Ele Foi o Único Que Me Enxergou escrita por Luuh Lune


Capítulo 22
Vinte e Dois


Notas iniciais do capítulo

Um capitulo muito esperado pelos leitores. Espero que gostem, beiijooos e boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/659034/chapter/22

Passei o dia todo com dor de estomago, ansiedade não é meu forte, digo e repito. Porém eu consegui me controlar, assim como Simas ficou na enfermaria pelos machucados, Sarah também ficou. Então nada dos dois nos perturbar hoje. Luce á todo custo tenta me acalmar, Roger também está um pilha de nervos.

Agora á noite, perto da hora de irmos para o tal jantar eu piorei. Minha barriga dói e eu transpiro igual porca. Minhas pernas tremem tanto que eu quase não fico em pé. Estou com meu notebook no colo deitada em minha cama

— se você continuar assim não conquista mesmo eles – Luce diz me olhando preocupada – você já passou por coisa pior, porque isso vai te impedir de ser feliz?

— esta certa – coloco no notebook de lado – vou começar á me arrumar, me ajuda?

— claro – ela sorri

Tomo um banho demorado para me acalmar, lavo meu cabelo, passo óleo corporal e saio para começar á me arrumar. Com a toalha no cabelo e outra no corpo procuro uma roupa e um sapato para ir lá. Pego um vestido prata de alça e o sutiã em forma de coração. Ele é apertado até a altura do meu estomago e solto no comprimento, que é até meus joelhos. Luce pega uma sandália se salto preta para mim.

— primeiro maquiagem – Luce abre meu quite de maquiagem – uma simples esta bom

— o que eu faço com meu cabelo? – pergunto passando o vestido

— deixa comigo – ela sorri

— só não apronta, preciso causar uma boa impressão aos meus sogros – digo rindo.

E assim vai, Luce me maquia com a maior lentidão do mundo, só pode. Ela faz uma maquiagem simples e chamativa, com batom vermelho claro. Após colocar meu vestido ela começa a investir em meu cabelo, que resolveu ser rebelde de uma hora para outra.

Eu simplesmente não sei o que esperar deste jantar. Os pais deles irão aceitar? A mãe dele é uma boa sogra ou são aquelas megeras de filmes e livros? E as irmãs deles? Elas vão gostar de mim? Eu estou indo arrumada demais? Isso me deixa mais inquieta ainda.

Mas seja o que for que acontecer, a decisão depende deste jantar. E eu preciso toma-la.

Luce faz uma trança embutida de lado no meu cabelo e coloca um par de brincos, uma correntinha de prata e uma pulseira em cima da minha cama. Após isso pega um dos vidros de meu perfume e começa a analisa-lo.

— esse aqui não é tão doce e nem tão forte – ela me entrega – estou rezando por você

— obrigada – dou um abraço forte e termino de me arrumar

Roger surge na porta 15 minutos depois. Com uma calça social cinza e uma camisa polo verde água. O cabelo como sempre rebelde, isso é marca registrada, assim como o sorriso e o olhar sedutor.

— estamos na torcida – John diz enlaçando a cintura da Luce

— obrigado – sorri torto

— esta preparada? – Roger aperta com carinho minha cintura

— sim – sussurrei

— você esta muito linda – ele me olha de cima a baixo com a expressão de quem gosta do que vê.

— você também – sorrio de lado

— quero avisar que eles são difíceis, mas independentemente do que aconteça lá, eu escolho você – Roger me dá um beijo demorado, e só então abre a porta do carro para que eu entre.

O caminho é todo feito em um silencio constrangedor, percebo que Roger ainda esta nervoso com o que Simas fez simplesmente por sua expressão fechada durante o caminho.

O que será que ele quis dizer com difíceis? Eles são o que eu estou temendo que são? Ô droga!

Começo a imaginar mil coisas que eles podem dizer ao me ver, vários tipos de reações. Será que eles podem me agredir ao me acusarem de bruxa? Meu coração esta que não cabe no peito, e meu estomago, acho que ele esta chegando à boca. Prendo minhas mãos entre as pernas para que ele não perceba que estou tremendo, si é que ele vai reparar, seu olhar esta muito longe para reparar em algo. E silenciosamente começo a rezar para que esta noite acabe tudo bem.

