Contato escrita por Aleksa


Capítulo 12
Confiança




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Capitulo 12 – Confiança

 

 

Depois de abrir todos os presentes com Yura, inclusive o meu. E colocar a gargantilha nele, eu voltei pra casa.

- Cansei... – eu disse me atirando no sofá.

Eu nem tinha a intenção de fazer nada daquilo... Mas eu faria de novo, e de novo, e de novo...

- Depois eu falo que ele que é doente... – eu dizia as paredes.

Eu ainda estava com o vestido que ele havia me dado. Era bastante confortável, e a cor era muito bonita, Yura parecia saber dos meus gostos...

Só conseguia pensar em tudo o que havia acontecido, em como eu o amava, e estava completamente vulnerável a todos os seus caprichos, seus desejos, suas vontades... E como eu adorava aquela paixão atravessada, forçada e desdenhosa... Menos de um mês e eu virei masoquista é?

- Como eu sou ridícula...

No dia seguinte na escola, eu estava ainda sofrendo os efeitos daquele sábado fatídico, e agora na minha primeira aula, eu encontraria com a fonte de toda a dor e todo o prazer da minha vida, aquilo que tomava todo o meu tempo livre, e a minha mente durante o dia: Yura.

- Bom dia Alice! Como foi a festa de Yura? – Castel disse vindo me cumprimentar.

- Foi legal, a família dele é bastante simpática...

- Eu te liguei algumas vezes no sábado a noite.

- Ah, eu estava morrendo de sono. – menti. – Mas era algo sério?

- Não. Eu, Sarah e Cristine íamos ao cinema, e queríamos saber se você também vinha.

- Ah, nem ia adiantar, estava morrendo de sono.

- Da próxima vez você vai.

- Certo. – eu disse sorrindo.

- Bom dia! – disseram Sarah e Cristine, que quase sempre chegavam juntas, por que eram vizinhas.

- Bom dia. – eu e Castel dissemos em uníssono.

- Como foi a festa de Yura? – Sarah perguntou, animada.

- Legal, a família dele é simpática.

- Ele tem algum primo bonitão, Alice? – Sarah perguntou, mesmo que todas quisessem saber a resposta.

- Haha, ele tem sim. – eu disse rindo.

- Que legal! – Castel disse rindo também.

- Eles devem vir visitar durante as férias.

- Mas ainda falta um tempinho... – Sarah disse, frustrada.

- É verdade. – eu disse rindo de novo.

- Sua egoísta. – Cristine disse fazendo manha.

- Calma, nem tenho nada com ninguém.

Na minha cabeça eu ouvi Yura repetindo o que havia dito na festa: “se você flertar com alguém da minha família, eu te mato.”. Minha espinha gelou...

- O que foi Alice? – Castel perguntou, vendo como eu ficara séria de repente.

- Hum...? Ah, nada.

Yura veio caminhando pela porta do colégio com a gargantilha que eu havia lhe dado, e um sorriso amigável.

- Bom dia Lili-chan.

- Bom dia Yura. – eu disse tentando não olhar muito nos olhos dele.

Yura sorriu alegremente, como era difícil ser a única a saber da verdade...

O sinal tocou, eu ainda estava com, sono, a noite anterior tinha sido cheia de sonhos que me acordavam de duas em duas horas...

- Vamos? – as meninas disseram entrando, eu estava muito aérea...

- Ah, sim...

A aula foi um desastre, eu não ouvi uma palavra que fosse. Ficava me ocupando pensando que musica Yura me lembrava... Eu me odeio...

O resto do dia foi a mesma porcaria, eu simplesmente NÃO parava de pensar em Yura!

No fim do dia eu estava mentalmente acabada de tentar, sem sucesso, estudar. Yura me encontrou na saída:

- Oi Lili-chan. – ele disse sorrindo.

- Oi Yura...

- O que foi Lili-chan?

- To meio cansada...

- Minha culpa? – ele disse cobrindo um sorriso muito satisfeito.

- Bastante...

- Ah, é! Toma. – ele disse estendendo um molho de chaves.

- O que é isso?

- São as chaves de todas as trancas de portas e gavetas das minha propriedades.

- Propriedades? – eu disse dando ênfase do ‘s’.

- Isso. – ele disse sorrindo de novo. – Estão todas etiquetadas. – ele completou apontando as pequenas palavras estampadas nas laterais de cada chave.

Uma especificamente chamou a minha atenção, era uma chave rosa, com a ponta de coração, vermelho e desenhado de brilho violeta.

- O que é isso aqui Yura? – eu disse vendo que ela não tinha etiqueta.

- Essa é surpresa. – ele disse sorrindo de novo.

- Se você não me disser, como eu vou saber onde usar?

- Vai saber. – ele disse com um sorriso maquiavélico.

Eu estava oficialmente com medo que quer que fosse que essa chave abria... Ainda mais vindo de quem veio...

- Aliás, que historia é essa de propriedades. – eu disse dando ênfase no ‘s’ de novo.

- Uma mulher que me deu. – ele disse sem olhar pra nenhum ponto especifico, completamente distraído.

Eu parei no caminho e fiquei olhando pra ele, ele continuou andando, até notar que eu tinha gelado no caminho.

- O que foi? – ele disse surpreso.

- Uma mulher te deu? – eu disse dando ênfase a ‘mulher’ na frase.

- Isso. – ele disse indiferente.

- Mulher?

- Isso... – ele disse esperando que eu chegasse ao meu ponto.

- Ah... Tá... – eu disse zangada.

- Não entendi... – ele disse olhando pra mim confuso.

Como ele podia não associar, ele fala na cara dura que uma MULHER deu pra ele, e ai fica com essa cara de “hum?”!

- Pensa Yura!Eu sei que você é bom nisso! – eu disse saindo pisando duro e deixando Yura sozinho.

Chegando em casa, eu estava no meio de uma crise de mulher traída. Nem sei por que o choque, era de Yura que estávamos falando. Ele nunca disse que era só eu...

- Como eu sou imbecil... – sofrendo por alguém como ele.

Eu sabia que era puro orgulho, eu estava em pedaços, e com muita raiva. Meu telefone tocou; era ele. Agora vem a duvida, atender ou não atender...?

- Alô? – óbvio...

- O que foi aquilo?

- Qual o teu problema?

- Nesse momento. Isso. Mas fala, o que foi aquilo?

- Nada!

- Alice se você for ficar de pirraça eu desligo agora. E você que me ligue quando decidir falar alguma coisa útil.

Eu sabia que não era só uma ameaça, Yura odiava frescuras. Eu fiquei em silencio uns segundos e em seguida tirei força pra dizer:

- Que mulher é essa Yura?

- Nossa. Não me diga que você armou esse circo por uma coisa dessas?

- Eu sou mulher, eu armo circos. Agora fala.

- Ela é uma empresaria. Ela não tinha filhos, e decidiu que queria gastar esse tempo comigo, ela vive me paparicando. Mas se for por ciúmes relaxa, ela só fica brincando de casinha comigo, eu nunca dormi com ela, se é o que você quer saber...

Eu fiquei em silencio. Se quisesse, ele poderia facilmente mentir pra mim, e o pior, eu acreditaria...

- Sério? – eu já estava me sentindo ridícula...

- Sério.

- Tá certo então... Desculpa por armar esse barraco,Yura.

- Com tanto que isso não fique freqüente, tudo bem.

- Tá...

Yura desligou o telefone, eu estava me sentido a mulher mais ridícula na face da Terra...

Tudo isso é ainda era segunda...

 


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