Help Me, Heal Me escrita por annaprata


Capítulo 2
Capítulo 02


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoas lindas! Voltei, kkkk. Fiquei muito muito feliz que só com o Prólogo tive 11 comentários, isso me deixa radiante e tenham certeza que me inspira a continuar a escrevendo :) Espero que apareçam ainda mais novos leitores e que os que comentaram capítulo passado apareçam novamente :) Mas vamos deixar de enrolação, hahah, nos vemos lá embaixo!



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Escuto passos se aproximando; ela voltou. Dessa vez tenho que protegê-la, não posso deixar que ninguém encoste um dedo sequer nela, preciso ser forte, preciso cuidar dela. Com isso em mente, coloco o meu corpo em cima do dela, como se eu fosse o seu escudo, não me importanto nem um pouco comigo. A sua proteção é o mais importante.

− Edward! – Ela me chama, apavorada.

− Calma, não vou deixar ela encostar em você dessa vez, prometo – Digo acariciando o seu rosto.

Meu Deus, que eu possa cumprir esta promessa, que eu possa protegê-la.

–Ora, ora! O pirralho se acha o príncipe encantado pronto para salvar a sua princesa. Só que esse príncipe é muito fraco – Diz a mulher mascarada enquanto me puxa com força, jogando-me com violência contra a parede.

A pancada foi tão forte que tenho dificuldade para respirar, mas preciso ser forte, tenho que levantar e impedir aquela bruxa.

Não! Não! Me solte! – Grita ela enquanto a maldita lhe bate sem nenhuma piedade.

Começo a rastejar pelo chão. Eu preciso parar ela. Eu preciso… porém minha cabeça começa a doer e uma voz pronuncia-se dentro dela, atormentando-me.

Você é um fraco! Não consegue protegê-la, seu verme!

Não, não, não.

Liberte-me agora! Liberte-me! Somente eu sou capaz de ajudá-la!

Acordo assustado. Meu Deus! Estou encharcado de suor e meu coração não para de bater forte. De novo o mesmo sonho; de novo não consigo proteger aquela menina desconhecida; de novo Anthony vem atormentar-me.

Sento na cama e levo a cabeça até as minhas mãos. Merda. O que era tudo aquilo? Será que eram memórias perdidas do meu passado? Ou era apenas Anthony querendo atormentar também os meus sonhos? Droga! Tento controlar minha respiração; não posso ficar nervoso, nem alterar muito o meu emocional. Vou até a escrivaninha que está ao lado da minha cama e procuro o meu calmante, só que quando vou abrir o frasco ele está vazio. Puta que pariu! Será que eu não aprendo? Suspiro e olho o relógio, são seis horas da manhã, como não conseguirei voltar a dormir de todo modo, é melhor me acalmar e assim começar a me aprontar logo.

Bem hoje, que terei um dia cansativo, esse sonho vem me atormentar; mas é melhor ter ele do que ter minhas outras personalidades bagunçando a minha vida.

Não sei explicar o motivo, mas dentro de mim há outras personalidades, os alter ego, como a minha psicóloga Ângela gosta de se referir a eles. Basta eu ter algum descontrole emocional para que um deles surja, como se fosse um espírito apossando-se do meu corpo, já que eu não consigo lutar contra eles e nem mesmo faço ideia do que aprontam; pois enquanto eles dominam o meu corpo é como se eu ficasse adormecido, o que me deixa completamente desesperado. Às vezes os estragos que eles fazem na minha vida são tão grandes que tenho que fazer mil esforços para melhorar a situação, visto que, por um milagre, só uma pessoa até o presente momento (e espero que continue assim) tem o conhecimento do meu segredo, e ela é a minha psicóloga Ângela.

Faz quatro anos que me consulto com ela e, apesar de alguns pequenos progressos, o fator que resultou no desenvolvimento das múltiplas personalidades ainda é desconhecido. Dificultando muito qualquer chance de tratamento e de eu finalmente deixar de ser um mostro.