Depois de meia hora chegamos á uma rua de cascalho com árvores aos dois lados. Mais á frente consegui ver uma grande mansão branca. Ela tem dois andares e todas as janelas têm varandas, mas só algumas do primeiro andar e as outras dos outros andares têm cortinas de variadas cores. Á alguns carros de luxo na entrada e uma limusine branca também.

Roger para no portão de ferro alto e aperta uma caixa, uma espécie de interfone.

— pois não? – pergunta uma mulher

— sou Roger – ele diz em tom sério

— bem vindo de volta senhor Baker – a mulher responde e então o portão se abre. A casa parece muito maior de perto.

Um empregado de terno todo preto nos espera na porta de entrada da casa. E eu fico mais nervosa ainda. Roger sai do carro e abre a porta para que eu saia. Ele segura minha mão, mas antes de chegar á escada que dá acesso á entrada da casa ele olha torto para uma Lamborghini prata estacionada. O segurança abre a porta para nós e entramos em um corredor de cor creme um pequeno lustre. Tem alguns quadros da família e outros de artistas que nunca ouvi falar. Antes que eu pudesse reparar em mais detalhes Roger para bruscamente ao meu lado e me deparo com uma mulher de meia idade vestindo um vestido branco justo de manga curta e aparentemente caríssimo. O cabelo escuro esta em um coque impecável assim como sua maquiagem ao redor dos olhos castanhos. Seu sorriso é simpático, porém seu olhar diz o contrário.

— meu filho, quanto tempo – ela diz com voz doce

— olá mãe – Roger ainda segurando minha mão se aproxima dela e depois á abraça – essa aqui é Micaela, a moça de quem te falei

— muito prazer senhora Baker – sorrio e estendo minha mão para um cumprimento formal, e ela responde apertando logo em seguida

— então você é Micaela Smith, a moça de quem Simas falou – ela me analisa séria

— o que exatamente ele lhe contou? – Roger pergunta sério

— vamos, o jantar esta servido – ela indica com o braço outro corredor enorme, onde provavelmente é a sala de estar. Roger me conduz até ela e aquele medo ainda esta tremendo dentro de mim. – sinta-se á vontade Micaela

— obrigada senhora Baker – repondo com um sorriso simpático e me sento á mesa

— me chame de Ema – ela pede ainda sorrindo

— chegaram todos? – pergunta um homem também de meia idade, com terno azul e cabelos tão escuros quanto o fundo do oceano á noite e os olhos mais claros que o de Roger. Ele se assusta ao ver o filho ali, mas lhe dá um abraço apertado de boas vindas

— faltam ás garotas – Ema responde

— mamãe, eu não quero mais sair com esta megera – entra uma garota de aparentemente quatorze anos na sala de jantar, ela esta de vestido salmão na altura dos joelhos e os cabelos castanhos lisos até a cintura soltos. E os olhos azuis iguais os do irmão e do pai

— nem eu quero, ela é uma cobra – outra garota revira os olhos também azuis, ela deve ter uns dezesseis ou dezessete anos, parecida com sua irmã só que com mais curvas no corpo e um vestido preto – faz jus ao nome

— elas já estão brigando? – Roger pergunta rindo da expressão de surpresa delas

— Roger – elas gritam assim que o vê, correndo em sua direção e lhe dando um abraço quase o derrubando da cadeira.

— Cloe, Evelie – ele sorri abraçando as duas

— nunca mais desapareça desta forma, eu mato você – a mais velha fala

— prometo contar tudo á vocês – ele sorri – quero que vocês conheçam Micaela – ele me aponta com o olhar e as duas de instantâneo olha para mim

— ela é bonita – a mais nova fala

— sua namorada? – a outra pergunta com um olhar desesperado

— sim – ele responde sorrindo, mas as duas se entre olham como se estivessem conversando em código. Como eu e Luce fazemos

— vai dar merda – a mais velha fala. O que ela quis dizer com isso?

— Eveline, olha a boca – Ema repreende.

