Salvation - Interativa escrita por Lady Doll


Capítulo 3
This Place - part II


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Ok, minha intenção era ter postado esse capítulo semana passada, não o fiz porque... Viciei em FNaF e não consegui fazer nada que não estivesse relacionado ao jogo. Desculpa.
Enfim, essa é a segunda parte das apresentações, espero que gostem!



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Estava aliviado por deixar a sala da aula, principalmente por causa daquela garota com a coruja. Dei apenas 3 passos pelo corredor e avistei uma porta, ao lado da sala de aula. Li a placa rapidamente para me informar que aquela seria a "sala de vídeo".

Era gigantesca, tinha fileiras de computadores, que desciam, devido a inclinação da sala. Lá em baixo havia uma mesa de escritório retangular a acima dela um notebook aberto. Mas o que mais chamou atenção foi a tela gigante na parede que seria iluminada pelo data show que ficava no começo. Avistei uma pessoa no final e desci por uma espécie de escadaria para me encontrar com ela. O garoto se virou para mim assim que cheguei ao seu lado. Não parecia albino, mas tinha cabelos brancos e olhos azuis. Vestia-se com um terno, usava luvas negras e uma cartola. Em uma das mãos segurava um bloco-de-notas e na outra uma caneta.

– Olá Aki, o que o traz aqui? - Ele sorriu de lado, vidrando os olhos azuis nos meus, o que me deixou um pouco mais constrangido.

– Oi Yuuchiro. Procurando mais alunos, e você? – Essa, com certeza, é a conversa mais estranha que já tive com um desconhecido.

– Anotando tudo de importante que encontro. A passagem que leva para o andar superior está trancada por aquelas grades, todas as janelas, menos a da sala de aula 1, estão cobertas por placas de ferro, há câmeras e aquele urso esquisito, ninguém parece saber onde estamos e, claro, os alunos são estranhos - Ele leu cada tópico presente nas notas maquinalmente, tive a sensação que fazia isso diariamente pela naturalidade no qual agiu.

– Você também é estranho - Afirmei sem conseguir evitar sorrir. Yuuchiro moveu o olhar, antes presente no bloco, até mim.

– Eu poderia ter me magoado - Murmurou, cruzando os braços.

– Sabia que não iria - Dei de ombros - Você não é o único que sabe das coisas aqui. Sempre gostei muito de mágicos, inclusive você. Aliás, fico honrado em conhecê-lo.

Yuuchiro Tomoeda - Super High School Level Illusionist

Realmente queria poder dizer que sabia tudo sobre Yuuchiro Tomoeda, já que minha infância (ou o que restou dela) pode ser resumida a ele, mas não posso. O garoto é uma incógnita para todos. Além de nenhum dos seus truques ter sido solucionado até hoje, sua origem é um mistério. Nunca se ouviu falar dele até seu grande sucesso. Realmente nada. Nem de onde havia começado sua carreira e nem sobre onde havia estudado. Mas fora isso que tinha mais me impressionado nele, na verdade. Não sei... o tornava mais mágico, sem contar com seus truques incríveis e grandiosos. E agora eu vi, pelo bloco de anotações, ele gosta de um bom mistério. E muito. Gosta tanto de mistério que acabou se tornando um.

E, de todos os estudantes que eu sabia que estudaria, ele era quem mais eu gostaria de conhecer. Mesmo que não quisesse admitir, agora eu tremia e até mesmo suava frio.

– Desculpa se o ofendi, achei que era o único jeito de chamar sua atenção - Me desculpei, percebendo a merda que eu tinha feito - De verdade? É uma honra conhecê-lo!

– Oh, não esperava encontrar um fã aqui. Não vai me bombardear com perguntas, vai?

– Que tipo de perguntas?

– Sobre minha identidade secreta - Ele estava falando sério?

– Claro que não. Qual seria a graça de resolver um mistério se eu simplesmente perguntasse a você?

– Até que você é uma pessoa legal, Aki. Pensava que seria o metido mal-humorado das mídias, mas pessoalmente você parece outra pessoa - Sorriu, dessa vez não sarcástico, era um sorriso verdadeiramente sincero.

– Nas mídias o assunto é outro... De qualquer modo, você é mais gentil do que aqueles repórteres - Afirmei levantando o canto da boca com nojo de me lembrar dessa época.

