Chaos escrita por Diane


Capítulo 15
Capítulo 15 - Hermes, o melhor advogado.




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Perspectiva de Christine

Chegando na porta, Idia e Tigre tiveram que ficar para trás. Então atravessei a porta avermelhada, com cuidado só para tocar na maçaneta — Oras, vai saber se algum dos coitados que teve o sangue arremessado na porta não tinha alguma doença contagioso. Uma vez, estudante de biologia, neurótica para a vida inteira.

Vamos admitir, o arquiteto que planejou esses lugares e esses salões divinos merece um parabéns. O salão de julgamento não era exceção. Era enorme, sustentado por colunas de bronze escuro, com uma mesa sobre uma parte mais elevada do chão. Havia vários símbolos e desenhos projetados nas paredes. Histórias de deuses, guerras, heróis. Ah, e até tinha algumas imagens sobre Diana.

Não gostei daquele chão. Ele era dourado. Igual ao do espelho.

Sentados ao redor da mesa, estavam Trivia, Thomas e um cara que eu não conhecia. Outros três lugares estavam vagos, mas logo Ilithya, Mikhail e Raphael foram ocupa-los.

Antes ir ao seu lugar, Mikhail passou perto de mim e sussurrou:

— James Wilfhlace é o novo amante de Trivia.

Ah, é? Supostamente James era o cara de cabelo escuro cacheado e olhos cor de cobre que estava sentado do lado da vaca oxigenada.

— Você deveria pelo menos dizer bom dia — Trivia sugeriu, me olhando com aquela cara de “eu-quero-matar-você”.

Eu sabia que Alec, Vanessa, Damien, Mary e Thanatos estavam escutando atrás da porta graças à telepatia. Se a porta fosse de madeira comum, iria cair.

— Bom dia, galinha torrada — falei, alegremente.

As queimaduras que Alec fez nela agora eram cicatrizes brancas que cobriam ela inteira. Não estava horrível, é difícil fazer um descendente de deuses ficar feio. O cabelo dela estava mais curto, também. Imaginei uma cena muito engraçada do cabelo dela pegando fogo.

“Alec, você deveria ter pelo menos torrado o nariz dela. Porque todo vilão de verdade não tem nariz”.

Dei mais um passo na direção da minha cadeira e o salto da minha bota quebrou quando entrou em contato com a pequena elevação no chão. Tropecei e quase caí de cara no chão. Eu estava pensando “Ai, caramba, que vergonhoso”, mas então me levantei e vi a coluna atrás de mim.

Tinha um punhal cravado nela, bem na altura no meu peito. Se eu tivesse ficado de pé, aquilo iria se cravar no meu coração. E a imagem do espelho de Caos iria se tornar verdade.

Bendito salto alto que salvou minha vida.

Levantei-me, e discretamente encostei na bota, fazendo o salto se restaurar por magia.

— Boa sorte na próxima, querida — falei.

O punhal virou pó. Ilithya estava fuzilando Trivia.

— É proibido agressões e armas aqui dentro — Ilithya disse —Na próxima vez que eu vislumbrar um brilho de aço, você irá se retirar — E pelo tom de Ilithya, Trivia iria se retirar com um punhal cravado na testa

Sentei na cadeira e estiquei as pernas, despreocupadamente. Bom, eu só aparentava estar despreocupada. Deuses, eu quase morri. Se o salto não tivesse quebrado... ou se eu demorasse só mais um  segundo para dar aquele passo.

Caos estaria rindo.

“Você devia matar ela”, Alec sugeriu.

“Eu vou fazer isso”.

— Podemos continuar? — Ilithya perguntou, casualmente quase como se um punhal não tivesse acabado de voar.

— Claro — eu e Trivia dissemos ao mesmo tempo.

Bom, primeiramente eu precisava descobrir o que estava causando a cura acelerada de Trivia. E depois seria só dar um jeito nisso e matar ela.

— Então — Aquele capeta oxigenado pigarreou — Devemos executa-la — ela apontou para mim.

Pisquei. Quanta delicadeza.

— Acho que devíamos executar você, também — Falei na sinceridade — Vontade de mata-la não me falta.

Raphael sorriu.

— Bom, podemos dar uma arma para vocês e...

— Não dê ideias — Mikhail falou.

