A Escolhida escrita por Pharah


Capítulo 44
Quarenta e quatro


Notas iniciais do capítulo

ta acabandooo



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Haruno Sakura

Era ascendente: onze de maio de 1524, Quarta-feira

— Seu braço não está muito bem. O torniquete não foi feito de forma correta. — quando escuto Tsunade falar isso para Sasuke, a primeira coisa que ele faz é olhar para mim.

Eu não digo nada; mas sei que com a sua expressão severa e de preocupação significa que ele havia sim percebido o erro, no entanto não iria admitir. Típico do Sasuke. Lembro-me de ter dito para ir alargando aos poucos o pano no machucado, e foi o que ele deveria ter feito.

— Mas eu fiz o que Sakura me mandou, fui soltando aos poucos. — tenta justificar ainda sentindo uma grande latência irritante no braço, pois a sua expressão é de dor.

O machucado continua com uma cor escura, e em algumas partes um esverdeado doentio também é visto. Tsunade balança a cabeça, em negação. Ela, eu e o próprio Sasuke sabíamos que ele não havia feito como fora mandado. Sim, tinha afrouxado o pano, mas foram em momentos aleatórios na volta para a capital, simplesmente quando a dor piorava. Tsunade respira pesado, agora cansada e ainda muito séria.

— Aparentemente você ficou um tempo sem soltar, por sorte não foi muito tempo. Vossa Majestade precisa urgente de repouso e medicações. — ela disse.

Agora quem precisa respirar fundo sou eu, mas de alívio. Alguns pensamentos sombrios haviam pairado sobre mim, como se o veneno que havia na lâmina fosse fatal. Mas, no fim das contas, Tsunade soube lidar com ele muito bem, embora ela tenha dito poucas e boas sobre como um Rei deveria ficar mais na defensiva e não saindo por aí caçando traidores. E como não concordar com ela?

— Ainda não resolvemos em relação a Orochimaru. — Sasuke decide mudar o assunto.

Olho para Sasuke, Tsunade, Naruto, Minato e Kushina. A última franze o cenho com o comentário e não preciso esperar muito tempo para que ela critique o assunto. Kushina não gosta que suas crias vá em locais perigosos, e mesmo que Sasuke não fosse um filho legítimo era assim que ela se sentia sobre o rei.

— Sasuke, tu és o rei, não um soldado. Tens de ficar quieto em Konoha, não seja tolo. — ela responde já com os braços cruzados.

Sasuke não conseguiria ficar com raiva dela mesmo se fosse necessário. Ela foi e ainda é o mais próximo que teve de uma mãe, e sua opinião é puramente porque o quer bem. O cenho ainda franzido e os olhos marejados da senhora Uzumaki comprovam a minha teoria, e vejo que Sasuke sente exatamente o que estou pensando, dada a sua face.

— Eles pegaram meu filho e planejaram invadir o castelo! — rebate ele.

Sasuke resmunga como se ele tivesse feito algo inadmissível, e de fato havia feito. Eu concordo com Kushina, mas não acho que isso seja um local que eu tenha fala. Sasuke havia deixado bem claro, de uma forma ou de outra, que eu não era a sua escolhida. Provavelmente eu não havia sido chutada do castelo devido ao meu filho, mas sinto que o meu fim está próximo. O fim de morar aqui, ao menos. E de vê-lo. Forço a não me sentir triste com isso, pois ele estava me magoando muito.

— E podem invadir ainda. Quem disse que Sasori esboçou apenas um mapa? Ele pode ter nos enganado. — Kushina diz ainda irritada.

Ela tem razão sobre isso. Eu sei, mas ainda sim Sasuke tem dificuldades em simplesmente deixar esse assunto para lá, ou direcionar outras pessoas para resolver isso. Compreendo que um rei age mais passivamente e posso estar redondamente enganada, mas conheço o Uchiha o suficiente para que saiba suas ações.

— Ela está certa, sabia? — Minato suspira após dizer. — Precisa ficar aqui e não deixar o castelo sem direção. E também tem a questão de seu braço.

Não falo nada. Para quê escolher um lado de uma briga que não tem nada a ver comigo mais? Na verdade eu só estava aqui pois Sasuke-kun havia me chamado, e provavelmente tinha a ver com me mandar embora. O seu rosto desgostoso aumenta com a pequena discussão e sinto um calafrio no peito.

— Para o rei eu recomendo repouso total. Vossa Majestade pode trabalhar, mas desde que não use o braço. Alguém pode escrever para ele. Estresse de preferência reduzido. — vendo uma brecha na conversa, Tsunade despeja os cuidados a serem feitos em relação a ele.

