Rain escrita por LyaraCR


Capítulo 3
Capítulo Três


Notas iniciais do capítulo

Bom, em primeiro lugar passando pra agradecer os comentários e a presença de todos. Não havia postado até hoje por preguiça mesmo xD o capítulo está pronto há mais ou menos três dias, e eu ando dormindo demais. Ou seja: O dia tem 24 horas, dessas, eu durmo por volta de dezoito, o que me dá apenas seis horas para ir à faculdade e tentar escrever alguma coisa.. xD mas até que enfim está aqui! Obrigada pela presença!



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— Porque não, Bill? É só um banho! — sorriu — eu posso te levar pro quarto antes de terminar...

— Não Tomi... Por favor...

Estava chorando, As mãos delicadas com as unhas um pouco grandes arranhando seu peito nu... O puxou ainda mais para si... Estava com vontade de chorar e não pôde conter uma lágrima solitária ao olhar para o espelho... Bill estava chorando em seus braços e mesmo assim permanecia lindo... Os cabelos negros, longos, contrastando com a pele exposta de um ombro e com o tecido felpudo do roupão... Suspirou.

— O que quer fazer então?

O mais novo acalmou-se apenas para falar, olhando nos olhos do outro através do espelho:

— E-eu posso ficar aqui?

Tom pôde vê-lo corar. Sorriu, dando um jeito de disfarçar a lágrima que havia perdido.

— Mas como?

— Como quando ainda tínhamos treze...

— Quer tomar banho comigo?

A voz suave do mais velho tinha uma entonação de brincadeira que fez Bill sorrir, mesmo que minimamente e esfregar o rosto contra o pescoço molhado numa afirmativa. Tom corou. Certo...

— Eu... vou apagar a luz, acender a outra e a gente pode tomar banho juntos então.

O outro, nem mesmo para isso lhe soltou. E Tom não fazia de todo questão de ser solto. Era bom ter Bill colado à sua pessoa, senti-lo onde deveria estar: perto, seguro, e — não no momento, porque não se encaixa em uma situação como essa — feliz.

Voltaram para o banheiro, só então Bill afastando-se pouco do outro, terminando de desamarrar o roupão antes de entrar no chuveiro, molhar-se ante os olhos do outro, quem apenas observava, estático por alguns segundos.

“Não é o momento Tom... Ele precisa de seu lado irmão agora...” Repreendeu-se mentalmente, desfazendo-se da toalha e dos maus pensamentos antes de entrar junto ao outro e abraçá-lo, acolhê-lo contra seu peito sob o jato d’água quente, delicada... Aquele aroma tão doce e ao mesmo tempo tão marcante...

— Bill... — sussurrou, acariciando as costas nuas de cima a baixo e vice-versa — Por que não me contou sobre isso? Sete anos...

— Porque eu tinha medo de te perder Tomi... Eu me contentava em ser seu irmão... Mas de uns tempos... pra cá...

— Pshhh... Não precisa falar...

Bill olhou nos olhos do irmão, tentando, mesmo com pouca luz, ver se tom estava... chorando. A voz e... o jeito que havia falado...

— Sim, eu estou chorando.

O mais velho respondeu mesmo sem ser questionado. Sabia que aquele jeito de Bill olhar para ele, indagava exatamente isso, exatamente se estava bem daquele modo. O mais novo beijou-lhe a face tentando confortá-lo, e depois “deitou-se” novamente contra seu ombro. Era bom tê-lo ao seu lado, era bom se sentir no dever de protegê-lo, era bom ser protegido por ele. Bill sentia a necessidade de estar perto daquela maneira, de poder acariciá-lo, beijar seu pescoço... exatamente como estava fazendo agora.

— Bill... O que..

— Deixa...

Apenas isso bastou para que Tom obedecesse, ficando quieto, permitindo que o outro começasse beijinhos mais ousados, até mesmo mordidas leves, que apenas serviam para arrepiar todo o seu corpo. Estava tentando se conter, mas... estava praticamente impossível.