– Sei bem sobre isso. Além de ter aqueles parentes idiotas se aproveitando do seu talento, tem aqueles malditos repórteres. Pelo menos, seus pais parecem legais.

– Como você...? Certo, então continuo dizendo que você é mesmo estranho.

– Não é a primeira vez que escuto isso - Dá de ombros, em seguida se virando e suspirando desiludido - Ah, e nem se alegre... Apesar daqui ter milhares de computadores, nenhum deles tem realmente algo de útil.

– Nem internet?

– Nada.

– ... E você conferiu todos? - Inquiri surpreso, olhando a infinidade de computadores presentes. Realmente levaria pelo menos uma hora para ligar todos.

– Acordei há muito tempo... E não tinha nada pra fazer... então sim.
– Impressionante, te admiro ainda mais agora. Nunca teria paciência para fazer isso.

– É, obrigado - Ele não evitou sorrir feliz, só então percebi que eu deveria estar com os olhos brilhando igual a um fanboy. Rapidamente corrigi isso, ficando mais sério - Mas agora, com licença, vou até o ginásio esperar... as informações, ou o que seja.

– Claro, vou ir atrás do restante dos alunos.

Saímos da sala juntos, Yuuchiro foi por um lado e fui pelo contrário. Segundos depois encontrei novamente Maxine e Yoake, que iam na direção da sala de vídeo. A cachorrinha abriu um sorriso, como o esperado, e o gamer, que ainda jogava o mesmo jogo, levantou o olhar assim que passei e sorriu de lado, antes de novamente abaixa-lo para o game boy. Fofo, então preferi ignorar, acenando brevemente para os dois e me afastando. Segui o final do corredor para chegar em outra entrada, desse vez sem um placa para indicar do que se tratava. O cômodo era um pouco menor que os outros. Por todo lugar eram espalhadas mesas brancas e redondas, com três cadeiras em volta de cada uma. Em um dos lados tinha um balcão, doces e chocolates podiam ser vistos atrás de seus compartilhamentos de vidro. E acima deste, uma placa neon escrito "lanchonete".

E, claro, sentada em uma das cadeiras estava uma garotinha fofa. Tinha cabelos loiro-claros e grandes olhos verdes. Usava um vestido branco com detalhes rosa, e dois laços combinando, nos dois lados da cabeça. Ela nem percebeu minha presença, de tão concentrada que estava. Depois de um tempo, percebi que ela desenhava algo. Me aproximei o mais silencioso que consegui, para tentar ver seu desenho. Tive sucesso e consegui ficar atrás da garota. Fiquei boquiaberto, ela rabiscava com um lápis num caderno, perfeitamente o Monokuma visto de dentro da televisão, exatamente a visão que tive quando acordei.

– Está perfeito! - Exclamei, o que fez a garota pular de susto - Desculpa... mas sério, é o desenho mais perfeito que já vi.

– Não tem problema. E o-obrigada - Falou tímida.

– Qual é seu nome? - Perguntei, puxando a cadeira ao seu lado e me sentando

Miki Miyazaki– Respondeu ainda mais baixo do que da última vez, já havia percebido que ela era uma pessoa tímida, por isso resolvi ser o mais gentil possível

– Já eu, me chamo Aki Eiji! Qual seria seu título? Desenhista?

– Pintora.

– Entendi... não encontrou materiais para pintar e se contentou somente em desenhar? - Que pergunta foi essa? Estou me fazendo parecer um idiota. O que ela vai pensar de mim?

– S-Sim - Forçou outro sorriso, corando levemente. Incrivelmente, isso teve o mesmo efeito em mim. Melhor é só ficar quieto.

Miki Miyazaki - Super High School Level Painter

Pelo menos essa conversa me fez lembrar dela. Assim como a maioria dos alunos, a conheci através do site de Hope's Peak. Miki tinha feito uma fortuna com a venda de seus quadros magníficos, e os vendeu por todo o mundo, até mesmo pessoas da França, Inglaterra e Rússia. Aliás, até mesmo minha mãe tinha um de seus quadros. Tentei me lembrar do que se tratava o desenho, mas minha memória falhou. Acabei, então, deixando para lá.

