A saga de Beatrice- A aprendiz de vampiro escrita por AnnabiaFreitas


Capítulo 5
O circo




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Passamos por várias pessoas, umas mais estranhas do que as outras e aquilo não me assustava, mas encantava-me de maneira estranha. Chegamos na porta de uma tenda e Sr. Crepsley disse para esperar lá. É lógico que eu não fiz o que mandou! Deixei madame Octa e nossas coisas na tenda, que pelo que notei era dele, afinal quem além de Larten teria um caixão na tenda? E quando ele estava a uma distância considerável o segui.

Cheguei a uma tenda grande e esperei meu professor entrar, dei meia volta e encontrei um bom lugar para espiá-lo, eu sabia que não devia fazer aquilo, mas queria saber o motivo dele ter voltado para o circo e o fato de ter dito que eu estaria mais segura lá. Até então nunca me disse muita coisa sobre o tal Sr. Tino e eu tinha certeza que era por conta dele que estávamos lá.

–E vai continuar neutro! –ouvi Sr. Crepsley dizendo –Não quero obrigar você a nada, estou tentando me manter fora disso!

–E por que você acha que o Tino quer a garota? –perguntou um homem, e aquela voz era familiar. Lembrei do homem alto que liderou o show na noite em que assisti o espetáculo com Jhon.

–Eu não sei ainda... Mas sempre que o Tino quer alguma coisa, ainda mais agora com o final dessa maldita guerra, eu faço questão de não deixá-lo por as mãos! – disse Larten.

–É uma abordagem perigosa... A criança sabe de alguma coisa?

–De nada. –eu sabia que não sabia de nada! Já era um começo – Ela está esperando na minha tenda se quiser falar com ela.

–Sabe Larten, eu sei que não leva muito jeito com crianças e tem uma coisa que precisa saber sobre elas... –de repente um braço saiu da tenda e me puxou para dentro, foi o maior susto que já levei na vida! –Elas nem sempre obedecem!

Sorri amarelo para Crepsley torcendo para que não me matasse e ele me fuzilou com os olhos.

–Eu pensei ter dito para ficar na tenda! –disse meu mentor, segurando-se para não me enforcar.

–Mas não especificou em qual! –foi o único argumento que encontrei naquele momento, e o que me salvou foi que Sr. Tall achou engraçado.

–Ela vai dividir a tenda com Ofídio enquanto ficar aqui. Algum problema Larten? –disse olhando para Crepsley, que concordou – Amanhã encontraremos algumas tarefas para você Beatrice!

–Por mim tudo bem! –seria bom fazer alguma coisa que não fosse para Larten.

Depois disso saí e fui encontrar a tenda do tal Ofídio. Sr.Tall pediu a uma criaturinha, Crepsley disse-me que eram chamadas de pessoinhas, para que me levasse até a tenda do Ofídio.

Sr. Tall chamou a pessoinha de Tawer Clesfek, esse nome eu gravei de primeira. Enquanto andávamos tentei puxar assunto com ela, mas não dizia nada além de ‘’Tawer Clesfek’’, foi então que notei que devia ser chamada assim por que só dizia isso!

Chegamos a tenda do Ofídio e Tawer foi embora, quando entrei dei de cara com um adolescente um ou dois anos mais velho do que eu, usando roupas descoladas e um cabelo no ombro. Poderia se passar por um garoto normal se não fosse por um motivo : sua pele era como a de uma cobra, mas seus cabelos eram castanhos.

–E aí Beatrice não é? –disse ele.

–Olá... Ofídio?

–É isso aí. Vamos dividir a tenda então?

–Parece que sim.

–Qual é o seu H? –me perguntou, olhando-me de cima a baixo.

–O meu ‘’H’’? –o que era um H?

–É o seu horror! Qual a sua diferença?

–Ah sim... eu sou meio vampira. Mas eu não vou beber o seu sangue! Nem o de ninguém.

–Hum... Que alívio, porque meu sangue faria mal a você... – sangue de cobra é toxico para vampiros, quando me toquei começamos a rir.

Depois de arrumar minha cama, Ofídio e eu conversamos bastante. Ele era órfão, seu pai Evra e sua mãe Merla foram mortos em um atentado terrorista que matou outros artistas do circo numa feira de fantasias quando ele era pequeno. Ele tocava vários instrumentos e amava rock. Contei um pouco da minha vida e de como fui parar com Crepsley e depois fomos dormir.

Antes de pegar no sono, comecei a lembrar da vida que fui obrigada a deixar para trás. Senti saudade da minha mãe e de papai, que vivia viajando, e do meu irmãozinho. Lembrei-me do meu amigo Jhonatan, eu estava evitando pensar neles, mas depois da conversa com Ofídio foi impossível! A imagem de Jhon veio clara na minha mente, os cabelos claros e olhos verdes, depois a imagem de mamãe, nós nos parecíamos muito, a não ser pelo fato de ela ser ruiva e eu ter cabelos muito pretos. Tínhamos quase a mesma altura 1,68, ela era um pouco mais alta, mas os olhos castanhos eram os mesmos. Comecei a ficar nostálgica e afastei-os da minha mente. Isso fazia-me odiar Crepsley, pois por causa dele eu não podia mais voltar para casa.

No dia seguinte, depois que tomei café com Ofídio e outros artistas, fui ajudá-lo com algumas tarefas diárias, mas vi que não tinha me livrado das tarefas de Crepsley –e eu achando que não ia ficar fazendo nada para ele –Ajudei Ofídio e ele me ajudou em algumas coisas também. Alimentei madame Octa e espanei o caixão de Larten –tive muita vontade de abrir e ver o que aconteceria com ele caso o sol o pegasse – fora alimentar as pessoinhas... Era horrível vê-las comer, pois comiam qualquer coisa e de qualquer maneira. Tawer , eu já o identificava por que era um pouco mais alto que os demais, e o chamava de ‘’ele’’ , pois não parecia uma garota –nenhum parecia – ficava parado me observando quando eu estava por perto. Tentei falar com ele, mas ele nunca dizia nada.

Enfim era final de tarde e eu e Ofídio fomos conversar perto do lago que ficava cerca do acampamento, trocamos várias histórias e ele me contou um pouco mais sobre o pessoal do circo. Tudo ia bem até que algo fez Ofídio parar de falar e ficar sério.

–O que houve Ofídio? –perguntei, olhando-o com estranheza.

–Aí, isso não é bom! –disse ele, levantando e dizendo para segui-lo.

–O que não é bom?

–Senhor Tino! –lembrei-me do homem no momento em que Ofídio pronunciou seu nome, e fiquei muito assustada com o medo que Ofídio demonstrara ao vê-lo.


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