— demorei? – uma mulher entra. Ela é loira (senhor, porque tenho tantos problemas com loiras?) Tem o cabelo maior que o meu e é ondulado, ela é tão magra que parece modelo, é alta pelo visto e ainda de salto. Seu vestido é um vermelho e provocante, com saltos pretos e maquiagem chamativa também. Ela aparenta ter minha idade. Quem é ela?

— chegou na hora Nádia – o sorriso de Ema aumenta e o rosto de Roger se fecha em uma fúria incrível, igual quando ele estava batendo em Simas. E isso me deixou mais desconfortável

— Roger, quanto tempo – ela vai cumprimenta-lo, mas ele apenas lhe dá um aperto de mão – isso não é jeito de cumprimentar ...

— mamãe o que temos para o jantar? – a voz de Cloe sai alta o suficiente para cortar o assunto dos dois.

— carne de búfalo – Ema responde – você gosta de búfalo Micaela?

— nunca comi senhora Baker, quer dizer Ema – me corrijo a fazendo rir

O jantar é servido e ficamos em um silencio constrangedor, Cloe senta ao lado de seu irmão e Eveline fica ao meu lado, do meu outro lado esta essa tal de Nádia A expressão de Roger é de poucos amigos, Eveline e Cloe ainda conversam por olhar, parecem receosas. O pai de Roger esta com a mesma expressão que o filho, quanto á Ema e Nádia com um sorriso cúmplice.

— e então, Simas me disse que você é uma bruxa, isso é verdade? – Ema pergunta cortando o silencio, Roger assim como o pai lançam um olhar ameaçador para ela, que parece não se importar.

— não – respondo calma aproveitando o jantar. E não é que essa carne é gostosa mesmo?

— ele me contou uma história engraçada sobre você – continua ela. Estremeço – ele me disse que até alguns meses atrás você era uma pessoa com a aparência decadente. E de uma hora para outra meu filho resolve te ajudar e você aparece assim, uma jovem linda

— é uma história complicada, mas te garanto que não sou uma bruxa – respondo com a voz firme, apesar de estar temendo o fim deste jantar

— pode me contar esta história? – pede com um sorriso parecido com os venenosos da Sarah

— já chega mãe – pede Roger incisivo

— eu quero saber meu filho – Ema diz calma e doce

— ela sofreu uma maldição e á quebramos só isso – responde ainda incisivo

— e por que? – continua ela

— quem fez isso amava meu pai e ele escolheu minha mãe – respondo ainda firme

— então á mulher não aceitou que seu pai escolheu outra – Ema ainda contém aquele sorriso, e ele esta começando a me irritar

— sim, mas é passado. Certo amor? – Roger olha para mim sorrindo, e isso me acalma

— você deve saber do casamento, não Micaela? – Ema pergunta agora com postura séria

— sim senhora – tento me manter firme. Eveline segura minha mão e isso me surpreende

— então o que faz aqui? – ela pergunta por fim

— eu pedi para ela vir – Roger diz amargo – eu quis apresentar a mulher que amo á minha família e vê se vocês mudam de ideia com essa babaquice de casamento

— Ema chega – o homem fala, gente não sei o nome dele então direi homem – ele veio nos apresentar á moça, dê uma chance á ela – pede

— eu estou com você – Eveline sussurra para mim e aperta mais minha mão – concordo com o papai

— Apollo – ela olha para ele pedindo para que ele pare, o olhar incisivo e sério

— não Ema, dê uma chance á garota – ele devolve um olhar duro – vocês se conheceram na faculdade certo? Que curso faz?

— Psicologia – respondo simples

— ultimo ano também? – ele sorri

— sim senhor – sorrio de volta

— você mora com seus pais? – ele me pergunta e isso me entristece um pouco

— meus pais morreram quando eu tinha doze anos, eu e Misha meu irmão caçula crescemos em um orfanato – respondo dando de ombros

— sinto muito – ele parece sincero

— tudo bem – sorrio torto – eu comprei uma casa á pouco tempo e se meu irmão quiser quando eu terminar a faculdade ele pode ir morar comigo. Porém nós dois somos apegados á Dorotea, dona do orfanato e quem nos criou

— que legal, independente – ele sorri e olha para sua mulher de um jeito engraçado

— quantos anos seu irmão tem? – pergunta Cloe

— Cloe – repreende Roger fazendo eu e Eveline rirmos

— onze – respondo e ela faz cara de desgosto, Eveline ri mais ainda.

