Rain escrita por LyaraCR


Capítulo 4
Capítulo Quatro


Notas iniciais do capítulo

Passando pra deixar mais um capítulo para todos que estão seguindo e me desculpar pela demora, mas faculdade de direito às vezes pesa demais no tempo da gente... Sad, mas tudo bem. O capítulo enfim chegou!



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As horas se passaram aparentemente calmas para todos ali. O ensaio terminou e Gustav foi o primeiro a deixar o local com a desculpa de que precisava de roupas novas para o show. Bill também saiu daquela sala. Precisava tirar algumas fotos para os outdoors, a empresa havia solicitado. Demoraria por volta de uma hora.

 

Sobraram naquele local, apenas Georg e Tom. O mais novo parecia inquieto com algo. Bem sabia do que se tratava. Sentiu o outro se aproximar aos poucos. Ficou tenso.

 

— Por que isso tá acontecendo com a gente?

 

Ele perguntou. A situação estava ruim, mas não o bastante para nem mesmo necessitar explicações.

 

— Eu não entendo.

 

Tom disse. O outro esclareceu:

 

— Você disse pra gente parar. E agora está com ele... Será que não vê que isso é pior?

 

— Georg, você não entende! O Gustav gosta de você, sempre gostou! E.. se a gente assumisse, isso seria ainda pior! Há quanto a gente vem evitando que a banda exploda? Se autodestrua como.. sei lá! Uma bomba relógio! Ou algo que superaquece? Georg, isso é difícil demais pra segurar pra sempre!

 

— Eu sei, Tom... Só que... Você sabe o que eu realmente sinto, e... você me abandonou por causa desse... pecado Tom! Tá, certo que o coração não escolhe de quem gostar, mas isso... Eu não sei! Talvez eu só esteja chateado com essa situação... E... eu gosto de você...

 

Dizia, olhando para a janela, olhando o mundo através dela. Sentiu-se ser abraçado pelo outro. Droga... Não queria que ele se aproximasse tanto, sabia, isso quebrava suas defesas ou o pouco que ainda restava delas.

 

— Eu gosto de você Georg... Não fique assim pelo que nós tivemos...

 

— Tom... Por que não só mais um pouco?

 

Aquela era a questão que o Kaulitz mais velho não queria escutar. Sabia que não tinha uma justificativa para o término daquela loucura toda. E sabia também, que não queria que ela acabasse.

 

 — Você não quer?

 

Aquele jeito sedutor que Georg sempre usava, aquele jeito que poucos conheciam, somente aqueles que ele julgava merecer... Aquele jeito de se aproximar, colar-se às costas do outro, envolver a cintura de Tom, de beijar seu pescoço, de deixar que suas mãos corressem pelo seu corpo, aquele jeito de puxá-lo contra o tórax forte, definido... Em poucos momentos Tom se deixava transparecer tão fraco, tão dominável, tão... carente...

 

E quando aqueles lábios tocaram os seus mais uma vez, deu-se por vencido... Georg tinha aquele jeito, sabia dominá-lo do modo, do único modo, em que se deixava levar sem nem ao menos relutar... Do jeito que o fazia sentir-se dividido entre seu amor por Bill e sua necessidade de pertencer a alguém. Georg era seu demônio, aquele, único que podia levá-lo ao inferno sempre, quantas vezes quisesse, enquanto ao mesmo tempo o deixava tocar o céu... Doce paradoxo.

 

E enquanto o dia saia de cena dando espaço à noite, se amaram mais uma vez de modo rude, forte, cheio de sentimentos ocultos, naquele sofá branco que provavelmente não estaria ali por outro motivo senão os descansos e pausas da banda. Como sempre, bom demais. Bom o bastante para deixar Tom implorando por mais, sem fôlego... Droga... Tudo estava tão confuso...

 

---

 

Bill estava terminando com as fotos. Mal podia esperar a hora de ver Tom outra vez. Queria ir pra casa logo, abraçá-lo. Havia algo gritando em sua mente que Tom precisava de sua presença, que precisava, queria vê-lo.

