Rain escrita por LyaraCR


Capítulo 7
Capítulo Sete


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Passando pra deixar mais um capítulo e pedir desculpas pelo atraso, mas foi que fiquei jogando MU demais e perdi as contas de que dia tinha que postar... Muito obrigada pelas Reviews, e podem ter certeza: Elas me ajudam a cada dia, escrever, pensar e buscar inspiração.
Segue o capítulo...



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 — Bill, Bill!

 

Abriu os olhos pouco a pouco. Sentiu-se trêmulo e ao mesmo tempo que queria por todos os motivos levanta-se e sair dalí correndo, viu-se impossibilitado de fazê-lo.

 

— Tomi... Não fala nada com ele hoje...

 

Tom sabia de quem ele estava falando. Sabia que estava se sentindo mal demais para fazer sua própria defesa caso fosse necessário. Isso não o preocupava no momento. O fato de nenhum dos outros dois estarem alí era o verdadeiro problema. Havia acontecido algo, só não sabia se isso era bom ou ruim. Talvez fosse um misto dos dois, mas não podia sequer conjecturar.

 

— Eles não estão aqui, Bill, pode descansar...

 

O outro, feito uma criança pequena, encolheu-se em seu colo na sala de ensaios, no mesmo sofá onde havia se deitado com Georg... No fundo, isso doía, porque quem realmente amava não fazia nem idéia do que havia se passado alí, e mentir para Bill era mais doloroso que se mutilar enquanto olhava num espelho. Não, não podia contar. Sequer pensava nisso. E se caso um dia ele viesse a descobrir... Deus, era sua única saída aceitar que perdera tudo e se afastar, sumir como poeira no vento.

Alcançou o celular e discou o número daquele que o fizera arrastar seu irmão até alí no maldito dia cinza.

 

Por várias vezes insistiu, mas apenas chamava. Não podia fazer nada além de reclamar. Precisava saber do que se tratava tudo aquilo, então atendeu sua única idéia de salvamento: Ligou para Gustav. Algumas vezes e a voz sorridente e ébria se fez presente.

 

— Tomi!

 

— Gustav? Onde está, ou onde estão?

 

— E-eu... — ele riu de um modo tão bom, que podia jurar que estava cercado das fãs deliciosamente promíscuas que tanto gostavam — Eu nem sei onde eu estou!

 

— Tá bêbado à essa hora?

 

— Yeah!

 

Ele respondeu, e por um instante, Tom pôde jurar que ouvira a voz de Georg ao fundo. Se Gustav estava bem, e pelo visto bem longe, não tinha porque forçar Bill a ficar ali.

 

— Não vamos ensaiar hoje?

 

Perguntou, ainda tentando cavar resposta sobre o paradeiro de Georg.

 

— Não vai dar, eu acho que eu e Gee estamos bêbados demais pra isso... Bye!

 

Se despediu antes de Tom falar o que quer que fosse e a chamada foi finalizada. O Kaulitz mais velho suspirou e foi até seu gêmeo.

 

— Vem, Bill... — espichou as mãos para ele e o acolheu praticamente no colo — Vamos para casa...

 

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Dentro daquele quarto que nenhum dos dois sabia ao menos onde ficava, as peças de roupa eram atiradas para todos os cantos. Georg gostava de pessoas violentas em momentos como esse para que fosse dominado, e pelo visto, havia encontrado alguém não só para suprir suas carências, mas sim sua vontade de pertencer. Ele era tão bom no que fazia, que não tinha jeito de não se entregar. Estava ao dispor de seus toques, seus beijos e suas ordens. Não contestaria, porque tudo o que esperava que acontecesse um dia em sua vida, estava acontecendo... E neste exato momento, ele estava sobre seu corpo enquanto ainda lutavam em busca da dominação, mesmo que já soubessem, Gustav havia ganho.

 

— Gus... Faça comigo...

 

O de cabelos longos sussurrou. Aos olhos do amigo, quem nunca havia se imaginado numa situação dessas, aquilo era perfeito demais, certo e justo demais...

 

— O que quer que eu faça com você?

 

Indagou provocando, sentindo a perna do outro arrastar-se contra a sua, apenas as roupas íntimas proibindo, evitando, um contato mais... Pessoal. Nada podiam fazer para evitar... Era quente, muito, e um completava os desejos insanos do outro.

 

Pouco tempo, e estavam transformados em apenas um. No momento, não havia como pensar que aquilo era louco demais, perigoso demais, errado demais. Tudo o que conseguiam fazer era consumar o momento e pensar em quão bom era ter o outro em seus braços.

