Loop - Feitiço do Tempo escrita por Sebastian Benkor
O frio cortava à noite em Santa Maria, na entrada da cidade, um homem de barba e cabelos avermelhados e aparentando ser de uma idade mais avançada, corta as ruas com um carro esporte preto. Ele ouve um som incrivelmente alto sem se importar com o avançado da hora e segue seu caminho até onde as escuras ruas de Santa Maria o perdem.
Na casa de Tom. Todos se reúnem à mesa para o café da manhã. Victória massageia as têmporas antes de encher sua xícara com café e bebê-lo de uma vez.
— Pela cara, não deve ter voltado cedo ontem. - Diz Verônica ao olhar sua filha com o cabelo desgrenhado e rosto amassado.
— Por que a senhora está gritando? - Diz a loira enquanto tomava mais uma xícara de café.
— Nem precisa me responder. E o senhor, onde estava que não viu essa garota nesse estado?
— Até onde eu sei, ela é maior de idade. - Diz Tom bebendo um copo de suco. - Além do mais, não sou babá de ninguém.
— Vamos experimentar conversar por SMS? - Murmura Victória com a cabeça baixa mexendo a colher na xícara vazia.
— O senhor não tem aula hoje? - Assim que Verônica termina a frase, se ouve uma buzina na frente da casa.
— Nossa, alguém desliga esse martelo! - Diz a loira tapando as orelhas com a mão.
— É o Edu, to indo. - Tom pega sua mochila e sai pela porta, pula no carro de Edu e os dois partem. Eles passam pela casa da Emily e pegam ela também.
Os três seguem para a faculdade. Edu desce do carro e logo um grupo de garotos o chama e ele se afasta de Emily e Tom.
— A facilidade que esse garoto tem para fazer amizades me espanta. - Diz Emily olhando Edu ser ovacionado pelo grupo.
— Essa deve ser a primeira vez que conseguimos conversar depois de tudo. Como você tá?
— Eu estou indo. - Diz a ruiva enquanto os dois sobem as escadas.
— Eu estive pensando no que a Madame Kerina disse.
— Sobre procurarmos o Profeta?
— Sim, ela disse que Safira poderá nos ajudar.
— Você não acha muito estranho ela ter mencionado um Profeta logo agora?
— Emily, depois de tudo o que passamos, eu não acho mais nada estranho.
— E depois de tudo o que passei, eu aprendi a desconfiar de tudo.
— Vamos falar com o Safira, para entendermos melhor isso.
— Depois da aula passamos lá.
— Não! Vamos agora, depois da aula não iremos conseguir despistar o Edu.
— Vamos perder aula!? - Exalta Emily.
— Vamos logo. - Responde Tom pegando no seu braço e saindo pelos fundos da faculdade. Eles entram em um pequeno galpão onde se encontrava os equipamentos esportivos. - Nos leve para o quarto dele.
— Tem certeza? - Indaga Emily. Tom apenas consente com a cabeça e então a ruiva faz mais um dos seus encantos e os dois somem em meio a fumaça.
Os dois aparecem no quarto de Safira, em meio a uma cortina de fumaça que se desfaz entre os fios e cabos dos monitores. Safira se assusta e deixa cair sua caixa de macarrão instantâneo.
— Droga, tinha acabado de fazer! - Diz Safira ao pegar o macarrão do chão e colocar novamente em sua caixa e jogar no lixo. - Ao que devo a honra da visita?
— Precisamos conversar com você sobre a Kerina. - Diz Tom.
— Eu sei. - Seu tom de voz muda. Ele se vira para Emily e conclui. - Eu sinto muito ruiva, sei o quanto você era apegada a ela.
— Tudo bem, mas vinhemoss aqui para outra coisa. Madame Kerina nos deixou uma mensagem pouco antes de morrer. Ela nos disse para procurar o Profeta! - Diz Emily
— E quem é esse? - Pergunta Safira.
— Esperava que você nos dissesse. Ela disse para procurarmos você. - Responde Tom com ar de preocupado.
— Eu não faço idéia do que ela está falando.
— Mas você consegue procurar e descobrir quem é? - Indaga Emily.
— Eu posso tentar. Me de uns minutos. - logo que Safira termina de falar, ele se vira para o computador e outras telas espalhadas por todo o quarto se acendem e começam a passar milhões de letras e números numa velocidade incrível. Alguns minutos se passam e Safira para em uma página.
— Achou algo!? - Insiste Tom.
— Achei um documento de registro, da data de um ano atrás, ele parece falar sobre a guerra que separou o clã. Nessa parte aqui fala sobre ele:
“Informo que o Profeta foi visto pela última vez em campo de batalha. Após isso não tivemos notícias dele, tendo seu paradeiro desconhecido até então.”
— Só isso? - Indaga Emily. - Não tem um nome? Nem se quer uma descrição?
