The New Start escrita por SparrowJackson


Capítulo 40
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

oi de novooooooooooooooooooo Espero que gostem!!



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“ Já se fazem mais ou menos três meses que não acorda, ou pelo menos foi o que me disseram. O tempo não faz diferença para mim sem você aqui, hoje, ontem, daqui a dois anos, tudo é sempre igual. O dia pode estar o mais ensolarado possível, mas aos meus olhos, ele sempre vai estar fechado. Até porque eu não saio do meu quarto, muito menos abro os cortinas, então o dia inteiro parece noite. Toda a claridade que uma vez esteve presente em minha vida, se foi e a escuridão toma conta do meu caminho. Sei que tenho uma família, amigos e uma vida dentro de mim, mas parece que sem você, eu perdi todo o meu motivo para viver. Todos os dias são os domingos preguiçosos. Todas as horas são madrugadas sonolentas. Todos os momentos são tortura.

Passo meus dias no quarto, tocando alguma música, lendo, ou simplesmente deitada com minhas lembranças. Todo mundo tentou me tirar da cama, mas ninguém conseguiu. Além de você. Esse é o único motivo para que eu me levante e troque de roupa todos os dias. Todas as madrugadas eu me esgueiro pelos corredores até a enfermaria onde dorme. E passo horas deitada ao seu lado contando sobre o que aconteceu no meu dia, o que é praticamente a mesma coisa sempre, e imploro para que volte para mim. Eu prometi para mim mesma que não descobriria o sexo do nosso filho ou filha. Eu prometi para mim que você acordaria e estaria ao meu lado para o momento. Mas você não acordou, e eu tenho esperado que abra os olhos para fazermos isso juntos.

Minha família, Aspen, todos estão aqui. Mary achou que eles me fariam bem, aumentariam o meu astral, mas de nada adiantou. Gerard às vezes aparece no meu quarto com uma bola. Ele tem uma nova brincadeira favorita. Jogue a bola para a America praticamente morta na cama e esper que ela segure e jogue de volta. Ele nunca se cansa. May me conta sobre todos os garotos bonitos que ele vê na rua., sobre sua nova escola e suas amigas. Ela se enturmou perfeitamente bem, o que já era esperado. Meu pai deita ao meu lado e ficamos em silêncio, apreciando a companhia um do outros. São nesses momentos que consigo botar os meu sentimentos para fora. Minha mãe não mudou em nada. Briga comigo constantemente me mandando levantar.”

Seu corpo permanece imóvel de baixo dos lençóis brancos da enfermaria. Não entendo porque o cobrir, não acho que ele esteja sentindo frio, mas quem sou eu para discutir com o doutor. Seu rosto é tão angelical, tão perfeito dessa forma. Alguém raspou a barba dele e percebo que essa é a primeira vez que o vejo assim. Anoto mentalmente, para quando ele acordar, nunca mais deixar ele crescer a barba. Toco sua bochecha fria e o abraço forte. Então choro. Pela primeira vez em três meses eu deixo que as lágrimas escorram.

Nunca sei quantas horas se passaram desde que entrei na enfermaria. Mas agora, quando saio pelos corredores em direção a minha casa, eu vejo o sol pela primeira vez. Tanto tempo se passou?Eu estou de camisola, totalmente descabelada e inchada. Os guardas me lançam olhares, mas não dizem nada. Assim que vejo a luz entrar por uma janela, fecho os olhos e deixo que o calor me invada. Provavelmente pareço uma louca em pé, com os braços para o alto e um sorriso no rosto, ma quando você passa 90 dias sem vez o sol, acho que é assim que você fica.

Corro em direção do jardim. Um onda de energia e esperança me consome e tenho vontade de sair novamente depois de tanto tempo. O som dos meus pés gelados ecoam pelo piso e acho que nunca corri tão rápido assim. Pareço uma criança fugindo de legumes. Eu teria chegado nas portas do jardim. Teria conseguido se não tivesse sido consumida pelo dor e não tivesse caído no meio do caminho. Minha barriga, já bastante visível, dói e a única coisa que penso antes de desmaiar é que eu já perdi muita gente, não posso perder meu filho também.

