Narração: Esme Cullen.

            Esses meus filhos me davam muitas alegrias, mas muitas angústias também. Emmet e Rosalie brigando feito cães e gatos. Edward e Bella dormindo no mesmo quarto mesmo tendo os separado, aqueles dois era incríveis juntos, isso me preocupava, mas não poderia impedi-los, melhor sob nossos olhos do que na rua. Agora Jasper e Alice. Esses dois tinham me deixado completamente sem ação. Carlisle entende algumas coisas, ele também prefere que os filhos estejam dentro de casa seguros, e tolera Emmet e Edward com suas namoradas, porém já não estava certa que isso valeria para a nova namorada de Jasper. Oh meu Deus! Isso tinha acabado comigo. O que eu iria fazer?

            Primeiro de tudo: prolongar nossa viagem a Seattle. Ficaríamos dois dias e não um como combinado.

            Segundo: eu vestiria as minhas rendas vermelhas, pegaria as algemas… não, eu não ia fazer isso. Eu iria trancá-lo dentro do quarto do hotel e gastaria toda a minha saliva falando e dialogando. Eu não deixaria nenhum dos meus filhos sofrer, imagina dois deles? Nem pensar. Se ele não aceitasse, eu faria um escândalo e falaria em divórcio. Isso me machucava e a ele também. Mas desde que aquela aproveitadora apareceu em nossas vidas tentando roubar ele de mim, Carlisle sabe que se não fizer tudo o que eu quero as coisas acabam. Eu não luto tanto pelos meus filhos para o próprio pai destruir com a felicidade deles.

            “Meu amor, agora que já resolvemos tudo e jantamos vamos logo para o quarto… eu estou cansada, e amanhã teremos um dia cheio, tenho que ir a diversas lojas de decoração.” Falei tentando tirar ele do bar do hotel, ele tomava um drink despreocupado e conversávamos tranquilamente.

            “Tudo bem querida… ainda não entendo o porquê de ficarmos dois dias aqui se você poderia ter resolvido seus assuntos enquanto estava na reunião.”

            “Ah Carlisle, eu queria tanto rever Anny Sullivan, fazia muito tempo que não nos falávamos gosto tanto dela!” Mentira, eu odiava Anny Sullivan, uma mulher extremamente vulgar e de mal gosto, porém tinha que tolerar era a esposa de um dos melhores amigos de Carlisle.

            “Vamos” Ele pegou minha mão assim que pagou por sua bebida. Ele estava relaxado e não tinha tido stress nenhum durante o dia. Exceto pela manhã, quando foi ao quarto de Edward e viu que ele não estava lá. Eu sabia muito bem onde ele estava, e eu não precisaria ir espiar no quarto pela manhã para ter certeza.

            Eu era só ansiedade por dentro, tinha plena consciência que o que eu contaria a ele o deixaria completamente irado. Mas era o certo a se fazer. Pelo bem de meus filhos, e pelo bem da minha sanidade mental também. Subimos até o 6º andar do hotel onde ficava nosso quarto e nos aprontamos para dormir. Ele foi tomar banho depois de mim, quando ele saiu enrolado naquela toalha branca não evitei sorrir em ver o quanto eu era sortuda. Um marido lindo e dedicado, e ele tem um bom coração. É meio duro… um coração de pedra, mas uma pedra de gelo. Não é tão difícil de se derreter. Eu estava mandando uma mensagem para meus bebês quando ele se sentou no sofá da frente ligando a televisão. Estava dando alguma notícia sobre o país estar organizando mais tropas para mandar ao oriente médio. Não entendia como podiam fazer isso com crianças. Por que eram garotos que eles mandavam para morte, Joshua foi o maior exemplo disso. Um garoto lindo e cheio de vida, aqueles olhos azuis dele irradiavam felicidade, me lembrava muito o olhar de Edward.

            “Carlisle, nós precisamos conversar.”

            “Aham, sobre o que?” Ele olhava a televisão.

            “Desligue a televisão. É sério Carlisle.” Ele me olhou estranho, acho que nunca fora tão enfática em minha vida. Ainda me olhando ele desligou o aparelho. Um silêncio mortal se instaurou no quarto.

            “Estou lhe ouvindo.” Eu respirei fundo. Muito fundo.

            “Não quero que você grite, não quero que você faça aqueles seus textos do tamanho do mundo, não quero que você me interrompa, não quero que pense que eu sou louca e QUERO que você compreenda o que está acontecendo, porque eu compreendi e, já deixarei claro, que apoio. Entendeu meu querido?”

            “Sim, mas fale logo…”

            “Carlisle nós sempre desejamos a felicidade de nosso filhos. E temos dois deles que estão totalmente infelizes. Eles não demonstram para não nos magoar. Não foi um erro nosso. O que está acontecendo é algo inesperado, porém algo natural.” Ele fez menção em começar a falar e eu ergui um dedo para ele se calar.