— Ok. Tudo bem.

— Primeiro, no meu acordo, tinha uma condição bem explicita: Matar ela. E se ela está viva, vocês estão descumprindo meu acordo. E eu tenho o direito de voltar o exército contra vocês — A vaca ameaçou.

— E eu também tenho um exército — informei — E seria muito divertido mandar ele contra o seu.

— E depois vem Caos e mata todo mundo — Mikhail disse.

— Eis minha dúvida: O exército é mesmo seu por direito? —Thomas perguntou.

 Aquele serzinho irritante estava colaborando com Trivia? Caramba, Vanessa e Alec estavam realmente precisando dar um jeito naquele ser.

— É, o meu exército é mesmo meu. Ao contrário do exército que você chama de “seu” — relembrei.

—  O exército pode ser dele — James, o novo cãozinho de Trivia, disse, com os olhos brilhando — Se os herdeiros originais morrerem.

Decidi que não ia com a cara dele. E, supostamente, era mais fácil ele morrer do que Vanessa e Alec. Porque ele não tinha os poderes de cura da amante dele provavelmente, e tinha uma adaga presa na minha bota.

Thomas, ao contrário, decidiu que amava o cara. Dava para ver os olhinhos dele brilhando com a expectativa. Tipo “James, por favor, mate eles, ah, por favor”

— Voltando no assunto — Thomas disse — O exército pode não ser dela.

— Uhn, como se rouba um exército? — perguntei — pega uma arma, aponta para a cabeça do cara e diz “Ei, me passa o exército aí”. Ou será que eu vou lá, coloco o exército, sorrateiramente, na minha mochila.

É cada ideia.

— Quem garante que Ryan era mesmo um traidor e aliado de Caos? — James perguntou.

— Temos provas concretas — Ilithya falou, tirando um pen-drive do bolso — Aqui temos uma gravação de Ryan conversando com um aliado sobre um ataque durante a noite que ele estava planejando.

— E isso é realmente verdade? — Trivia levantou uma sobrancelha, apontando para Raphael e Ilithya — Vocês dois foram professores dela, o que garante que não estão tentando encobertar o fato que ela tomou um exército de um inocente.

Inocente. Ryan, um anjo inocente. Parecia até piada.

— Fui eu que fiz a gravação — Mikhail disse, levantando a mão.

— Você, Raphael e Ilithya são amigos desde que eram adolescentes — James afirmou — Não dá para confiar.

Mikhail levantou uma sobrancelha.

— Colega, já que não dá para confiar, então por que você não pega esse pen-drive e não enf... Engula-o.

Eu estava começando a gostar de Mikhail. Bastante sincero, com bom senso e ele também sentia vontade de matar Trivia. Previ uma longa amizade pela frente.

— Mas, como vocês podem me provar que o vídeo não é falso? — Trivia perguntou — Um áudio falso e algumas montagens poderiam modificar a conversa de Ryan e colocar informações falsas.

— Podemos trazer um especialista em montagens e mandar verificar — Raphael disse — Mas esse vídeo foi gravado a partir de uma câmera de segurança, então seria difícil fazer uma montagem convincente...

— Feito por câmeras de segurança que nós nem sabíamos que existiam — disse James.

— Oras! — Ilithya bufou — As câmeras estavam no teto o tempo todo. Não é minha culpa que vocês não olham para cima.

Trivia murmurou algo que soou muito semelhante à “Praga maldita!”.

— E aí? — perguntei — Vai demorar muito para decidir? Eu preciso dormir.

— Que tal uma votação? — Trivia sugeriu — Nada melhor que o espirito democrático.

Eu não sabia se ria ou chorava.

— Ergue a mão quem é a favor de considerar uma possível execução.

Trivia levantou a própria mão. James e Thomas quase pularam da cadeira junto com ela.

Seis. Três e três.

— Bom, pessoal, já que vai ter empate, eu como a sétima pessoa aqui, vou desempatar e votar contra — falei, sorrindo.

— Sua opinião não vale — disse James.

— Pois deveria valer — suspirei — Eu tenho um exército e uma fama grandiosa.

Uma vez, Ilithya falou que o conselho de descendentes de deuses era formado pelos proprietários dos maiores exércitos e por pessoas que fizeram grandes feitos.