 

 

Meus olhos estão pesados e estou toda dolorida. Ouço barulhos de “pib” e sons de máquinas por todos os lados. Sinto uma coisa em meus pulsos, mas não sei identificar. Quando abro os olhos, meu primeiro pensamento é “Estou no céu?” Mas então eu escaneio o lugar novamente e vejo as camas aos meu lados, Bradley deitado, Celeste dormindo em uma poltrona aqui do lado e uma garrafa de soro? Uma garrafa de soro e fios a conectando até mim. Desde quando a enfermaria é tão branca?

Tento me sentar sem fazer muito barulho, mas não consigo. Celeste se levanta sonolenta e assim que vê que eu estou acordada, pula em cima de mim claramente feliz.

—Ai!- eu grito de dor e ela se afasta.

—Desculpa.- ela pede envergonhada- fiquei feliz que tenha acordado- ela tenta explicar.

—Tá tudo bem.- eu digo com dor.- O que aconteceu?

—O médico vai explicar melhor.- ela diz e sai a procura do homem. Não sei como não me surpreendi ao ver que ele estava de branco. Nunca vi ele na minha vida. Talvez porque todas as noites que venho aqui, ela está tecnicamente fechada. Ops. Ele me lança um sorriso e vem em minha direção com uma prancheta em mãos.

—Que bom que acordou Senhorita America.- ele diz assim que chega ao meu lado e tira os fios e tubos do meu pulso.- Como está se sentindo?

—Só um pouco de dor de cabeça e cansaço.- eu respondo e ele anota alguma coisa. Provavelmente o que eu disse.

—A senhorita ficou desacordada por 16 horas.- ele começa a dizer e eu me assusto- Então acredito que não aguente mais ficar deitada ai. Se tiver certeza que está bem, pode ir embora.

—O que aconteceu?

O que houve para que eu ficasse desacordada por 8 horas seguidas?

—Devido a má alimentação e a falta de nutrientes em seu corpo, a senhorita desmaiou. Mas pode ter certeza que os bebês estão bem. Nós colocamos...

Não ouço nada do que ele disse depois da palavra bebês. Celeste olha para mim com um sorriso feliz e eu não sei o que pensar.

—Vou ter gêmeos?- pergunto assustada e o médico me dá parabéns. Ele continua falando sobre tudo que tenho que tomar cuidado, o que não posso fazer e que devo ir até ele a cada duas semanas, mas minha cabeça está em outro lugar. Estou claramente feliz por ter dois filhos, essa é a melhor notícia, mas minha felicidade se esvai quando desejo contar para Bradley sobre isso, mas percebo que ele nunca me responderá. Celeste me tira da enfermaria antes mesmo que o médico pudesse terminar de falar e agradeço por isso.

—Todos estavam preocupados com você, mas hoje de manhã quando o guarda disse que te encontrou desmaiada, nós quase tivemos um ataque do coração. Seus pais ficaram o tempo todo do seu lado, mas eu os obriguei a sair e comer alguma coisa.

—Obrigada.- respondo baixinho.- Para onde vamos?

—Seu quarto. Já mandei dizer que você acordou, então todos devem estar lá já.- ela me explica e continuamos andando.

Todos estão lá mesmo. Menos Lyra e Henry que até hoje não voltaram de onde quer que estão. Se eles sabem de tudo o que está acontecendo, preferiram não vir. Sinto falta dos dois nesse momento, mas não existe nenhum jeito de fazer os dois voltares, estão totalmente sem comunicação. Sou apertada e amaçada por todo mundo que me dá um abraço. Eles estão com tantas saudades assim? Eu não fiquei tão ausente assim. Me sinto feliz por ter pessoas que sentiram a minha falta e se preocupem com meu bem estar.

Me deitam na cama e todos se sentam em algum lugar em volta. De acordo com o médico eu preciso de repouso. Como se não tivesse feito isso por 3 meses. Mas ter eles em volta é diferente.

—Então, estão esperando o que ? Me contem tudo o que aconteceu nesses noventa dias.- eu peço e eles estranham minha reação animada. Eles se entreolham tentando decidir quem vai primeiro.

—Charlotte e Edward já subiram ao trono.- Isabel começa- Ninguém sabe o que fazer com Harrison. Acho que vou arranjar uma viagem bem longa para nós e não deixar que ele atrapalhe mais as coisas.- ela diz pensativa e os outros riem, concordando com a opção.

