The New Start escrita por SparrowJackson


Capítulo 36
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

oi de novooo sentiram saudades??



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POV Lyra

Claro que eu sabia que perderia a aposta mas, mais claro ainda, não poderia perder sem uma briga. Claro que queria Clarkson presenciando nosso ataque e sua cara de “essas garotas não tem educação? Não sabem o que ser princesa significa?”, mas ele não estava presente. Não podemos ter tudo o que queremos. O olhar de Maxon passou de admiração, para susto e para desgosto em questão de segundos e tenho certeza que ele queria sair daquela sala o mais rápido possível. Kriss foi uma surpresa um tanto quanto adorável. Quando soube que ela foi a escolhida, passei a odiá-la imediatamente, mas até que ela não é tão ruim assim.
E isso nos leva ao agora. Eu e Celeste estamos em frente a porta do escritório particular de Clarkson, prontas para entrar. Henry está na sala de reunião, o mantendo ocupado para que possamos cumprir com o trato. “Entre no escritório particular do rei e pegue documentos oficiais que mostrem que você realmente esteve lá.” Quem foi o idiota mesmo que teve a ideia? Eu realmente tenho que começar a me preocupar com as coisas que falo.
—Você vai primeiro?
O tom de voz de Celeste claramente sugere que ela está com medo. Nunca admitiria, mas não se o que o velho faria com a gente se nos visse aqui.
—Pode ir primeiro!- digo e a empurro em direção da porta.- Você perdeu mais do que eu, quem perde mais, vai na frente.
Ela levanta uma sobrancelha e me encara.
—O que?- ela continua me encarando- Vai logo! Não temos muito tempo.
—A esperta pensou em como abrir a porta?- ela pergunta tentando enrolar. A chave! Claro que eu pensei em tudo, menos em como abrir a porta. Como sou estúpida.
—A porta não está aberta?- pergunto com uma mistura de dúvida e esperança.
—Claro que não vai...- ela começa enquanto gira a maçaneta e para de falar imediatamente quando a porta se abre. Não sei qual cara de surpresa foi melhor.
—Invadir os lugares é tão melhor quando deixam aberto.- digo feliz e entro no cômodo.
Não tem muito a se falar sobre o lugar. Uma mesa marrom em um canto, cheio de papeis e documentos, armários espalhados pelas outras paredes. As janelas estão fechadas e as cortinas impedem que a luz entre, não há muitas lâmpadas e as poucas que tem, emitem uma luz fraca que só torna a visão possível dois palmos na frente. Celeste vai em direção de um armário qualquer e começa a abrir as gavetas e folhear pastas aleatórias. Decido seguir seu exemplo e vou para a mesa principal.
Blá blá gente rebaixada de casta, blá blá rebeliões no sul, blá blá dinheiro roubado...Folheio a papelada com pouca atenção. Nada que as pessoas já não sabem. Sei que o objetivo é só pegar um documento qualquer, mas um parte de mim grita que as respostas estão perto, que eu só preciso procurar.
—Lyra, vem aqui. Acho que achei uma coisa.- Celeste me chama. Acho que encontrei algo também.
—Eu encontrei essas cartas. São bastante velhas, não parecem ser do Clarkson.- ela começa, mas para de falar rapidamente. Olho para ela com expectativa, mas ela continua em silêncio.
—Termina de falar mulher!- grito.
—Desculpa, tava pensando. São endereçadas a Nova Ásia.
—Então abre!- digo impulsiva e tomo a carta de sua mão. Abro com delicadeza para não rasga e não deixar vestígios de que a encontramos. Leio com atenção e me choco com cada palavra.
—Acho que seu país sabe bem como conseguir o que quer.- digo simplesmente e ela me olha sem entender nada. Ela toma a carta da minha mão e lê por si própria.
—Então Gregory Illéa usou o dinheiro da Nova Ásia para se revoltar nunca pagou e essa guerra não acaba?
