O Deus disperso. escrita por Marzipan


Capítulo 3
Capítulo 03 - Eu nunca irei te esquecer!


Notas iniciais do capítulo

Estou empolgada com essa história e fazendo um milhão de mudanças, então vou aproveitar e terminar antes de desanimar uhUHsuahs
Tem mais capítulos depois desse! Não, essa fic não é curta XD
Espero que gostem ♥



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(Eu nunca vi alguém ter olhos tão azuis como os daquele menino...)

– Iki! – Gritou a professora, acordando Hiyori.

– S-Sim! – envergonhada.

– Eu sei que teve um mês muito difícil, mas preste atenção na aula!

– Me perdoe, professora! – Mesmo assim, o rapaz dos olhos ciano não saia da sua cabeça.

(Eu sonhei com esse menino? Mas como ele era...? Ele era tão bonito, eu sei que era, mas não consigo lembrar o rosto dele... Ele tinha olhos azuis-ciano...)

Pensamentos como esse se tornaram comuns para a “nova” Hiyori, que havia tido seus laços com Yato cortados à força. Apesar disso, estranhamente ela conseguiu lembrar de seus olhos.

– Yama-chan, Ami-chan... – Hiyori sentou-se com suas amigas.

– Olá, Hiyori-chan! Você está meio viajada desde anteontem, tá tudo bem?

– Ah, sobre isso... Eu acho que sonhei com um menino que parecia ter nossa idade, ou um pouco mais velho...

– OH? Hiyori tem um husbandu?!

– Quê? Não! É que... Eu não sei se eu sonhei com ele, se inventei, se imaginei, se encontrei pessoalmente... Eu só me lembro dos olhos dele...

– Nossa, que estranho... Isso nunca aconteceu comigo. – Disse sua amiga Ami – Acho que é porque eu prefiro outra coisa no lugar de homens...

Quando que você vai contar pros seus pais sua sexualidade, sua doida?! Bom, Hiyori, deve ter sido um cara muito gato que você passou na rua e só prestou atenção nos olhos mesmo. Mas o que tem demais? Ele usava óculos?

– A cor dos olhos dele...

– Hum? – As duas, sem entender.

– Era o tom de azul mais bonito que eu já vi... Mas eu não lembro de como eram...

“E ele insistia que eu o conhecia e que prometi nunca esquecê-lo! Então... Por que eu não consigo lembrar dele?”

[...]

– Que sonho mais estranho, Hiyori. Achei que você amasse o Touno.

– MAS EU AMO O TOUNO! – Gritou Hiyori, imitando poses de luta – EU QUERO SER QUE NEM ELE!

Suas amigas riam. Yato também.

Estava numa árvore distante, abrindo um pequeno sorriso ao ouvir as bobagens que Hiyori falava. Mas ela voltava tanto no assunto de ter o visto que Yato não sabia como se sentir. Não ficou esperançoso, já que ela só o conheceu por um acidente. Mas, talvez por conforto, pegou o costume de segui-la até em casa para ver se não iriam aparecer mais fantasmas.

(Sabe... Se aparecessem agora, talvez ela se lembrasse de mim... Mas isso é desejar o mal... Chega de desejar isso, Yato...!);

– Seu stalker! – Gritou Yukine, na calçada – Pare de seguir a Hiyori!

Yato o ignorou.

– E PARE DE ME IGNORAR TAMBÉM! – Gritou mais alto – Eu sou sua shinki e você nem sequer quer saber de mim! Eu também estou chateado!

– Yukine. – Yato desceu até ele – Se você quer por tudo pra fora, chorar, desabar, por favor, faça. Mas não acumule energia negativa como na última vez.

– D-Desculpe... – Envergonhado – Eu sinto saudade da Hiyori...

– E é culpa minha. – Yato, de cabeça baixa.

– Claro que não é sua! Você salvou ela!

– Eu sou um deus de merda. Eu não fui criado pra salvar as pessoas ou pra felicidade. Ela está melhor sem mim.

– Ahn...? – Yukine, sem entender a atitude de Yato, que olhava pra baixo – Então... Por que você ainda a segue?

– Eu ainda não fui proibido disso. – Sentou-se no chão, olhando pra grama.

– Yato, você está desabando por causa disso... Você tem que se convencer de qu-

Vai me forçar a fazer isso também? – Respondeu sombrio.

Yukine parou de falar, meio assustado.

– Não. Desculpa.

Yato levantou, fazendo um sinal com a cabeça para Yukine o segui-lo. Foram andando até o santuário de Tenshin para poder dormir em paz nessa noite escura.

– Eu tenho sentido uma dor muito forte no peito. – Yato, tirando o casaco e a camisa para procurar alguma suposta mancha pelo corpo.

– Eu não fiz nada, eu acho... – Yukine, olhando para as estrelas – Você está manchado?

– Não. – Continuou procurando – Não foi você. É como uma alfinetada, bem no coração.

– Mas... Deuses não têm coração ou órgãos, não é?

–... É. – Levantou-se e foi para trás do templo para tirar a calça e ver se havia alguma mancha nas pernas.

