Secrets escrita por Kikonsam


Capítulo 14
Epílogo.


Notas iniciais do capítulo

Comentários nas notas finais...



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Era um novo dia naquela segunda-feira, quase véspera de ano-novo. O Rio de Janeiro recebeu novidades de que um adolescente matara sua madrasta a facadas e outra matara uma outra menina de pancada. Passando no jornal local, todos os cariocas conseguiram chocar-se com aquela revelação.

Dois de meus amigos, por incrível que pareça, estavam neste momento adentrando em uma ala de uma prisão dedicada á pessoas com idades entre 16 e 18 anos, já que as novas leis dizem que menores de 16 podem ser presos. É, é muito triste ver isso acontecer. Se me perguntassem no início como eu imaginava todos nós no final do ano, jamais diria algo assim.

Laís entrou na ala para menores de idade do presídio feminino Nelson Hungria, na cidade de Bangu, próxima á capital.

É, Laís não foi julgada ainda mas tem noção que sua pena pode estender-se até possíveis 30 anos. Laís é jogada em sua cela, vestindo uma blusa branca e uma calça jeans padrão do presídio. As lágrimas não param de escorrer de seus olhos, e pelo menos ela consegue ver um pavilhão melhor limpo, já que é recém-inaugurado. Olha para as outras celas, e não consegue enxergar ninguém além de uma menina loira de olhos azuis na cela á sua frente.

– O que você fez? – pergunta a menina.

– Você me diz primeiro. – falou Laís, na defensiva. Não estava em suas melhores condições, mas era inteligente o suficiente para saber que demonstrar mais fraquesa do que suas lágrimas a faria sair dali com mais m buraco na bunda.

– Falsidade ideológica. – falou ela. – Fiz parte de uma quadrilha que roubava ricaços esnobes e boçais que mereciam ser roubados. Eu estaria fazendo um serviço para o país se ele não protegesse os ricos. Agora, diga-me você.

– Matei minha ex-namorada. – falou Laís, demonstrando força. – Com minhas próprias mãos.

A menina pareceu intimidada.

– Eu... Não quero arranjar problemas... – falou ela, dando alguns passos para trás.

Laís não entendeu muito bem o porque dela se sentir intimidada e não sabia como fez isso, mas sabia que a sensação era boa. Mais tarde, ela e sua amiga seriam as líderes de um grupo de presidiárias que intimidaria todas as outras detentas de 16 a 18 anos no complexo Nelson Hungria.

Laís receberia, posteriormente, 25 anos de prisão. Mas isso não seria problema para ela. Ela teria contatos. E entraria no mundo do crime, literalmente.

Laís mandaria naquilo tudo, até um dia um outra detenta mais robusta e forte pagar uma guarda para deixa-la entrar na cela que Laís dividia agora com sua primeira colega de xadrez, e assim, Laís morreria do mesmo jeito que matou Larissa: de pancada, aos 20 anos.

Meu amigo Fernando, na mesma época que Laís entrou na prisão, também entraria na ala para detentos de 16 a 18 anos do presídio masculino Ary Franco, próximo á região do Rio de Janeiro. Assim como Laís, ele entrou em uma ala limpa e bem cuidada, mas já cheia. Mais posteriormente, Fernando seria intimidado por detentos mais fortes que não se intimidariam com o fato de ele ter matado sua madrasta com uma faca no coração. Fernando sofreria por todos os 20 anos que ele fora condenado, teria que fazer sexo oral nos detentos para não apanhar, seria estuprado e apanharia eventualmente.

Quando saísse do presídio, então com 36 anos, Fernando desenvolveria a síndrome do pânico e não poderia mais voltar a sua vida normal. Sem família ou amigos, Fernando posteriormente penduraria uma corda em um quarto de hotel de beira de estrada que ele nunca chegaria a pagar, e se enforcaria ali mesmo.

Minha amiga Karine teve mais sorte. Ora, fugiu para Inglaterra. Londres, quem nunca quis morar lá, não é mesmo? Nos primeiros meses de sua estadia lá, com seu dinheiro nas alturas, Karine conseguiria comprar um apartamento mediano e viver com um bom salário mínimo, tendo todas suas necessidades supridas.

