Camomila escrita por MsBrightside


Capítulo 5
EP 2 — O Diário de Rosa: Soterrados.


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!
Como sempre, peço desculpas pelo atraso. Muitas coisas aconteceram nesse período e foi bem complicado postar, mesmo que essa capítulo estivesse escrito faz tempo. Fiquei sem computador e bom, o resto já podem imaginar.
Bom, esse capítulo é curtinho e ficou no mesmo esquema de antes. Espero que gostem e que apareça, já que me abandonaram. :c



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14 de Setembro de 2013 

 Os problemas não poderiam nos soterrar mais.  

Fred estava muito estressado ultimamente e eu não sabia mais como tentar acalmá-lo. Estamos casados há pouco tempo, mas parece que o nosso castelo começou a ruir. Mamãe disse para que eu não me preocupasse, que os primeiros anos eram assim, mas o medo de perder-nos em meio ao caos me assombrava.  

Naquela manhã, recebi um sopro divino de motivação, desses que te fazem querer mudar até o que ainda não possui, sabe? Levantei-me antes dele, mas não deixei de preparar um belo e revigorante café da manhã, do jeito que gostava. Preparei um bolo de milho com coco, pães recheados, sucos e o seu famoso chá. Deixei a mesa posta e apenas belisquei um pedaço do bolo, que por sinal estava maravilhoso! Sendo assim, peguei minhas bolsas e saí de casa, disposta a voltar bonita o suficiente para uma ótima noite com meu amado marido.  

Mamãe sempre me disse que mulheres possuem poder de começar e terminar uma guerra. Eu ria enquanto colhíamos flores no jardim e ela dizia: "querida, não há algo no mundo mais preciso do que o que existe ao meio de suas lindas pernas". Eu não sabia se era verdade, mas de vez em quando eu me pegava reparando nisso. Fred me amava, amava meu corpo e o bem que fazia a ele. Talvez ela estivesse certa.  

Primeiro, fui até uma loja local comprar um vestido. Ele precisava ser bonito e provocante, Fred dizia que não gostava de entrelinhas. Procurei algo tendencioso e ao mesmo tempo parecido comigo, mas não encontrei. Fazia sentir-me como o oposto de qualquer coisa sensual. Mas não me abalei e me redirecionei até a casa de minha mãe, ela com certeza saberia como me ajudar.  

Depois do casamento, a situação com minha irmã estava melhor, amena. Nós não éramos melhores amigas, mas com o tempo ela entendeu. O amor não escolhe por quem iremos nos apaixonar e mesmo que ela tenha visto o Fred primeiro, foi a mim que ele amou. Às vezes eu tinha a impressão que ela tramava algo, à espreita. Mas era apenas suspeitas tolas mesmo, minha irmã me amava e acima de tudo queria o mesmo que eu queria para ela: felicidade.  

Mamãe arrumou meus cabelos em uma trança embutida, deixando que algumas mechas escapassem dos trançados. Larissa, minha irmã, me emprestou um lindo vestido vermelho, cinturado e com uma saia rodada. Nos seios, havia um decote discreto, mas que ficava bem bonito em mim. Eu me sentia linda, mal esperava para me mostrar para ele! Ah, Fred, meu Fred! Como eu o amo! Eu faço qualquer coisa por ele! 

A noite chegou e tudo estava pronto. Preparei seu jantar, um risoto de bacon acompanhado por alho poró, ervilhas e o famoso arroz à piamontese, que era seu favorito. Esperei, arrumada e completamente produzida, por ele, durante quatro horas e meia.  

Acordei com suas batidas na porta principal do apartamento. No começo, me assustei, havia cochilado no sofá e apenas escutavas socos, mas depois que escutei sua voz, corri para porta. Meu coração estava acelerado, então apenas abri e ele caiu em meus joelhos. Sua camisa estava com alguns botões faltando, sua pasta de trabalho estava surrada e caiu em um canto qualquer da sala. Ele exalava cheiro de todas as bebidas alcóolicas misturadas e balbuciava coisas sem sentido.  

Depois de ter fechado a porta e de ter dito que tudo estava bem, ele me abraçou e chorou, pedindo desculpas pelo péssimo homem que achava ser. Ele era sim, um péssimo homem, mas foi qual eu escolhi amar e mesmo que isso me trouxesse lágrimas às vezes, eu não sairia de perto. Nunca.  

Com suas mãos suadas, ele borrou minha maquiagem. Garras que pareciam ter surgido rasgaram meu vestido e ali, ele me usou profundamente até sucumbir todos os seus terrores. Se enterrou em mim até cravar todo o seu cheiro e terror dentro do meu corpo que naquele momento só serviu de depósito para seus dejetos mais sórdidos. Ele não reparou meu vestido novo e nem meu cabelo bonito, a comida que fiz acabou de ser jogada no lixo, por ter estragado por conta da demora para ser ingerida. Mas tudo bem, estava tudo bem pois quando acordamos, ele me beijou na bochecha e disse que me amava.  

Ele me amava, ele disse, mesmo que o preço disso seja a solidão em meu coração. 

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada!



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