(Não estou manchado e nem ferido... Então que dor é essa...?);

– Estou bem. – Voltou, já vestido – Pelo visto, não é nada demais... Talvez eu tenha pegado alguma gripe.

– E é possível você se gripar? – Yukine, fazendo careta.

– Eu já fiquei gripado, mesmo sendo anatomicamente impossível.

– Talvez exista um Deus da Gripe que te odeie? – Rindo.

No final, Yato acabou se alegrando um pouco com as idiotices que Yukine falava e foram dormir. Logo de manhã, Yato acordou sentindo a mesma dor de antes, dessa vez mais forte. Como deuses não adoeciam e não era nenhuma mancha, ele não fazia ideia do que fosse. Então, teve uma ideia. Talvez, na verdade, uma desculpa pra visitar Hiyori de novo.

[...]

– Hum? Quem é você? – Hiyori, ao abrir a porta de casa e encontrar Yato.

– Seu pai é médico, certo? – Disse, pensativo, segurando o casaco com força na região do peito.

– Sim... Ah, está com dor? – Preocupou-se – Ele está ocupado com os problemas que nosso hospital teve, então... Você pode ir ao hospital ou esperar ele aqui em casa e...

– Tudo bem... – Arfando – Eu espero aqui.

– Ah... Tá bom então... – Corada – Você pode ficar na sala.

Hiyori, ao deixá-lo entrar, se lembrou de algo.

(Esse cheiro... É o cheiro que eu mais gosto!);

– É... Você é daqui? Eu nunca vi alguém parecido com voc-

Os pensamentos de Hiyori a interromperam.

(Esses olhos...! São os daquele menino que eu vi outro dia!);

– Eu já te vi antes? – Hiyori respondeu rápido, agitada.

– Hum?! – Yato arregalou os olhos, a encarando – Você se lembra...?!

– Você é o menino que me perguntou se eu me lembrava de você!

–... S-Sim, sou eu! – Surpreso. (Como ela se lembrou disso, se ela não tem mais nenhuma ligação conosco? Ela devia ter esquecido!);

– Você me conhece ou algo do tipo? – Hiyori sentou do lado dele, animada – Eu quero saber por que eu não conseguiria lembrar de você!

– Conheço! – Yato parecia ansioso – Seu nome é Iki Hiyori!

– Sim! E como a gente se conheceu?! – Sorrindo.

Yato corou conforme Hiyori parecia chegar perto.

– V-Você me salvou de um atropelamento... – Disse, sorridente – Eu estava tentando pegar um gato na rua e você me empurrou da frente de um ônibus.

– Eu fiz isso? – Com os olhos brilhando – Eu não me lembro...!

(Eu lembro que fiz isso sim! Mas... Havia um gato, eu me lembro do gato, mas dele...?);

–... Isso foi há quanto tempo? – Seu sorriso sumiu do rosto.

– Quase há um ano. – Yato olhava fixamente para os olhos dela.

– E eu e você éramos o quê?

–... – Fez careta, envergonhado.

– Me responda!

– S-Somos muito amigos! – Desviando o olhar.

– E qual é o seu nome? – Parecia instigada.

–... Yato.

Hiyori parou de falar e começou a olhar fixamente para sua frente.

– Hiyori? – Preocupou-se e começou a chacoalhar seu corpo. – Tá tudo bem?

Ela parecia ter desligado.

(Yato...? Esse nome é tão familiar, o cheiro é familiar, a voz é familiar, os olhos também... Quem é o Yato? Por que eu não consigo lembrar dele se somos muito amigos?);

Hiyori voltou seus olhos para os dele, que estavam arregalados.

– Yato! – Se jogou para abraça-lo e começou a chorar.

– Quê...?! – Segurando – O quê...?

– Por que você estava me ignorando todo esse tempo depois que eu virei ayakashi?! – Chorando.

Yato não sabia o que responder. Estava tão surpreso que dessa vez quem congelou foi ele.

– Você... Se lembrou...

– Claro que eu me lembrei! Como eu poderia me esquecer de você?! Eu promet-

– Você se lembrou! – Yato abraçou Hiyori com força, deixando ela imobilizada.

–E-Ei! – Corada, presa nos braços dele – O que foi que...? Hum...?

Hiyori percebeu que ele estava chorando em silêncio.

– Yato...?

[...]

Quando cortados, os laços de algumas pessoas podem voltar caso elas continuem mantendo contato, mas isso como se fossem do zero. Ou seja, recomeçassem tudo, sem se lembrar do que houve anteriormente. Mas nunca, em toda a história, um deus teve seus laços cortados contra seus ideais. Todos que já houvessem feito isso fizeram por livre e espontânea vontade. Não é proibido forçar um deus a se separar de um humano, mas é obrigatório que esse mesmo deus saiba os riscos que pode causar mantendo contato.


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Notas finais do capítulo

A partir daqui, mudarei totalmente a história (já mudei, mas enfim Q) e daqui a pouco terá um final que eu adoraria que o mangá tivesse (não saberemos disso tão cedo D:). Aceito comentários, críticas, sugestões, seja o que você quiser falar. Seu desejo será ouvido em alto e bom som! ♥
(cof cof escrito)