Ângela, na verdade, é um anjo que me foi enviado. Sempre neguei, desde que comecei a desconfiar de algo, a me submeter a qualquer tipo de tratamento. Não queria revelar para ninguém a monstruosidade que sou. Só que, certo dia, enquanto estava numa viagem em São Francisco, ocorria no hotel em que me hospedei um congresso de psicologia e assim que vi num panfleto que um dos temas de debate abortaria o tema Transtorno Dissociativo de Identidade não resisti, meu único pensamento na época era tentar buscar nesta palestra alguma possível solução para o meu caso.

A palestrante foi Ângela, e enquanto eu a escutava parecia que ela estava falando diretamente comigo, e assim que ela começou a relatar certos casos onde suspeitava-se que o paciente apresentava o mesmo sintoma que o meu, entrei em pânico. Cada um era mais chocante que o outro e alguns tinham até praticado crimes bárbaros. Foi assim que eu acordei para o mundo, e desesperado procurei me informar onde aquela doutora trabalhava, e para a minha sorte Ângela também morava em Nova York, então sem perder tempo apareci dias depois no seu consultório, pronto para buscar uma solução.

Ela demorou um pouco para acreditar nas minhas palavras, no começo pensou que eu era uma pessoa perturbada; mas de tão nervoso que eu estava, no mesmo dia, ela acabou conhecendo uma das minhas personalidades e a partir daí começamos o tratamento.

Ângela foi me apresentado, aos poucos, todos os alter ego que eu havia desenvolvido, explicando as características de cada um, pois na época eu só conhecia de fato o Anthony, já que ele adora deixar vídeos como forma de me atormentar.

Muitos jornais me chamam de excêntrico, por não ter um comportamento usual, tendo em vista que o meu estilo muda muito quando algum paparazzo tenta me perseguir. Dou graças a Deus que ninguém ainda desconfiou de nada. Deve ser pelo fato dessa doença ser pouco conhecida e também surreal para todos. Se eu mesmo não estivesse passando por isto e alguém viesse me falar de múltiplas personalidades, ia mesmo começar a rir da cara dessa pessoa e a chamar de louca.

Infelizmente não tem como fugir da mídia, já que sou uma pessoa pública, um patinador do gelo muito conhecido pelo mundo. Participo constantemente de grandes competições junto com a minha parceira Tanya Denali, que, para o meu desespero, acabou lesionando-se, não podendo competir por ordem médica, por um bom tempo.

Tendo em vista este fato, a organização de patinação decidiu ir à caça de uma nova companheira para mim e hoje finalmente iriam me apresentar uma possível candidata. Tanya odiou essa notícia, pois segundo ela, é inadmissível eu ter uma outra parceira; ninguém poderia substituí-la. Ocasionando isso sérias brigas entre nós dois. Também, é o que dá eu não ter sido forte e ter passado uma noite com ela, só por conta disto já se acha a minha dona. Sempre soube que ela é apaixonada por mim, mas por ser muito possessiva eu fujo sempre das suas investidas. Ela é uma ótima patinadora, mas como mulher eu a quero bem longe.

Com as olimpíadas se aproximando eu não vou ficar estressando-me com isto, Tanya tem que aceitar o fato de que está impossibilitada e deixar eu conquistar o meu sonho de medalha de ouro, se não for com ela, será com outra.

Desde que eu me conheço, a patinação tornou-se essencial na minha vida, eu amo patinar e a cada conquista é gratificante escutar a euforia das pessoas que me assistem. Eu e a Tanya somos considerados o melhor casal patinador dos Estados Unidos, mas nunca conseguimos conquistar uma vitória nas olimpíadas e tudo isso se dava por culpa exclusiva minha. Como meu emocional fica muito bagunçado durante a competição, minhas personalidades conseguem se manifestar com uma maior frequência e isso acabou prejudicando o meu desempenho nas duas olimpíadas que já participei. Em uma Anthony acabou saindo numa apresentação e como forma de tirar onda comigo ele cometeu erros ridículos de propósito só para me atormentar. Quando vi a filmagem da série e as constantes críticas no jornal fiquei possesso, uma vez que Anthony é o único dos meus alter ego que sabe patinar. Ângela diz que ele é a personalidade mais parecida comigo, o que só me deixa com raiva, de jeito nenhum eu sou parecido com aquele mostro.