—Por falar em tronos, Clarkson teve mais sorte. Está conseguindo enrolar Maxon e todo mundo. Maxon controla tudo por trás dos panos, mas nada é oficial ainda.- William começa a dizer e eu o interrompo.

—Por favor me diz que você não tem mais planos?- eu pergunto esperançosa.- eles nunca dão certo.

—Eu estou namorando!- Celeste grita do nada tentando mudar de assunto e acabar com o clima tenso.

—Como assim você está namorando? Porque não me contou?- pergunto desesperada e superfeliz pela minha amiga.

—Não achei que fosse ser uma boa ideia falar de garotos com você quando claramente... bem, você sabe.

—Quem é o azarado?- eu pergunto curiosa.

—George.- ela diz simplesmente e fico sem entender. Quem é George?- O príncipe da Irlanda.

—Como assim você está namorando ele? Como isso aconteceu?- Me levanto rapidamente e corro em sua direção. Dane-se as ordens do médico.

—Depois que resolvemos as coisas com Illéa e Nova Gales, resolvemos ir até a Irlanda e falar com rei, sabe, tirar satisfação, dizer que já sabemos da verdade e tudo. E me levaram junto, porque essa família não aguenta ficar longe de mim.- ela diz baixinho só para mim e aponta para William e Mary que claramente ouviram tudo, porque riram.- E eu conheci ele lá.- ela diz com um sorriso apaixonado.- Te conto os detalhes depois.- ela sussurra e volta para seu lugar.

Eu passei tanto tempo dentro de mim mesma que esqueci que existiam pessoas do meu lado, pessoas que sofrem e se alegram todos os dias com a vida. Eu Não sou a única a sofrer, não sou a única a ter boas notícias. E agora, ouvindo tudo o que aconteceu com as pessoas que mais amo nessa vida, eu percebo isso. Que independente do que tenha acontecido comigo, eu não posso esquecer deles.

 

Assim que todos saem do meu quarto, me dirijo para a sacada. A noite não está quente depois de todo o sol durante o dia e o vento gelado me dá arrepios. Olho para o céu estrelado e permaneço assim, olhando para o nada e pensando na vida.

—Você devia fazer um pedido.- escuto uma voz atrás de mim e me viro para Aspen que tem um sorriso terno no rosto. Me viro de volta para o céu e vejo uma estrela cadente passar pelos meus olhos. Fecho meus olhos com força e me concentro na única coisa que eu quero. Visualizo os olhos de Bradley, seus braços os meu redor, sua risada contagiante e o imagino se levantando, correndo até mim e me pegando em seu colo. Exatamente como nas cenas dos filmes.Uma lágrima escorre e abro meu olhos.

 

 

Não é porque eu vi o sol que vou parar de sair na madrugada. Ando pelos corredores escuros até a enfermaria. Estou com um frio na barriga, um nervosismo, algo que não senti das outras vezes. Me sinto diferente, não sei porque, só sinto que as coisas vão mudar. E tenho medo de que será para pior. Bradley está como em qualquer outro dia e me desaponto. Realmente achei que algo mudaria. Pego sua mão e me sento do lado da cama.

“Eu disse tantas coisas tristes ontem que resolvi mudar o disco hoje.- eu começo e rio para mim mesma- As coisas melhoraram tanto, só falta você abrir os olhos. Eu me sinto mais disposta, mas viva do que antes. Como se alguém tivesse me jogado água gelada para acordar de um sono profundo. É assim que me sinto, como seu eu tivesse acabado de acordar. E é exatamente esse sentimento que quero para você. Eu desmaiei.- digo e meio que espero que ele diga alguma coisa, mas ele não responde, claro.- isso não é bom, mas fui para a enfermaria e de um jeito estranho, me senti melhor. Eu sei que prometi não saber se era um menino ou uma menina, mas são gêmeos! - digo animada e limpo uma lágrima- Vamos ter nosso James e nossa Victoria. Eu queria tanto que estivesse aqui. Queria te abraçar e te beijar. Reclamar da vida e passar o dia vendo televisão. Eu só quero que você volte para mim. Por favor!- eu imploro e me deito em sua barriga. Fecho os olhos e choro novamente. Nunca percebi o quão confortável se abdômen é até aquele momento.

—Eu prometi que voltaria para você. Eu sempre cumpro minhas promessas.- alguém diz atrás de mim e eu me levanto assustada.- Até depois do fim.- ele diz e eu o abraço.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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