 

Sorriu, descendo as escadas da cobertura, tentando ir até o elevador que ficava no andar debaixo. De repente, algo atingiu cruelmente seus pensamentos. Será que Tom o estava esperando ali? Não, provavelmente não. Eram apenas irmãos. Mesmo depois de... Certas coisas. Ainda permaneciam apenas irmãos. Provavelmente ele já havia partido, ido para casa ou para onde quer que fosse... sozinho.

 

Seus passos ficaram lentos de repente. Agora transparecia todo o cansaço que, por hora, a alegria de rever o outro estava mascarando.

 

Quando chegou ao andar debaixo, deparou-se com Tom, um olhar estranho preso num ponto qualquer do chão. Ao mesmo tempo em que quis sorrir, deixou de fazê-lo. Por que será que estava assim? Tão... estranho?

 

Aproximou-se dele e o abraçou. Aquele sorriso não era de todo verdadeiro. Bill pôde ver, sentir. E aquilo causou-lhe um calafrio desagradável.

 

— Quer passear um pouco ou quer ir pra casa?

 

Tom perguntou, quebrando o silêncio desconfortável enquanto iam abraçados até o elevador. Bill podia ver os olhos do outro mesmo que este estivesse cabisbaixo a maior parte do tempo, mesmo que o boné os tentasse esconder.

 

— Vamos para casa, Tomi...

 

Sussurrou. A grande porta de metal se fechou e então deixou-se beijar o pescoço do mais velho, quem apenas o acariciou, justo daquele modo que não gostava: Aquele modo que parecia um pedido de desculpas. Isso fez com que mordesse levemente o lábio inferior. Tom estava frio... Não se lembrava de ele estar assim ao sair de casa horas antes. Bom, talvez fosse algo de sua mente. Talvez ele só estivesse cansado demais. Lidar com a banda, ensaios e até mesmo gravações, não era de todo fácil. Sabia. Talvez fosse isso. Talvez.

 

---

 

Seus olhinhos brilhavam frente à TV. Era tão legal ver clipes de outros artistas! E com o volume àquela, à noite! Olhou para o relógio de seu celular. Quase uma da manhã; Olhou através da grande janela. Quarta feira, alguns prédios tendo festas em suas coberturas, mostrando ao longe suas luzes coloridas, algumas pessoas em seus apartamentos olhando das sacadas, algumas mais ocupadas...

 

Levantou-se. Queria ir até o vidro e tocá-lo. Seus passos foram lentos, enquanto seus olhos brilhantes faziam o favor de vasculhar cada mínimo detalhe. Três festas visíveis em uma noite. Sorriu. Gostava disso. Suas mãos delicadas tocaram o vidro. Estava perdido demais em seus próprios pensamentos e observações para perceber que não estava mais sozinho na sala. Só o fez quando sentiu braços quentes ao seu redor, daquele modo que ele fazia sempre que queria ou precisava se desculpar por algum motivo. Não conseguia entender... Mesmo assim sorriu. Talvez estivesse agindo assim pela situação como um todo...

 

— Tomi...

 

Foi só o que disse, sentindo o corpo do outro colar-se ao seu. Parecia estar nu. Deixou que suas mãos descessem pelas laterais do corpo do mais velho... Vestia apenas boxers. Nada mais. Bill deixou-se aspirar o cheiro marcante daquele perfume que sempre colocava antes de dormir... Aquele cheiro que havia marcado suas coisas, roupas, seu quarto... Aquele cheiro que sempre seria dele... Sempre seria de Tom.

 

O olhou por cima do ombro... Os dreads longos estavam soltos, o que indicava que havia acabado de tomar banho.

 

— O que faz aqui? No vidro gelado com essas roupas?

 

— Nada... Eu... — falavam baixinho, perto demais, o som alto da TV dominando o ambiente — Só estou observando a noite...

 

— Vamos ver TV no quarto. Tem filme de terror legal lá.

 

— Eu sei...

 

Sorriu e sentiu-se ter a cintura abraçada pelo outro. Era tão bom tê-lo tão perto... Sentiu um beijo em seu pescoço. Sentiu mais um. E mais um... Tom o estava provocando, e podia sentir o corpo dele tão arrepiado quanto o seu.

