The New Start escrita por SparrowJackson


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Feliz natal para todos!! 🎅🏽🎅🏽🎅🏽🎄🎄🎄 muita paz saúde alegria e todas essas coisas! Espero que gostem do capitulo e aproveitem as festas!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/658740/chapter/24

Eu encaro o pequeno avião como se fosse a última coisa que veria antes de morrer. E naquele momento, eu preferia morrer do que subir as escadas e entrar no luxo real.Podem me chamar de bipolar, provavelmente sou mesmo. Mas quando a hora finalmente chega, toda a sua bravura se esvai e a única coisa que você consegue pensar é em correr para o banheiro e se esconder. Mas nem isso consigo fazer. Meus pés parecem chumbo, de alguma maneira colados no cimento da pista. Minha boca se mexe, mas nenhum som sai. Definitivamente enlouqueci.
Assim que percebem que não sigo seus passos, Lyra volta até mim e me pergunta se está tudo bem, mas a única coisa que sai pela minha boca são sons irreconhecíveis. Eu estou estática.
_Lou!O que está acontecendo?-Lyra me pergunta preocupada- Meu deus! Você está gelada. Alguém traz água, qualquer porcaria!-Lyra grita para qualquer um ao redor.
A futura Rainha da Grã-Bretanha. Rio com o pensamento. Imprevisível. A única palavra que pode descrever o casamento desses dois. Não sei qual dos dois é pior. Dou aleluia pela família real aqui ser meramente figurativa. O que aconteceria com esses dois no poder? Férias que duram 6 meses? Pool parties no Rio Tâmisa? Minha falta de criatividade conseguiria pensar milhares de coisas que os dois poderiam fazer juntos se os pais de Henry não os matassem antes.
Um segurança me carrega para um banco ao lado e me deixa sozinha com Lyra e Celeste, que apressada do jeito que é, veio reclamar que ainda não estávamos lá. Elas permanecem em silêncio, esperando eu eu me recupere o suficiente para explicar o que está acontecendo.
_Eu não vou ir com vocês.-digo assim que me recomponho.
_Como assim você não vai? Você não pode simplesmente desistir!-Celeste diz estridente e exaltada.- Eu planejei tudo! E você sabe que eu nunca faço as coisas. America, por favor.- ela suplica.
_Eu não estou me sentindo bem- digo colocando os braços em volta da minha barriga.- Acho que vou vomitar.- afirmo.
_Então pode ficar ai mesmo que vou para bem longe!- celeste diz com cara de nojo.
_Você não está ajudando!-Lyra constata. Ela realmente não está ajudando.
_Lou, o que está acontecendo? Porque está desistindo?
_Eu não sei. A ideia parecia tão boa antes, mas é só uma ideia. Não consigo dar as caras em Illea depois de tudo o que fiz. Mesmo que não saibam quem eu sou, eu não consigo. Não estou pronta para a enxurrada de lembranças e memórias que vão me invadir assim que sair do avião. Não estou pronta para enfrentar meus problemas.
Os olhos das duas brilham de compreenção, apesar de ter certeza que elas não me entendiam. Faço a única coisa sensata a se fazer nesse momento. Saio correndo.
Meus pés voltaram a funcionar em uma excelente hora. Enquanto me desvio de turistas alucinados, tento pensar em um lugar para ir. Não tenho onde ir além de Bradley. Ligo para ele.
_Estou no aeroporto.-digo desesperada- Por favor! Por favor me busca!-imploro tentando recuperar o fôlego. Ótimo dia para um ataque de pânico America!
_O que houve?-ele pergunta preocupado- Já estou indo! Está onde?
_Portão A. Vem rápido por favor. -digo desligando o telefone.

