I bet my life escrita por hidechan


Capítulo 9
Capítulo IX: Correntes Quebradas


Notas iniciais do capítulo

GENTEEEEE esse hiato foi longo... né? Me desculpem T-T prometo que vou terminar de postar tudinho! ♥ nesse meio tempo postei uma AoKise (born to be free) #apanha. Eu sei que deveria ter terminado essa antes... sou um fracasso de escritora aaaaaaaah ~

No meu perfil tem algumas redes sociais para quem quiser me acompanhar! Muito BL para a vida toda ♥

Amo vocês!



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— Então... bom, é isso. Obrigado por tudo, Kise.

— Eu que agradeço...

  O silencio entre eles dizia tudo e ao mesmo tempo nada deixando um enorme vazio na despedida.

— ...você precisa mesmo ir, não é? _murmurou apertando as chaves, que pegara de volta com Daiki, na mão ainda machucada.

Daiki se aproximou e o abraçou, sentiram o tempo parar. O curso enfim tinha terminado, era Domingo e no dia seguinte precisaria prestar contas para a academia do seu bairro; naqueles 20 dias tinha experimentado de tudo: sorrisos, lágrimas, feito seu primeiro amigo de verdade, caridade, amor, carinho e mais um monte de coisas que não sabia nomear. Quando entrasse no trem de volta para casa tudo ficaria para trás, infelizmente essa era a realidade; do mesmo jeito que Taiga se foi, Daiki agora deixava Kise.

A viajem não demorou tanto quanto na primeira vez, desceu na estação um pouco sonolento, mas nada que não se recuperasse ao caminhar os 20 minutos até sua casa. Caminhou lentamente pelas ruas apinhadas de gente, seu andar leve acompanhava a mente pensativa e o coração se aliviava aos poucos.

            “Estou em casa” 

  A mensagem curta do whatsapp não havia sido visualizada, mandou um pouco antes de chegar à estação e a fim de tranquilizar o namorado quanto antes. Ultimamente ele voltara a ser frio e indelicado, entretanto sabia que as coisas seriam assim uma vez que era exatamente seu comportamento quando a distancia aumentava entre eles – na época de provas e treinos, quando quase não se viam no colegial, se irritava todos os dias com esse detalhe. A diferença é que naquela época bastava ir até sua casa, poucos minutos dali.

— Daiki? _a mulher alta e bonita o viu pela janela da sala indo recepcioná-lo no portão _demorou! Como foi a viajem?

— Normal e por aqui, tudo bem? _deu um beijo rápido em seu rosto.

— Sim... hum, está tudo bem com você?

  Ele adentrou o hall sem pressa, deixando o tênis jogado no tapete azul marinho.

— E por que não deveria estar?

— Meu amor, ninguém vai te culpar se quiser voltar... _acariciou os cabelos curtinhos do filho como de costume _fez o que teve vontade até agora, vai voltar atrás com seus princípios?

Daiki engoliu seco e se voltou para a mãe, ainda com a mala em mãos.

— O que quer dizer com isso?

— Bom... _deu espaço para o mesmo avançar até a sala _você me disse que prefere se arrepender das coisas que fez, do que das coisas que deixou de fazer... não foi assim quando dispensou a oportunidade de jogar basquete e entrou para a polícia?

— Está dizendo que eu quis ficar... quando o Taiga foi para o exterior?

— Não quis? Será que o meu filho tão audacioso não teria seguido em frente se quisesse realmente?

            A verdade é que...

— Mãe... _apertou com mais força a alça que agora cortava a palma de sua mão devido o peso _não é bem assim. Pare de me confundir.

— Daiki, não estou te confundindo, só tentando abrir seus olhos.

A verdade é que queria ter ido com Taiga, porém o mesmo não lhe deu total apoio. Quando disse que ficaria para cuidar de sua mãe e de sua ambição na carreira militar o ruivo logo deu seu voto a favor sem insistir, tiveram algumas discussões sobre o assunto e muitas indecisões – sim, ele sabe que sim – porém no fundo sentia que Kagami estava, de certa forma, aliviado por ir sozinho. Pode ter sido apenas ilusão? Quem sabe o que realmente o ruivo sentiu com a escolha do seu futuro? Quem sabe o que Daiki realmente sentiu... quem sabe o que ele sente agora? As certezas sumiam uma a uma em sua mente.

