Rain escrita por LyaraCR


Capítulo 12
Capítulo Doze


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Oficialmente de férias venho lhes trazer o Gran Finale dessa coisa louca toda! Espero que gostem e esperem por mais, porque logo logo pretendo publicar mais um Kaulitzcest por aqui! Amo muito todos vocês que acompanharam, deixaram reviews incríveis e foram gentís o bastante para suportar meus atrasos irremediáveis. Grande beijo e um feliz natal e próspero ano novo a todos!



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— Onde? O que diabos ele está fazendo na enseada?

Nem mesmo quis mais saber. Já lhe bastava. Bill não estava indo se encontrar com ninguém, podia sentir. E podia sentir também a energia ruim que se espalhava dentro de seu peito, como se o estivesse avisando sobre qualquer tragédia ou coisa do tipo.

Georg estava completamente apavorado, e pelo que havia dito, já estava se mandando para onde Gustav se encontrava, e provavelmente Bill também. Todos estavam assustados o bastante para imaginarem cenas terríveis, e Tom, por Deus, nunca havia sentido tanta vontade de chorar, sentido tanta culpa! Se Bill estivesse correndo algum perigo, era por sua causa, assim como o aparente desequilíbrio descrito por Georg, o Traidor.

Estava aceitando hoje a faixa de culpado, de ignorante e negligente. Se algo, por Deus, se algo de ruim acontecesse ao seu pequeno, não se perdoaria jamais, e o seguiria para onde quer que fosse.

---

A água escura parecia tão fria... Olhou para cima. O céu estava negro o bastante para amedronta-lo. Não haviam estrelas visíveis... apenas algumas nuvens que pareciam a única proteção para o infinito escuro.

Assentou-se à beira do quebra-mar e começou a sussurrar uma música, baixinho, como se não tivesse forças nem mesmo para fazê-lo.

On top of the roof

The air is so cold and so calm

I say your name in silence

You don't want to hear it right now

Pensava em Tom, no pouco tempo que haviam passado juntos como amantes, em momentos bons como aqueles dias quando ele tanto disse que o amava. Se era amor, por que diabos não podia superar essa fase ruim? Por que tinha que insistir em fazê-lo sentir-se a pior pessoa do mundo?

The eyes of the city

Are counting the tears falling down

Each one a promise of everything

You never found

Uma lágrima solitária escorreu por sua face.  Era seu fim. Mesmo com todo aquele amor dentro de si, remorso e pecado, ainda sabia que com ele, podia continuar, podiam resolver tudo aquilo, ou até mesmo fingir que tudo estava bem até que realmente ficasse... Mas não. Agora estava sem ele.

I scream into the night for you

Don't make it true

Don't jump

The lights will not guide you through

They're deceiving you

Don't jump

Don't let memories go

Of me and you

The world is down there

Out of view

Please don't jump

Em sua mão, um único pertence, um único retrato de Tom. Queria levar consigo para jamais esquecer daquela face tão idêntica à sua, para jamais, mesmo que durante toda a eternidade, deixar esvanecer todas as suas memórias...

— Tomi...

Um último sussurro. Jamais pronunciaria o nome dele outra vez.

---

Gustav havia pago a conta e agora estava fora do trailer, correndo. Logo avistou o carro de Georg, parando, vendo que o mesmo estacionaria em qualquer lugar.  Quando o amigo desceu do carro, veio até ele, aparentemente desesperado.

— Era mesmo Bill?

— E-eu já não sei...

— Como não sabe?!

— Bill não viria aqui há essa hora, muito menos iria até o local onde eu tenho certeza de que aquele cara foi! E eu tô meio bêbado!

— Não importa! Vai indo, vou esperar o Tom. Por favor, acha ele...

Dito isso, tudo o que Gustav fez foi deixar-se correr, na mesma direção em que seus sensos apontavam. Algumas pessoas estavam atentas ao alarde de todos ali, e começavam a achar interessante a movimentação. Georg só esperava que a mídia não resolvesse aparecer por ali de uma hora pra outra e piorar ainda mais as coisas. Sabia que Bill era sensível, e se realmente fosse ele que Gustav vira as coisas definitivamente não estavam bem.

Menos de dois minutos e um carro familiar surgiu ante seus olhos, parando no acostamento da orla, contramão. Dele, Tom desceu desesperado, vindo em sua direção depressa. Todo segundo contava, era importante...

— Cadê o Bill?!