Estou encostada na parece ao lado da porta, sentada no chão e olhando fixamente em um ponto na minha direita. Não sei quanto tempo se passo, não pareceu muito até que Bradley atravessa a porta correndo, desesperado olhando para todos os lados à minha procura. Seu rosto exala preocupação. Me levanto lentamente e, desengonçada, ando em sua direção. Todo o seu corpo se alivia ao me ver, e a preocupação se transforma em felicidade. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa e me perguntar o que aconteceu, peço que me leve até o carro.
_Obrigada por vir. Eu não tinha mais para onde ir.-digo chorando em seu peito enquanto ele me abraça forte. Ele afasta meu rosto um pouco e olha em meus olhos.
_Vou te levar para um lugar calmo, para você se recuperar do que quer que aconteceu.- ele diz enquanto abre a porta do carro para mim.
Não tenho ideia de onde estamos indo, mas prefiro assim. Permanecemos o tempo inteiro em silêncio e sou grata por isso. Só espero que Lyra e Celeste entendam minha ida como um “Entre no avião e vá sem mim”, não um “por favor me procure”.
Paramos em frente ao palácio de Buckingham. O que a família de Henry tem de calmo e tranquilo para ele me levar até lá para me acalmar? Mas ele virou de direção antes e seguiu reto pelos portões. Chegamos em um parque. Os sons dos pássaros invadem meus ouvidos imediatamente e vários esquilos chegam perto. Pelo menos acho que são esquilos. É raro encontrar muito verde em um lugar só em Illea, mas aqui em Londres, esses parques são muito comuns, e minha parte preferida da cidade.
_Como sabia que gostaria de vir aqui?-pergunto impressionada.
_Não sei, foi um chute.- ele diz honesto.
_Seus chutes são muito bons.
Andamos por um tempo até parar na frente do lago. Ele se encosta em baixo de uma árvore e senta confortável, como se estivesse em sue próprio sofá.Deito em seu colo e permanecemos assim por um tempo, simplesmente apreciando a companhia um do outro e a paisagem maravilhosa ao redor.
_O parque fica lotado na maior parte dos dias. Só rezei no caminho para hoje ser uma exceção.- ele quebra o silêncio.
_Eu me impressiono cada vez mais com a sua capacidade em saber o que quero na hora que quero. Como se me conhecesse desde sempre.- digo as palavras para o ar enquanto observo os pequenos patos no lago.
_Sei que eu gostaria de ter te conhecido antes.- ele responde depois de um tempo. -Seu desespero no telefone e sua crise maluca tem a ver com o fato de que todos partiram e você ficou aqui?- ele continua.
Me viro em sua direção e olho para ele.
_Eu não consegui entrar no avião. Foi como se estivesse presa, e não conseguisse me mexer. Alguma coisa estava me puxando.
_E o que está te impedindo?
_Eu acho que é você.- respondo em dúvida.- É só que eu fugi de todos os meu problemas vindo para cá. É isso o que faço, eu fujo deles. E quando estou com você, eu esqueço de todos os meus problemas. E na hora que a ficha caiu que eu estava voltando para todos os problemas, eu surtei. E fugi deles de novo.- digo triste e ele me abraça mais forte.
_Fico feliz que você esqueça de tudo quando está comigo, mas uma hora terá que enfrentar eles. Não pode continuar fugindo para sempre, uma hora ou outra, se você não enfrentar eles por vontade própria, eles vão aparecer do mesmo jeito. Você mesmo disse que se eu contasse os meus problemas, eles diminuiriam. Não precisa ser comigo, só pensa nisso.
_Só não agora.- imploro- Por favor.
Posso sentir seu descontentamento pela minha resposta, mas não estou com cabeça para isso no momento, então deito em seu colo novamente, fecho os olhos e deixo que a cantoria dos passarinhos me levem até meus sonhos.