— Algo me diz que esse bastardo não vai descansar como devia… — Naruto diz algo pela primeira vez.

Todos direcionam os olhares para o loiro que continua sério, quase apático. Dois anos atrás ele teria sido muito mais energético e infantil sobre todo assunto, mas Naruto havia crescido. Ele tinha conseguido sua maturidade, ainda que fosse um tanto criança em algumas situações. Mas essa não cabia tal comportamento. Todos ficam em silêncio por alguns segundos até alguém bater na porta e entrar. Trata-se de Shikamaru, o estrategista principal de Konoha. Ele mantém os dois olhos abertos por pouco e em suas mãos estão alguns papéis.

— Encontramos uma tatuagem no corpo de Sasori. — ele informa. — Ela pertence a família dos Akasuna, mas ele diz que não sabe o que significa.

Akasuna? Não me parece um nome de Konoha… Penso em perguntar para alguém, mas mais uma vez lembro-me de que isso não é mais assunto para mim, afinal de contas sou apenas a mãe do bastardo do rei. Fecho o rosto, amargurada.

— Posso confiar nele? — Sasuke indaga, alheio ao meu sofrimento.

— Sim. Quando ameaçamos a queimar a tatuagem ele não se importou tanto, não deve mesmo ter memória alguma. — Shikamaru informa bastante entediado.

Como uma pessoa fica entediada quando cita que queimaram uma pessoa? Quase fico com pena de Sasori até eu me lembrar que ele havia raptado o meu filho, o meu menino. Se fosse possível eu bateria nesse pensamento idiota que tive.

— Como Temari. — Sasuke diz.

— Sim, como Temari. — Shikamaru concorda.

— Shikamaru, mande uma mensagem para o Rei de Suna. Envie Temari e alguns guardas com ela até o país, explique a situação para a irmã do Rei e veremos o que ele quer fazer com Sasori. Por enquanto continue deixando-o preso. — o rei dá as ordens.

Com os anos na guerra Sasuke havia conseguido deixar sua voz mais imponente e fria. E isso me dá medo. É como se ele começasse a ficar ainda mais longe de mim, escapando pelos meus dedos. Bem, já escapou. Depois de tudo ocorreu não há mais o que se fazer, e mesmo que tivesse eu iria querer? Não sei. O sentimento continua aqui, tanto os bons, quanto os ruins. E nesse momento o que mais me afeta são todos os ruins. A maioria dos bons ficam apenas para o passado.

— Sim, Majestade. — Shikamaru diz.

— Ele já confessou ter mandado outro mapa do castelo? — indaga o rei.

— Não, ele continua negando. Mas ainda não estou certo de que ele está falando a verdade. — Shikamaru o informa.

— Confio em seu julgamento. A defesa e rigidez da proteção daqui deve ser triplicada. — ele anuncia. — Estão dispensados.

Todos se despedem em acenos, e o olhar direto em mim faz com que eu entenda: eu era a exceção. Agora iríamos conversar a sós. Essa conversa tinha que ser feita, mas agora que o momento chegou a única coisa que consigo fazer é tremer enquanto olho para os olhos escuros e frios de Sasuke.

— Sakura… — ele cicia o meu nome, e parece um pouco mais dócil do que enquanto falava com Shikamaru e os Uzumaki. 

— O que queres, Sasuke-kun? — indago tensa.

Minha voz sai até mesmo grosseira. Eu não quero prolongar um sofrimento, e ao mesmo tempo não quero que ele saiba o quanto tem feito minha vida virar de cabeça para baixo.

— Precisamos conversar. — ele inicia, alheio a todo o meu medo.

— Já sei que vais casar com Tenten, não sou tola. — resmungo.

— Pelo jeito, você é. — no seu rosto possui um sorriso mínimo.

Isso me deixa bastante furiosa, e sinto as minhas orelhas queimarem de raiva. Meus olhos também ardem, mas não ouso chorar por nada.

— O que?! — indago cética e irritada.

— Tenten está sempre presente porque quero que ela seja uma estrategista, assim como Shikamaru é. — ele me explica. — Não tenho intenção alguma de casar com ela.

Um grande peso sai de minhas costas. O alívio dura por pouco tempo, no entanto. A raiva volta a tomar conta do meu ser, e eu me seguro para não esganar um rei. 

— Então por que não disse isso antes?! Me deixou no escuro, deixaste eu acreditar que estava com ela logo após deitar-se comigo. — praticamente cuspo as palavras com tamanha fúria que sinto. — Foi errado!

A expressão de Sasuke é indecifrável. Eu o conhecia, mas algo em seus olhos e no repuxar de seu cenho franzido me deixa confusa. Estava irritado, preocupado, se sentindo culpado? Eu não sei mais. Depois de tantos anos, talvez eu não conheça ele tanto quanto acho.