 

Não havia motivos para fazê-los parar, nem mesmo o sentimento de Georg por Tom, nem mesmo seus pensamentos confusos — que no momento nem mesmo estavam por perto — nem mesmo sua bipolaridade. Aquilo era bom, muito bom, e levariam, se necessário, como segredo para o túmulo.

 

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Estava nervoso. Desde quando chegara com Bill, o mesmo estava calado demais, quieto demais. Talvez fosse por estar cansado demais, por ter desfalecido pela manhã, mas ainda assim, isso o assustava. Tom preferia que o irmão estivesse gritando ou chorando do que como estava agora... Quieto, trancado em seu quarto. Podia até mesmo conjecturar o possível — ou os possíveis — motivo do mais novo estar tão alterado.

 

— Droga...

 

Praguejou. E se por um acaso ele houvesse ao menos imaginado sobre seus pecados, sobre seus erros?  Se tivesse, por um acaso, subentendido o motivo de Georg exercer tanta influência sobre seu irmão? Droga, podia sentir que as coisas não estavam muito bem...Podia sentir, enquanto procurava olhando através da grande janela de vidro uma solução, que Bill estava diferente demais... Era como se estivesse arrependido de tudo o que fizeram... E por Deus, caso Bill se arrependesse, o entenderia, pois fora ele quem maculara a pele casta do irmão com seus toques imundos, fora ele, aquele que corrompera os lábios sedosos com contatos pecaminosos.. Fora ele quem quebrara aos poucos, as defesas e o coração do gêmeo mais novo.

 

— Tomi...

 

A voz baixinha o deixou surpreso. Voltou-se à direção da mesma... Ela vinha do corredor, de onde ele começava na sala...

 

Seus olhos se arregalaram e seu pobre e confuso coração disparou. Ele estava lá, cobrindo apenas parte de seu corpo nu com um dos lençóis escuros de seu quarto... Este era vermelho, rubi. Escuro demais para não contrastar com a pele de alabastro...

 

Tom não soube o que fazer. Os cabelos dele estavam molhados, assim como a parte exposta de seu corpo. Estava tão perfeito, ao mesmo tempo em que tão assustador...

 

Ele veio caminhando, pouco a pouco, deixando um rastro úmido no piso, o grande lençol parecendo um vestido de luxo... Quando mais ele se aproximava, mais Tom se sentia encantoado. Estava andando para trás, pouco a pouco. A imagem de Bill parecia à perturbação de seus sonhos estranhos, antigos, que sempre se repetiam noite pós noite. Era como se houvessem sido premonições, como se houvessem sido avisos, ou até mesmo um prelúdio do que se tornaria sua vida pouco tempo no futuro.

 

— Bill... O que...

 

Tentou indagar, não conseguiu. Estava praticamente sem palavras, sem ações, diante daquela boneca de porcelana com olhos extremamente marcados por maquiagem negra como a noite. Bill estava diferente demais, e isso o assustava. Talvez por estar com a mente suja com as próprias atrocidades, talvez por saber que seus desejos estavam transparecendo através de seus olhos... Estava vulnerável, e sabia que o que quer que ele pedisse, teria o prazer em fazer...

 

— Tomi...

 

Ele sussurrou... Sua mão delicada soltou um pouco o lençol, deixando mais de seu corpo exposto. A boca de Tom secou, e não mais pôde se conter. Se aproximou, tocando a face molhada, tocando os lábios claros e atraentes demais... O envolveu enquanto seus lábios encontravam os dele, não do mesmo jeito de sempre. Agora era mais voraz, mais quente, o que o fazia se sentir a beira de romper com a única coisa que ainda o impedia de destruir a vida do irmão. Não resistiria a ele, e podia sentir todo o corpo do mesmo desejando o seu...

 

— Vem...

 

Sussurrou e deixou que sua mão se apoderasse do pulso fino, caminhando, guiando-o até o próprio quarto. O ambiente estava escuro devido às cortinas, e isso o deixava mais seguro. Ao menos assim, Bill não veria o quão corado e alterado estava.

 

O mais novo desvencilhou-se do agarre em seu pulso. Tom o olhou. Pôde ver aquele lençol escorrer pouco a pouco, deixando toda a perfeição pálida a mostra.

 

Não sabia o que fazer. Seu coração já doía tamanha velocidade dos batimentos, seu corpo queimava por dentro, e tudo em que podia pensar era em tocá-lo, em deixar-se levar, deixar-se possuí-lo sem culpa, mesmo sabendo-se um ser tão promíscuo, tão sujo.

 

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Notas finais do capítulo

Continua...