— okay, mas você precisa saber quem é sua noiva antes de rejeita-la filho – Ema diz olhando frio para Roger

— eu já fiz minha escolha – ele devolve o olhar da mãe

— como você quebrou o feitiço Micaela – Nádia pergunta

— precisei da ajuda de outra feiticeira – respondo

— qual a maldição? – Ema pergunta

— pele queima, corcunda, cabelo ralo, cheiro de idoso e voz de rato – respondo contendo minha irritação

— todos te viam assim? – Nádia pergunta

— sim... – tento explicar a parte do menos quem tem coração puro ou se importa mesmo comigo, porém sou interrompida

— e como meu filho se apaixonou por alguém assim? – Ema olha incrédula para seu filho

— deixe-a terminar de falar – pele Apollo impaciente

— não, ela fez algo só pode. Ninguém em sã consciência se apaixona por alguém assim – Ema se exalta

— e que comece o barraco – dizem Cloe e Eveline

— não são exatamente todos que me viam assim – tento me explicar

— saia da minha casa e da vida do meu filho – ela pede com um olhar venenoso – ele vai se casar com quem foi prometido sim

— eu não vou – Roger grita

— sim, você vai – ela também grita e se levanta – Nádia é sua noiva e você vai se casar com ela, por bem ou por mal – ela bate na mesa fazendo seu prato pular e o copo virar.

Meu mundo parou, Nádia é a noiva? Porque não suspeitei? Senti minhas forças serem sugadas e minha tremedeira tomar conta de mim. Lágrimas surgem aos meus olhos e Eveline entrelaça nossos dedos. Mantenho minha postura á mesa, mas esta ficando difícil á manter.

— você sabia que eu iria trazer ela aqui e trás a noiva? – Roger olha furioso para sua mãe

— eu não sabia filho, sinto muito – Apollo diz se levantando – Ema, você foi longe demais

— eu não quero que ele se case com uma mulher problemática – ela grita – e eu quero uma moça virgem para meu filho

— e como você pode ter certeza que essa naja, Nádia é virgem? – assim que faço o trocadilho, Cloe Eveline e Apollo dão gargalhada – você não pode apontar o dedo para mim e fazer um monte de acusações só porque uma mal comida pelo seu filho e um invejoso falaram de mim para a senhora – Roger arregala os olhos me olhando surpresa pela minha coragem repentina

— olha o jeito que você fala comigo sua vadiasinha interesseira – Ema anda á passos firmes em minha direção

— olha você o jeito que fala comigo – respondo alterada – você não tem o direito de acusar de nada se não sabe da minha vida pela minha boca. E eu tenho tanto dinheiro quanto vocês têm. Eu não preciso do dinheiro de ninguém.

— você nunca será boa o suficiente para meu filho – ela grita parada á minha frente

— e você acha que essa loira aguada ai vai ser? – me levanto e aponto Nádia que me olha furiosa – já sei qual é sua. Você não quer uma mulher boa para seu filho, você quer uma que obedeça você, que seja sua cadelinha é isso – grito e depois disso sinto á ardência de sua mão em meu rosto. Ela me bateu? Ah Ema Baker

— Ema vai para o quarto – manda Apollo

— sua bruxa, vagabunda você nunca terá meu filho – ela grita novamente

— veremos – á olhei em desafio, ela estendeu novamente á mão para me bater, mas fui mais rápida. Meu soco foi tão forte que á fez cai para trás – nunca abaixei a cabeça para montarem em mim, não vai ser agora que vou começar

— você querendo ou não, eu vou ficar com a Micaela, nem que eu tenha que sair desta casa para isso – Roger esbraveja

— filho, calma – pede Apollo – Ema, já para o quarto, estou mandando. E Eveline, leve Micaela para a cozinha para beber água

— sim papai – Eveline me puxa pela mão e escuto ainda a discussão ao longe.

