The New Start escrita por SparrowJackson


Capítulo 27
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaa gente volteiiiii Como voces estão?? Uma pulada de tempo, mas espero que gostem!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/658740/chapter/27

Nossa viagem está prestes a acabar. Estamos sentados no avião, em completo silêncio. Ninguém sabe o que fazer, muito menos o que dizer depois de tudo o que fizemos e tudo que acontecerá assim que pousarmos. As lembranças vão e vem em minha mente e não sei o que fazer com elas. Nenhum de nós sabe. Só nos resta fingir que nosso silêncio vem do luto, apesar de parte ser, não dos segredos e torcer para que um dia, a verdade seja descoberta por inteiro e possamos respirar em paz.

_Nós sabemos que o senhor não quer continuar com essa guerra. Mas não sabemos porque continua. Se quer acabar com tudo, porque continua mandando centenas de homens para a frente de batalha?Porque continuar com essa encenação?

_Vocês não entendem. Não é tão simples assim. Posso ser o rei de Nova Ásia, mas não dou as ordens por bastante tempo.

_O que quer dizer com isso Sr. Chang?-Lyra pergunta interessada.

_Quero dizer que meus inimigos conseguiram se infiltrar em meu conselho e que, se não pararem de me ameaçar, Nova Ásia não terá voz própria novamente.- o homem responde triste.

Perder o país que tanto ama, para as mãos do inimigo, tiranos que não tem a intenção de fazer nada de bom, não deve ter uma boa sensação.

_O senhor superestima seu poder em seu território. Tenha coragem homem. Para fazer a coisa certa. Qualquer coisa que tenham feito para que estejam te chantageando, deixar que o medo o impeça, não é a melhor opção. Uma vez alguém me disse que não devemos deixar que nossos medos tomem conta de nós.- Olho para America que possui um sorriso terno.- Não deixe que eles acabem com tudo que tem tentado construir. Lute. Pode não ser por nós, pode não ser pelo seu país, mas lute por você.

Não sei se fico feliz em voltar para Londres, ou se fico para baixo. Admito que não aguentava mais as pesquisas de Lyra e todas as informações, mas tirando as partes em que invadimos sedes de governo, prédios de segurança máxima e infringimos leis que nem conhecia, o passeio foi mais do que agradável.

_Lyra, o que estamos fazendo aqui?-pergunto aflita

_Só preciso ver uma coisa. Bradley vai distrair seus pais para que eu possa entrar. Por favor America. Todos precisam descobrir a verdade. Não quer saber porque James e Victoria morreram?

_É claro que quero!- James era meu melhor amigo, uma pessoa que me ajudou desde que pus meus pés no palácio. Ele me entendia.

Fazia quase uma mês que viajávamos e recebemos a notícia sobre o acidente dos dois. Ninguém sabe exatamente o que aconteceu, mas Bradley está arrasado e Lyra acredita que o melhor jeito de honrar suas memórias é descobrindo a verdade sobre a morte. Ela não nos deixou voltar para o enterro que agora só acontecerá quando chegarmos.

_Então fica de guarda!- Lyra ordena.

Passava a maioria dos meus dias ao lado de Bradley e começamos a conhecer o outro lado de nós que não conhecíamos antes. Mesmo não querendo, Brad será um rei maravilhoso. Com seu carisma e seu auto-controle, ele conseguiria atingir coisas que nunca pensou ser capaz. Estava certa em dizer que ele, príncipe ou não, é a mesma pessoa. Fico feliz em saber que ele não mudou agora, ou que a personalidade que conheço é a real. Saber os traumas de sua infância e todos os problemas familiares em que passou, me fez entende-lo muito mais. Penso que, quando nos casarmos, minha família o amará como seu próprio filho e ele terá o que sempre quis.

_Então você está me falando que o golpe de estado que pôs minha família no poder, foi comprado por um país que queria o atual governo australiano fora do poder?- Bradley pergunta pela quarta vez.

_Sei que é sua família e que você pode não acreditar que eles tenham a capacidade de fazer isso, mas preciso que acredite em mim.- Lyra implora.

_ Ah eu acredito! Não duvido nada que eles tenham feito isso. Vá em frente Ly. Teorize o quanto quiser.- Bradley diz simplesmente. Mais um motivo, dos vários que ele tem, para odiar os pais. Lyra o olha chocada, não acreditando que foi tão fácil assim.

_Se você diz. Quem sou eu para discordar.

_Mas que país poderia ter feito isso?- Celeste se intromete.

Como os corpos não foram encontrados, não havia sentido em fazer o enterro na hora. Não há sentido em enterra-los dois meses depois de suas mortes, mas Lyra nos fez prometer continuar na viagem e os pais de Henry disseram que seria bom para nós passar um tempo fora, esquecer dos problemas por um tempo, mas não foi de muita ajuda. Bradley e James se esforçam para sorrir e parecer bem aos olhos de todos, mas é visível a dor em seus olhares.

_Lyra, nós estamos em perigo! Temos que parar de fazer perguntas! Você viu o que aconteceu com James! Quer que a gente acabe assim também? Em um avião destroçado no meio do Atlântico Norte?

_Ninguém vai saber disso Henry!

_E se descobrirem? Estamos pondo todos em risco. Você tem que parar com sua obsessão!

_Eu prometi para ele. Prometi para James que descobriria o que está acontecendo. E vou manter minha promessa.

O palácio exala morte. Todos parecem tristes. Os dois eram mais do que simples membros da família real, pelo menos para todos que trabalham no palácio. Eles são colegas, confidentes e principalmente, amigos. Ninguém veio nos recepcionar quando chegamos, então entramos de fininho e fomos para o salão onde o jantar deveria estar acontecendo. Os reis não estavam na mesa, nem em lugar nenhum. A dor em perder a filha deve ser devastadora. Ter que aturar por 2 meses mais do que necessário, deve ter sido agonizante.