Oras, quantas coisas eu já não fiz? E eu tinha um exército.

— Se Lucian tivesse vindo hoje... — Mikhail murmurou.

— Lucian não pode vir, já que ele está morrendo na enfermaria — Trivia sorriu — Algumas formas de envenenamento são muito cruéis. É tão trágico.

— É, muito trágico — concordei — Você lembra-se daquela substância que eu criei? Aquela lá que reduziu seu exército de monstros pela metade.

O olhar assassino de Trivia indicava que ela lembrava muito bem daquela substância.

— E a votação? — Thomas perguntou.

— Vamos fazer um julgamento e uma votação pública. Não temos chances de desempatar — James sugeriu. Imediatamente, Ilithya o fuzilou com um olhar psicopata — Ah, você ainda tem esperança que Lucian consiga sobreviver. Tá, continue pensando assim.

— É, talvez isso seja mais rápido — Raphael disse. Ilithya olhou feio para ele — Bom, Ily, não podemos ficar aqui, esperando até ele melhorar.

Raphael abriu a porta, para ir até o corredor para fazer a convocação. Assim que ele abriu a porta, Vanessa, Alec, Damien, Sam, Mary e meus gatos caíram de cara no chão.

— Oi, titia — Alec disse.

[...]

Não demorou muito tempo, só uns quinze minutos para convocar todos os descendentes de deuses daquele lugar e invocar algumas cadeiras ao redor da sala e as paredes se curvaram, formando uma espécie de coliseu. A parte do chão onde estava a mesa se elevou, tipo um palco. E eu estava no centro dele.

— Então, vamos começar! — James falou, animadamente.

Trivia se levantou da mesa. Sério, ela realmente iria fazer isso?

— Aqui estamos nós — Vadia hipócrita, pensei — No meu acordo estava bem especificado que para a minha aliança com a Pirâmide, era necessário que Christine Caudermoon estivesse morta. Mas, então, ela adquiriu um exército por meios controversos. O conselho ficou empatado. Metade aceitava sua morte e outra não. Então, agora vocês serão os juízes.

— Antes de tudo, acho que a menina tem o direito de se defender, certo? — Raphael ergueu uma sobrancelha.

— Concordo plenamente.

Virei, e lá estava Hermes, o meu patrono favorito, sentado em uma cadeira dourada que apareceu magicamente junto com ele ao meu lado.

A cara de Trivia foi épica.

Hermes pigarreou, os olhos azuis brilhando de um jeito esquisito, tipo, como se ele tivesse tomado dez litros de café.

— Bom, eu decidi fazer a defesa de Christine, mas antes de tudo, devo lembra-los que sou um deus. E segundo o código de conduta que evita mortais incinerados, vocês devem pelo menos curvar a cabeça em sinal de respeito quando eu estou perto. Podem começar.

A multidão se curvou. Ele estava adorando isso. Trivia curvou o pescoço como se estivesse sendo possuída.

Hermes se levantou .

— Primeiramente, como vocês podem acusar um ser angelical desse de cometer um crime. — Ele pousou a mão no meu ombro

Faça cara de anjinho, rápido” Ouvi a voz de Hermes ressoando por telepatia

Fiz minha melhor cara de anjo.

“Cara de anjo, não de capeta, Christine!”

“Hey, minhas caras de anjinho são sempre convincentes, minha mãe sempre caí nelas”.

“Nyx caí porque é idiota. Agora fica quietinha aí e tenta não xingar ninguém ou cometer assassinatos. Vou fazer todos eles votarem contra sua execução. Você vai ver”.

— Eu já vi esse serzinho angelical destroçando pessoas em campo de batalha — Thomas se levantou da cadeira.

Hermes ergueu uma sobrancelha.

— Ah, é? Eu nunca ouvi falar de alguém que saí distribuindo florezinhas em campos de batalha. Agora senta aí e fica quietinho.

Sorri.

“Minha mãe mandou você aqui?”.

“Sua mãe está ocupada agora, ela nem deve saber o que está acontecendo”.

“Quem ela está matando?”.

“Ah, não é dessa forma que ela está ocupada”.

Decidi não pensar no que ela estava ocupada.