O único fato era que estavam longe um do outro trilhando caminhos diferentes.

— Você pode ir atrás do Taiga-kun ou voltar para terminar o que começou com o Kise-kun _os olhos de sua mãe estavam sérios, ele odiava quando os via assim.

— Quero... voltar _balbuciou _quero prender o cara que ainda está solto e fazê-lo pagar para tirar essa angustia de dentro de mim.

— E quanto a ele? _se referiu ao ruivo. 

— ... _mordeu o lábio inferior _acho que... não vou saber o que ele pensou até que... _negou com um gesto simples _acho que nunca vou saber não é? Se... foi melhor eu ter ficado ou não.  

Dinah sorriu e deu as costas indo em direção à cozinha.

— Seu café está pronto, deixe as roupas na lavanderia e refaça as malas para amanhã. Vou fazer um bolo para você levar... e filho, se você tem coisas difíceis para decidir, o Kagami-kun também terá, somente lá na frente vocês terão a certeza que os caminhos que estão tomando vão ou não se encontrar. Boa sorte.

—---------- + -----------

Kagami abriu os olhos e logo se arrependeu, a luz que vinha direto da janela para o seu rosto intensificou sua dor de cabeça.

— Você está bem, Tiger? _a voz de Michiru soou perto de si, mas não o suficiente para que o visse.

— Acho que... é isso que chamam de ressaca _apertou as têmporas com movimentos circulares _...o que faz no meu quarto?

— Ah bom _se aproximou da cama em passos lentos _dormi aqui, não se lembra?

A imagem de um filme americano de comedia passou por sua mente levando toda a cor do seu rosto embora. Michiru pareceu se divertir com o desespero alheio.

— Não...? _disse com receio explícito.

— Quando chegamos do bar o meu companheiro de quarto já estava dormindo e acabou trancando a porta _riu de leve _como estamos num numero impar e você dorme sozinho, fiquei aqui. Você chegou tão cansado que dormiu instantaneamente, nem me viu ficar.

— Ah... tem razão _passou a mão discretamente pelo seu corpo a fim de encontrar alguma evidencia que não fizesse parte da história _então, calma ae, dormiu no chão?!

A essa altura já havia se sentado na cama e o outro estava ao lado com o irritante costume de cachear a ponta dos cabelos com o dedo indicador. O olhava com curiosidade, observando suas ações cuidadosamente.

— Sim... só peguei uma de suas cobertas emprestadas e a almofada que estava jogada ao pé da cama. Me desculpe pela intromissão.

— N-não! Era... ah, podia ter...  ter... pego o edredom para forrar o chão ou coisa parecida.

— Não se preocupe! Voltei para o meu quarto assim que pude, só vim te acordar. Passa da hora do almoço e mesmo sendo Sábado, temos um treino mais tarde antes de viajarmos. Não se esqueça de que precisamos encontrar uma solução para o seu estado de zona.

O mais alto riu, sim, ele tinha aquele problema mesmo – tanto no basquete quanto no seu quarto que estava bagunçado até o teto. Animado, entrou no banheiro para uma ducha rápida e prometeu encontrar Michiru logo em seguida, para o café-almoço. O restaurante do hotel estava cheio, seus companheiros de time bagunçavam na mesa contando histórias antigas da escola. Michiru sorriu para si ao perceber que se aproximava e ofereceu o lugar próximo ao seu.

— Panquecas, Tiger? Se é que sobrou alguma _mas discretamente empurrou seu próprio prato para si _espero que goste de melado.

 O ruivo aceitou e antes de dar atenção ao resto do time que insistia em saber mais de sua estadia na Seirin.

— É o meu sabor preferido _sussurrou ao pé de seu ouvido.  

—------ + -------

Kise levantou os colchões da sala para varrer e passar pano no chão, enquanto fazia a limpeza cantarolava qualquer coisa com sua voz macia. Estava imensamente feliz naquele momento, tinha acabado de receber a noticia que Daiki voltaria na Terça-feira para continuar no seu caso.

— Aominecchi... _disse para o nada prestando atenção na vassoura em mãos.

