Rain escrita por LyaraCR


Capítulo 11
Capítulo Onze


Notas iniciais do capítulo

Nem me atrevo a comentar a demora... Até que enfim tomei vergonha na cara e resolví postar mais um capítulo... ^^'

Espero que não tenha decepcionado pessoas demais pelo atraso...



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Tom procurou por Bill na cama. Não o encontrou. Decidiu por se levantar e procura-lo, e se amaldiçoava por isso... Agora sua cabeça girava, e o ódio talhava o sangue em suas veias... vê-lo sendo beijado por Georg, justo por Georg, doía mais que um punhalada bem no meio de suas costas, ainda assim, não conseguia parar de olhar, não conseguia se afastar do local onde estava. E para piorar ainda mais suas condições, estava achando aquilo quente... Georg estava praticamente dominando Bill... O estava tocando, e ele não relutava, parecia estar se deliciando.

— Maldito!                       

Exclamou baixinho, cerrando os dentes. Bill pagaria de alguma forma, mas Georg, ah sim, Georg pagaria ainda mais caro.

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Mal se dera conta e estava mais uma vez com ele, mais uma vez fazendo amor com ele. Estava correndo riscos demais, e talvez isso fosse o divertido... Só não queria que Tom soubesse... Caso contrário, nem mesmo queria saber as possibilidades do que aconteceria...

Sentia seu corpo tomado por aquele calor característico de quando estavam juntos, sentia seu coração disparado, a mão dele contra seus lábios, suas unhas arranhando as costas largas... Deus, era tudo louco demais para parar, para não querer. Dentro de sua mente, havia apenas nada... Nada, até mesmo seus temores em relação a Tom haviam desaparecido.

Do outro lado do Iate, Tom mantinha-se calmo à base de bebidas. O resto do fim de semana seria um suplício, e teria que se conter para maquinar um plano decente, bom o bastante para colocar Georg em seu devido lugar e punir Bill por ser tão leviano. Sabia, seria difícil e doloroso, um verdadeiro sacrifício, mas precisava se impor. Arriscar-se por Bill, por algo tão errado para mais tarde ser trocado sem nem ao menos o outro repensar, não era algo tão sem valor assim. Mais uma fase difícil vinha em sua direção, e assim como seus pecados e a marca no pescoço de Bill, era culpa legítima de Georg.

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Dois dias dolorosos haviam se finalizado. Logo estariam de volta a casa, e quando colocou os pés no chão, naquele maldito aeroporto, Bill, o Traidor e Gustav lhe acompanhando, soube que a hora de sua vingança se aproximava. Bill estava com um olhar triste, olhar que doía em seu ser, e nos dois dias que haviam se passado, pouco tinha se ausentado, pouco tinha tentado sair de cena... Havia puxado assunto durante todo o tempo, ficado por perto... Mesmo assim, havia sido claramente rejeitado. Certo que Tom não tivera  motivos decentes para alegar sua frieza, mentiras decentes, mas o distanciamento havia adiantado bastante. Bill sabia que havia algo errado, e decerto sabia exatamente o que era. Só não conseguia aceitar que sim, ele estava sabendo.

O taxi apareceu do nada, e Tom adentrou sem nem mesmo esperar que o fizesse primeiro com o sempre fazia. Os G’s haviam seguido seus rumos e agora, mais uma vez eram só os dois. O céu estava cinza, Bill pôde observar... E observou cada detalhe, cada mísero detalhe. Preferia fazê-lo a olhar para a expressão branca, fria do irmão.

— Por quê?

Tom perguntou. Sério, olhava para o lado de fora enquanto seguiam na direção tão conhecida, seguiam para casa. O coração de Bill estava disparado, mais que nunca... Suas mãos estavam geladas e se sentia legitimamente apavorado.. Deus, tão apavorado que chegava a cogitar a hipótese de se atirar daquele taxi em movimento. Seria menos doloroso do que ter que lidar com isso. Tentou parecer calmo, tentou, como sempre, dar um jeito de evitar tudo aquilo que tanto temia...

— Por que o que, Tomi?

— Eu cometi o mesmo erro que você, mas não o esperava da sua parte... Por que?

O mundo de Bill pareceu desmoronar justo nesse instante. Tom sabia, e havia cometido o mesmo pecado... Por que? Por que diabos o mundo tinha eu ser tão duro, tão injusto? Certo que havia errado, mas jamais pensaria que Tom ousasse fazer isso com sua pessoa... Para ele, o que tinham era amor, e não algo que poderia ser facilmente trocado por Georg.

