The New Start escrita por SparrowJackson


Capítulo 26
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaaaaaaaa tudo bem com voces?? capitulo de revelaçoes. Espero que gostem!!



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2 meses passam mais rápido do que se pode imaginar. Maio e Junho se foram do mesmo jeito que chegaram. Furtivamente e inesperadamente. Sem que percebesse, estou no palácio, ajudando Lyra a arrumar suas malas para nossa viagem de férias. Vamos passar dois meses viajando por lugares do mundo que Lyra fez questão de escolher a dedo. Bradley e Henry estão aqui, de saco cheio e reclamando pela demora. Nem todas as mulheres são enroladas e demoram séculos para se arrumar, mas nós não fazemos parte das exceções. Celeste, que depois de retornar para Illea junto de Henry e Lyra, não voltou mais, nos encontrará em Nova Asia, nossa primeira parada, para que possamos começar nossa jornada de caminhadas e mais caminhadas por terras devastadas.

Havíamos acabado de terminar de fechar as malas, e os dois já pulavam de alegria e alívio por enfim poderem ficar livres quando James entra.

_Então, para onde vocês vão mesmo?

_Nova Ásia, Gales e Irlanda- respondo enquanto James se engasga.

_Lyra que decidiu não é?- Todos concordamos- Ainda conspirando Ly? Eu acho que não vai ter nada de turismo nessa viagem. Me avisa se descobrir alguma coisa.- ele pede, para depois se lembrar do verdadeiro motivo para estar lá.

_Sinto informar gente, mas meus pais estão aqui.- ele diz preocupado enquanto olha nos olhos de cada um de nós. Não entendi o olhar de preocupação. São seus pais, ele não deveria estar feliz?- A Família Real de Nova Gales do Sul está aqui, e meus sogros requisitam a presença de vocês.

Lyra e Henry saíram primeiro reclamando como sempre e Bradley se sentou na cama de casal, atordoado. James vai em sua direção e o abraça.

_Vou fazer o máximo para enrrolar e distrair os dois, mas vai ter que sair pela porta de trás.

Brad vem em minha direção, pega minha mão e começa a me guiar por corredores.

_Será que pode me explicar o que está acontecendo?-pergunto irritada enquanto solto minha mão da sua e paro de correr.

_Prometo que explicarei. Mas preciso que corra!- ele responde desesperado quanto me puxa de volta para os corredores.

Não corremos muito até a hora que ele parou. Não entendi porque a súbita parada, mas assim que olho pelo seu ombro, vejo os pais de Henry ao lado do que parecia o rei e a rainha de Gales. Olho instintivamente para Bradley e vejo seu rosto desesperado. Ele não sabe o que fazer.

_Desculpa, não consegui chegar a tempo.- James chega correndo e bufando de cansaço. Correu como nós pelo jeito. Todos presente estão em um silêncio um tanto quanto tenso e não se atrevem a dizer uma palavra. James olha, de um lado para outro, e juro ter entendido que Brad o desculpava pela fuga falha.

_Harrison, Isabel! Que prazer reve-los.- Bradley diz irônico, acabando com o silêncio constrangedor que havia se instalado.

Porque Bradley está chamando os rei por seus primeiros nomes? E como ele pode conhecer os dois?

_Filho, para que tanta frieza? Somos todos família aqui!- Rei Harrison diz, chegando mais perto em uma tentativo de abraçar Brad, que não permite.

Não estou entendendo nada. Isso tem que ser uma pegadinha, porque não tem graça nenhuma. Bradley, filho do rei de Nova Gales? Isso só pode ser um absurdo!

_Nunca seremos uma família, “papai”- Bradley diz a palavra com desgosto.

_Vejo que a fase rebelde ainda não acabou- o pai diz enquanto volta para seu lugar- Quando permiti que fosse embora da corte, não achei que fosse sumir do mapa. Estou orgulhoso de você. Mentindo e fingindo.

Não sei o que o rei diria em seguida, nunca saberemos. Bradley se soltou de meus braços e em um único impulso, pulou em cima do rei, que não reagiu, e não parou de bater nele até que James intervisse. Eu ouço os gritos ao meu redor, pedindo que pare, seus gritos xingando o pai, e James tentando acalma-lo, mas nada conseguiu me tirar desse transe. A única coisa que consigo pensar é que ele escondeu sua identidade de mim, ele mentiu, fingiu ser outra pessoa e me enganou.

Bradley sai do lugar furioso, com James em seu encalso, tentando faze-lo ver a luz da razão, mas não parece dar certo. Volto meus olhos para os reis. William levanta Harrison que possui um sorriso no rosto. Que pessoa sádica sorri depois de ser espancado pelo próprio filho?

_Por favor, todos se acalmem!- Rainha Mary pede- O almoço está sendo servido no salão. Vamos todos nos deliciar desse banquete e depois resolvemos os problemas pendentes, vamos?