Miki, pelo o que percebi, também preferia ficar em silêncio, voltando os olhos atentos até o caderno. Imaginei que ela seria uma daquelas artistas que mais preferia é não ser interrompida enquanto desenhava. Então não serei eu que a atrapalharei. Após passar dois minutos, comecei a sentir-me entediado. Dei mais uma olhada pela lanchonete e notei que, atrás do balcão dos doces, havia uma porta. Forcei a vista para enxergar o conteúdo da placa. "Cozinha", era o que eu esperava. Ia inventar uma desculpa para sair e investigar o local quando vi uma outra garota sair de lá. Era ruiva... talvez... e tinha olhos dourados. No primeiro momento achei que ela seria alguém assustador - como a garota da coruja. Sora, esse era seu nome, certo? -, mas mudei completamente de ideia quando ela veio saltitante em nossa direção.

– Olá novamente, Miki! - Exclama, acariciando a cabeça da loirinha de um jeito... rude, digamos. A ponto de bagunçar completamente seus cabelos. A pintora, embora, não reclamou, apenas sorriu tímida - E oi... garoto... Calma, eu te conheço, não fala qual é seu nome. Tapa-olho... é... Aki! Isso aí, você é aquele sobrevivente, certo?

– Sou - Não resisti a sorrir divertido

– E você, sabe quem eu sou?

– Claro, Alyss Moretz, SHSL Builder. É impossível não te conhecer após a "Miragem".

– Muito bem!


Alyss Moretz - Super High School Level

A construtora ficou conhecida por suas construções magníficas por todo mundo. E a mais famosa ficou conhecida como "Miragem", pois era uma visão surreal de tão bela. Pelo o que eu escutei por aí, essa construção é uma cidade árabe que fez para uma única pessoa.

– O que vocês estão fazendo? - Alyss inquiriu, mas nem esperou uma resposta antes de continuar - Ei, já sei o que podemos fazer, então: tomar chá!
Ia convence-la de que agora isso era impossível, como qualquer pessoa normal faria, até porque, de onde ela acharia um bule e xícaras? Mas antes que eu conseguisse dizer isso, a construtora se abaixa e tira tudo que era necessário para tomar chá... debaixo da mesa.

– Mas como...? - Minha voz morreu antes de completar a frase. Ao meu lado, Miki arregalou os olhos e abaixou os olhar, levantando-os novamente em seguida. Adivinhei que ela se perguntava "desde quando isso está aí?”

– Hora do chá! - Alyss informou alegre, estendendo uma xícara com seu precioso líquido dentro e um pratinho com bolo de chocolate para a pintora, e outros para mim, em seguida.

– De onde você tirou isso? - Finalmente consegui perguntar. Essa cena parecia com aqueles desenhos animados, era teoricamente mágica.

– Debaixo da mesa - Ela respondeu lentamente, como se fosse o único modo para que eu pudesse entender.

– Eu sei, isso é óbvio. Mas como você tirou isso de lá?

– Não posso dizer, talvez você mesmo tenha que descobrir... de qualquer modo, conheço bem esse lugar, sei onde estão os melhores esconderijos - Deu de ombros. Pensei novamente sobre suas palavras e só então me dei conta de algo.

– Espera, como assim "conhece bem esse lugar"? Você sabe onde estamos?

– Estamos em Hope's Peak, ora.

– Como você tem certeza?

– Construí esse lugar - Diz um tanto orgulhosa, apesar de estar implícito em sua voz.

Fiquei boquiaberto por um momento.

– Sério? - Foi a única coisa que consegui perguntar.

– Sim, eu não minto. Construí esse lugar a pedido do próprio diretor, mas ele achou melhor ocultar esse fato por um tempo. Não me disse o motivo, mas acredito que é para não acharem que me aceitaram aqui somente por causa disso, o que não é verdade - Apesar de sua fala se tratar de algo certo, disse isso com um sorriso no rosto, como se fosse algo divertido... e comecei a acreditar que para a garota, essa era a verdade, já que parecia que nada poderia estragar seu humor. Alyss era uma pessoa interessante - E se ainda não acredita, posso provar. Nesse andar há: o ginásio, 16 dormitórios, enfermaria e sala de artes, uma em frente para a outra; então vem a sala de aula 1, em seguida o cinema, lan...

– Cinema!? - Exclamei, interrompendo-a - Na frente da sala de aula?

– É ué - A construtora inclinou a cabeça para o lado, confusa.

– Ali é a sala de vídeo, tenho certeza, pois acabei de sair de lá.

– Ahn? Mas a sala de vídeo deveria estar no terceiro andar - Murmurou - Ei Aki! Vem comigo lá ver então.