“Eu disse para não me interromper, você sabe que detesto isso… Eu não vou mais te enrolar… Alice e Jasper estão sofrendo. E o motivo do sofrimento é um segredo que eu só descobri ontem a tarde. Eles se amam… Agora pode falar.”

“Sim eles se amam… como irmãos Esme. O que isso tem demais?” Como homens podem ser tão lerdos?

“Não Carlisle, você não entendeu. Eu disse que eles SE AMAM, tipo eu e você, Emm e Rose, Edward e Bella… Entendeu? Eles estão namorando. Estão sofrendo por esconderem isso de nós.” Eu vi meu marido ficando de todas as cores possíveis. Rosa, vermelho, roxo, um tom azulado. Ele iria explodir a qualquer segundo.

“Nem pense em gritar. Só respire e se acalme Carlisle.” Demorou uns cinco minutos até ele parar de andar de um lado para outro e gesticular com raiva. Eu me limitei a fitá-lo, não iria falar mais nada até ele se pronunciar. Ele sentou-se na poltrona em minha frente e apoiou os cotovelos no joelho. Respirou fundo duas vezes e me olhou sério.

“Me diga um motivo pelo qual eu deva apoiar essa loucura.”

“Eles são nosso filhos.”

“Eles são irmãos.”

“Não de sangue.”

“Isso não importa. Foram criados como se fossem”

“Sim, receberam da mesma comida, da mesma água, a mesma educação, o mesmo carinho, porém não tem o mesmo DNA.”

“ELES AINDA SÃO IRMÃOS.”

“ELES SÃO NOSSOS FILHOS, E AGORA SÃO NAMORADOS.”

“Eles não podem ficar juntos.”

“Me dê um bom motivo para eu tentar acreditar nisso.”

“Eu… eu… eu não deixarei.”

“Isso não é um motivo Carlisle.”

“Não existe motivo maior do que o fato de eles serem irmãos.”

“Carlisle, entenda uma coisa: para eles NÓS somos pai e mãe, mas eles não irmãos. O sentimento não é esse.”

“Mas tem que ser Esme, tem que ser!”

“VOCÊ MANDA NO SEU CORAÇÃO CARLISLE?! ME RESPONDA! VOCÊ MANDA?”

“NÃO É A MESMA COISA.”

“Eu não estou fazendo comparativos. Eu estou fazendo uma afirmação. Ninguém escolhe por quem vai cair de amores, assim como ninguém escolhe em que família vai nascer , ou a que país vai pertencer, com não se escolhe a cor dos olhos ou o formato do corpo! ELES NÃO ESCOLHERAM SE APAIXONAR, ELES NÃO SE OLHARAM E DISSERAM HEY VEM CÁ, É VOCÊ MESMO QUE EU QUERO PARA NAMORAR! COISAS ASSIM ACONTECEM! E EU NÃO QUERO MAIS GRITAR. ENTAO TRATE DE BAIXAR A GUARDA E AGUENTAR FIRME ESSA SITUAÇÃO NÃO VAI MUDAR!” Ele me arregalou os olhos.

“E o que você quer que eu faça Esme, eu simplesmente não consigo… NÃO CONSIGO… acreditar que você apoia isso!”

“O problema é eu apoiar?”

“É! Eles são adolescentes e não sabem o que estão fazendo, mas você Esme! Por favor!”

“Pois se o problema é esse você tem mais que aceitar esse namoro dos dois e bem quieto Carlisle! Eu aceito qualquer coisa para fazer meus filhos felizes! QUALQUER COISA! E se eu aceitar é o problema, pois bem, eu quero o divórcio. Porque não vou mudar de idéia. NEM TENTE ME CONVENCER DE QUE ESTOU PERDENDO A SANIDADE. PORQUE O ÚNICO QUE NÃO ESTÁ SENDO SÃO AQUI É VOCÊ! VOCÊ NÃO TEM NEM MOTIVOS A NÃO SER ALEGAR QUE ELES SÃO IRMÃOS.”

“MAS ISSO NÃO BASTA!”

“NÃO GRITE, EU POSSO… VOCÊ NÃO.”

“Haha Esme você é hilária! Eu não vou gritar mais, mas eu não consigo aceitar.”

“Carlisle Cullen, ou você aceita por bem, ou aceita por mal.”

“E o que você vai fazer se for por mal?”

“Eu já disse. DIVÓRCIO.”

            “Esme, não é assim que as coisas acontecem.”

            “É assim sim. Você é o primeiro para encher a boca para dizer que enfrentaria leões pela felicidade das crianças, mas na primeira oportunidade que tem de provar isso fica negando aceitar algo que não está em nossas mãos.”