—Lembra o que Chang disse? Que os inimigos dele se infiltraram e não deixam ele governar? Quem se beneficia com essa guerra?- digo tentando juntar todos os pedaços.
—Mas Chang voltou para o poder agora. Ele agiu.
—Exatamente. E a guerra está para acabar. E quem sai beneficiado?- pergunto e tenho certeza que uma lâmpada de ascendeu em cima da minha cabeça.
—Porque acha que Illea se beneficiou? Estamos em dívida, mortes, miséria!
—Nunca disse que Illea se beneficiou, Clarkson sim. Todos sabemos das atrocidades que ele comete todos os dias. Que jeito melhor de jogar a atenção para outro lugar do que com uma guerra? Ele poderia ter terminado a guerra, mas não fez. Ele não se importa com essas consequências.
Passamos um tempo em silêncio tentando digerir a informação.
—Encontrei essas contas bancárias, não pensei serem importantes, mas agora acho que se encaixa. Clarkson tinha que mandar dinheiro para a guerra, não? Mas ele não mandou, porque ele não se importa com isso. Para onde foi o dinheiro?
—Irlanda. Pensa assim, você está em uma guerra que não se importa, seu maior inimigo, a Grã-Bretanha, está para entrar do lado inimigo, mas você não quer que as pessoas descubram que na verdade não há guerra. O que você faz?- Celeste me pergunta com um sorriso diabólico.
—Arranja outra guerra.- digo para mim mesma e tudo começa a fazer sentido.- Mas é claro! Por isso a Inglaterra venceu a Irlanda tão facilmente! Tudo já estava pronto, armas, soldados. Qualquer um seria louco de entrar em uma guerra quando outro país está invadindo seu território.
—Mas porque a Irlanda? O que ela tem de tão importante?
—Não sei. Descobrimos isso depois. Precisamos encontrar provas de quem Clarkson matou James e Victoria!- digo convicta de que realmente foi ele. Volto para os papeis e procuro desesperadamente por respostas.
Estou praticamente desistindo, praticamente revistamos a sala toda e mais nada pareceu importante. Vejo umas cartas, parecem novas, mas não possuem destinatário, endereço ou selo. Resolvo dar um chance e as abro.
—Celeste!- grito igual uma louca- Clarkson não matou eles.- digo de cabeça baixa e me sento na cadeira, exausta.- eu tinha tanta certeza. Fazia sentido.- sussurro para mim mesma.
—E quem matou?
—Eu não sei, mas ele sabe.- a entrego os papeis e ela lê lentamente. Assim que para me olha chocada e assustada.
—Lyra, isso é praticamente um plano de ataque. Eles vão atacar novamente.
—E dessa vez, a pessoa não vai errar o alvo.
Não sei o que pensar ou o que sentir. Quando você descobre que sus morte está orquestrada e que daqui há dois você provavelmente não respirará mais, bem, acho que esse é o sentimento. Permaneço na cadeira por mais tempo. Minha boca não se abre, e mesmo se abrisse, não sei o que poderia dizer.
—Se eu fosse vocês, correria.- Henry aparecesse na porta ofegante. Deve ter corrido bastante para chegar aqui antes de qualquer um. Nem havia percebido que o tempo já tinha se passado. Acordo dos meus pensamentos e começo a correr para tentar arrumar as coisas, Celeste simplesmente sai correndo e me deixa lá.
—Rápido Lyra! Deixa isso ai e vem logo!- Henry continua me apressando e guardo as coisas com mais rapidez.
Fecho a porta atrás de mim no exato momento que Clarkson aparece no final do corredor. Com sua habitual cara de mau humor ele vem até nós.
—O que estão fazendo aqui?
—Só passeando.- Henry diz antes de mim e eu me encolho atrás dele.
—Só não destruam nada.- ele diz antes de fechar a porta do escritório na nossa cara.
—Como se eu fosse quebrar alguma coisa.- digo incrédula e me encosto na parede atrás de mim que, ao meu toque, cai no chão. Paredes não quebram, mas jarros sim. Pelo jeito eu quebro sim.
—Ops.
—Vamos logo antes que nos achem aqui.- Henry diz e corremos pelos corredores.