Mas em questão de segundos o sorriso diminuiu. O ataque que sofreu estava para completar apenas uma semana e nem todas as feridas estavam cicatrizadas: no lado de sua mão direita o corte profundo ainda se mantinha fechado por dois pontos, nas costas arranhões e espalhado por todo o corpo, marcas vermelhas pelos mais variados motivos. Se sentia mal a cada vez que se olhava no espelho, enquanto elas não sumissem não poderia voltar ao trabalho – isso se sua empresa não o demitisse – e a pior parte era o medo constante de ser atacado novamente, ainda não havia saído de casa sozinho, mas mesmo no apartamento o receio de alguém invadi-lo era imenso. Sabia que não passava de coisas da sua cabeça e que fazia parte de uma estatística muito baixa, era um país seguro afinal.

E variando entre a tristeza e a felicidade, voltou a limpar o local. Não tinha o costume de pensar sobre o futuro de forma tão séria, não se importava se casaria, se ficaria para sempre no Japão, se iria ser famoso; apenas vivia cada dia com poucas expectativas, porém desde que Aomine voltou a circular mais em sua vida as dúvidas aos poucos se tornavam mais constantes: ele queria sim ter alguém ao lado e lá no fundo seu orgulho não o deixava ser incompetente desistindo de crescer profissionalmente. Quem sabe não se dava uma chance? Não para conhecer alguém, mas para tentar ser feliz como sempre sonhou. Ser feliz ao lado dele.

— ...que loucura _murmurou deixando o corpo cansado cair no sofá.

 Já fora rejeitado uma vez, uma não... duas, três, quatro... Aomine sempre soube e sempre disse não. E afinal por que não? Qual era o problema consigo? Tinha mesmo que ser Kagami Taiga?

Kise ligou a TV a procura de algo que lhe distraísse, a voz suave de David Bowie preencheu o ambiente o fazendo relaxar. Ele tinha certeza que se fosse tão talentoso quanto, poderia conquistar a única coisa que lhe realmente era cara naquela vida e, naquele pensamento, – talvez certo, talvez errado – ele encontrava o motivo que precisava para ser uma pessoa melhor todos os dias.

—--------- + ------------------

— Taiga? Alô?... Taiga? _Daiki afastou o celular do ouvido por um instante, o ruivo ainda continuava na linha _vou te ligar assim que chegar em casa, ok? Só um minuto.

Esperou pela resposta que não veio e desligou. As ligações internacionais eram um dos piores meios de comunicação desde que eles descobriram o quanto a Alemanha possuía “buracos”, lugares no meio do nada sem quase qualquer tecnologia. Ansioso, correu para dentro da residência buscando o telefone de linha que ficava jogado num canto da sala; rediscou os números rapidamente contando os toques com um tamborilar de dedos.

— Daiki? _a voz do amado surgiu em poucos segundos _foi mal aquela hora, tive que desligar.

— Ah... tudo bem, achei que a ligação estava ruim _sentou-se no sofá relaxando em seguida no estofado macio _como as coisas estão por ai? Quero dizer... faz tempo que não nos falamos assim.

— Hum, estou com saudades _confessou _...Daiki, acho que vou voltar ao Japão no mês que vem.

— Eh?! Sério, por que?! _a noticia fora tão surpreendente que não pode refrear o sorriso gigantesco – além de quase arrancar o aparelho da tomada.

— Joey me fez duas propostas, a primeira é eu me adaptar ao time encontrando um modo de jogar na zona sem prejudicar os outros. Você sabe que sem o Kuroko isso é quase impossível..._resmungou _ e a segunda é aceitar um contrato com um time de base da seleção japonesa. Ou seja, ele me venderia, sabe? Igual rola no futebol.

— Cara que incrível! Você vai voltar mesmo?! Quer dizer, é melhor do que ficar seguindo viajem sem um rumo certo, não?

— Hum, sim.

A voz sumiu novamente, Daiki não pode imaginar agora o motivo do silencio.

— Bom, tem mais alguma coisa para me falar?

— Não e você? Acho que era só isso mesmo. Ainda vou acertar o contrato, mas... é isso.

— ...amanhã estou voltando para Tóquio, se eu conseguir um trampo fixo lá posso alugar um apartamento e se quiser... voltar e morar comigo seria ótimo.