Como eu esperava, ela nem esperou que eu concordasse, já me puxando pelo braço, antes mesmo que eu me levantasse. Se já não esperasse que isso fosse acontecer teria ido de cara no chão, literalmente.

– Calma Alyss, assim eu vou cair - Puxei meu braço, exigindo-o de volta - E, venha também, Miki.

A pintora pareceu surpresa com o convite, mas primeiro olhou para o caderno no qual desenhava. Imaginei o que aquele olhar queria dizer.

– Ou fique aqui, terminando seu lindo desenho.

Alyss me puxou pelo braço de novo, resmungando o quanto eu estava demorando e que estava ansiosa demais para qualquer distração. Corremos pelo corredor até alcançar o local. E lá estava, "sala de vídeo" escrito na placa. A construtora soltou uma exclamação a abriu a porta, e claro, ficou ainda mais chocada.

– Mas... Mas... O que está acontecendo? Aqui DEFINITIVAMENTE é o cinema. Não tem motivos para a sala de vídeo estar aqui.

– Então, eu avisei. Algo estranho está ocorrendo. Agora tenho mais provas para acreditar nisso.

– Tem mais algum cômodo fora do lugar? No corredor que cruza com esse, estão a enfermaria e a sala de artes?

– Não sei - Admiti - Ainda não fui nesses lugares.

A garota deu meia volta e correu para fora da sala, preferi segui-la ao ficar sozinho, ainda por cima, não tinha visitado nenhum desses dois lugares. Alyss parou em frente a uma das portas e praticamente a chutou para abri-la.

– Certo, a sala de artes está aqui! - Afirmou, mais feliz do que eu imaginava.

Fiz o favor de abrir a segunda porta, que assim como o previsto, era a enfermaria. A construtora chegou até mim, nem se dando o trabalho de esperar eu terminar de abrir a porta, apoiando em meus ombros para enxergar o cômodo, suspirando aliviada em seguida. A ignorei e entrei no local. A primeira coisa que pensei ao dar uma olhada no ambiente foi "paz". Tinha as paredes, incrivelmente brancas, impecavelmente limpas, como se nenhuma sujeira tivesse passado por ali, nunca. Três macas se espalhavam, sendo que uma permanecia no meio, cercada pelas outras duas. Em cada parede havia um armário de vidro, remédios e outras coisas eram vistos lá dentro. Avistei duas garotas. A primeira - cabelos castanhos e olhos dourados - sentava-se uma das macas. A segunda - cabelos negros presos, usava um vestido e meia-calça - mexia em um vidrinho de remédio ao lado de um dos armários. Alyss se aproximou da segunda, então resolvi segui-la.

– Ah, olá! - A garota exclama, acenando com a mão livre. Parecia excessivamente animada. Acenei de volta.

– Oie! - A ruiva respondeu com a mesma animação - Hum... Já sei! Ayano Shidou.

– Sim, sou eu! - Você seria Alyss Moretz e o garoto é Aki Eiji, estou certa?

– Exato!

Ainda não sabia como essas meninas conseguiam agir tão normalmente sendo que estávamos presos numa "escola". Porém, já tinha me conformado que não iria encontrar ninguém teoricamente normal aqui. Olhei para Ayano uma outra vez, juntando mentalmente as informações que tinha sobre ela.

Ayano Shidou - Super High School Level Blogger

Seu blog simplesmente tinha milhares de seguidores, de todo o mundo, já que ele era traduzido para todas as línguas. A cada postagem sua, um milhão de pessoas as viam, em pelo menos 10 minutos. Se tornou um ídolo para várias adolescentes, ainda mais por ter ido em muitos programas de TV e rádio.

Resolvi deixar aquelas duas conversando e resolvi ter com a outra garota, que estava sentada na maca. Ela levantou o olhar curioso até mim, me analisando inteiramente, o que foi um pouco humilhante.

– Espera, quem é você? - Perguntou nervosa, como se estivesse arrependida do que perguntou.

– Aki Eiji - Respondi, dando de ombros.

A morena arregalou os olhos num instante e virou o rosto para o outro lado. Uma ação bem estranha. Fiquei tentando entender o que eu tinha feito de errado e como não achei nada, resolvi continuar a conversa:

– E você é?

–...