Lentamente, todos se dispersam até que sou a única que sobra. Lentamente cambaleio até o salão. Posso estar mais confusa do que jamais estive, mas não vou conseguir pensar sem a barriga cheia.

Ninguém disse uma palavra durante a refeição. Ou estavam assutados demais com o ocorrido, ou com medo do que aconteceria se algo fosse dito sobre o assunto. Até mesmo Lyra e Henry que não estavam na hora, pareciam saber mais do que eu. Sobre tudo. Permaneci quieta e nenhuma palavra foi dirigida a mim até que James é anunciado e entra pelos portões. Todas as cabeças se viraram para ele, que veio em minha direção e se sentou ao meu lado.

_Acho que devia falar com ele. Porque eu não consigo colocar razão naquela cabeça oca.- ele diz rindo.

_Então quer dizer que são irmãos?- pergunto mesmo já sabendo a resposta. Ele assente.

_Sabia que ele morre de inveja do seu cabelo loiro?- pergunto em uma tentativa de descontração. Ele ri.

_Vou me certificar de me gabar mais vezes sobre isso.

Assim que o almoço acaba e é permitido que eu levante, Lyra corre em minha direção.

_Sabia disso? Sabia disso e não me contou?- pergunto brava. Não consigo pensar nesse momento. Tem tantas coisas na minha cabeça, a única coisa que quero e me deitar em um quarto escuro e chorar.

_Não! Juro que não! Henry acabou me explicar tudo. Sinto muito por tudo, imagino o que deve estar passando.- ela diz me abraçando em consolação.

_Não. Não sabe.- digo fria enquanto saio de seu abraço e começo a andar.

_Sei sim e antes de fazer besteira, se lembra que você não é limpa de segredos também não.- ela grita. Não olho para trás.

Como sou idiota. Julgando uma pessoa, quando seus erros foram os mesmos que o meu. Não preciso ser uma vidente para saber onde Bradley estará. Nesses últimos meses, Bradley tem me ensinado a dirigir. Sim, ele é louco por acreditar e confiar que não matarei nós dois, quando eu mesma não confio em mim. Então, pego o táxi.

Bradley está encostado na mesma árvore que me trouxe meses atrás quando surtei. Ele olha para o lago, sem picar. Lentamente sento ao seu lado, sem dizer nenhuma palavra.

_Porque está aqui? Achei que a essa hora já teria ficado com tanta raiva de mim que não gostaria de me ver nunca mais.- ele constata sem mudar a direção de seu olhar.

_Porque teria raiva de você?

_Por mentir? Fingir que sou uma pessoa que não sou?

_Tenho certeza que nunca perguntei se você é o príncipe de Gales, então tecnicamente, nunca mentiu. E também tenho certeza também que, príncipe ou não, você continua a mesma pessoa de sempre.

_Como você pode não estar brava comigo?- ele pergunta, me olhando pela primeira vez.

_Eu fiquei. Fiquei muito brava. Tinha certeza que as coisas entre nós tinham acabado e como disse, não queria ver sua cara nunca mais. Mas então, alguém me lembrou que não posso te julgar antes de saber a história completa e, principalmente, não posso te julgar quando estou fazendo a mesma coisa.

Seu olhar de confusão não me pegou de surpresa. Sabia que um dia teria que contar, mas agora, todas as minhas antigas inseguranças em dizer a verdade, parecem ir embora.

_Tudo faz sentido agora sabe. Jamie e Charlie, seus irmãos- rio- como não percebi depois dessa?

_Tenho certeza que James e Charlotte, quando souberem que os chamei assim, me estrangularão.

_E a família rica, sua herança, seu irmão aqui, sua família encobrindo a morte de Katerina. Sua idas ao palácio! Ninguém nunca perguntou quem você é. Você diminuiu seu sobrenome! Chamberlain é mais bonito, só para deixar claro.

Só consigo pensar em quão idiota sou por não ter percebido isso antes. Ele não parecia esconder nada, só estava cega demais para perceber. Cega com a perspectiva de uma vida normal, de um mundo sem responsabilidades, mas parece que essa vida não é para mim.

_Já me imaginou ruiva?- pergunto. Ele me olha sem entender a pergunta.

_Que pergunta aleatória é essa?

_Porque eu sou ruiva, naturalmente.- digo olhando o lago

_Tenho certeza que ficaria linda ruiva- ele diz galanteador- mas o que isso tem a ver?

_Eu disse que não poderia te julgar, quando eu fiz a mesma coisa que você.- ele assente, pedindo que eu continue-Eu sou ruiva. E meu nome não é Louisa Johnson.- respiro fundo e noto sua cara de expectativa.

_Que soem os tambores- ele diz de gracinha.

_Meu nome é America. America Singer.

Pronto. Disse. Agora não posso mais voltar atrás. Ele não pareceu reconhecer meu nome.

_O nome deveria significar alguma coisa Rich?

_Rich? -pergunto rindo. De onde ele tirou isso?