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As horas estavam se arrastando, as coisas muito difíceis, e desde quando chegaram, Tom o estava evitando como se fosse um monstro, uma aberração. Não tinha como se sentir bem, muito menos parar de chorar. Não sabia se doía mais o fato de ter sido traído ou o fato de trair... Estava triste consigo mesmo, estava triste com Tom. Não tinha Georg para conversar, Gustav estava desaparecido, cuidando de sua vida ou cuidando de Georg em sua cama. Seu olhar estava perdido, porque assim como ele, não sabia por onde passar para encontrar uma solução, se é que existia uma nesse momento.

Sentia-se perdido, mais do que arrependido, e se Tom o havia traído antes, tinha a obrigação de entende-lo... Deus, sua mente gritava tão alto que só queria parar de pensar, de sentir e até mesmo de respirar. Queria falar com alguém, tentar ser ajudado, mas não podia.. Não podia porque além de ser famoso, todos ficarem sabendo, ainda havia cometido um pecado, ao seu ver, pior até mesmo que um assassinato.

— Tomi...

Sussurrou, abraçando-se ao próprio corpo, como se isso o fizesse se sentir mais seguro, menos vulnerável a toda a dor que sentia agora. Só queria voltar no tempo, e talvez até mesmo desistir de certas coisas que um dia sentira pelo irmão. Seus sentimentos pelo mesmo estavam queimados, agora só havia angústia, ódio e rancor. Doía tanto pensar que fora só mais um brinquedo em suas mãos assim como as garotas que conheciam nos shows! Era como se o que tiveram fosse nada mais do que prazer, luxúria, era como se não houvesse sentimentos em nenhuma das vezes em que ficaram juntos do modo que menos deviam... Era tão doloroso ter que encarar aquilo... Bill, sem Tom, não tinha mais motivos para seguir em frente.

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Não fazia idéia de que horas eram. Estava naquele pub extremamente movimentado que sempre vivia cheio de celebridades, cheio de bebidas tóxicas e caras. Sentiu uma mão em seu ombro. Olhou para trás com um imenso sorriso que se apagou ao ver de quem se tratava, e do estado que estava... Deplorável... Parecia embriagado, a franja encobrindo parte de seu rosto, a maquiagem pesada demais, os lábios quase que pálidos...

— Bill! O que faz aqui?

Foi abraçado por ele... O cheiro doce inebriou seus sensos mais uma vez, e ele parecia tão fraco! Teve pena das condições do mesmo.

— Está tudo bem?

Sussurrou.

— Só me abraça Georg... Só por um momento.

O fez. Só não conseguia entender que diabos estava acontecendo com Bill. Em poucos segundos ele se afastou, tocou-lhe a face e selou seus lábios.

— Adeus...

Se afastou com um sorriso praticamente fúnebre, os saltos altos que nunca antes usara, botas femininas... Estava tão perfeito! Georg franziu o cenho. Havia algo errado com ele. Algo muito errado. Pôde notar isso durante todo o fim de semana... Precisava ligar para Tom.

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Entrou no carro. Não tinha habilitação, não queria nem saber se isso lhe causaria problemas ou não. O esportivo preto deslizou rapidamente para a avenida principal, em direção às praias mais perigosas da cidade. Era para lá que estava indo...

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— Eu não quero saber onde ele está! Você devia cuidar dele, já que o tirou de mim do pior modo!

— Tom, presta atenção... Ele não estava bem, ele estava com um carro que eu nunca ví, estava como nunca esteve e parecia... Acabado...

Um aperto tomou o coração do Kaulitz mais velho... Não havia visto Bill sair, e sim, temia que ele perdesse a cabeça por algo.

— Onde?

— No Clube... Eu vou sair daqui e procura-lo. Ligue pro Gustav...

A chamada foi finalizada. Tom estava assustado. Deus... No que Bill havia se metido dessa vez?

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Naquele trailer, a brisa do mar o fazia sentir bem, calmo e em busca de mais uma fase boa para si mesmo e para a banda. Um carro, esportivo, negro como a noite com as músicas de sua banda encostou perto da praia. Seus olhos colaram-se a ele... Seriam garotas? Sorriu de canto, apenas esperando.

Poucos segundos e a porta se abriu, para cima, descendo do veículo uma silhueta bem conhecida...

— Bill?

Questionou-se baixinho. Não, não podia ser. Provavelmente era efeito da bebida... Seu telefone começou a tocar, fazendo com que se distraísse, perdendo de vista o que quer que tivesse visto antes.

— Gustav... É o Tom.

Apenas isso e a voz do mais velho o fizeram entender boa parte do que estava acontecendo...


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Notas finais do capítulo

Continua...