Chaos escrita por Diane


Capítulo 3
Capitulo 2 - Caído em Ruínas.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/660306/chapter/3

Perspectiva de Thanatos.

Como essa mortal ousa?

Thanatos estava furioso e molhado, afinal, não era todo dia que um gêiser aparecia sobre seus pés e ele era eletrocutado. E para piorar, foi uma mortal que fez isso.

Ele foi eletrocutado por uma mortal!

Sobre algumas paredes Campo de Treinamento, havia uma espécie de planta com espinhos com cerca de trinta centímetros. Provavelmente foi gerado por magia de uma ninfa, já que na última vez que ele invadiu o local não tinha plantas espinhosas.

E elas estavam bem ali. Bem atrás da mortal irritante.

Oh, imagine a cara da mamãe quando ela encontrar sua amada filhinha morta e presa na parede por espinhos, pensou.

Ele sorriu e a garota voou para trás. Ela não esperava isso, claro que não. Aparentemente, todos os filhos de Nyx tinham um talento especial para matar de surpresa e de modos criativos.

Mas ela não atingiu os espinhos. Uma espécie de barreira invisível a parou antes que suas costas atingissem as pontas. Depois a garota foi posta no chão delicadamente, como se estivesse flutuando.

Thanatos estreitou os olhos. Como aquela coisinha aprendeu a criar barreiras?

Sua resposta veio como um soco na sua cara.

— Nossa mãe o convocou — Uma voz familiar falou atrás dele.

O deus da morte se virou e encarou seu irmão. Hipnos, o deus do sono, seu outro irmão — Vale mencionar que ele tem dezenas de irmãos — estava encarando ele. Hipnos, era um dos favoritos de Nyx embora Thanatos desconfiasse que ela só gostava dele por que ele parecia com ela, afinal tinha a mesma cor dos cabelos e olhos, além da feições. E também porque ele ficava sempre dormindo, e assim não a irritava.

— Vá dormir, Hip hip urra — O deus da morte respondeu zombando — já que é o que você faz de melhor.

Hipnos sorriu. Isso era raro, por que na maior parte do tempo ele estava dormindo. E pessoas dormindo não sorriam.

— Nossa mãe o convocou — Hipnos repetiu.

— Eu ouvi. Eu não sou surdo.

— Pois parece.

Thanatos iria dizer algo sobre a descoberta do humor estressado do irmão, mas foi interrompido. Porque sua visão se tornou prateada e em um instante, ele não estava mais ali.

O deus da morte caiu na sala do trono de Nyx.

Caiu, literalmente, já que Hipnos não foi tão delicado para coloca-lo no chão através do portal. E foi muito vergonhoso, já que parecia que sua mãe tinha reunido o Olimpo inteiro naquela sala.

O salão de Nyx continuava como sempre fora. Elegante, cheio de pedras preciosas, basicamente com um recado invisível de “Olá, eu sou mais poderosa que você”, impresso nas paredes de mármore negro lapidado. As estrelas brilhavam intensamente sobre o teto de vidro. E isso era mau sinal.

Porque quando Nyx está furiosa, as estrelas brilham com mais intensidade que o normal. E estava parecendo que a Via Láctea iria explodir.

Ao redor do trono da sua mãe — Claro que ela tinha que ficar em um trono, só para mostrar que ela a poderosa Nyx — estava quase todos os deuses. Claro, que Érebo não compareceu ao show especial. Mas Thanatos pode até ver Zeus ao redor dela.

— Oi mamãe! — Thanatos disse sarcasticamente — Tanto tempo que não te vejo. Que saudades!

Foi uma péssima coisa para se dizer. Péssima.

Nyx se levantou do seu trono de ouro e prata. A deusa estava vestindo um vestido negro que ia até seus pés, as únicas joias eram a sua coroa de prata e um colar de rubi sobre o pescoço.

O mais estranho de tudo era que Nyx só vestia aquele vestido para execuções. E ele não podia ser executado.

Ele era imortal.

— Ajoelhe-se perante mim — Ela disse friamente, nem olhando na direção dele enquanto caminhava lentamente ate ele.

O deus da morte não se ajoelhou. Ele não era um servo dela, era seu filho, aliás, ele tinha sido renegado. Se fosse para ajoelhar perante alguém, seria somente para seu pai.

— Não obedeço suas ordens.

Nyx sorriu para ele, as pessoas achariam que era um sorriso maternal, mas os olhos dela estavam frios como pedra.

— Thanatos, se ajoelhe.

— Já disse que não.

Ele tombou no chão como se um caminhão o tivesse derrubado, mas não foi um caminhão, foi sua mãe. Suas pernas agiram como se tivessem vontade própria e em segundos ele estava ajoelhado no chão.

— Prefiro você assim — Nyx falou alegremente e acariciou o cabelo do deus da morte — Bonzinho.

O inferno era que seu corpo não estava obedecendo, parecia que ele tinha virado uma estatua congelada naquela posição. Demorou um pouco, mais do que ele gostaria, para conseguir quebrar isso. Ele ficou de pé e encarou a deusa. Agora, de pé, ele era mais alto que ela.