—Você invadiram o que?- minha sogra grita pela quinta vez.
— Foi parte da aposta, mas acabamos descobrindo bastante coisa.- Henry tenta argumentar.
—Não importa o motivo! Tem ideia do que poderia acontecer com você?- ela definitivamente surtou. William abre um sorriso e diz que está orgulhoso de nós. Mary bate nele e o manda fica quieto. Ele fica quieto, mas imediatamente faz um sinal de positivo com os seus dedos e abre um outro segundo. Minha sogra simplesmente o olha com fúria e ele imediatamente se cala. Ninguém ousaria desafia-la nesse momento. Henry está com medo, eu estou com medo, até seu marido está com medo da sua expressão.
—Mary, me desculpe, mas eu precisava saber o que aconteceu com Victoria. Sei que você me entende.- digo receosa de que ela possa me matar com o olhar, mas ela simplesmente chora.
—Descobriram?- William pergunta enquanto abraça a esposa.
—Descobrimos tudo, menos isso.
—O que quer dizer com tudo?- Mary se acalma e me pergunta.
—Encontramos uns papeis e...
Sou interrompida pela porta que se abre. Uma Celeste apavorada entra e se senta ao nosso lado.
—Onde estavam? Procurei vocês por todo lugar!
—Se tivesse nos esperado e não corrido na frente, teria nos achado.- respondo grossa e ela simplesmente revira e dá de ombros.
—O que vocês acharam?- Mary pergunta novamente.
Explico para eles sobre as cartas de Gregory Illea e nossa teoria sobre o que aconteceu com a guerra. Eles ouvem atentamente e não nos interrompem. Quando termino de dizer, William se vira para Mary e os dois tem uma conversa silenciosa.
—Não nos surpreende que Clarkson possa fazer isso. Em relação à Irlanda, bem, é um país pequeno, não muito rico, mas muito influenciável. Muitos disseram que perdeu tudo na guerra da Nova Ásia, mas eles nunca chegaram a entrar.
—Como assim eles não entraram em guerra? Está dizendo que Illea mandou que eles invadissem a Grã- Bretanha? Está maluco pai?
—Um governo corrupto, na beira de uma crise, qual o jeito mais fácil de receber dinheiro?
—Não faz sentido. Porque Illea mandaria invadir a Grã-Bretanha, para que ajudar a orquestrar a minha morte?
Todos se viram para mim imediatamente, menos Celeste. Henry está com cara de que não entendeu o que eu disse, enquanto Mary e William exalam preocupação e nervosismo.
—Como assim sua morte? O que está escondendo Lyra?- William me pergunta serio.
—Encontrei umas cartas. Clarkson e outra pessoa discutindo um plano para me matar.- digo como se não fosse nada. Não é que eu não ligue para a minha vida, eu ligo, mas é que eu não sei se vale a pena lutar contra. Olha o que aconteceu com James e Victoria. Não sei a minha mente recebeu a informação corretamente e se tocou da verdade.
—Quando diz que vai acontecer? O que dizia exatamente? Lyra, precisa nos contar exatamente o que está escrito!- William chega mais perto, pega minhas mãos e grita desesperado.
—Daqui a dois dias. Na festa que teria para os convidados que vão chegar.
Mary se agita em sua poltrona e olha para William que ainda está transtornado.
—Vamos ter que adiantar.- ele diz para a esposa- Vamos ter que arranjar tudo.- Henry grita pelos dois, perguntando o que está acontecendo, mas eles continuam conversando sozinhos.
—Eu vou morrer?- grito mais alto e eles se viram para mim.
—Claro que não querida. Vamos dar um jeito- Mary me abraça.
—Vão dar um jeito como? -Celeste se intromete.
—Prometemos para Bradley e America que contaríamos para vocês. Nosso plano sempre foi acabar com o reinado de Clarkson e Harrison.- Mary começa e uma onde de alegria e alívio se espalha dentro de mim.
—Nossa é muito bom saber que vocês não estão do lado deles.- Henry diz feliz e respira fundo- Muito bom mesmo, achei que realmente gostasse deles.- ele diz aliviado. Tirou todas as palavras da minha boca.
—Em algumas semanas, os rebeldes invadiriam o palácio e obrigariam Clarkson a renunciar e retirar suas tropas da Nova Ásia. Graças a vocês, parte já foi concluída. Não sei como fizeram Chang desistir, mas parabéns.- William diz orgulhoso.- Com o exército de Chang, entraríamos em Sydney e faríamos Harrison renunciar em favor de Charlotte. Queremos uma nova era, de paz e justiça.
—Só não contavam que alguém fosse tentar nos matar antes disso.- Henry diz captando a mensagem.
—Preciso que mandem uma mensagem para America, que expliquem o que foi descoberto, que a convençam que o que estamos fazendo é para o bem.- Mary diz especificamente para mim e sei que fiquei com a tarefa mais difícil.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e ate sabado!



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