— Não tínhamos tempo para conversar sobre isso. — ele tenta se justificar.

— No caminho até Sasori e Itachi. — eu o lembro. — Tivemos muito tempo.

Sasuke abaixa a cabeça, olhando sem jeito para o braço machucado. Não sinto dó ou preocupação pelo seu braço no momento, apenas indignação e raiva.

— Sakura, eu não estava com cabeça para isso, me perdoe.

— Eu não sei… Em poucos dias de sua volta já me fizeste sofrer muito… E depois me deixaste no escuro em relação a Tenten. Nunca me mandou uma só carta esses anos todos. — digo.

Eram os principais sentimentos negativos que tenho tido, e todos são interligados a ele. Sasuke havia me feito muito feliz no passado, mas neste momento o seu nome era entrelaçado com sofrimento e raiva. Eu o amo ainda, no entanto minha cabeça está confusa. Meus sentimentos estão bagunçados e estou muito chateada. E furiosa.

— O que eu poderia dizer? Estava em guerra, nada de bom vem lá.

Essa resposta me parece improvável e muito ridícula. Claro, eu sabia como era uma guerra. Não tanto quanto ele ou os soldados que foram escalados para o País do Som, mas com todos os diabos, isso lá é motivo para não me mandar nada por dois anos?!

— Eu sei, mas gostaria de saber como estava por lá! — rebato.

Irritada e chateada. Nada mais me define melhor que isso.

— Tenho certeza de que Kushina te contou exatamente tudo que era necessário.

Sua resposta faz com que eu me exploda ao máximo. Chega. É o suficiente. Não quero ouvir mais nada do que ele diz, ou eu posso fazer ou dizer coisas que vou me arrepender amargamente, pois no fim do dia, Sasuke é o rei. Ele pode muito bem me prender, se quiser. E se eu me descontrolar posso sim tentar bater nele, e no seu estado, isso não vai dar nada de bom. Os guardas escutariam uma briga e eu seria presa, ainda que ele me perdoasse.

— Tu és impossível! — exclamo, irritada.

Vou em direção a porta muito furiosa.

— Sakura. — ele me chama, sua voz em alerta.

Vejo uma súplica no meu nome, no entanto isso não faz com que eu olhe para trás.

— Essa conversa terminou! — exclamo antes de sair.

Eu vou-me embora e não olho para trás.

Eu fico andando praticamente em círculos no maldito jardim do castelo Uchiha até Hinata brotar ao meu lado. É o que ela mais faz, conjurar-se ao meu lado quando estou perdida, confusa e triste. Ela se senta na grama e me indica o lado dela, e eu me sento também. Respiro fundo para começar a contar a briga que temos. Conto tudo, sem papas na língua. O que eu disse, o que ele disse. O que eu pensei, o que acho que ele poderia ter pensado. Suspiro em conflito.

— Hinata, eu não sei o que fazer.

— Claro que sabe. Ele pediu perdão, você ainda o ama. O que te impede? — ela indaga com um sorriso calmo nos olhos.

Balanço a cabeça sem uma resposta concreta.

— Eu não sei… Sofri muito durante esses anos, e com a chegada dele foi ainda pior. — confesso.

Senti saudades, criei um filho bastardo sozinha, estudei para ser curandeira e rainha. Sim, eu não estava na guerra como eles, mas tive que travar minha própria batalha. Os comentários feitos em minha direção sobre a mim e a meu filho foram severas; o nome de Itachi tinha sido absurdamente polêmico. E eu aguentei tudo isso sem ele ao meu lado. Quando chega cospe mentiras com raiva e nem ao menos me dá uma oportunidade de explicar a mentira lavada que Sasori lhe conta em carta até quando percebe que estava errado.

— Está seriamente querendo jogar a sua única chance de se casar com quem ama por puro orgulho? — ela indaga.

Eu entendo o ponto de Hinata, mas sou uma pessoa racional. Eu gosto de agir por emoções em alguns momentos, mas isso não trata-se apenas de mim. Tinha Itachi para pensar em primeiro lugar agora. Mesmo que eu o ame e ele me ame de volta, eu conseguirei perdoá-lo? Talvez, mas e quando brigarmos continuarei sem me lembrar dessas brigas? Vou jogar sempre na cara o que ele me fez sofrer? Isso seria um bom relacionamento?

— Preciso clarear a cabeça. — respondo a ela.

— Faça isso. E pense, compensa? Tens um filho também.

É verdade. O meu foco agora não é a minha felicidade ou a de Sasuke, mas a do pequeno Itachi. O meu amor em forma de ser humano.