Gente eu bati na minha sogra? Que jantar maluco foi esse? Onde eu estava com a cabeça? Roger vai me matar por isso! Porque ela tem que ser assim? Eu sei o tipo de sogra que ela é. É o tipo de sogra que você tem que aceitar tudo que ela faz, invadir seu espaço, deixar seu marido ou namorado longe quanto tempo ela quiser. Trazer as ex para festas e jantares, comandar sua vida e relacionamento entre outros. Mas eu não sou este tipo de nora, nunca vou ser.

Eveline me leva á cozinha que é grande, mas não estou com cabeça para reparar detalhes. Ela me da um copo com água que bebo em segundos e me apoio no balcão.

— me perdoe por bater em sua mãe – peço de cabeça baixa

— ela mereceu, nos desculpe pelo o que ela fez – pede ela também de cabeça baixa – não sabíamos que vocês viriam hoje

— ela armou não é? – pergunto sorrindo fraco

— pois é, bem vinda á família Baker – Eveline suspira

Roger surge na cozinha com uma mala enorme atrás de si, seu olhar esta mais furioso do que antes. E ele esta completamente vermelho. Pelo modo que esta a mala, sei que ele pegou todas as suas roupas e esta querendo sair daquela casa.

— você tem certeza disso? – pergunto surpresa. Ele esta mesmo decidido

— tenho, eu vou embora daqui – Roger olha por cima dos ombros e Ema esta esbravejando atrás dele

— não desaparece não esta bem – pede Eveline pulando no pescoço dele

— eu venho buscar vocês – mesmo nervoso ele sorri para a Irma

— cuida dele por nós – ela pede me abraçando

— tudo bem, eu paço meu endereço para vocês depois – respondo retribuindo o abraço.

Eu e Roger voltamos para o carro e por ele estar muito nervoso, eu quem volta dirigindo. Á lágrimas em seus olhos e sei que ele quer chorar, chorar pelo que sua mãe fez e por desistir de sua família por minha causa. E é agora que eu devo tomar a decisão. Eu desisto de tudo, ou luto por ele? Ele desistiu de tudo  por mim, não seria justo desistir dele. Eu escolho lutar. Mesmo com medo do que possa acontecer depois, eu escolho lutar.

— você quer ir para a universidade? – pergunto o olhando de relance, seu olhar ainda esta distante.

— sua casa – ele pede

— esta bem – com a mão que eu estava trocando a marcha eu acaricio a dele.

Sigo a rota para minha casa. Agora são 21:30 segundo o relógio do carro. O caminho todo é feito em silencio. Eu não quis puxar assunto pois sei que ele precisa colocar muita coisa em ordem em sua cabeça. E eu sei que ele prefere assim. Ele precisa do momento dele agora. E eu vou dar o espaço para isso.

Ainda consigo sentir as mãos da Ema em meu rosto. Foi forte o tapa que ela me deu, mas eu não me deixo intimidar. Sei que não terei a sogra dos meus sonhos, mas pelo menos as cunhadas e o sogro eu sei que tenho. Eveline me parece mais adulta do que sua idade demonstra. E Luce vai amar saber disso, acho que ela nem vai dormir esperando eu contar o que foi. Precisava de alguma bobagem falada por essa doida agora, só para melhorar esse clima chato.

Chegamos á minha casa, Roger entra com sua mala assim que abro a porta.

— pode arrumar suas roupas no meu quarto. Não tem problemas – digo trancando a porta por dentro

— tem certeza? – ele me pergunta com olhos baixos

— prometo que se brigarmos ou algo do tipo não vou joga-las pela janela – coloco a mão em cima do coração como promessa e isso o faz rir gostosamente

— obrigado – ele sorri

— vai se arrumando, vou fazer um lanche, ainda estou com fome. Quer algo? – pergunto indo até a cozinha?

— qualquer coisa – ele responde – vou tomar banho

— okay – eu sei que ele vai chorar no chuveiro. Como todo machão não vai querer chorar na frente de uma mulher. Mas eu entendo e respeito isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ele Foi o Único Que Me Enxergou" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.