquele instante estava cheio de minhas vontades. Percorreu minha perna esquerda e a puxou para o lado segurando pelo joelho e a colocando sob o painel. Ele respirou fundo em minha pele e consecutivamente me beijou no mesmo instante em que em se afundou dentro de meu corpo me arrancando um gemido de prazer. Começou a estocar devagar de modo cadenciado, rompendo em mim com calma enquanto beijava-me com carinho. Sua língua dançou com a minha e seu sexo instigava mais o meu. Embalando-me em um vai e vem continuo me levando a tremores. Não tínhamos muito de nossa pele exposta, apenas pedaços suficientes para serem beijados, mordidos, sugados e lambidos. Ele colocou um de suas mãos dentro de minha blusa subindo até meu sutiã e se apoderando de meu seio. O envolvi em meus braços e pernas apertando onde podia senti-lo.

 

“Edward…” Sussurrava com a voz rouca. Suplicava por mais. Não queria que ele parasse de entrar em mim. Minhas cadeiras rebolavam instintivamente junto com seu corpo, pedindo para que ele fosse mais fundo. Fundo o bastante para senti-lo tocando meu útero.

 

“Ahhhn Edwa… Entra todo em mim.”

 

“Uhm… ahãm… vem… ah…” Ele deu início a um ritmo muito mais rápido e profundo. Os vidros do carro começavam a ficar embaçados e além da chuva a única coisa que se ouvia eram nossos gemidos baixos de prazer. Edward tomava meu corpo com vontade, mexendo-se em mim até chegarmos ao auge daquele momento sentindo toda a violência dos espasmos por meu corpo. Tremi levemente em seus braços.  Ficamos por alguns minutos nos sentindo um junto ao outro, apenas sentindo. Trocamos alguns toques e carícias, cheiros e risos, olhares e beijos até eu dar o sinal de que estava na hora.

 

“AAAAAAAATCHIM! Aiiii!” Espirrei e bati minha testa no ombro do Ediota. Ele me deu um beijinho no local rindo baixinho.

 

“Ei! Não ria! Doeu!”

 

“Eu sei… eu bati a minha no teto do carro! O que acha de irmos?”

 

“Uma excelente idéia. Sinto que preciso de alguns antigripais.”

 

“Você precisa de um banho quente… você é louca de querer ficar na chuva com o frio que está!” Ele falava enquanto se ajeitava e ligava o carro.

 

“Está tarde já… Esme deve estar preocupada.”

 

“Possivelmente… não se esqueça de pedir a ela sobre o seu caderninho.”

 

“É diário! Que já se tornou um relatório mensal!”

 

“Rá! Certo então, mas você entendeu… pergunte a ela.”

 

“Vou pedir. Agora vai antes que eu congele…” Liguei o aquecedor assim que Edward deu a volta na pista para irmos para casa.

 

Ao chegarmos na casa todas as luzes estavam acesas e se via, pelas paredes de vidro, que todos estavam na sala de estar conversando. Ainda estávamos ensopados.

 

“Ah crianças! O que aconteceu com vocês…” Esme veio correndo, com uma mão no peito quando nos viu entrar.

 

“A Bella.”

 

“O Edward.” Respondemos juntos e nos olhamos caindo numa sonora gargalhada.

 

“Não entendi…” Esme disse confusa.

 

“Ai papai morri! Onde vocês estavam? Estou tentando falar com você Bells há uma hora e meia!”

 

“Alice e mãe… nós estamos bem pelo o que podem ver, acho que só precisamos de um banho. Tivemos um pequeno imprevisto nas nossas aulas… e bom, a chuva nos pegou.”

 

“Imprevisto? Certo, não vou querer saber detalhes disso” Ela disse sorrindo marota “Agora vão, vão tomar um banho quente filhos… assim que saírem vão tomar um chá também e com muito mel!”

 

“Obrigada Esme…” Lhe agradeci sincera. “E Allie se quiser saber o que aconteceu, e eu sei que você está se corroendo de curiosidade, vem comigo…” Edward fez uma cara de espantado. “O que Ediota? Somos amigas!” Subimos de mãos dadas as escadas, conforme fazíamos quando crianças.

 

“Conte-me tudo, não me esconda nada Bells!” Ela pediu enquanto fechava a porta.

 

“A gente brigou, mais uma vez.”

 

“É isso? E porque desta vez?”

 

“Eu sou uma burra e ele um idiota.”

 

“Isabella… você não está me dando muitos detalhes!”

 

“Tá Alice!” Eu pegava minhas coisas no closet. “Eu não consegui dirigir nem o Maserati! Morri de medo de fazer alguma loucura! Travei completamente… eu não consigo fazer nada direito Allie!”

 

“Consegue sim, eu também não consigo dirigir aquele carro!” Revirei os olhos.

 

“Finge que fala a verdade que eu finjo que acredito tá? Mas continuando…”

 

“Coloca aquele jeans estonado ali ó…” Ela apontou para uma calça que estava dobrada. “Você fica bem dentro dela.”