— Só que eu não gosto de ser bonzinho.

Nyx levantou uma sobrancelha.

— É, eu percebi.

E novamente, ele foi lançado ao chão e ficou naquela posição humilhante, encarando os pés de Nyx.

— Eu não sou um cachorrinho de estimação seu, para você querer ordenar em mim!

Apesar de não conseguir virar a cabeça para cima, ele ouviu sua mãe gargalhar.

— Se você fosse um cão, seria um chihuahua. Irritadinho, avança em todo mundo, e se acha maior do que é.

— Eu sou um deus da morte, não um chihuahua.

— Você é um mero deus menor e acha que pode me desafiar. Caso tenha esquecido, eu sou uma primordial. A Noite foi a primeira que surgiu à partir do Caos — Ela levantou o seu queixo para que ele pudesse encara-la.

Essa era Nyx e sua mania preferida: a de dizer que ela era mais poderosa do que todos por que nasceu primeiro. Embora ela e Érebo vivessem reivindicando o título de nascido primeiro. E ninguém podia saber quem estava mentindo, por que ninguém estava lá para ver.

— Então você chamou toda essa comitiva de deuses só para isso? Para me verem se ajoelhar para você?

— Não.

— E por que foi, então?

Sua mãe sorriu ironicamente e imitou a voz dele:

Oh, imagine a cara da mamãe quando ela encontrar sua amada filhinha morta e presa na parede por espinhos...

Bom, então foi isso.

— Eu nunca falei isso.

— Mas pensou! — Nyx gritou. Cadê aquele humor tranquilo? Sumiu...

Era indignante. Até os seus pensamentos ela vasculhava. Cadê a privacidade? Sumiu junto com o humor tranquilo...

— É, tudo bem, eu pensei — admitiu — Agora eu não posso mais pensar?

— Se eu não tivesse enviado Hipnos, ela estaria morta! Você ia matar sua irmã, igual fez com aquelas pessoas que transformou em cinzas! Isso é inadmissível. Você está usando seus poderes para influenciar causas mortais. Isso desequilibra a Balança.

Thanatos revirou os olhos. Sempre a mesma e velha história, a Balança e blablá.

— E oque você vai fazer? Não pode me obrigar a parar de usar meus poderes.

A deusa sorriu e colocou a mão na testa do deus da morte.

— Eu vou fazer isso.

Então o corpo dele explodiu em dor. Parecia que estava sendo queimado vivo, mas ainda conseguia sentir o frio da água sobre sua pele. Ele não conseguia enxergar, a visão dele tinha escurecido subitamente. Logo depois, ele sentiu um frio terrível, como se alguém tivesse despejado um balde de nitrogênio liquido sobre sua cabeça.

Você caíra em ruínas, deus da morte.

Só faltava isso. As vozes irritantes das malditas Parcas. Ou ele estava alucinando?

Uma parte consciente dele estava se perguntando se ele estava gritando muito, e por um momento ele agradeceu por estar congelado naquela posição, senão estaria se contorcendo.

Thanatos não tinha ideia se ficou parado ali por cinco minutos ou cinco horas. É difícil tentar calcular o tempo em uma situação assim.

Ele tentou concentrar seus poderes e atacar sua mãe. Mas só sentia um vazio estranho.

Como se seus poderes tivessem o abandonado.

Perspectiva de Christine.

Acenei para o loiro legal que me salvou de ser morta por um louco e voltei a lutar. Resolvi deixar pra lá o fato que eu podia estar morta à cinco minutos atrás. E que morte... idiota. Morta por espinhos idiotas. Mas veja pelo lado bom: eu eletrocutei o deus da morte. Quem já fez isso?

Estava cortando a garganta de um servo de Trivia quando ouvi um barulho estranho. Tipo, como se tivesse um exercito marchando. Parei o movimento da espada e olhei para o lado.

Graças aos deuses, o servo de Trivia estava morto, senão ele teria a oportunidade perfeita para arrancar minha cabeça fora.

Por que eu congelei.

Tinha outro exército marchando na nossa direção. Até aí tudo bem, eu pensei: Que bom, são reforços! Toma, Trivia!

Os soldados estavam de armadura completa e capacete, o metal parecia branco. Literalmente branco. E branco não é bom sinal, por que branco é a cor favorita de Trivia.

Era só isso que faltava: reforços para Trivia.

Mas não era isso, por que vi um soldado de armadura branca matar um de armadura dourada. Ok, eles não eram reforços de Trivia.

E também não eram reforços nossos, por que um soldado de armadura branca tentou enfincar a espada em Idia. E para a infelicidade dele, Idia se desviou e cortou ele no meio.

Tudo bem, eles não eram reforços de Trivia e não eram nossos.

Que diabos eram aquelas criaturas?

Eles estavam atacando tanto Trivia quanto nós. Definitivamente tinha alguma coisa errada e suspeita ali.

Um deles veio agitando uma lança na minha direção. De perto, as armaduras deles eram diferentes, como se fossem feitas de névoa. Igual a névoa do meu sonho.