— Foi tudo o que consegui achar. - Responde Safira.
— Nós nem sabemos se ele existe, ou se quer tenha sobrevivido! - Emily se exalta.
— Madame Kerina não ia falar para procurarmos se ele não tivesse sobrevivido. - Tom tenta acalmá-la.
— Como você pode saber, você mal a conheceu! - Grita Emily antes de parar, respirar e concluir. - Tudo isso é uma perda de tempo. - Ela se vira e sai do quarto do Safira.
— Eu vou atrás dela. - Diz Tom seguindo sua amiga pela rua. Ele logo chega ao lado da ruiva porém não pronúncia nenhuma palavra.
— Me desculpe. - Diz ela. - Eu não deveria ter me exaltado. Eu só estou cansada de andar em círculos.
— Tudo bem, eu entendo. - Tom a conforta.
— Eles mataram ela. - Emily segura as lágrimas. - E nem ao menos sabemos o que eles querem. Estamos em uma guerra e estamos perdendo todas as batalhas.
— Eu também estou cansado Emily, essa situação também me revolta. Eu estou nessa a menos tempo que você, tudo ainda é muito novo para mim, mas eu estarei do seu lado sempre, haja o que houver, vamos resolver isso juntos. - Emily o abraça e os dois voltam para o quarto do Safira.
— Melhor? - Indaga Safira.
— Da para rastrear a origem desse documento? - Pergunta Emily.
— Já fiz isso, ele é uma nota de um diário de bordo do Lord Magnus. - Responde Safira.
— Lord Magnus? - Questiona Tom.
— Era o nosso líder antes do clã se separar, infelizmente ele usou todas as suas forças para selar a maldição que a Terceira Ordem pretendia lançar e isso acabou matando ele. - Responde Emily.
— Infelizmente, a maior parte do diário se perdeu na guerra, mas consegui resgatar partes dele que mencionam os nomes de vários feiticeiros.
— Espera. - Tom o interrompe. - Eu conheço esse nome. - Completa ele apontando para o monitor.
— Terris Iam Ford? - Indaga Safira.
— Sim, esse foi o nome que Helena disse após matar Kerina. - Responde Tom.
— OK! - Safira começa a vasculhar as incontáveis listas de nomes e documentos novamente. - Temos por onde começar. - alguns minutos se passam e então uma mensagem pisca em vermelho na tela do monitor principal.
— E voltamos a estaca zero novamente. - Diz Emily.
— Posso fazer uma busca mais minuciosa, porém isso vai levar um tempo maior. - Diz Safira.
— Bom, vou comprar café. - Diz Tom enquanto Emily senta e observa Safira. Horas se passam e todos estão exaustos, pilhas de livros e copos de cafés estão espalhados pelo chão. Até que Emily encontra uma carta em meio aos livros.
— Olha. É para Kerina, mas não tem remetente e nem se quer um nome. - Ela abre a carta e lê algumas linhas:
“Minha amiga, contínuo em minha jornada.
Ainda não obtive sucesso em minha busca.
Creio que essa seja a última vez que iremos nos falar.
Está se tornando perigoso para nós dois.
Espero ainda encontrar você um dia.
Adeus Kerina! Seu amigo
— Profeta.”
— Qual a data? - Pergunta Safira.
— Tem quase um ano. - Responde Emily.
— Pelo menos sabemos que ele sobreviveu. - Diz Tom. - Emily, temos que ir, já escureceu.
— Verdade. Obrigado pela ajuda Safira.
— Estou as ordens. - Tom e Emily saem e logo na esquina pegam um táxi que deixa Tom em sua casa e segue para a casa de Emily. Tom Entra em casa, sobe as escadas e entra em seu banheiro para um banho.
Horas mais tarde, Tom desce as escadas e encontra com sua mãe e irmã sentadas a mesa de jantar a sua espera.
— Chegou tarde da faculdade. Aconteceu alguma coisa? - Indaga Verônica.
— Estava com a Emily estudando. - Responde Tom ao se sentar.
— Me pergunto por que essa garota ainda é sua amiga, ela é legal de mais para andar com você. - Brinca Victória.
— Posso perguntar o mesmo aos seus amigos. - Ironiza Tom.
— Se vocês começarem a brigar na hora do jantar eu irei cortar a mesada de vocês. – Verônica interrompe a discussão.
— Mas foi ela quem começou. - Diz Tom.
— Não quero saber. - Responde Verônica ríspida.
— Vejo que você não mudou nada Verônica, continua linda. - Diz um homem entrando na sala de estar causando espanto em todos.
— Me desculpe Dona Verônica, mas ele forçou a entrada. - Diz Mercedes.
— Até porque essa casa também é minha. - Diz o homem. - O que foi, não reconhece o pai de vocês!?
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Espero que tenha gostado. Críticas, sugestões ou dúvidas é só deixar uma mensagem para mim. Eu adoro Feedback :D