 

Já o Kaulitz mais velho sentia certo arrependimento em estar agindo daquela forma. Não só pelo fato de estar querendo manter aquele tipo de relacionamento com o seu irmão gêmeo, mas também por ter se deitado com o melhor amigo quando era pra estarem ensaiando ou bem longe dali. Queria chorar, mas não podia fazê-lo. Sabia que as coisas que viriam não seriam fáceis, mas tudo o que podia fazer agora era enfrentar... E deixar-se levar pelas únicas coisas que lhe davam motivação o bastante para seguir: Seu Bill e o amor do mesmo.

 

---

 

Já eram altas da madrugada. Bill estava sobre seu peito, completamente alheio ao título apavorante que passava na TV do quarto de seu irmão. Ele deixava mordidas leves, marcas e beijos, fazendo com que Tom também não conseguisse prestar atenção um minuto sequer nas imagens e legendas que tomavam a tela. E isso era bom... Depois de tanta proximidade, tanto contato, todas as coisas ruins que estava sentindo haviam se dissipado como poeira no vento. Sua mão acariciava os cabelos negros do outro, tentando parecer displicente. Inútil. Queria mais contato, e quando Bill olhava em seus olhos, podia jurar que ele sabia disso.

 

O pequeno diabo em seu “colo” parou. Olhou dentro de seus olhos e apenas sorriu por um instante. Era incrível como Bill conseguia mantê-lo preso, estático, apenas por um olhar.

 

— Quer brincar comigo?

 

Ele sussurrou de um modo que Tom jamais havia visto. Sequer em seus sonhos mais... conturbados. Teve que respirar fundo para pensar quase com clareza e responder um sim baixo, rouco, contra sua vontade, contra seus princípios. Sim que fez Bill ir até seu pescoço, já tão sensibilizado e deixar bem ali, uma marca digna de um vampiro medieval. E ele sorriu enquanto Tom tentava se conter, calar seus gemidos e manifestações de sua evidente alteração.

 

Estava desejando, sentindo-se bagunçado por dentro, ardendo, e sabia que o outro já havia percebido, por isso a pergunta e a “mão-boba” em sua coxa esquerda, subindo, invadindo seu espaço pessoal. Agora o filme havia realmente perdido o sentido, de todos os modos possíveis, assim como as proibições que sua mente tentava gritar, impor. Alcançou o controle que estava sobre a mesa de cabeceira e simplesmente desligou a TV, deixando o quarto numa escuridão intransponível. Bill deu um risinho malicioso, pôde ouvir. E gostou bastante quando os lábios do mesmo, aparentemente sem culpa, colaram-se aos seus. Era tão bom tê-lo perto daquele jeito, deliciar-se com sua presença, com seus contatos, esquecer por um momento de que o que faziam era algo que poderia levá-los ao inferno, e decerto o faria, tanto enquanto estivessem vivos como depois, quando chegasse o fim.

 

— Tomi...

 

Bill sussurrou de modo provocante enquanto abandonava os lábios de Tom por um momento, roçando suas coxas contra as dele, tocando a face idêntica à sua, sentindo a presença do outro ali, do mesmo modo como havia sonhado e descrito por várias vezes em seus pedaços de papel tão secretos, únicos e importantes. Sua noite, ou ao menos o que restava dela, parecia estar se tornando uma bagunça interessante demais. Sentiu as mãos de Tom em sua cintura, agarre forte, beijos violentos, que podia jurar, inchariam seus lábios. Pôde sentir em que aquilo acabaria, pôde sentir as mãos de Tom dando um jeito de abaixar as bordas de sua roupa íntima, a única coisa que vestia. Pôde sentir aquela parte dele contra a sua; Gemeu. Gemeu alto e rouco o bastante para fazer o outro ofegar e provavelmente arrepiar-se; Deu por si e os corpos estavam praticamente entrelaçados, esfregando-se. Era bom, e sabia-se tão perto do fim quanto ele.

 


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Notas finais do capítulo

Continua...