Secrets escrita por Kikonsam


Capítulo 13
Dia.


Notas iniciais do capítulo

Oioi, aqui está como prometido! Esse é o penúltimo capítulo da história, espero que gostem!



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Todos meus amigos acordaram naquela manhã de 26 de dezembro assustados. Achavam que poderia ser um sonho, achavam que por um instante tudo que eles viveram pudesse ter sido um grande pesadelo onde todos seus segredos foram revelados. Mas não. Tudo que eles viveram não passava da mais pura verdade , e assim meus amigos chegaram á conclusão de que não havia motivo para se esconder mais.

Ah, coitados deles. Ter tudo revelado. Ainda bem que nada do gênero acontecera comigo enquanto eu estava vivo. Seria muito desconcertante ver meus segredos expostos daquele jeito. Mas Naiara foi inventar de revelar tudo, aquela filha da puta. Queria matar ela, mas ela já tá morta então só vou dar um esporro nela, mesmo.

Mas enfim, meus amigos acordaram e fizeram todas suas rotinas como se nada tivesse acontecido, porém seus pensamentos não saíam daquela noite. E é nesse dia após o natal que tudo será posto a perder. Mais precisamente, revelarem seus segredos foi algo muito ruim para meus amigos e eles terão que arcar com as consequências disso. Vamos á sucessão de eventos que aconteceram com cada um deles, começando por Laís.

Laís estava pronta para acabar com todo o veneno de seu sangue. Não sei se você que está lendo já viu ao filme Meninas Malvadas, mas tem uma parte mais para o final do filme que a personagem Cady fala “Quando você é picado por uma cobra, tem que chupar o veneno de seu corpo”, e era exatamente isso que Laís iria fazer: tirar todo o veneno de sua vida.

Primeira parada de Laís fora na casa de Larissa. Aquele local onde ela já passara momentos maravilhosos, agora teria que ir para acertar as contas. Ela toca na campainha do apartamento de Larissa, sendo ela quem atende a porta.

– O que você quer? – pergunta ela, por uma brecha da porta.

– Falar com você. – falou Laís.

– Já não fez o bastante? – pergunta Larissa, abrindo a porta por inteiro.

– Ei, a gente estava junta nessa. Não venha colocar a culpa em mim, por que eu te amava assim como você me amava. –fala Laís. – E eu só quero fazer o certo, pelo menos uma vez na minha vida. Não quero acordar um dia com a súbita vontade de estourar meus miolos por conta de segredos assim como Matheus fez.

– Eu te amava? Tem certeza disso? – pergunta Larissa, com uma cara de cínica. – Laís, você não passou de uma aventura fora do meu relacionamento de merda com o Daniel. Não passou de um experimento para ver se eu gostava de rola ou de buceta. Você nem boa de cama era. Você é um lixo. Deixou-se levar por alguém que nem te ama e mudar toda sua vida, destruindo tudo a sua volta só por conta de um casinho que para mim, particularmente, não alterou em nada. Só alterou depois que Daniel descobriu.

Laís ficou parada enquanto ouvia cada palavra que Larissa dizia, e cada uma delas a atingia como uma faca em seu peito. As lágrimas escorrendo de seu rosto eram automáticas.

– Quer dizer... – falou Laís, soluçando. – Que cada vez que você falava “eu te amo”, era mentira?

– Mentira? Eu nunca menti para você, Laís. – falou Larissa. – Assim como eu nunca falei “eu te amo” para você. Pense um pouco.

Laís pensou em todas as vezes quer falava que amava Larissa, e pensou que logo após que ela falava isso Larissa dava um beijo nela, sem nunca falar “eu te amo”, uma só vez, mas Laís não se ligava nisso pelo fato de estar sempre muito apaixonada. É, isso acabou com ela.

– Você... mentiu... para... mim. – falou Laís, agora bufando de raiva ao mesmo tempo que chorava.

– Eu nunca menti para você. Você que decidiu se iludir. – falou Larissa.

Laís não aguentou naquele momento. Sabia que os pais de Larissa haviam viajado para a Europa para passar o Natal e deixando sua filha sozinha em casa com uma avó que dorme o dia inteiro. Mas não pensou nisso quando avançou em Larissa.