— Vamos começar por Ryan. Ela não é usurpadora de exércitos, porque qualquer um tem o direito de desafiar alguém pela posse de um exército em duelo de morte. Tudo bem que isso é pouco conhecido pelas pessoas, vocês preferem serem mais civilizados, mas não há nenhuma lei dizendo que isso é errado. 

— Como podemos acreditar em você? — Trivia sorriu, angelicalmente — Você é o deus da trapaça. Loki, Hermes, em qualquer lugar você trapaceava e enganava idiotas.

— Vejam, eu não chamei ninguém de idiota, é ela que está falando — Hermes parecia incrivelmente satisfeito — E agora, chegamos a conclusão que Chris fez um favor para vocês. Mikhail tem uma gravação provando que Ryan era um traidor e planejando um ataque.

— E essa gravação é verdadeira? Como podemos acreditar? — Agora era James.

— Da mesma forma que alguns idiotas aqui acreditam na suposta honestidade de Trivia.

Sério. Hermes é muito genial, ele deve ter um parentesco comigo, só pode.

“Não, criaturinha, você que deve ter um parentesco comigo. Nasci primeiro”.

— Mais alguma objeção? — Ele perguntou.

A plateia ficou em silêncio.

— Que bom, agora que sabem a verdade, podem votar. Votem certinho... Eu sei o nome de cada um de vocês, não se esqueçam disso.

Lá, encarando a plateia, com o cabelo loiro encaracolado e olhos azuis, ele parecia o clássico clichê de anjinho. Mas a mensagem “Olá, se vocês votarem a favor da execução, você irá ser executado”, estava bem clara.

Vários círculos de prata apareceram na frente da bancada da plateia.

— Se alguém for a favor da execução — Se algum louco que quer virar uma toupeira — é só girar o disco duas vezes e ele se avermelhara.

Hermes ficou lá, esticou as pernas encima da mesa, olhou para a cara de Trivia, James e Thomas e disse:

— Qual vocês acham que vai ser o resultado? — ele perguntou.

— Como você não tivesse ameaçado ninguém aqui — Trivia cantarolou.

— Eu? — Ele arregalou os olhos, inocentemente.

— É.

Um minuto depois, Hermes se virou para o publico.

— Votaram certinho, meus amores? — Ele perguntou.

Me segurei para não rir.

Hermes bateu palmas e todas os discos de prata flutuaram. Ah, e todos eles continuavam prateados. Nenhum vermelhinho. Pressionei os lábios firmemente para não começar a gargalhar. A cara de Trivia foi demais, parecia que ela estava convulsionando.

O deus apontou para a nuvem prateada.

— Então, Chris, você é inocente e tem direito a uma vaga no conselho.

Ele piscou para mim. “Você está devendo uma favor para mim, criaturinha, eu posso mandar você roubar o manto de Hades. Brincadeirinha”.

— Tchau, meus anjos.

Aí ele sumiu.

Ah, finalmente eu poderia dormir.

Perspectiva de Kimberly.

— É sério mesmo? — Ela perguntou para Mary, pela décima vez seguida, provavelmente.

— É, eles vão fazer um Baile de Inverno em honra a aliança forjada com Trivia depois de anos de guerra — Mary falou e afundou a cara no travesseiro de seu novo quarto — Eu não sei vou ir, Kim. Tem tudo para dar errado. E é hipócrita.

E daí que era hipócrita fazer um baile para Trivia? Kimberly vivia ouvindo sua mãe falar dos Bailes de Invernos. Ela se sentiu melancólica, imaginando que roupa sua mãe usaria se estivesse viva e quais vestidos ela iria sugerir para que usasse. Se sua mãe estivesse viva, elas iriam passar uma tarde no salão juntas, iriam comprar os tecidos juntas.

Agora ela iria ter que fazer tudo sozinha.

Ela piscou novamente e tentou se fixar nas coisas boas. Ela sempre quis usar aqueles vestidos estilo princesa do século XV, iria ficar deslumbrante nela.

— Eu gostaria de ir ao Baile — Kim confidenciou.

— Thomas falou que gostaria de ir comigo — Mary disse, parecendo sonhadora.

— Então vá.

— Uh, talvez, talvez... E quanto a você? — Mary perguntou — Arranjou um par para ir no Baile de Inverno?