_Acha que devemos continuar com isso?- Bradley me pergunta enquanto andamos pelas ruas da Irlanda. Nossa última parada antes de voltar para casa.

_ Eu não sei. Sinto que devo ajudar Lyra, mas as coisas não são mais tão simples. Estamos falando de segredos de estado! De corrupção, roubo, golpes, mentiras, esquemas. Isso é muito maior do que imaginávamos. Essas pessoas estão em todos lugares.- digo preocupada e amedrontada.

Estou com medo, claro. Quando é possível que esteja sendo perseguida por ordens maiores de diversos países, é normal se sentir assim.

_ A única coisa que quero é voltar para casa.

_Nós vamos. Prometo. Vai ficar tudo bem.- Bradley diz enquanto me consola e tenta me acalmar.

Celeste ficará conosco por algum tempo. Nem ela seria insensível nesse ponto de ir embora e deixar todos nós de luto sozinhos. Ela era uma grande amiga de Vic. Uma amizade incomum, muitos diriam, mas que deu certo. Ela foi a única de nós três que conseguiu esse feito. Quem imaginaria que a responsável, centrada e séria Victória Schofield viraria amiga da irresponsável, festeira e louca Celeste Newsome. Os opostos definitivamente se atraem.

_Você está dizendo que a Irlanda é uma vítima de tudo? Está brincando comigo né? Ela invadiu um país inteiro! Causou morte e miséria e você diz que ela não tem culpa?- Bradley grita com Lyra ofendido.

_Estou dizendo que ela foi manipulada! Ela tem sua culpa. Nada pode apagar a quantidade de mortes e todas as consequências que a guerra trouxe para a Grã-Bretanha, mas alguém planejou tudo isso. Alguém queria que a Irlanda estivesse no trono britânico.

_Mas não contavam com a derrota. Por isso mataram James e Victoria.- digo para mim mesma tentando entender toda a confusão.

Quando me convidaram para a viagem e me fizeram sair de Illea novamente, achei que seria legal. Passar dois meses com meus amigos que morria de saudades. Não imaginava que me tornaria Sherlock Holmes ou até o Indiana Jones em alguns casos. Lyra pirou, mas não posso reclamar. Eu também ficaria assim se fosse eu em seu lugar.

_Só tem uma coisa que não se encaixa.- Bradley diz enquanto todos se viram para ele- Porque matar o segundo na linha de sucessão, não o herdeiro do trono? Porque matar Victoria em vez de Henry?

Tento engolir alguma coisa que está em meu prato mas não consigo. Mexo minha comida com o garfo mas perco toda a minha fome. Não sou a única. Todos parecem com dificuldade em digerir tudo. O portão da sala se abre e William e Mary entram cambaleando. É possível ver os rostos inchados e os olhos vermelhos de choro. Henry se levanta rapidamente e corre em direção aos dois que se abraçam e choram em conjunto. Olho para Bradley que abaixa a cabeça e lima uma lágrima que escorre por suas bochechas. Olhar para os três compartilhando sua tristeza, deve ser difícil para ele que agora está completamente sozinho.

_Podemos ter descoberto tudo isso, mas isso ainda não muda o fato de que não podemos contar isso para ninguém!

_Eu sei Henry! Você pode achar que não teve sentido nenhum essa viagem, mas um dia descobriremos quem fez tudo isso e ele será morto pelo o que fez com James.

Pode me achar louca por dizer que matarei alguém com essa convicção, mas qualquer um que tenham feito tudo isso, não tem o direito de viver. Assassinatos, guerras e revoltas, isso não é normal. O que as pessoas não fazem por pode e glória?

_E quando descobrirmos o autor de tudo, teremos prova de toda a maldade e ele terá o que merece.

_Como sabe que é ele?- Henry pergunta em uma tentativa de me fazer rir.

_Eu não sei. Intuição.

_Bradley, o que está fazendo aí querido? Você é parte de nossa família também. James também era nosso filho. Venha. - a rainha o diz.

O rosto de Bradley se ilumina mais do que uma árvore de natal assim que a Rainha Mary pronuncia suas palavras. Rapidamente ele se junta aos três, que o acolhem. Abro um sorriso. Acredito que ele acabou de encontrar a família que não sabia que tinha. Olho para as meninas e em silêncio concordamos que é melhor deixa-los sozinhos.

_A culpa é minha. Minha irmã está morta e a culpa é minha.- Henry chora enquanto me abraça.

_Do que está falando Henry?

_Eu organizei a viagem deles. Eu os convenci a irem. Era para nós irmos. O jato ia nos levar para Nova Ásia, mas eu cancelei. Com tudo o que aconteceu naquele dia, a chegada dos pais de Bradley e tudo. Disse para James tirar uma folga, escapar dos pais e ele foi.- Henry soluçava e as lágrimas não paravam de escorrer. É a primeira vez que o vejo assim, vulnerável, sem a postura de forte e valente que sempre o acompanha. Se não fosse pelas circunstâncias, teria aproveitado mais o momento.

_Era para eu estar no avião. Era para todos nós estarmos no avião.

Amanhã será o enterro dos dois. Iremos para a cidade, visitar um memorial no parque onde todos os cidadãos poderão prestar suas condolências. Enfim, voltaremos para o palácio, onde poderemos dizer adeus.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como o cap é pequeno, vou postar o proximo amanha mesmo! Espero que tenham gostado!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The New Start" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.