            Carlisle ficou por horas tentando entender, por horas me fazendo falar repetidamente as mesmas coisas. Ele não me deu uma resposta certa, mas eu sabia que ele não faria isso com nossos filhos.

            Narração: Carlisle Cullen.

            Já tínhamos voltado para Forks. Eu estava meio irritado ainda com essa história de Alice e Jasper, mas o que eu poderia fazer? Parecia que ninguém ali naquela casa respeitava minhas ordens. Eu dizia cada um em seu quarto e quando eu acordava lá estavam eles em quartos diferentes. Mas são jovens, eu não posso prendê-los. Prefiro que estejam em casa do que aprontando na rua.

Meu escritório nunca me pareceu tão pequeno. Ele era grande, mas a tensão que todos ali emanavam fazia aquilo parecer uma despensa de comida. Olhei para todos. Alice estava prestes a chorar se eu não os apoiasse. Jasper tinha uma expressão tranqüila, mas ele sempre tinha a mesma cara de quem não se importa. Esme… bom os olhos dela me fuzilavam. Respirei fundo e decidi que estava na hora.

“Bom, vamos acabar com essa confusão. Vocês tem uma excelente advogada de defesa, sua mãe me contou o que está acontecendo e confesso que não me agradou em nada saber disso. Eu não tenho argumentos para proibir, mas também não tenho argumentos para permitir. Vocês dois para mim são irmão, mas vejo que não é isso que sentem um pelo outro. Meus filhos, só quero que entendam que isso não é uma brincadeira. Eu desejo escutar de vocês a verdade, não tentem me agradar nesse momento por que não é hora. Me digam o que sentem um pelo outro e se isso tem futuro. Alice, você começa.”

“Eu nunca vi Jazz como um irmão. O sentimento sempre foi diferente pelo o que eu sinto em relação a Edward e Emmet. E pai, quanto a isto ter futuro, não posso ter certeza. Não posso saber o que será do amanhã, a única coisa que sei, com certeza absoluta, é que amo o Jasper e vou lutar por isso.” É ninguém sabe do amanhã.

“Certo… e Jasper o que você tem a me dizer sobre isso?”

“Eu não tenho nada para dizer.” Vi minha filha arregalar os olhos. “Não tenho nada que possa dizer que vá exemplificar o quanto eu amo Alice. Não há nada a ser dito, porque não há nada o que ser julgado. Pai não é um crime o que estamos cometendo. É claro que me importo com o que vocês pensam e sofro por não poder pegar na mão da Allie, não me sinto bem não podendo dar a ela todo a amor que ela é digna. Eu não sei do amanhã como Alice disse, mas eu sei que isso é mais forte do que tudo o que eu já senti. Ela me faz feliz. E eu tento fazê-la feliz igualmente. Mas esconder de vocês está me impedido de conseguir realizar isso de uma maneira correta. Eu amo ela e não há nada que possa mudar isso. Com vocês apoiando ou não eu vou me manter ao seu lado e lutar por nós!” Esme sentou-se ao lado dos dois.

“Eu apoio vocês em qualquer decisão que tomem. Qualquer caminho que sigam eu vou seguir com vocês… E você Carlisle?”

Narração: Alice Cullen.

“PAI! PAI! PAI!” Não consegui me conter de tamanha alegria! Corri até ele e o abracei. “Seu Carlisle! VOCÊ É O MAIS FOFUXINHO, AMADO, QUERIDO, LINDO E PERFEITO PAI DO MUNDO! PAIIIIII! VOCÊ ME DEIXA TÃO FELIZ!”

“Faço tudo por vocês meu amor…”

“OH! EU TENHO QUE CONTAR PARA BELLA!” Ah ela iria chorar quando soubesse. Sai correndo dali os deixando falando sozinhos. Voei pelo corredor e desci a escada de dois em dois degraus. Cheguei ao primeiro andar e ia me dirigindo a sala quando me sinto ser puxada para trás.

“Onde você vai?” Era o meu Jazzudo.

“Contar para a Bella.”

“Não sem antes um beijo de comemoração!” E quando vi já estava entregue a seus lábios. Nos beijamos sem medo e nem receio de sermos pegos. Ele explorava cada cantinho da minha boca com sua língua e eu brincava com ela a sugando feliz. Eu o amava e agora estava livre para mostrar isso ao mundo. Não sei por quanto tempo ficamos ali nos beijando, só sei que quando abri meus olhos o abracei apertado e chorei com a alegria que me possuía. Ele acariciou meus cabelos e sussurrou.

“Eu te amo minha pequena.”

“Ótimo, por que eu te amo ao quadrado.”