O restou foi um borrão escuro na memória de minha amiga. Mas eu posso dizer que foi feio. Tão feito que sangue foi derramado no chão, e Laís só parou de bater quando viu que Larissa estava totalmente inconsciente, olhando então ao redor da sala e vendo sangue nas paredes e no chão. E assim, Laís teve o dia que mudará sua vida.

Meu amigo Fernando também teve um dia que mudaria sua vida para sempre. Acordou naquela manhã e fez tudo normalmente, sempre pensando nas palavras de meus amigos de que ele não é obrigado a aguentar tudo o que passa dentro de casa, que ele deve sempre contestar tudo qe falam mal dele. Seu pai e a puta de sua madrasta. Assim, no café da manhã, ele sentou-se junto a seu pai e sua madrasta, comendo normalmente e ficando calado como sempre.

– Então... Fernando... – começou Milena a falar com ele. – Ontem não vimos você chegar. O baile de natal demorou tanto assim, foi?

– Rolaram algumas coisas. Uma menina se jogou do prédio da escola. – falou Fernando, friamente.

– Se jogou? Hum... – falou Milena, friamente continuando a comer. – Sabe o que eu acho? Que você está mentindo...

– Eu também acho. – falou seu pai.

– Provavelmente vai sair no jornal local hoje. Esperem e vejam. – falou Fernando, irritado cortando o sanduiche.

– Fale direito comigo, seu merda! – gritou Milena, achando que Fernando a havia desrespeitado. – Tá achando que eu sou o que? Sua mãe?

Aí foi que Fernando não aguentou. Assim, ele também sofreu com o borrão escuro. E esse borrão escuro compreendeu-se enquanto Milena gritava com ele mandando-o ser mais respeitoso, enquanto ele pegava a faca e enfiava em seu peito.

Depois disso, o borrão escuro acabou quando ele viu sua madrasta se debatendo no chão que ficava melado de sangue. E assim, Fernando teve o dia que mudará sua vida.

Minha amiga Karine também teve um dia que mudaria sua vida. Naquela manhã, Karine sbia o que deveria fazer: fugir. Não aguentava mais a pressão de ter matado alguém. Não aguentava o fato d ter que todo dia confortar sua mãe pelo marido que fugiu de casa para ficar com outra quando ela sabia que ele fora assassinado por ela e seus amigos. Por isso, depois que ouviu tudo que meus amigos escondiam na noite de Natal, pegou o primeiro voo na manhã do dia 26 para fugir.

Quando acordou sua casa estava vazia. Sua mãe já saíra para trabalhar, e assim Karine pegou sua mala e jogou todas as roupas essenciais, assim como maquiagens e coisas do gênero. Karine pegou seu passaporte já previamente autorizando-a a viajar sozinha desacompanhada dos pais ou só de um deles, já que quando fora tirar o passaporte sua mãe já colocara essa notinha lá.

Já autorizada a viajar sozinha, Karine pegou sua mala pequena somente com o essencial, ligou para a companhia de táxi, e um táxi apareceu em vinte minutos na frente de sua casa. Colocara a mala no bagageiro e foi com o taxista até o Aeroporto do Galeão.

Karine chegou lá e foi fazendo o check-in, mostrando a autorização no passaporte e então sendo autorizada a viajar sozinha.

O voo para Londres, com conexo no Aeroporto de Guarulhos saiu pouco depois que ela já foi ao portão de embarque. Primeira Classe, paga com o dinheiro do cartão de sua mãe. E assim, Karine fugiu. Fugiu de sua vida de foragida no Rio de Janeiro para uma vida de possível sem-teto em Londres. Levando consigo 20 mil reais também roubados de sua mãe, Karine pretendia fazer sua vida lá. E assim, o avião subiu e Karine teve o dia que mudará sua vida.

Minha amiga Natalia também teve um dia que mudaria sua vida. Naquela manhã ela acordou particularmente depressiva. Não sabia o que faria de sua vida e depois de ouvir tudo o que ela ouviu sobre mim, descobriu que não vale a pena viver com tantos segredos. Mas também descobriu que não vale a pena revelar eles para todos ouvirem, afinal, são segredos. E assim Natalia entrou num estado depressivo onde se lembrava de Gabriel e tudo que fez com ele, sentindo-se agora um monstro, e comparando seus segredos com o dos outros, ela parecia a mais doentia.

