Epifania escrita por Vaalas
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem ♥ Amo essa história e precisava postá-la novamente.
Boa leitura!
28 de Janeiro
— Você... Você é Peter Miles? — Perguntei um pouco hesitante.
— Depende de quem quer saber.
Era fim de janeiro e estava um clima frio, mas o cara à minha frente, vulgo Peter Miles, estava só de cueca com uma capa de chuva e um lençol escuro cobrindo o seu corpo. O porquê dele estar usando uma capa de chuva dentro de casa, eu não sabia. Apenas estava começando a mudar de ideia em relação a minha mudança àquele apartamento.
Engoli em seco, me preparando para correr.
— Sou Alex — murmurei — falei com você ontem à tarde pelo telefone sobre o quarto vago. — Ele estreitou a frecha da porta deixando à mostra só o seu olho direito. O lugar parecia extremamente escuro lá atrás, e mais uma vez temi estar procurando moradia junto a um cara psicótico — Hm, não é uma boa hora? Posso voltar mais tar...
A porta se abriu de vez sem qualquer cerimônia, e uma mão desnuda puxou-me para dentro pela gola do casaco, evitando qualquer delicadeza. Peter pôs a cabeça para fora e olhou para os dois lados se certificando do corredor estar vazio e entrou de novo, fechando a porta e a trancando.
Meu deus, no que eu estava metido?
Empurrei o medo garganta abaixo, rezando mentalmente para que meu corpo não fosse encontrado em uma vala no dia seguinte. O lugar estava tão estupidamente escuro, que não conseguia olhar um palmo à frente do nariz, e o cheiro de incenso estava em todo lugar excessivamente ao ponto de se tornar desconfortável. A TV estava ligada e um comercial da polishop sobre um triturador de vegetais estava rodando, iluminando assim um pouco do sofá e da mesa de centro cheia de comida e vasilhas descartáveis.
— Deve haver uns 6 Peter’s Miles no estado de New Jersey — Comentou, do nada, escondendo o rosto na sombra do capuz e abraçando seu lençol comprido — Enfim, cadê suas malas?
Meus olhos aos poucos se adaptaram à escuridão, e o lugar não poderia parecer mais horripilante.
— Eu... Eu só vim olhar o lugar, antes.
— Hm. Já olhou, e aí, vai ficar ou não?
Não, não, definitivamente não!
— Não poderia ligar a luz para, sei lá, eu olhar melhor?
Ele pareceu pensativo quanto a isso, mas se aproximou do interruptor e ligou a luz da sala.
Havia uma cozinha logo ao lado, com móveis aparentemente novos. O balcão estava empoeirado como se nunca houvesse sido tocado, e a pia estava cheia de louças até não caber mais. O lixeiro, perto do fogão inutilizado, estava superlotado de talheres e pratos de plásticos, e os armários aparentemente vazios.
A geladeira, no entanto, estava cheia de doces e pizza congelada.
Sorri forçadamente para o cara que me olhava por trás e continuei a explorar o lugar. Ele não parecia feliz, na verdade a expressão dele era sem expressão. Estranho, sim, mas consegui notar que esse cara em si é estranho.
Engoli em seco e entrei em um corredor curto, sabendo que Miles estava logo nas minhas costas, me seguindo.
— Ei, o quarto é aqui. — ele falou, abrindo a porta ao lado e abraçando seu conjunto de lençol-capa-de-chuva.
Entrei no quarto e dei uma olhada básica. Era o cômodo mais iluminado da casa, já que as janelas eram de vidro e não tinham cortinas. Também era o mais vazio e empoeirado, mas espaçoso e bem amplo. Talvez o maior quarto que eu poderia ter até então.
— Quanto ao pagamento — Peter começou, virando as costas e saindo do quarto — tudo o que você precisa fazer é manter a geladeira e o armário abastecidos, limpar minhas bagunças, limpar o resto e me fazer favores, caso os peça.
— Vou ser tipo seu empregado?
Ele suspirou.
— Não é a mesma coisa de ser companheiro de apartamento?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Esse foi meio que um prólogo, então não acho que dá para saber muito do que essa história irá falar. Mesmo assim, espero que tenham gostado ♥Até breve!