Acordo desorientada em uma cama desconhecida. Me levanto, saio do quarto para me deparar com um Bradley de cueca no fogão fazendo alguma coisa para o café da manhã. Depois de encarar por um tempo, me recupero do transe e pego uma calça qualquer que está largada no sofá e jogo em sua direção.
_Veste logo isso para que eu possa prestar atenção em qualquer outra coisa- digo me sentando na mesa.
Brad solta uma risada enquanto põe a calça. Assim que termina de se vestir, ele traz a comida e se senta na minha frente.
_Achei melhor não dormir sozinha noite passada, achei que pudesse se matar ou algo do tipo.- ele diz.
_Nossa!-grito assutada. Rimos.
_Você estava cansada mesmo, dormiu no parque e não acordou até agora.-ele diz assutado.- Quem dera conseguisse dormir desse jeito- ele continua invejoso.
_Não consegue dormir?-pergunto preocupada.
_Consigo, mas não 16 horas seguidas igual você- ele diz rindo.
_Dormi 16 horas?- pergunto assustada. Caramba! Nunca dormi tanto em toda a minha vida.- E o que vamos fazer hoje?
_Você já perdeu sua aula- ele me olha com um olhar de repreensão- Mas não sou se professor mais então, que se dane! Pensei em ficar aqui, você parece exausta, mas se não quiser podemos sair e ir aonde estiver a fim.
Depois de dormir 16 horas, não aguento mais nenhum minuto dentro de casa. Mas antes de ir, tenho que fazer uma coisa.
_Tem papel e caneta em algum lugar?
_Em cima da mesa do escritório.
Como começar a me desculpar com Aspen por não ter entrado no avião?
_Vai escrever para quem?-Bradley se senta ao meu lado.
_Um amigo de Illea. Explicar porque não vou chegar lá, pedir desculpas, essas coisas.
_Um amigo é? Que amigo?- ele pergunta mais do que interessado.
_Para falar a verdade, ele é meu ex-namorado.- digo sincera e rindo.
_Seu ex-namorado? Está mandando carta para seu ex-namorado?-ele pergunta bravo. -Achei que ele tivesse meio que partido seu coração e você o odiasse- ele complementa. Sua reação foi exatamente como eu previa.
_Com ciúmes Chamber?-rio-Meu namorado antes desse. Ele também partiu meu coração, mas esse eu perdoo.
_Ciúmes? Claro que não!- diz para depois respirar fundo- Diz que mandei um oi- termina e sai da sala.

“Aspen,
A carta provavelmente chegará depois do avião ter pousado, mas se em algum tipo de milagre ela aparecer aí antes da família real Britânica, não me espere. Sei que disse que iria para Illea, que visitaria e mataria as saudades, mas não consigo. Já se passaram três meses e pode parecer absurdo, mas mesmo assim não estou pronta para retornar. Sei que você mais do que ninguém me entenderá. Só peço que me perdoe e comunique todos sobre minha presença, ou a falta dela.
Soube que Marlee está grávida! Fico muito feliz por ela! Espero que até lá eu já tenha recuperado minha coragem e assim visitarei todos e poderei comparecer ao nascimento do meu afilhado. Deixe claro para ela que eu serei a madrinha!
Espero que os livros de meu pai e tudo mais que enviei antes tenha chegado a salvo. Estou com saudades e me desculpo novamente.
Louisa/ A.S.

Obs: Bradley está mandando um oi. Acho que vocês seriam grandes amigos se se conhecerem um dia.”

Termino de escrever e coloco dentro do envelope. Bradley está na porta me esperando.
_Podemos passar em casa antes? Realmente preciso de um banho.
_Precisa mesmo- ele diz honesto enquanto faço minha melhor cara de ofendida.
_Se eu fosse você trazia umas para cá. Tenho a sensação de que vai passar bastante tempo aqui nos próximo dias.
_Isso é um convite?-pergunto zombando dele.
_Com certeza!- ele diz animado enquanto fecha a porta atrás de nós.
É tão bom poder sair pelo rua ao seu lado, sem se importar com nada nem ninguém. Simplesmente dois jovens adultos passeando pela cidade e aproveitando o dia ensolarado. Um namoro normal e dentro dos padrões. Sem toque de recolher, sem disputas. Simplesmente America e Bradley. Louisa e Bradley para ele.
Cada vez mais, me sinto pior mantendo esse segredo. Quero contar, mas tenho medo de que se disser toda a verdade, ele não irá me querer mais. Então penso para mim mesma, só mais um pouquinho. Mas quando esse pouquinho passa, continua a enrolar. E tenho a sensação de que esse pouquinho, vai demorar um poucão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!! Ate de noite!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The New Start" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.