— Bastardo ou não, sei que ele não o deixará de mãos atadas. — Hinata me informa. — E mesmo se deixasse eu e Naruto poderíamos ajudar. Agora vá. Descanse, Sakura-san.

Eu assinto com um balançar de cabeça e faço o que tenho de fazer para descansar mentalmente. Vou ver meu filho. Ele está em seu quarto desenhando algo com muita concentração. O abraço pelas costas e ele se vira com um sorriso que me derrete toda.

— Mamãe! — exclama.

— Itachi, querido… — quando vejo meu filho lembro-me imediatamente de Sasuke, pela sua aparência. — Eu estou tão perdida.

Sei que Itachi não compreende essas coisas ainda, mas não consigo deixar de contá-lo tudo que acontece em minha vida. Eu não esconderei nada dele, não poderia. Lágrimas escorrem pelo meu rosto e o pequeno garoto fica transtornado.

— Não chola. — ele diz enquanto abraça-me de novo.

— Eu não sei mais o que fazer… As pessoas agem como se eu devesse ficar com quem me faz feliz, mas a pessoa que me faz feliz atualmente é a que mais me deixa triste.

Sei que ele não me entende, eu sei. Mas preciso desabafar novamente. Hinata havia me ouvido, no entanto ela ficará sempre do lado de Naruto e Sasuke, no fim das contas. Uma pessoa totalmente imparcial não existia nesse castelo para que eu pudesse conversar.

— Tiste não, não quéo! — Itachi começa a chorar também.

Sinto a culpa invadir o meu corpo assim que vejo o meu filho desamparado chorando, apenas por ter me visto mal. Não, eu não posso mais permitir-me ficar fraca, ao menos não perto dele. Quero que sua vida seja cheia de felicidades e aventuras, nada mais.

— Não chore, querido. Mamãe está sorrindo, vê? — eu limpo as minhas lágrimas e dou um sorriso verdadeiro.

É o suficiente para que ele também pare de chorar, e bate palmas para mim, satisfeito.

— Isssssssso! — exclama.

— Eu te amo. Obrigada por me ouvir, meu pequeno.

♦♦♦

.

.

— Sakura-chan! — Naruto exclama para mim.

Eu já estava no meio do caminho até o quarto de Sasuke, decidida a conversar com ele novamente. Eu já havia descoberto a minha resposta ao falar com meu filho.

— Olá Naruto. 

— O bastardo já falou com você? — ele indaga.

Suspiro. Naruto não deixaria nunca que eu fosse embora se soubesse os meus planos, então tento não responder a sua pergunta.

— Sabes que ele é o rei, não é?

— Brigaram? Que cara amarga. — ele brinca.

Eu não rio de volta, porém não minto. Ele perceberia se eu falasse algo que não fosse verdade. Com os anos no castelo Uchiha eu e ele nos aproximamos bastante.

— Não temos nos dado muito bem desde a volta dele. — confesso chateada.

— A guerra muda as pessoas… — ele diz.

— Sim, mas não acho que seja isso.

— Sakura-chan… Está mesmo tudo bem? 

Naruto percebe que estou prestes a fazer algo irreversível, mesmo que eu não tenha falado nada. “Tiste não.” A frase simples de Itachi ecoa na minha mente, e sei que preciso acabar com essa toda tristeza. Um relacionamento real deve ser muito difícil e conturbado, e eu já não sinto a firmeza nos sentimentos de Sasuke em relação a mim... 

— Não. Mas vai estar um dia. — eu afirmo com os olhos marejados. — Eu preciso ver o rei, ele ainda se encontra no quarto?

— Sakura-chan… Sim. — Naruto abaixa a cabeça e deixa que eu vá até lá.

Não foi uma decisão fácil, e certamente continuará difícil por muitos anos. Eu sei que não irei amar mais ninguém fora ele, mas não posso ficar perto de alguém que me deixe tão mal. Itachi não fora anunciado ainda publicamente, e se eu fosse me casar com ele teríamos que fazer isso em algum momento. A vida do meu pobre pequenino poderia ser muito difícil dessa forma. Eu não queria isso. Meu coração dispara quando chego perto da porta de Sasuke. Respiro fundo mas não consigo suprimir o choro. Eu não quero perdê-lo. Por que estou fazendo isso? Mas a imagem de Itachi sorrindo e dele sendo raptado é relembrada em minha mente e isso me fortalece. Fecho os olhos tentando me acalmar, mas esse é o meu maior erro. Por causa dessa concentração não vi um indivíduo me agarrando pelas costas com uma afiada adaga em meu pescoço.

— Fique quieta. Ou morrerá.


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Notas finais do capítulo

eta lereta, eles não deixam essa família em paz
até o próximo



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