A madrugada foi pequena, Olivia acorda cansada, não descansou por tempo suficiente.

—Amanda? –Olivia chama pela loira, mas ela não responde.

Olivia caminha lentamente até o quarto de Noah, o bebê dorme ainda, então ela vai até o banheiro e começa a arrumar-se para o trabalho. Após terminar chama Amanda novamente.

—Amanda, acorda. –ela toca o ombro da loira de leve.

—Estou acordada. –murmura Amanda mexendo-se.

Olivia assente e caminha até a cozinha. Pega seu coldre e distintivo.

—Que horas são? –pergunta Amanda adentrando a sala, colocando a camisa para dentro da calça.

—São 7hrs e 34min. –reponde Olivia caminhando em sua direção.

—Nossa, preciso ir para casa. Trocar de roupa. –ela espreguiça-se.

—Quer carona? Lucy deve chegar logo.

Assim que Olivia termina a frase a campainha toca, Lucy chegara.

—Ok. Obrigada. –diz Amanda.

Olivia vai atender a porta.

—Bom dia, Liv. –diz Lucy com um sorriso nos lábios.

—Bom dia, Lucy. –Olivia retribui o sorriso.

A jovem adentra o apartamento e avista Amanda.

—Olá. –cumprimenta Amanda sentindo seu rosto corar.

Lucy sorri para ela.

—Eu... Vou olhar o Noah. –diz virando em direção à porta.

—Ele está dormindo. Pode acorda-lo. Eu... Vou dar uma carona para Amanda e logo irei trabalhar. Nos vemos depois. –diz Olivia pegando suas chaves sobre a mesa de centro na sala.

—Ok. –Lucy sorri. –Até depois.

Amanda segue Olivia para fora do apartamento e as duas pegam o elevador.

Já no carro, o silêncio fica presente entre elas.

—Quer subir? –pergunta Amanda assim que Olivia estaciona em frente ao seu prédio.

—Não. Eu te aguardo aqui. –responde Olivia com um sorriso.

Amanda sorri e abre a porta do carro.

Olivia pega o seu celular do bolso para conferir se há alguma chamada ou mensagem perdida, mas não há. Ela bloqueia o celular, mas no mesmo instante desbloqueia, lembra sobre “as regras” citadas por Amanda na noite anterior e busca no Google por elas.

Encontra diversos sites, mas apenas um chama sua atenção. A primeira regra é que há um tempo limitado e se deve cumprir ele. Isso quer dizer que esse “relacionamento” é temporário e sua utilidade acabará em breve. Olivia concorda com essa, afinal, todo relacionamento tem tempo limitado.

Segunda regra: Deve haver apenas um encontro por semana, mas o melhor seria uma vez por mês. Essa regra foi quebrada. Algo para discutir à respeito com Amanda, pois de acordo com o site, encontros frequentes podem causar o surgimento de sentimentos indesejados e deixando o clima nada casual ou leve.

Antes que Olivia deslize o dedo na tela para ver a próxima regra, Amanda bate no vidro.

—O que você está lendo tão concentrada ai? –pergunta a loira adentrando o carro.

—Você vai rir. –Olivia diz sem graça. –As regras.

—As...? Sério? Deixe-me ver. –Amanda pega o celular de Olivia.

—Passe para a três. –diz Olivia e Amanda obedece.

—Regra número três: Pagar a conta em um encontro e dar lembrancinhas está no pacote, mas não espere por um presente no seu aniversário ou no Natal. Presentes são relacionados à sentimentos. –Amanda lê em voz alta.

—Bem, eu vou comprar um presente de Natal para você. –Olivia diz.

—Eu também irei comprar um para você. Pois somos amigas. –Amanda diz como se fosse óbvio.

—Próxima. –diz Olivia.

—Número quatro: Ela não pode trabalhar no mesmo lugar que você. Onde se ganha o pão não se come a carne. –Amanda termina de ler e ri.

—Isso será um problema? –pergunta Olivia.

—Por que você é minha chefe? –Amanda ergue a sobrancelha. –Não, claro que não. –ela ri.

—Ok. –diz Olivia sem jeito. –Próxima.

—Número cinco: Mensagens sensuais durante à noite são aceitáveis, mas nada de troca de mensagens durante o dia.

—Bem, eu não gosto muito de trocar mensagens deste gênero durante o dia mesmo. –Olivia ri. Amanda assente.

—Número seis: Se ela não comparecer ao encontro, você não pode ficar brava. –Amanda continua.

—Tudo bem para mim. –diz Olivia. Está ciente que Amanda tem sua vida.

—Para mim também. –Amanda diz, mas sabe que se Olivia não aparecer irá ficar chateada.

Olivia confere o relógio e está quase na hora do expediente começar. Ela liga o carro.

—Continue. –diz olhando para a rua.

—Número sete: Não se apaixone. –Amanda faz uma pausa, esquece como respirar. Não consegue entender o porquê de esta regra lhe deixar tão desconfortável.

—Isso está implícito, não? –pergunta Olivia sem olhar para Amanda.

—Sim. –responde Amanda depois de retornar a respirar.

—Número oito: Dormir junto é legal, mas não esperado. –Amanda diz como se fosse um segredo.

—Deixo está à seu critério, Amanda. –Olivia diz sorrindo.

—Número nove  –Amanda continua, sem se manifestar sobre a última regra. - :Nenhum planejamento pode acontecer com 72 horas de antecedência.

—Ok. –diz Olivia balançando a cabeça.

—Por mim também. Não é como se eu fosse te ligar no domingo e falasse “Quero que você me coma na quinta...”. –ela ri.

Olivia ri também.

—Numero dez: Os dois gozam.

—Essa é boa. –diz Olivia sorrindo.

—Essa regra não quebramos, pelo menos. –diz Amanda rindo.

—O que mais tem ai? –pergunta Olivia estacionando em frente à unidade.

—Deixe-me ver. “Seja honesto e sem drama, na hora de seguir as regras e, principalmente, na hora de terminar.” –ela faz uma pausa para Olivia pensar à respeito. –“Se contar sobre a AC para o círculo íntimo as coisas irão mudar.”

—Acho que é melhor não contarmos para ninguém. –diz Olivia olhando para Amanda.

—Concordo. –diz ainda encarando a tela.

—Mais alguma coisa? –pergunta Olivia.

—“Nada de contado após aquela transa maravilhosa, apenas um “obrigada, pela noite incrível” basta.” –Amanda olha para Olivia com um sorriso malicioso e volta a ler. – “ Um high-five é aceitável.”

—Concordo. –Olivia ri.

Amanda devolve o celular para Olivia. As duas descem do carro em direção à porta da Unidade.

—Que tal? –pergunta Olivia encarando Amanda, com a mão no ar.

—Ok. –a loira ergue a mão levando de encontro com a de Olivia.

Um high-five para comemorar a noite. Mesmo, as duas sabendo, que quebraram muitas regras durante essa semana.