— Bill..

— O que foi, Tomi?

Perguntou de modo quase inocente. O outro não sabia como dizer, mas ver certo sorriso na face de Bill, já fora o bastante para nem mesmo querer explicar. Ele estava fazendo por querer, e mesmo que parecesse estranho depois de um dia daqueles, bom, era Bill, e o mais velho infelizmente — ou não — tinha uma  fraqueza quase que gigantesca por ele.

— Bill.. Não...

Os beijos agora estavam sendo cruelmente espalhados pela face de Tom, perigosamente próximos aos seus lábios. O coração do mais velho estava disparado. Não podia acreditar em nada do que estava acontecendo ali, mas tentava manter-se sob controle. Bill mesmo percebera que já não estava tanto assim, sorrindo e se afastando, por fim, resolvendo tomar banho com o irmão. Apenas isso.

---

Faltava pouco para amanhecer. Tom abriu os olhos. Mal podia acreditar que dessa vez, Bill dormia em seus braços sem precisar de um pretexto, sem nenhum disfarce. As coisas haviam mudado em questão de horas, e estava até mesmo um pouco atordoado com isso.. Não podia nem mesmo acreditar que haviam se beijado e que estavam aceitando algo problemático como isso tão bem... Tom estava preocupado, e claro, não queria demonstrar. Havia dormido pouco, e nesse espaço de tempo, havia sonhado com tantas coisas atordoantes... O medo de que os fãs descobrissem e os julgassem, o medo de que Simone não fizesse questão de entendê-los, o medo de Gustav afastar-se e levar consigo Georg por causa dessa coisa toda.. E ainda mais assustador, o medo de Bill acordar e ver que aquilo tudo era errado demais. Estava havendo uma verdadeira guerra dentro de sua mente, estava com muito medo, receio.

— Tomi... Por que não está dormindo?

A voz sonolenta, os olhinhos castanhos entreabertos, os cabelos esparramados, contrastando com os edredons claros demais...

— Olhe lá Bill.. Veja como o céu está ficando laranja... Não é lindo?

Indagou, deixando que seus olhos recaíssem àquela imagem que mais parecia coisa de ficção... De um lado o azul-negro-mar-escuro cheio de pontinhos brilhantes. Do outro, o marrom-laranja-diversão, que indicava um novo dia, chegando, espantando os fantasmas da noite.

— É realmente lindo, Tomi... Mas você é mais...

Sentiu um beijo em seu pescoço. Sorriu e sussurrou-lhe palavras doces. O acolheu ainda mais e acabaram dormindo mais uma vez, enquanto observavam as mudanças celestiais surgirem pouco a pouco.

---

Já era tarde, estavam ensaiando com os outros, naquele local que haviam alugado para ensaiar. O sol brilhava alto, e podiam jurar que hoje não choveria. Podiam ver toda a cidade brilhando, dourada, um monte de pessoas numa cobertura em um prédio próximo, na piscina...  Não estavam ensaiando suas músicas. Outras composições, outras bandas, apenas para descontrair. O clima entre eles estava bom. Bom demais. Isso, no momento, assustava Tom.

Olhou para Gustav, quem olhou para Georg, dando um sinal discreto. Logo em seguida, o de cabelos grandes chamou Tom com um sinal. Saiu da sala, fazendo menção para que o seguisse.

Os corredores pareceram longos demais, estreitos demais. Causavam certa aflição em Tom, quem apenas acenava para alguns conhecidos, membros do staff entre outros.

O amigo adentrou um dos banheiros. A coisa era séria. Sinal de que precisavam conversar. O seguiu.

— Me diz... Por que parece que tá tudo bem? Por que parece que nada aconteceu? Se puder me explicar, Tom, acho bom que o faça, porque eu acho que tô ficando louco.. Eu tenho certeza que você foi lá falar comigo ontem!