Os planos do moreno não eram novidades, antes de Joey aparecer esse era justamente o planejamento da vida a dois do casal. Na época tudo parecia um sonho distante – bem distante – e depois de provar a liberdade e se deparar com a realidade que batia a sua porta, Taiga hesitou.

— Pensaremos nisso depois, ok? Preciso ir agora.

— A-ah mas já? O que vai fazer agora?

— Me desculpe, nos falamos mais um pouco por mensagem, tenho treino. Daiki, amo você... quero te ver logo.

Era um clima estranho encoberto por palavras bonitas e sonhos se concretizando, eles sabiam que algo caminhava por um caminho tortuoso.

Kagami desligou após alguns segundos e em seguida mandou um áudio com muitos beijos, Aomine desejou que ele estivesse ali. A distância enfim pesava.

— Amor? Ah, bem que ouvi sua voz lá de fora... o que foi? Coloque esse telefone na linha _ralhou a mais velha se aproximando do filho.

— O bolo está pronto? _balbuciou esticando o braço para devolver o telefone ao lugar certo.

— Logo menos. Falando com o Taiga-chan?

— Mãe, ele anda um pouco estranho... sabe, acho que a distância está nos afetando, mas, porém, entretanto, disse que volta mês que vem, talvez!

A ansiedade se tornou clara em sua voz trazendo os lábios de Dinah um sorriso simpático.

— Que bom, então agora vá dormir para acordar cedinho amanhã! Tem que se apresentar antes do meio dia e certamente não quer perder a oportunidade de prender aquele marginal, não é mesmo?

— Cl-claro! Será um alívio.

— Faça isso pelo Kise-kun e por mim também. Ele sofreu muito, deve estar assustado ainda... _desviou o olhar para suas unhas por alguns instantes _deve ter sido tão... doloroso.

 A declaração o fez abraçá-la por impulso, entendia que havia sido um crime bárbaro, mas como Kise não chegou a desabafar – apenas deu o depoimento – talvez sua visão tenha sido um pouco fria diante a situação. A humanidade de sua mãe, uma pessoa tão próxima a si, trouxe um sentimento repentino de pena misturado com solidariedade; acalentava Dinah, porém seu desejo era estar perto dele naquele exato momento.

— Não é como se... _começou a falar e desistiu _nada, vou tomar um banho.

 A mulher o seguiu com os olhos pelo corredor, era realmente parecido com seu pai, um policial gentil demais com os seres humanos para impor regras e repreensões; ela esperava que seu filho não mudasse como mudam as pessoas diante de tragédias. Kise provavelmente já teve o mesmo pensamento, por isso evitou expor o máximo o amigo à suas dores.

— Um menino realmente forte _murmurou para si mesma enquanto rumava para a cozinha afim de terminar seus afazeres.

Congelou alguns potes com comida caseira e embalou o bolo de chocolate com zelo. Abriu um singelo sorriso, seu filho era uma pessoa de sorte, tinha um namorado muito bom e amigos gentis; qualquer um deles ela aceitaria sem problemas em sua pequena família. Raramente via Akashi e Midorima, outros dois jogadores de basquete que na infância vieram até sua casa, o dono dos cabelos vermelhos a tratava como uma rainha, mas tinha um pouco de receio do pequeno e o outro... bom, Midorima parece que nunca mudaria afinal – era amiga de seus pais, dois médicos bem atarefados. Dinah sempre quis adotar todos para suprir a falta de seu marido, via em Kise um alguém precisando de ajuda e seu amor transbordava todas as vezes que pensava no ocorrido. Esperava que Daiki desse conforto ao garoto em seu lugar.

O dia amanheceu frio, Daiki embarcou no primeiro trem, iria direto ao trabalho e depois, com sorte, conseguiria chegar antes do por do sol e se aquecer uma vez que a neve que ameaçava cair em Tóquio. No trabalho não foi possível se concentrar totalmente, a todo o momento sua mente – apesar de cheia – viajava até o apartamento pequeno; o que Kise estaria fazendo naquela tarde fria? Tentando se aquecer com muitos edredons em frente à TV e com chocolate quente nas mãos? Ou estaria preparando para si o jantar mais delicioso que já provara em sua vida?