Em seus olhos, nenhum pingo de rancor se direcionava ao amigo e companheiro de banda, apenas sentimentos confusos naquela situação... Por eles, a culpa se deixava transparecer sem medo.

— Gustav está correndo por alí — apontou a direção tomada pelo loiro — vamos nos separar e procura-lo.

O Kaulitz mais velho apenas acenou positivamente com a cabeça. A face manchada por lágrimas tomou uma expressão ainda mais séria, enquanto começaram a correr para a mesma direção tomada por Gustav. A areia era extensa e haviam vários quebra-mares no local, então encontra-lo seria uma tarefa meio que.. árdua.

---

Seu coração o avisava do que quer que fosse. Agora começava a se sentir apavorado. Deus, que coisa horrível! Olhou para a praia... estava um pouco — muito — longe de onde realmente começara a enterrar os saltos na areia. Suas lágrimas cessando por um instante. O medo era um dos piores sentimentos para sua pessoa. Deus, como detestava sentir-se em perigo, afugentado!

You open your eyes

But you can't remember what for

The snow falls quietly

You just can't feel it no more

Voltou a pensar no irmão... Todo o sofrimento voltando intenso, assim como as ondas que se chocavam onde estava. Olhou para o céu e pôde sentir leves gotas vindo contra sua face... A chuva...

Somewhere up there

You lost yourself in your pain

You dream of the end

To start all over again

Um sorriso melancólico em seu rosto. A última coisa que fez enquanto avançava um passo. Não havia mais quebra-mar.

I scream into the night for you

Don't make it true

Don't jump

The lights will not guide you through

They're deceiving you

Don't jump

Don't let memories go

Of me and you

The world is down there

Out of view

Please don't jump

---

— Não!!!

Um grito ao longe pôde ser ouvido nitidamente de tão alto. Georg e Tom foram em direção ao mesmo, e ao ver Gustav chorando e correndo, nada mais puderam fazer além de imitá-lo. Aquele maldito quebra-mar parecia extenso demais, e, ao longe, podiam ver algo brilhando entre as ondas revoltas.

Frações de segundo e Tom sem pensar duas vezes se atirou. Por sorte, ainda estava perto. Só tinha que ter forças o bastante agora para chegar até lá. Mesmo se não fosse Bill ainda teria que salvar essa pessoa, ou jamais seria o mesmo, jamais se sentiria bem outra vez... As ondas estavam fortes, fortes demais. Mas seus sentidos estavam mais. Tinha certeza absoluta de que aquele corpo praticamente inerte era Bill... Só não conseguia entender por que diabos ele não parecia estar lutando para sair dalí... No fundo, fazia idéia.. Era sua culpa afinal de contas.

I don't know how long

I can hold you so strong

I don't know how long

---

De cima da estrutura, Georg era segurado pelo outro. Queria se atirar ao mar também para ajudar a salvar o amigo. Ver Tom se atirar sem pensar duas vezes fizera com que quisesse fazê-lo também... Georg era impulsivo, e por sorte havia achado quem o controlasse ao menos por agora.

---

Aproximou-se... Ele afundou. Deus! Tinha que conseguir! Mergulhou e por sorte conseguiu alcançar o ombro do mesmo, segurando-o com toda a sua força pelo casaco. Estava tudo tão escuro, e estava tão assustado!

Just take my hand

I'll gave you the chance

Don't jump

Emergiu, puxando todo o ar que desejava e começando a tentar dar o fora dalí. Sim, era Bill, e a vontade de chorar que se abatia sobre seu ser estava forte demais... Mas a sua vontade de sair daquele inferno e tirar seu irmão consigo era maior, muito maior...

I scream into the night for you

Don't make it true

Don't jump

The lights will not guide you through

They're deceiving you

Don't jump

Don't let memories go

Of me and you

The world is down there

Out of view

Please don't jump

Pouco a pouco, movendo-se com dificuldade, foi fazendo seu caminho, amedrontado e arrastado pela água, que parecia tentar ajuda-lo, fazendo a maioria do esforço para ele, levando-o para a costa, enquanto ele conseguia, finalmente, entender, que não podia deixar o mais novo sozinho, nunca, que o amor que sentia por ele era mais forte, e que fora muito malvado para deixa-lo chegar a esse ponto. Estava desacordado em seus braços, e Tom não sabia se sentia mais medo da água ou do fato de ele poder não querer voltar de onde quer que estivesse agora.