Notando a apreensão do amigo, Tom se aproximou e tocou-lhe o ombro.

— Georg, calma... As coisas aconteceram sim, eu fui até você, e quando voltei, e-eu nem sei explicar, mas tudo ficou bem e... parece que mesmo desse modo, as coisas continuam normais... E-eu... Olha só, porque tá parecendo tão irritado comigo?

— Por que eu estou. Eu não acredito que  vai esconder isso do Gustav!

— Se contar ele surta! Por favor, Gee, não me pressione... Eu nem sei como as coisas vão ficar de agora em diante... Sabe, a gente podia fingir que nada aconteceu e...

O outro o interrompeu de imediato, afastando-se. Estavam próximos demais...

— Fingir Tom, esse é o problema. Eu não suporto fingir para o Gustav.. Ele é importante demais para mim pra isso.. Mas parece que para você não faz diferença, não é mesmo?

Tom esfregou as têmporas.. Isso estava lhe causando uma leve dor de cabeça.. Temia exatamente esse tipo de situação. Sabia como Gustav agiria.. E era uma das coisas que não, definitivamente, não podiam acontecer. A banda desmoronaria.

— Ele vai querer sair da banda por isso.

— Talvez, mas isso tem como consertar... O problema é se ele descobrir depois! Aí sim Tokio Hotel vai pro espaço!

Ele andava pelo banheiro, sua imagem refletida no espelho, junto a de um Tom completamente preocupado, tenso.

— O que quer que eu faça?

— Que me deixe contar.

— Você vai arcar com o mal-humor e com a crise homofóbica dele?

— Tá, também não é assim! Ele vai ficar chocado assim como eu fiquei, mas...

— Olha, só espera alguns dias.. Eu nem sei o que tá rolando entre eu e o Bill, e.. cara, Eu não sei... Só acho que a gente podia esperar antes de... “revelar” isso...

— Tomi.. Só acho que não deveríamos ter segredos entre nós... 

Aproximou-se do Kaulitz e deitou sua cabeça às costas do mesmo. A situação estava difícil, mas fazer o que, não é mesmo? Precisavam se apoiar, precisavam.

— Nós não teremos, não mais... Só quero que espere um pouco. Não posso dizer nada ainda, nem mesmo pra você.. Talvez eu estivesse muito bêbado ontem e... fosse coisa de minha mente. Eu não sei o que aconteceu, e ainda não posso pensar com clareza.

— Tudo bem. Eu posso esperar. Só quero que as coisas continuem bem.

Tom voltou-se ao amigo e o abraçou. A proximidade dele o confortava. Era bom saber que, mesmo alguém tempestivo como ele, tinha com quem contar. Gostava de Georg. Talvez até mais que o necessário.

Talvez só estivesse confuso.

---

— O que será que eles foram fazer?

— Eu não sei Bill.. O que está acontecendo?

Gustav perguntou, fazendo o Kaulitz mais novo corar antes de ponderar e responder:

— Eu não posso te contar porque ainda não sei direito, mas é algo sério. Não que eu esteja escondendo as coisas, sabe Gus, mas é que... Seria estranho demais se eu te falasse sem nem ao menos saber o que vai acontecer daqui pra frente...

— Eu acho que entendo... Se fosse algo simples como o fim da banda, contaria, não?

— Sim, sim, contaria...

Bill riu, inocente, sem nem ao menos perceber o que havia dito. Gustav sabia que era algo muito mais sério do que o fim da banda, ou a carreira solo de Bill, ou até mesmo um fracasso comercial. Sabia que caso fosse algo assim, ele seria o primeiro a contar. Podia ver os olhinhos brilhantes e o sorriso bobo na cara do amigo. Só esperava que Georg pudesse contar alguma coisa. Caso contrário, seria obrigado a pressionar.


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Notas finais do capítulo

Continua...