Karin Riona!– A voz estridente de Alyss atrás de mim me fez pular de susto

Karin Riona - Super High School Level Dealer

Negociadora. Chamou a atenção de Hope's Peak por conseguir melhorar o rendimento de sua escola, negociando com bancos, traficantes, o próprio prefeito, policiais e não-sei-mais-quem. Ouvi dizer que ela fez isso pra convencer o diretor a deixar uma turma participar da feira da escola e, embora tivesse pouco tempo, conseguiu fazer tudo bem a tempo.

– Hey, por que está aí sozinha? Parece solitária - A construtora comenta.

– Ah não, estou só pensando um pouco - Karin responde, abrindo um sorriso gentil. Por que ela fala com ela e comigo não?

– Sim, entendo. Tem muito a se pensar agora.

– Karin... - Tentei novamente, para ter certeza de que a garota tinha ou não algo contra mim.

– Riona! - Me interrompe - Não gosto que pessoas que não sejam minhas amigas me chamem pelo primeiro nome.

– Perdão. Riona... - Agora eu já estava verdadeiramente triste, não me importei em esconder isso - Por que você me odeia?

Ela virou o rosto novamente, tomando uma expressão emburrada.

– Não, não é como se ela te odiasse - Ayano informou com um risinho - Só não gosta de homens em geral. Karin não possui nenhum rancor pessoal por você, não se preocupe.

Me sinto bem melhor agora, tive vontade de responder sarcástico, mas preferi ficar quieto.

– Vou mudar um pouco de assunto - a blogueira continua - Percebi algo terrível! Não somente tem uma infinidade de remédios aqui, como também... - Ela fez uma pausa - venenos.

– O que? Como assim venenos? - Indaguei boquiaberto.

– Venenos, sério, e medicamentos pesados. Não sei por que colocariam isso aqui.

– Pra nos matar, só pode - Alyss exclamou. Porém a frase teve um peso maior do que ela esperava, o que fez a garota engolir a seco - Mas talvez não seja isso...

– Que terrível! - Comenta Karin... digo, Riona - Mas as coisas não podem simplesmente ficar assim, vai que alguém...

– Nem diga isso! - A blogueira fecha os olhos e treme propositalmente, de uma maneira bem fofa, aliás - Vi que todos os armários possuem uma chave. Seria melhor se nós os trancássemos, não seria?

– Ótima ideia Ayano! Mas não o faça agora, diga isso quando nos encontrarmos no ginásio, assim todos terão noção do ocorrido e não reclamarão depois - Sugeri

– Certo.

– Sabe o que eu estou sentindo? - Alyss exclamou de repente, quase atropelando a fala da outra - Fome. Preciso de algo doce. Venha comigo até a lanchonete, Aki.

E novamente a ruiva me puxou pelo braço. Tinha que admitir que me senti aliviado com isso, ainda não ficava a vontade na frente de Riona, apesar de gostar da presença de Ayano. Não pude deixar de pensar, também, que tudo ficava cada vez mais estranho.

As telas eram a única fonte de luz daquela sala escura. A pessoa que as observava começava a ficar entediada. Apresentações, além de demoradas, eram sempre chatas. Porém, em questões de minutos, sua diversão começaria.

– Não precisa ficar impaciente - Uma segunda pessoa, parada ao lado da primeira, comentou, revirando os olhos.

– Nem você precisa ficar assim, com essa cara. Não está gostando?
– ...Você sabe... Gostando não estou, pelo menos é melhor do que ficar - Fez uma pausa para engolir em seco - na situação deles.

– Não fale como se não fizesse parte deles. Eu me lembro bem de você, estava tão desesperado quanto os próprios - O primeiro abriu um sorriso de escárnio.

– Oh sim - O segundo tomou a mesma expressão - Mas você também tem uma história demasiada interessante. Aliás, me lembro muito bem de...
– QUIETO! - Ordenou, fazendo o outro parar atento - Me cansei! Melhor ir embora antes que eu me irrite de verdade... você sabe que as coisas não ficam boas quando isso acontecesse. Ande logo, tem coisas mais importantes a fazer. E, claro, se divirta.

O segundo assente lentamente, embora não quisesse, e se afasta, um pouco aliviado por deixar aquele odioso lugar. O outro passa os olhos por todas as telas e se diverte pensando que, pouco a pouco, o desespero entraria em cada um daqueles alunos. Novamente.

– E que o segundo jogo comece!


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Notas finais do capítulo

Pronto! Espero que tenham gostado.
Novamente, me digam o que acharam dos personagens apresentados.
Até o próximo!



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