_Acredito que tenha muitos amigos, então vários apelidos e como a parte do “ame” ou “meri” são mais fáceis de fazer um apelido, só sobrou o “rica”. Tenho que me virar com o que tenho. Rica significa uma pessoa que possui muito dinheiro em uma linguagem antiga. Só traduzi.

_Você está brincando né? Me diz que não pensou nisso agora?

_Não posso?- ele pergunta assutado, achando que fez algo de errado.

_Pelo contrário. Eu gostei.

_Então estou namorando a finalista da seleção do Príncipe Maxon? Sem pressão.

Rimos.

_Achei que não soubesse quem sou.

_Não sabia na hora, mas lembrei que Celeste sempre confunde seu nome e ela vive falando da “maior oponente dela”.

_Não sei como ninguém percebeu isso antes- digo rindo. Celeste não sabe esconder um segredo. Seu motivo de vida é a fofoca.

_Você amava ele? Quer dizer, achava que seria a escolhida?

_Ele já tinha me pedido em casamento quando escolheu outra.

_Sinto muito.

_Na próxima poderia dizer como se sentisse mesmo.- digo brincando.

_Poderia dizer que sinto muito, mas eu não sinto. Desculpa. Mas agradeço todos os dias por ele ter te deixado, senão nunca teria te conhecido.

_''Os fins justificam os meios''.

_Se está fugindo da sua família, porque voltou para casa aquela semana?

_Não voltei para casa. Fui para a minha irmã. É diferente.- ele tenta explicar mas depois desiste.-Agora que sabe quem sou, preciso te mostrar uma coisa.

Bradley me carrega nos braços até o carro enquanto me esperneio tentando, inutilmente, o convencer de me por no chão. Me fez prometer manter os olhos fechados o trajeto inteiro. E foi o que fiz. Assim que descemos do carro, abro meus olhos. Estávamos na Millenium Bridge. Uma das mais famosas pontes de Londres, e uma das mais modernas. Ela liga a Catedral St Paul's ao Tate Modern, um dos principais museus de arte moderna. Nunca disse isso para ninguém, mas me casar nessa Igreja, é meu sonho desde que a visitei nos meus primeiros dias aqui. Não tenho ideia do que estamos fazendo ali.

_Existia uma tradição na França, dezenas de anos atrás, onde casais apaixonados, compravam um cadeado, escreviam seus nomes, o prendiam na ponte para selar seu amor. Depois jogavam as chaves no rio, para que nada os destruísse. Milhões de pessoas iam, do mundo inteiro, para Paris, simplesmente para prender seu cadeados em uma das pontes da cidade. A tradição ficou tão popular, que começaram a fazer isso em seus próprios países. Não estamos em Paris, mas acho que o sentido é o mesmo.

Assim, ele tira um cadeado e uma caneta do bolso, em pouco tempo ele está na beirada da ponte. Mas antes que pudéssemos prender o cadeado, ele se ajoelhou.

_Nunca quis ser príncipe. Nunca quis nada que viesse com o dinheiro corrupto dos meus pais. Lutei o máximo que pude para que eles me deixassem viver minha vida em paz. Viajei por muito tempo até que meu irmão ficou noivo e resolvi vir para cá. Parecia bom. Deixei claro para todos lá que eu seria somente um cara normal, que meus pais não poderiam me encontrar nunca, senão me levariam de volta. Arrumei um emprego, mas mesmo assim minha vida não parecia completa. Até que você apareceu. Não parecia muito na época, mas a cada dia que passava ao seu lado, meu coração se apertava cada vez mais. E eu sabia que teria que contar. Lentamente e sem a intenção, você tomou posse do meu coração e o fez seu. Com sua gentileza e atitude, seu carisma e a genialidade, você me conquistou a cada dia, com os pequenos gestos. Não me arrependerei se me levarem para casa, porque nada poderá desfazer o que sinto por você. Você me mostrou que existe mais da vida do que fugir de tudo. Henry costuma dizer que duas almas torturadas são um par perfeito. Acho que no nosso caso, duas almas, completamente perdidas, sem rumo e destroçadas se complementam perfeitamente. Encontramos nosso caminho e reconstruímos nossos corações, juntos. Porque se não fosse você, eu ainda seria alguém, mas seria um alguém sozinho, perdido e sem razões para viver além do próprio instinto de sobrevivência. Você me faz querer acordar nas segundas feiras chuvosas, me faz querer dormir no sofá, só para ter o prazer de saber que está no cômodo ao lado. Nas duas semanas que passou comigo, me pegava imaginando se, em algum momento nos casássemos, seria assim. Pensei em como seriam nossas vidas, tendo você ao meu lado 24 horas por dia. E esse sonho, foi o que me deu esperanças. Então, eu te amo America Singer. Não tenho um anel agora, só tenho um cadeado com a promessa de um amor eterno, mas me daria honra de me fazer o homem mais feliz do mundo e, realizar meu sonho, de ficar ao seu lado pelo resto da minha vida. Aceita se casar comigo?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!! segunda posto o proximo.



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