 

“Obrigada! Vou vesti-lo… posso te contar ou não?”

 

“Ah sim, continue amoreco.”

 

“Eu fiquei completamente indignada comigo, comecei a gritar... deixei ele no carro, gritei mais coisas sobre o que eu estava sentindo, e ele simplesmente ignorou o fato que eu estava desabafando com ele, e foi nesse momento que eu gritei com ele e saí correndo. Choveu e eu me molhei…”

 

“Ok, e a parte que vocês se acertam? Porque você não está com a cara de quem está furiosa com o namorado!”

 

“Ai já é outro assunto…” Falei em um tom sacana “Vou tomar o banho. Me espera aqui que eu não demoro, ai eu te conto!”

 

“Bella sua devoradora de homens!”

 

“Um homem só! Tire esse S daí queridinha! Já volto.” Tomei meu banho calmamente esquentando meus músculos. Lavei meus cabelos com um shampoo de frutas vermelhas que Alice tinha encontrado em uma loja de cosméticos em Port Angeles, eu como adoro esse aroma, não resisti e comprei. Fiquei relaxada e aquecida com aquele banho, ainda sentia as sensações que Edward deixara em mim.

 

 “Allie, você sabe do meu diário?” Questionei enquanto saía do banheiro. Ela estava deitada com os braços atrás da cabeça.

 

“Não mesmo.”

 

“Uhm… ele sumiu. Faz muito tempo que não o vejo… Será que Esme o pegou?”

 

“Acho que não, ela não costuma mexer nas nossas coisas…”

 

“Eu sei… estava no quarto de Edward, pensei que talvez tivesse confundido com um livro, afinal ele é bem parecido… A última vez que vi, acho que foi dois dias antes de sua festa!” Me atirei ao seu lado na cama.

 

“Faz um tempo mesmo. Você tá cheirosa Isabella!”

 

“Hoje você está me elogiando muito! O que está acontecendo?”

 

“Nada mesmo…e é sério. Só as vezes sinto sua falta…”

 

“Ohn Allie!” A abracei apertado e logo senti seus braços magros ao meu redor. “Eu passo muito tempo com o Edward não é?”

 

“Às vezes, mas eu sei que ele te faz bem… eu não teria conseguido resultados tão rapidamente quanto ele…”

 

“Como assim nanica?”

 

“Você não está mais infeliz… e não vejo mais aquela tristeza em seus olhos.”

 

“É eu estou mais feliz mesmo, mas Allie… a dor, ela continua ali. A diferença é que agora eu tenho motivos para sorrir.”

 

“Me diz que eu estou entre esses motivos, se não, eu te pego pelos cabelos Monstrenga!”

 

“Está sim! Você é a única pessoa que realmente conversa abertamente sobre isso…”

 

“Você sempre vai poder contar comigo!”

 

“Eu sei anã…”

 

“Agora me conta!”

 

“Foi assim…” Contei o que tinha acontecido depois que eu virei minhas costas para o Ediotinha. Ela só sabia rir e falar oh e nossa. Eu estava com fome e queria tomar o tal chá com um bom remédio. Não queria ficar doente novamente.

 

“Estou traumatizada, não me conte mais, nunca mais! Vou mandar o meu Lesado ter aulas com seu Ediota…”

 

            “Alice você acabaria por me forçar a te contar! Vamos descer?”

 

            “Vamos sim… mas deixa eu te entregar uma coisa que chegou pelo correio hoje… espera.” Ela levantou da cama e foi correndo até seu quarto e voltou toda esbaforida. Nesse pequeno espaço de tempo me perguntei o que poderia ser.

 

            “Você está sedentária! De quem é?” Peguei o envelope branco enquanto falava.

 

            “Estou mesmo… Não sei, está sem remetente.” Virei o envelope para confirmar. Nenhum nome. Nenhuma assinatura. “Abra, estou curiosa.”

 

            “Ok…” Coloquei o envelope contra a luz e vi na lateral o espaço que não rasgaria o conteúdo. Abri o envelope, apenas uma folha branca dobrada ao meio, a desdobrei e demorei alguns segundos para assimilar as letras de revistas coladas no papel, e juntá-las em uma frase.

 

A CADA SEGUNDO EU PENSO EM MILHÕES DE POSSIBILIDADES DE COMO ESTAR COM ELE…

ISSO TERÁ UM FIM LOGO… ELE FICARÁ COMIGO, E ME PERDOARÁ POR MEUS ERROS.

 

Aquelas palavras me eram familiares, parecia que elas estavam tatuadas em minha memória, mas não identificava de onde eram… um livro quem sabe? Algo em mim, dizia que não.

 

 

            “Que brincadeira é essa? Quem me mandou isso Alice?”

 

 

          Continua...

 

(***)

 

Oiii gente! E ai... o que acharam do capítulo? Eu adorei escrever ele.... mesmo com tantas discussões!

Meus anjos eu estou caindo de sono... 3:20 da matina! Nem creio que ainda mantenho meus olhos abertos!

 

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