Kimberly deu um pulinho involuntário, quase caindo da cama de cara no chão.

— Espere, é necessário um par?

Mary soltou uma risadinha.

— Não, é opcional, mas você poderia aproveitar a oportunidade — A ninfa deu um sorriso divertido e malicioso ao mesmo tempo que só amigas conseguem fazer — e convidar Alec.

A feiticeira ergueu as mãos para o alto.

— Praticamente impossível.

Só para começar, Alec praticamente mal notava a existência dela. O outro motivo tinha até nome : Christine Maureen Caudermoon, ou como Kim preferia pensar nela: O demônio de olhos prateados.

— Pelo menos tente — Mary sugeriu — O quarto de Alec fica na ala leste.

[...]

 

Kimberly estava se sentindo incrivelmente idiota enquanto percorria o corredor em busca do quarto de Alec. Mary tinha dito que era uma porta de mogno. Por fim, quando encontrou a suposta porta.

Ela bateu na porta, hesitante.

— Posso entrar? — Kim perguntou.

— Aham.

Ela abriu a porta, um tanto hesitante. Alec estava deitado na cama, lendo um livro de física. O cabelo dele estava bagunçado, como se tivesse acabado de acordar de um cochilo a pouco tempo. Algumas peças de xadrez estavam jogadas sobre a cama.

— Oi — Ela disse.

Alec abaixou o livro e olhou para ela. Kim corou. Os olhos dele eram tão negros que não dava nem para diferenciar a pupila da íris. Kim sentiu como se estivesse sendo sugada por um buraco negro.

Antes que ficasse parada e bancasse a idiota, ela começou a falar:

— Alec, então, vai ter o Baile de Inverno...

Ela mal começou a frase a porta se abriu. Christine entrou no quarto, carregando um tabuleiro de xadrez

— Achei o tabuleiro, estava entre as coisas da Vanessa — Christine contraiu os lábios, expondo os dentes levemente quando viu Kimbely — Oi, Kimberly,

— Oi, Christine.

Kimberly tinha certeza que Christine não ia com a sua cara. E o sentimento era reciproco. E porque ela tinha que entrar justo naquela hora?

Alec disfarçou uma risada baixa. Christine olhou feio para ele e instantes depois, um tabuleiro de xadrez saiu voando. Alec se desviou por pouco.

— Errou — Ele deu um sorriso irônico.

Christine se jogou na cama de Alec e começou a arrumar as peças de xadrez no tabuleiro. Kim sentiu a sua garganta se contrair de raiva.

— Então, o que é o Baile de Inverno? — O demônio de olhos prateados perguntou.

— Sempre que tem um evento importante é feito um baile — Kim falou — Irão fazer um em comemoração à aliança feita com Trivia.

— Um baile para Trivia? — Christine ergueu as sobrancelhas arqueadas — Interessante.

Ela olhou para Alec por dois segundos. Kim sabia que eles estava se comunicando por telepatia. E isso a irritava.

— O que acha, Alec? — Os olhos de Christine brilhavam maldosamente.

Alec sorriu. Kim sentiu que poderia enfartar.

— Que tal irmos no Baile de Inverno juntos? — Ele estendeu a mão para Christine, os olhos dele estavam brilhando  maldosamente também.

Christine apertou a mão dele, como se estivesse firmando um acordo.

— Sim — Ela piscou — Vai ser o Baile de Inverno mais memorável da história.

Kimberly tinha certeza que alguma coisa iria explodir logo.

Alec, finalmente, voltou a lembrar da existência dela.

— Ah, Kimberly, o que você iria dizer?

— Nada. Só vim aqui para avisar do Baile de Inverno. Já vou sair.

Antes de fechas a porta, ela viu um vislumbre do sorriso de Christine. Kim tinha certeza que Christine sabia o porquê ela foi ali. E por consequência, Alec também.

Ela atravessou o corredor pisando duro e se repreendendo mentalmente. Porque ela tinha que convida-lo agora? Se esperasse mais um pouco, ela nem teria dado ideia para Christine. Ela praticamente entregou Alec de bandeija para Christine.

Aquela maldita raposa esperta.

“Kimberly, você só faz mancada. Só mancada”, pensou.


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Notas finais do capítulo

Sim, Kimberly, você só faz mancada.



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