Se pegou pensando no amigo mais de uma vez, pensamentos que deveriam estar repletos de Kagami Taiga de repente perderam espaço para um coração hesitante, aberto para outras pessoas. Outras pessoas ou apenas Ryota Kise? Qual seria a gravidade do problema? E isso seria mesmo um problema?

Vai, pode falar, pode escrever

Eu vou me entregar

No meu lugar, quem não faria?

 

Diz que é loucura, diz que é besteira, mas eu não vou ligar

Não tente entender

E o tempo dirá

A sina é sonhar

Eu pago para ver qual é o meu lugar

Que a vida é um dia

 

Um dia sem culpa

Um dia que passa aonde a gente está

 

(O que se quer – Marisa Monte)

—---------------- + ---------------

Aomine parou por um segundo antes de tocar a campainha, seu coração deu um pequeno salto. Não tinha problema, não é? Estendeu a mão em direção ao interruptor e esperou, pode ouvir o loiro correr na direção da porta e escutar o barulho da chave girando na fechadura.

— Seja bem vindo de volta, Aominecchi!

— Yo! Obrigado, Kise _sorriu de forma automática seguindo o mesmo gesto do amigo como se hipnotizado por ele _como você está?

— Ótimo _tomou de suas mãos a mala vermelha e azul _fique a vontade, estou terminando um lanchinho para nós. Como foi o trabalho?

— Corrido _estalou o pescoço antes de se jogar no estofado macio _que cheiro bom, o que está fazendo?

Odango, comprei takoyaki também... ah, não sabia prepará-los então os comprei aqui perto _fez um sinal de desculpas. Aomine observou o amigo atravessar a sala duas vezes com coisas inúteis nas mãos.  

— Não fica entediado fazendo nada o dia todo?

— ...bom, tenho um trabalho pra fazer. Malho para não perder a boa forma, preciso estar sempre bem informado – um modelo também é inteligente sabe – pratico karaokê _apontou para o aparelho ao lado da TV... essas coisas de idol _murmurou envergonhado.  

— Você canta?! Caramba Kise, realmente consegue fazer qualquer coisa... menos me vencer _sorriu de canto trazendo para o loiro uma leve pontada em seu íntimo, um misto de disputa e excitação. Pode ver seus olhos brilharem por um momento _cante alguma coisa pra mim.

— M-mas assim do nada?!

— Vamos lá, qualquer coisa _o incentivou, seria ótimo animá-lo mais um pouco para variar. Aomine sabia que o amigo amava quando o mesmo admirava algo que só ele sabia fazer.

 O loiro ficou nervoso e simplesmente apertou ok dando continuidade à última musica que estava cantando, a canção era Relax do cantor Blake Mcgrath. O som da batida eletrônica preencheu o ambiente e juntamente com ela a voz sensual vinda de uma pessoa que Daiki jamais imaginou que poderia ser muito mais do que a aparência delicada e inocente. O loiro ficou em pé a sua frente, com os olhos cravados em si e a cada nova frase de conteúdo libertino, sua expressão corporal mudava e quase dava para se sentir o calor mesmo àquela distancia.

A música implorava, cheio de desejo, que seu companheiro não se movesse tanto quando estivessem no ápice do sexo, pois o orgasmo viria muito rapidamente. Aomine engoliu seco e se mexeu desconfortável no sofá, era um misto de reprovação com um calor descomunal que lhe subia dos pés à cabeça, Kise realmente não percebia estava o provocando? Por mais que tentasse ler o outro para ter certeza, não conseguia se concentrar. Os 2 minutos da canção só não deram a ele uma ereção por muito autocontrole, quando a última batida terminou e o loiro se virou para desligar o karaokê e ficou encarando o DVD tentando normalizar a respiração, dentro de si a agitação, não só pelo cansaço dos pulmões, mas também por ter feito algo super constrangedor na frente daquela pessoa importante. O silencio incomodo durou apenas alguns segundos, Kise teve medo de qualquer comentário.

— E-eu vou terminar nosso café da tarde _anunciou antes de literalmente correr para o cômodo ao lado, com o rosto virado para o lado oposto e o corpo rígido.

— ...meu caralho _murmurou Aomine percebendo pela primeira vez que as coisas estavam fugindo do controle. Finalmente.


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