Não ligou para saber se sua avó estava dormindo na sua cama ou na sala adormecida enquanto assistia televisão com o especial de Natal das TVs abertas. Não ligou para nada disso quando foi ao banheiro. Olhou-se no espelho, vendo cada centímetro de seu ser horrível e doentio, pensando em como alguém tão mau pode se suportar.

– Eu te odeio. – falou Natalia para seu reflexo no espelho, e depois começou a gritar: - Eu te odeio! Eu te odeio! Eu te odeio!

Natalia dá um murro no espelho vejo que fica pendurado acima da pia do banheiro com infiltrações por toda parte. O espelho se quebra e sua mão fica sangrando.

Natalia não estava ciente e si quando pegou um dos pedaços quebrados do espelho que caiu na pia.

– Agora vamos ficar juntos, Gabriel. – falou Natalia.

Ela levou o espelho á sua garganta, e continuando o legado de Gabriel, cortou-a, levando-a, juntamente com meus amigos, ao borrão escuro, só que no caso dela, não sairia do borrão escuro nem tão cedo. E assim, Natalia teve o dia que mudará sua vida.

Naquela manhã, Ju acordou aturdida, assim como todos meus amigos, querendo que tudo não tivesse passado de um sonho. É, era o que todos queriam. Um terrível pesadelo no qual bastava acordarem para saírem daquele universo. Mas Juliana é a mais cética de todos para saber que aquilo não era um pesadelo.

E assim, Juliana lembrou-se do que Luan disse, sobre sua mãe, e mandou um WhatsApp para ele no mesmo momento:

“E aí, está tudo bem com seu luto e tudo mais?”

Luan, naquele momento, não estava se preocupando com luto, e sim com uma arma que eu sinceramente não sei identificar. É tipo grande, mas não é uma espingarda, é aquelas armas de bandido, sabe? Aquelas que eles entram nos bailes funk com elas apontadas para cima só para amedrontar todos. Não manjo dessas merdas, desculpem.

No momento que Luan viu a mensagem, respondeu:

“Não estou de luto. Estou me preparando para minha vingança. Hoje a bala vai comer.”

Não sei o que levou Ju a responde isso, mas só sei que ela escreveu:

“Conte comigo. Estou indo para aí.”

Levou mais ou menos uma hora para Ju sair de casa, pegar o teleférico do morro e chegar na casa de Luan, na qual ela já sabia o endereço. Luan não pareceu preocupado com o fato de ela querer ajudar.

– Você é a melhor pessoa que poderia existir. – disse ele, dando uma arma igual á dele para ela.

– E você é a pior. Mas vamos nessa. – falou ela.

Os dois aproximaram-se da sacada da laje de Luan, vendo Thor, o traficante, passar com sua gangue expondo suas armas. É, nessa parte do morro, os policiais são pagos para não interferirem na dominação das gangues.

Juliana não sabia que tinha mais gente, mas pelo menos mais dez homens apareceram atrás dela na laje. Ela olhou para eles, os reconhecendo, e dizendo:

– Ei, eu conheço vocês... Vocês são os...

– Strippers. – falou um negro alto e forte com uma arma na mão. – Amigos de Luan.

– É. – falou Ju, impressionada.

– É nos lugares mais incomuns que se encontram os melhores amigos. – falou Luan, rindo para eles.

Isso inspirou Ju. E assim, ela estava pronta.

O momento da troca de tiros entre as duas gangues passou como outro borrão escuro para Ju. Esse borrão clareou quando ela viu Luan ser atingido por uma bala e cair no chão da laje, indo ajuda-lo, virando as costas para a sacada da laje, mas levando um tiro na coluna.

E assim, Luan e Juliana tiveram o dia que mudará suas vidas para sempre.

É, esse dia foi agitado. E meus amigos tiveram que aprender lições horríveis para saber que segredos matam. Literalmente. Eu sou uma vítima dos segredos, assim como todos meus amigos. Todos eles acabaram com suas vidas naquele dia. Assim como eu.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler, deixe seus segredos nos comentários ou se consuma com eles! Um epílogo será postado acho que até domingo, aguardem!



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