”Aguente só mais um pouco, por mim...”

Pensou... Estava perto, muito perto de conseguir sair. A chuva começava a cair de verdade, tornando todo o ambiente, toda a situação, ainda mais sombrios.

Don't jump

And if all that can't hold you back

I'll jump for you

---

Seu corpo parecia estar tomando força do oceano para que conseguisse sair dalí. Seu esforço era mais que imenso, e por Bill, ainda faria dobrado se assim fosse necessário. Tinha que salvá-lo, e ele parecia tão... longe! Sentiu seus olhos embaçarem assim que sentiu os pés tocando o fundo. Os garotos o esperavam inquietos na areia, Georg chorava e Gustav parecia estar em choque dado o jeito que seus olhos os seguiam sem piscar. Tom também não estava em suas melhores condições psicológicas.

Bill estava pesado, não sabia se pela roupa ou se pelo fato de estar exausto. Ajoelhou-se enquanto o colocava deitado na areia. Pálido, olhos fechados, não parecia respirar. A chuva agora caía como se anunciasse o fim de tudo, e Tom não mais se conteve. Estava chorando. Tão desesperado quanto qualquer um alí. Sabia que tudo era sua culpa, sabia que se tivesse aceitado, Bill não sofreria tanto, não chegaria a esse ponto...

Tocou a face adormecida... Estava tão gélido quanto à brisa.

— Bill... volta!

Disse, como uma criança que vê a mãe partir enquanto se sente perdida no mundo.

Tentou de todos os modos fazer com que ele acordasse. Sacudira seus ombros, sua face... Por fim, desprovido de esperanças, lembrou-se de algumas vezes quando acabavam se entretendo em piscinas... Alguém sempre se afogava...

Seus lábios colaram-se ao dele, e como se devolvendo-lhe ao menos um sopro de vida, viu quando algo mudou no corpo inerte. O fez mais uma vez e ao afastar-se, pôde vê-lo tossir algumas vezes, fraco, sob a chuva pesada, renascendo. Os olhos esverdeados foram em sua direção. Chorou ainda mais, abraçando-o. Ele estava de volta, e nesse momento, jurou que nunca mais o perderia, independente do motivo. Agora, Gustav também chorava, e algumas pessoas os observavam sob a chuva da beira da orla... Estavam agora, aliviados. Ele sempre voltaria, sabiam.

— Eu te amo...

Tom disse baixinho, tentando se conter, tentando parar de chorar, apertando-o contra si e sentindo as mãos fracas segurarem sua roupa.

— Minha cabeça dói...

Ele disse. Provavelmente havia se machucado na queda, e Tom verificou. Estava sangrando um pouco, mas ainda assim, precisavam passar num hospital.

Se levantou, com ele no colo, e os quatro seguiram em direção aos carros. Precisavam sair dalí e montar uma história convincente o bastante caso alguém perguntasse...

---

Os dias se passaram, Bill estava bem, assim como Tom e todos os outros. Havia uma energia boa envolvendo a banda, uma fase da qual não queriam sair nunca! Era como se nada de ruim pudesse afetá-los agora, como se nada de ruim os houvesse afetado alguma vez. Estavam ensaiando, no mesmo ritmo de sempre, sorrindo, vez ou outra discordando, discutindo... coisas assim. Parecia que mais uma vez eram uma família. Agora, Tom tinha outro modo de ver as coisas. Entendia que por mais que ele ou Bill errassem, sempre seriam capazes de perdoar um ao outro, sem nem mesmo precisar esconder o que haviam feito ou dissimular situações que pudessem ser nocivas para o relacionamento. Tom havia entendido que o lance de Georg, não era o prazer de trair os amigos. Ele era compulsivo, e decerto aquilo não mais seria um problema entre ele e Bill.. Sabiam lidar com a situação, e caso não soubessem, bom... Saberiam lidar com as consequências da mesma sem um estrago maior.

As notas de sua guitarra haviam tomado novamente o tom certo, nem melancólicas demais e nem superficiais demais. A voz de Bill não estava mais carregada de incertezas, medos ou quaisquer tipos de sentimentos ruins, como rancor. Era como se tudo tivesse que passar pelo caminho predestinado para no final verem que eram mais fortes...

Do lado de fora, a chuva caía, embalando a verdade, a vida de todos, marcando momentos como sempre fizera, no princípio meio e fim...


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Notas finais do capítulo

Fim!



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