Meu instinto de defesa entrou em modo automático e virei para o lado. A lança passou perto de mim, e minhas mãos agarraram a haste. Virei o braço e torci o pulso do soldado que segurava a lança. Ele ou ela, vai saber, soltou um grito estridente e soltou a arma. Girei a lança e enfinquei na barriga do soldado.

Entenda, enfiar uma lança na barriga de quem está de armadura não é boa ideia. Mas vendo a minha superforça que já usei anteriormente, era para o metal se despedaçar, certo? Ou pelo menos amassar.

Esse não.

O metal esquisito ficou intacto. Já a lança, por outro lado, se despedaçou na minha mão.

Não gostei daquele metal.

Eu estava praticamente desarmada, já que as espadas estavam perdidas em algum lugar no meio daquele caos e a lança quebrou. Então fiz a coisa mais lógica possível: Tentei eletrocutar o soldado.

Infelizmente, aquele metal não conduzia eletricidade.

Uma cobra GGG feita de fogo surgiu do nada e tentou me abocanhar. Deduzi que quem quer que estivesse atrás da armadura era feiticeiro ou feiticeira. O chão se rompeu na minha frente e um jato de água cobriu a cobra.

Cobras gigantes e flamejantes. Familiar, não acha?

Uma vez, uma certa loira oxigenada, não, não Trivia, outra loira oxigenada — Pois é, acho que loiras oxigenadas tem algo contra mim — lançou uma cobra de chamas encima de mim. Uma cobrinha bem parecida com essa.

Só que daquela vez, o truque do gêiser funcionou, dessa vez, não. A cobra se refez depois que levou um banho.

Cheguei a conclusão que eu estava em uma péssima situação. Sem arma, eletricidade não funciona, e bem, tinha uma cobra flamejante sorrindo para mim, tipo: Almoço, venha cá.

Se era o feiticeiro que estava conjurando a cobra, bom, se eu matasse ele, a cobra iria sumir, logicamente.

Ignorei a cobra e o bafo quentinho dela e chutei a cara do soldado. Acho que isso quebrou o controle dele, por que a cobra tremeluziu. Pisei na traqueia dele, que as alças do elmo não conseguiam proteger. Abaixei o pé com toda a força e senti a traqueia esmagando.

Mais um que morreu. A boa noticia é que a cobra sumiu.

Peguei uma corrente que achei caída no chão. Provavelmente, alguém tinha deixado cair. Corrente não são armas boas para combate com lâminas, mas consegui me virar com ela. É mais fácil esmagar a traqueia, o ponto fraco na armadura, do que tentar achar fendas com uma espada, o que levaria muito mais tempo.

O exército de armadura branca parecia se multiplicar cada vez mais. Parecia que para cada um que morria, aparecia mais dois. E não, eles não eram hidras, só estavam em um número bem maior.

Os soldados dourados de Trivia estavam sendo esmagados. E meu lado no exercito também.

É, a situação estava feia.

Vá para o norte. Ilithya está abrindo um portal para nos tirar daqui.

As palavras pareciam tão reais como se alguém tivesse falado ao meu lado. A voz era a de Raphael. Podia ser verdade, vampiros tem poderes telepáticos, ou eu estava alucinando.

Mas não custava dar uma olhadinha no norte. O sol estava nascendo no leste, e me baseando pela posição do sol, achei o norte. Bem atrás do que era o campo de Treinamento.

O meu exército estava se deslocando para o norte também, então deduzi que eu não estava alucinando.

Lá, Ilithya estava com as mãos abertas e um espiral arroxeado brotavam das palmas dela e formavam uma espécie de porta circular.

Veja bem, não foi fugir de uma luta. Não tínhamos como ganhar aquela guerra. Eles eram centenas e centenas. Estavam acabando com a nossa raça, literalmente.

Então eu não hesitei ao passar pelo portal.

[...]

Meu primeiro pensamento foi: Deuses, fui para no Egito.

Só que aquelas não eram as Pirâmides de Gizé, tenho certeza, por que elas não eram feitas de ouro e nem tão grandes. E não tinha areia deserta no local. Era quase uma espécie de floresta. E não tem floresta ao redor das Pirâmides de Gizé.

Agora, eis a questão: Por que uma criatura faz três pirâmides construídas em ouro?

Seres sem cérebro.

Sem falar o fato que o sol nascendo batia no ouro e dava um reflexo insuportável na minha cara.

Sério, eu queria matar o arquiteto daquele lugar.

— Você não devia estar aqui — Ouvi a voz de Ilithya. Ela fez uma pausa e resmungou — Onde vou mandar essa criatura?

Então minha visão arroxeou e fui sugada por um portal. Como se eu não tivesse coisas irritantes o suficiente por um só dia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pessoal, desculpem a demora. Semana de provas. Mas agora estou de férias.
O lado bom é que talvez eu possa escrever com mais frequencia, ou não, por que vai que aparece parentes chatos para competir pelo PC.

O que acharam? E o Thanatos?