Quando completasse a maioridade, Karine mudaria de nome e conseguiria finalmente se esconder permanentemente de sua mãe, que correu atrás dela, mas nunca conseguiu encontra-la. Com 18 anos, Karine mudaria seu nome para Karen e viveria como uma inglesa, conseguindo até pegar um pouco do sotaque elegante londrino.

Com 20 anos, Karine, agora Karen, iria se inscrever em um concurso para modelos, e então, um mês de sua vida seria dedicado á trinar para tentar ser a maior modelo possível.

Com 23 anos, seria chamada para ser uma Angel da Victoria’s Secret, esbanjando sua pele negra bonita nas passarelas do Victoria’s Secret Fashion Show, e posteriormente se reconectando com sua mãe.

Tudo iria perfeitamente bem, até que um avião que ela iria para o desfile de Nova York tivesse um pequeno problema técnico e simplesmente desparecesse, assim como o da Malasyan Airlines. Nunca mais se ouviu falar de Karen Ribeiro nem de outras 19 Angels naquele avião.

Natalia teve seu final escrito nas estrelas. Sua avó demorou dez dias para perceber a falta da neta, e abrir a porta do banheiro encontrando-a caída morta com a garganta cortada. Naquela altura, algumas baratas já haviam entrado na garganta do cadáver de minha amiga, e assim, no dia 12 de janeiro de 2016, Natalia foi enterrada. Daniel estava em seu enterro, continuando como sempre, Daniel foi o menos afetado por tudo o que aconteceu. Mas mesmo assim, todos os eventos o levaram á um suicídio no dia 1 de fevereiro de 2016.

Luan nunca acordou da bala. Na verdade, ele não morreu, Luan ficou em coma por anos e anos e anos. Causando dor á seus vós, finalmente, após 10 anos em coma, sua família concordou em desligar os aparelhos.

E quanto a Ju? Bem, proporcionalmente Juliana não teve um final tão infeliz. Proporcionalmente aos meus outros amigos, não é. Ela morreu de causas naturais aos 84 anos, mas aos 18 anos ela ficou paraplégica por conta da bala em sua coluna. Ela conseguiu se reerguer. Recuperou todos seus movimentos definitivamente com 28 anos. 10 anos de fisioterapia intensiva e quase que viverndo em um hospital.

Juliana foi a última que veio com o legado: não guardem segredos. Segredos corroem a alma, é como eu digo: segredo bom é segredo morto. Eu gostaria que alguém tivesse me dito isso quando eu era vivo, mas parece que tem que ocorrer imensas tragédias conosco para nos darmos conta das lições que realmente valem de alguma coisa na nossa vida. Juliana perdeu sua juventude. Claro, 28 anos ainda é jovem, mas perder 10 anos de sua vida não é algo legal. E eu, bem, perdi minha vida por conta de segredos. È, segredos não são legais. Mas não há nada que eu possa dizer á você que está lendo isso que mude sua linha de pensamento. Você vai continuar guardando seus segredos e transformando mais coisas em segredos. Pois é assim que o mundo funciona, infelizmente. Eu queria poder dizer que vocês podem aprender essa lição de vida sem acontecer nada, mas a realidade é que vocês não vão aprender isso sem uma tragédia. Fazer o que, o mundo se estabiliza por segredos, por mais que eles sejam venenosos.

Bem, essa foi a saga dos meus amigos após minha morte. É, eu sei, eu contei isso de uma forma a te manter depressivo e pensar que não existem finais felizes. Mas a verdade é que não existem finais felizes, mas só para terminar a história de um jeito bonitinho:

E viveram felizes para sempre.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente eu queria agradecer a todos que leram, comentaram, acompanharam e fizeram tudo para essa história "crescer", por mais que ela seja flopada. Em segundo lugar, queria agradecer aos meus próprios amigos que me inspiraram a escrever essa história (sim, os personagens dessa história são baseados em meus amgos, mas eles não tem nada a ver com isso tudo que aconteceu). E em terceiro lugar agradecimentos especiais a Nightmare, ElizTheWitch, Marcela Antonechen, Lhea e Rafah Neves que comntaram o pequeno saldo de 18 comentários nessa história flopada e me inspiraram a escrever mais e concluir esse pequeno projeto. Obrigado a todos por fazerem parte disso, se qusierem ver outras histórias minhas, entrem em meu perfil, atualmente comecei uma nova história, um suspense que eu estou dando meu melhor nela, e acredito que quem gostou dessa vá gostar dela! Abraços, tchau!



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