Mudança de Hábito escrita por Babs


Capítulo 2
Uma noite nada normal




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-Por favor, sentem-se. -Respondeu um dos homens.

-Será que poderíamos saber quem são os senhores? - Questionou Lucy.

-Perdoe-nos. - pediu o homem. - Sou o general Alam O'Connel e este Daniel Montimer.

            Alam era um bonito rapaz de cabelos negros e esvoaçantes. Trajava uma bonita farda azul muito bem cuidada. Sua expressão era tão imponente quanto seu cargo. Daniel, por sua vez, era ruivo. Seu cabelo era um pouco mais longo do que o de Alam e também trajava uma farda semelhante a do amigo. Todavia esta era verde musgo.

-E o que os senhores querem de nós? - Inquiriu Érica.

-Precisamos de um favor, mas este não é o local mais apropriado para conversarmos. -Importariam-se de nos acompanhar? - Informou Daniel.

-E aonde iremos? - Perguntou Lucy desconfiada.

-Até o nosso escritório. - Respondeu Daniel.

-Não obrigada. Se for realmente importante, pode falar aqui mesmo. - Revidou Érica.

-Infelizmente não senhorita. É uma questão de estado. - Explicou Alam.

-Nós não vamos. - Informou Érica.

-Srta. Por favor, é uma QUESTÃO DE ESTADO. Não lhe faremos mal algum.

- Kika, talvez seja melhor irmos. Além do mais estamos armadas. - Interveio Lucy.

-Tudo bem, nós vamos. Mas tem que ser rápido, não podemos demorar. - Concordou Érica após pensar por um instante.

-Muito obrigada, srta. Érica. - Sendo assim, acompanhem-me, por favor.

            Com um pequeno aceno de cabeça as garotas seguiram os rapazes para a saída do estádio. Entraram em uma carruagem e seguiram por um caminho desconhecido pelas meninas. Foram em silêncio. Não tardou muito a cruzarem os portões do palácio real.

-O que estamos fazendo aqui? - Questionou Érica polidamente.

- Conversar. - Respondeu Alam.

            A carruagem parou na magnífica escadaria de estrada. O castelo erguia-se,altaneiro, no cimo de uma colina. Dele via-se ao norte a cordilheira do sol; Ao sul o mar dos espelhos d'água; Ao leste a floresta do ermo e a ao Oeste o grande deserto. As quatro fronteiras do reino de Annira.

            Seguiram pela escadaria de mármore. O interior do castelo era ornamentado por belos afrescos, móveis decorados com ouro e muitas obras de arte formavam uma harmonia singular. As várias escadas e a infinidade de cômodos transformavam-no em um verdadeiro labirinto.

            Subiram a escada principal e entraram em um dos cômodos. Este se revelou um bonito escritório. Tinha as paredes brancas. Na parede adjacente à porta erguia-se uma fileira de estantes de livros. A oposta exibia, em toda a sua extensão, um grande mapa do reino. Oposto à porta de entrada uma mesa de mogno ornada em ouro com três cadeiras, também de mogno, dispostas duas de um lado e uma do outro. Atrás da mesa uma grande janela era responsável pela iluminação do recinto.

-Fiquem à vontade. - Falou Daniel caminhando na direção da mesa.

-Obrigada, mas se puderem ir direto ao assunto eu ficaria grata. - Comentou Érica

-Pois bem, nós estamos em guerra com o país vizinho, uma guerra silenciosa e é claro que ninguém sabe disso, ainda.  - Começou Alam. - A rainha Suzanna buscava um armistício e dirigiu-se até o campo de batalha aonde, infelizmente, veio a falecer.

-Para evitar uma dominação. -Continuou Daniel - precisamos de uma rainha, uma vez que o poder é matriarcal.

-Mas, vocês não podem colocar outra pessoa no lugar da rainha, assim, do nada. - Exasperou-se Lucy

-Ou é isso ou é uma dominação. Nosso exercito não está capacitado para uma guerra e se o inimigo souber que estamos sem um governante, tenham certeza, que ele não poupará esforços para liquidar com esse reino. - Explicou Daniel.

-E o que nós temos a ver com isso? - Perguntou Érica com tom soturno.

-Vocês serão as rainhas. - Disse Alam calmamente.

-Como?! - Exasperaram-se

-Vocês duas são extremamente carismáticas, são inteligentes e muitos gostam de vocês, como pudemos observar no torneio. Não existem melhores candidatas. - Tentou Daniel, em vão, acalma-las.

-Só precisam de um pouco de treino e disciplina. - Acrescentou Alam

-De modo algum. - Impôs Érica. - Se era só isso, com licença. Vem Lú, vamos embora.

            As duas retiraram-se do escritório procurando, em vão, a saída do castelo. Passaram-se quinze minutos e continuaram procurando pela saída.

-Kika, eu estou cansada. - Bocejou Lucy sentando-se no chão.

-Eu também. - Confessou Érica encostando-se em uma parede e deixando-se ir ao chão.

-Vamos parar só um pouquinho. - Pediu Lucy encostando sua cabeça no ombro da irmã e adormecendo.

-Não podemos Lú, temos que ir embora daqui. - Disse Érica sem receber resposta.

            Os dois rapazes apareceram calmamente na frente das garotas. Daniel, sem se pronunciar, pega Lucy no colo para o contra gosto de Érica.

-Aonde você pensa que vai levá-la? - Questionou a garota, levantando-se.

-Não vou deixá-la dormir no corredor. Não se preocupe, ela ficará bem, aliás, você também precisa descansa um pouco, não? - Comentou o general.

-Estou sem sono. - Mentiu. - E se não for pedir muito, poderia me mostrar a saída? Assim eu a levo para a casa dela. - Falava Erica enquanto caminhava na direção do garoto.

            Alam a segurou pelo pulso puxando-a para si. Passou seu braço direito pelas costas da garota apertando, delicadamente, um ponto em sua coluna. Imediatamente a garota foi tomada por um sono anormal caindo, desacordada, nos braços do rapaz.


***


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