Quando consigo finalmente ficar calmo suspiro aliviado. Droga, odeio esses sonhos, pois assim que eu os tenho é muito fácil sair completamente do controle. Levanto-me da cama e vou tirando a roupa, jogando em qualquer lugar do quarto, estou doido para tirar o suor do corpo. Vou até o box e ligo o chuveiro na temperatura mais gelada para poder despertar completamente, mas, repentinamente, começo a sentir uma dor forte na cabeça e caio de joelhos no piso do chuveiro.

Liberte-me!

Não! Hoje não, Anthony!

Não adianta, Edward! Hoje eu irei sair!

Tento com todas as minhas forças impedi-lo, mas acabo sendo levado para o mundo da escuridão.

Finalmente! Finalmente! Levanto-me, desligo o chuveiro e vou até o closet colocar uma roupa. Estou doido para extravasar hoje, já faz um bom tempo desde a última vez que consegui libertar-me. O idiota do Edward está cada vez mais conseguindo controlar suas emoções. Tudo culpa daquela doutora de quinta categoria, devia ter a assustado com mais afinco da outra vez; mas me aproveitando do seu momento de fraqueza depois do sonho consegui, enfim, sair.

Tento procurar as roupas que havia comprado e para a minha felicidade acabo as encontrando bem no fundo do armário. Eu nunca vestiria algo do Edward, ele só anda todo engomadinho, chega me dar raiva. Visto minha calça justa, blusa e casaco pretos; coloco meus óculos escuros e estou pronto para curtir meu dia.

Saio do quarto, vou até a sala e rio ao ver que os móveis haviam sido trocados, parece que o Edward teve que fazer umas mudanças depois do meu último ataque de raiva, quem mandou ele ter se atrevido a vender a Ferrari que eu havia comprado; mas mesmo assim o mau gosto ainda predominava. O idiota parece mesmo amar coisas clássicas e tons marrons.

Pego a chave da minha moto no chaveiro que fica na cozinha e ando empolgado até o elevador, doido para sentir o vento gelado batendo em mim, enquanto estou andando em alta velocidade no meu bebê.

Quando o elevador chega, para a minha sorte, a gostosa da vizinha dele está lá dentro, já havia dado uns pegas nela. Uma vez, surpreendido talvez por uma investida direta dela, o frouxo do Edward acabou gravando um vídeo reclamando das minhas atitudes. Não sei por que ele ter o trabalho de me dar um sermão, eu nunca iria escutá-lo mesmo, muito pelo contrário: adoro fazer coisas que o irrite. Tenho uma imensa raiva dele por ser a personalidade principal, eu que deveria ser. Por acaso ele é gay? Que homem não gostaria de ter uma mulher gostosa partindo descaradamente para cima dele. Se antes eu duvidava que ele é um frouxo, depois dessa eu só confirmei mesmo minhas suspeitas.

− E aí, gata – Jogo logo o meu charme para cima dela, quem sabe mais tarde eu não possa me divertir um pouco.

Ela olha estranha para mim e faz cara de emburrada. O idiota do Cullen deve ter falado algo.

− Vai fazer charminho comigo? – Sussurro no ouvido dela.

Vejo que ela amolece e aproveito para beijar o seu pescoço.

− Edward! – Fala ela já se entregando para mim – Você por acaso é bipolar?

Tenho vontade de rir. Ela até que não é tão burrinha assim, bateu na trave.

Vendo que ela já está ficando excitada só por conta dos meus beijos, puxo-a com força, sem nenhuma cerimônia e me aposso dos seus lábios. O meu lema é aproveitar ao máximo a vida sem medir as consequências, principalmente uma pessoa como eu que não sabe quando terá a oportunidade de estar livre.

Quando vejo que o elevador já chegou no estacionamento solto-a e lhe dirijo um sorriso galanteador antes de sair. Ela é uma tentação; loira, olhos azuis e com um corpo que tira todos os homens do sério, mas agora minha necessidade de ir para a rua é maior. Pego a moto e assim que a ligo começo a acelerar, doido para escutar o seu ronco.

Começo a dirigir feito um foguete pela cidade e sorrio ao imaginar a cara do Edward quando chegarem lindas contas de multa de trânsito para ele.

