—Mais uma. –diz Amanda ao barman apontando para seu copo.

A loira sente sua garganta arder a cada dose que bebe de uma vez apenas, mas continua, pois é uma maneira de tirar o encontro de Olivia com Nick de sua mente.

—Você quer que eu chame alguém? –pergunta o homem antes de servir a décima segunda dose.

—Encha o copo. –diz ela ignorando a pergunta.

—Não, já deu por hoje pra você, loira. Não quero ficar com a consciência pesada quando sair por aquela porta tropeçando. Você deveria ir para casa. Há muito homem mal intencionado que adoraria encontrar uma mulher, bonita como você, dando sopa na rua. É tarde, você está alta, vá para casa.

—Eu sei me cuidar. –Amanda levanta do banco, retira uma nota de sua carteira e larga sobre o balcão. –Pode ficar com o troco.

Ao lado de fora do bar, escora-se na parede tentando fazer o mundo para de girar ao seu redor.

—Droga! –ela soca a parede e começa a caminhar.

A detetive não pode ir dirigindo para casa e essa hora não conseguiria encontrar um táxi. Tendo isso como desculpa ela começa sua caminhada até o apartamento mais próximo, o apartamento de Olivia. Torcendo para que ela não tenha levado companhia para casa após o encontro.

O elevador demora até chegar ao andar da morena, a lentidão faz Amanda ter ânsia de vomito. Ele chega e a loira acalma-se.

—Olivia... –ela bate calmamente na porta. Lembra que Noah também está dormindo e não deseja acordar o pequeno. Porém não há resposta da morena e ela bate com mais força.

Quando Amanda se vira para ir em direção ao elevador, e caminhar lamentando até seu próprio apartamento, escuta a porta abrindo-se.

—Amanda? –pergunta Nick.

O rosto da loira ganha cor, uma onda de raiva invade seu corpo e ela agarra Nick pelo colarinho da camisa, que cobre seu corpo.

—Seu idiota! –ela o joga contra a parede do corredor.

—Amanda, o que está fazendo? Largue-me! –ele diz sem se mexer.

—Você não tinha o direito de arruinar meus planos! –ela grita e com o punho direito acerta o rosto de Nick.

—Amanda! –ele grita passando a mão sobre o local atingido.

—Você é um idiota. –ela dá outro soco.

—Amanda, pare de me bater! –Nick tenta afastá-la.

—Revide, seu bastardo. –diz ofegante.

—Não irei bater em você. –ele diz e ela ergue a mão para atingi-lo outra vez, mas ele se defende.

—Você gostou de transar com ela? –Amanda pergunta.

—O que você tem a ver com isso? –ele pergunta ao entender que o ataque de raiva da loira foi causado pela ideia de que ele passou a noite com Olivia, o que de fato é verdade.

O barulho feito pelos dois acorda Olivia, que se veste rapidamente e vai até o corredor para ver o que está acontecendo.

—Mais do que você imagina. –Amanda responde Nick com um sorriso irônico nos lábios.

—O que faz aqui Amanda? –pergunta Olivia aparecendo ao longe dos dois.

—Você é um imbecil, você é o ser humano mais desprezível que conheço, Nick Amaro. –ela diz olhando para o homem em sua frente, desvia o olhar para Olivia. –Talvez vocês se mereçam.

A loira caminha até a porta das escadas e acelera os passos ao descer os degraus. Não espera  que Olivia venha atrás dela, apenas deseja sair dali.

Logo está do lado de fora do prédio, retira o celular do bolso e tecla o número de Peter, seu namorado.

—Amanda, que horas são? Aconteceu alguma coisa? –pergunta ele assim que atende.

—É tarde, eu sei. Eu preciso conversar com você sobre... Uma coisa. –ela responde.

—Agora?

—Sim, por favor. É importante. Eu fiz uma coisa... Preciso de alguém. –ela diz segurando o choro.

—Tudo bem.

—Preciso que venha me buscar. –ela faz uma pausa aguardando que ele argumente contra, mas ele não fala nada. –Vou mandar o endereço por mensagem.

Amanda desliga, senta no chão, aguardando seu cavalheiro de armadura vir buscá-la e tirá-la desse inferno que se tornaram seus pensamentos.