Vou até a minha academia de boxe e quando chego lá todos já estavam exercitando-se.

− Ora, ora! Vejam quem decidiu voltar!

Joe é o dono do lugar, uma vez ele me viu brigando na rua e veio me dar um sermão. Irritado com a sua intromissão parti para cima dele, só que ele é um excelente lutador e nem consegui sequer chegar perto de lhe acertar um golpe. Ele é um lutador de boxe aposentado, mas não saiu por conta da sua idade avançada, e sim porque se cansou do mundo mesquinho da riqueza; então desistiu de tudo e montou a sua própria academia, tentando assim tirar os moleques, com a disciplina da luta, do mundo do crime. Assim, desde então, eu comecei a frequentar a sua escola de luta, com o fim específico de um dia derrotá-lo, pois se tem uma coisa que eu odeio é perder.

Dirijo-me até onde estão os equipamentos de proteção e ele logo percebe que eu quero uma sessão de luta, então começa a se aprontar também; e quando estamos devidamente equipados vamos até o ringue que está vazio e sem querer papo parto para cima dele. É estimulante brigar com Joe , e um dia eu ainda vou conseguir acabar com o sorrisinho irritante de triunfo dele, assim depois de uma boa disputa eu já estou me sentindo ótimo.

− Por onde andou dessa vez, Anthony? Só espero que não tenha ficado perambulando pela rua brigando.

Não sei porque ele se preocupa comigo, eu sempre sou grosso com ele; mas tenho que reconhecer que o velho me trata como se eu fosse o seu filho. Só tenho pena dele por se dar a este trabalho, eu já sou uma alma perdida.

− Por aí – Respondo logo, não querendo papo.

A sorte é que ele não deve gostar de patinação do gelo, senão já teria duvidado de algo, Joe não é bobo.

− Você, como sempre, não revela nada – Diz ele rindo – Só vim a descobrir o seu nome depois de muito esforço.

O que eu teria para revelar? “Oi, meu nome é Anthony e não tenho a porcaria de um corpo próprio. Tenho que esperar um momento de fragilidade de um babaca chamado Edward Cullen para assim poder tomar posse desse corpo aqui”. Com certeza ele me chamaria de louco.

− Nos vemos outro dia, Joe.

Ele não fala nada, já sabe como sou, então só esperaria um dia eu retornar e assim tentar, mesmo que inutilmente, colher alguma outra informação ao meu respeito. Vou até o banheiro tomar um banho para tirar todo o suor e fico pensando no que deveria fazer agora. Decido então caminhar um pouco pela rua, quem sabe assim eu não me sinta mais humano.

Não sei explicar a razão da minha existência, só sei que surgi em um momento de completo desespero do Edward, onde somente eu consegui resolver um pouco o problema que o atormentava; e se não fosse por mim as coisas poderiam ter sido piores. Desde então, quando ele fica com seu emocional descontrolado eu consigo me libertar, porém, ao decorrer do tempo muitos outros começaram a surgir também. O que só me deixa ainda mais enfurecido, pois o meu objetivo é me tornar a personalidade principal, eu que mereço ser ela, e a existência desses alter ego só dificultam as coisas e também a presença da irritante da doutora Ângela.

Quando estou esperando o sinal abrir para poder assim atravessar a rua, eu a vejo do outro lado. Não posso estar enganado, é mesmo ela, depois de muito tempo eu finalmente a encontrei.

Sem me preocupar pelo fato do sinal ainda estar vermelho, corro com urgência para tentar alcança-la, antes que eu a perca de vista. Ela caminha distraidamente, e assim que consigo me aproximar seguro com força o seu braço; e quando vejo a cor dos seus olhos de perto imagens de anos atrás surgem na minha frente, hipnotizando-me. É ela mesmo. Ninguém teria uns olhos iguais a estes.

− Finalmente te encontrei, meu anjo!


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Doida para saber a opinião de vocês! Uma personalidade já se manifestou e ao longo da história vocês vão conhecendo as outras, kkk. O que acharam do Anthony? Kkk Pra falar a verdade ele, das personalidades, é o meu preferido, kkk. Beijões!



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