You Are Dad! escrita por Vic Teani


Capítulo 8
Surpresas




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  O Impala 67 parou em frente ao bar de estrada.
  Dean abriu a porta do carro e pegou a única mala que havia levado.
  Entrou no bar decidido, e viu Ellen atrás o balcão. Não havia nenhum cliente naquele momento.
  - Oi... – ele falou. Sabia que não seria bem recebido.
  Ellen desviou os olhos do copo que enxugava e olhou para o Winchester.
  - Você – disse ela, saindo de trás do balcão e indo na direção dele – O que você está fazendo aqui?
  Dean percebeu que ela estava se controlando para não atirar algo nele.
  - Eu... – ele começou, mas percebeu que nem ele sabia o que faria agora – Eu vim falar com a Jo...
  - Você não tem nada o que falar – disse Ellen – Jo me contou tudo, e sinceramente – ela deu um suspiro – Você era a ultima pessoa da qual eu esperava isso.
  Dean ficou sem fala por um minuto.
  - Ellen, eu sei que a culpa foi minha – falou ele – Mas eu me arrependo, de verdade.
  - Você já foi melhor em inventar desculpas – ela falou.
  - Ellen, pelo favor – disse ele – A culpa foi minha, eu sei, eu sei que estou errado, que Jo está com a razão, que você está com a razão, que vocês duas estão certas em não querer me ver...
  - Dean – ela falou – Você acertou. Em quase tudo. Jo não quer te ver nem pintado de ouro. Mas eu queria. Sabe, eu sou mãe, eu amo muito minha filha, e por isso não posso deixar minhas emoções falarem mais alto o tempo todo. Eu queria te ver, para ouvir o que você tem a dizer. E sinceramente...
  - Certo, eu sei, eu falei tudo o que você já sabia, desculpas não adiantam...
  - Isso mesmo – disse ela – E não pense que perdoei você pelo o que fez com minha filha.
  - Certo, mais eu só quero falar com ela, só por um instante.
  - Garoto – ela disse – Você sabe por que minha filha está chorando a dias, por que ela se trancou no quarto, por que ela não sai de casa?
  - Por minha causa – ele falou – Mas Ellen, é só por um minuto...
  - Exatamente – ela interrompeu – Por sua causa. Mesmo com o que você fez, ela ainda te ama. E ela está sofrendo cada dia, por que você a traiu. E eu quero a felicidade da minha filha. E parece que ela só vai ter isso ao seu lado – ela falou.
  O Winchester não entendeu.
  - Você é muito sortudo – disse ela – Por que mesmo com tudo o que você fez, mesmo estando irremediavelmente errado, mesmo sendo um idiota completo... Minha filha gosta de você. E o pior, é que eu também.
  Ela fez uma pausa.
   – Não pense que te perdoei, mas você é quem faz minha filha feliz, e eu não posso ignorar isso. Eu acho que vocês, Winchesters, tem algum tipo de encantamento – ela falou – Mesmo com o que seu pai fez, eu o perdoei. E agora, parece que está na hora de fazer isso com o filho dele.
  Ela sorriu.
  - Seu pai era um bom homem – ela disse – E sei que você é um bom garoto. Agora, vá lá e faça essa garota parar de chorar, se não eu arranco seus olhos com minhas próprias mãos.
  Dean precisou de um momento para assimilar tudo o que tinha ouvido.
  - Ellen – ele disse – Ellen... Muito obrigado, muito obrigado mesmo...
  - Agradeça depois – disse ela – Não deixe minha filha chorando nem mais um segundo.
  Dean balançou a cabeça afirmativamente e foi correndo na direção do quarto de Jo.
  Parou em frente a porta, respirou fundo, e entrou.
  Abriu a porta e viu que as luzes do quarto estavam apagadas.
  - Mãe, agora não – ele ouviu uma voz dizer, entre soluços.
  - Jo... – ele falou.
  - Dean? – ela perguntou, e ele ouviu o som de lençóis se mexendo.
  - Oi Jo... – ele simplesmente disse, esperando pela reação dela.
  Dean encostou a porta, e a pouca luz que vinha do corredor sumiu, deixando-os no completo escuro. Um não conseguia ver o outro.
  - O... O que você está fazendo aqui? – ela perguntou, secando as lágrimas.
  - Eu só... Eu queria dizer que sei que sou o culpado nessa história... A culpa é toda minha, eu sei... Você tem toda a razão... Eu... Não mereço nada do que sua mãe me disse agora pouco... Eu também sei que você não vai querer me ver nunca mais... Mas eu precisava passar aqui só para... Olha, eu sei que você não vai voltar atrás, eu não mereço, mas eu tenho que dizer... Eu... Eu ainda... Eu te amo.
  Ele esperou um segundo. Nenhuma reação.
  Ele suspirou e se virou para sair do quarto, mas sentiu alguém abraçando-o por trás.
  Dean conseguia ouvir o choro de Jo.
  O Winchester se virou e a abraçou, ela colocou sua cabeça sobre o peito dele.
  Do lado de fora, perto do balcão, Ellen sorria.
   - Pelo menos ainda não ouvi o barulho de nada quebrando – ela falou, retomando o trabalho de secar os copos.

  Tudo continuava calmo em Roadhouse.
  Ellen havia terminado o trabalho a algum tempo, e estava sentada em uma das mesas, com uma garrafa de cerveja na mão.
  Já fazia duas horas deis que Dean havia entrado no quarto. Ela pensava o que tanto eles conversavam. Se ela os conhecia bem, Dean estaria dizendo que não merecia nada, e Jo teria ficado só escutando. Depois, ela começaria a dizer que tudo o que ele havia dito era certo, que ele não merecia, mas os dois deviam ter se entendido depois da primeira hora. O que eles ainda tanto faziam lá, ela não sabia dizer.
  Eles já deviam ter feito as pazes a essa altura, ela imaginava, então resolveu chamá-los para tomar uma cerveja com ela.
  Ela parou na frente da porta e tentou ouvir alguma coisa. Nada.
  Abriu a porta, e viu que as luzes estavam apagadas. Bem típico de Jo, quando estava triste.
  Silencio. Ela abriu completamente a porta, iluminando fracamente o quarto.
  Ela tropeçou em algumas roupas largadas no chão. Na cama, Dean e Jo dormiam, abraçados, cobertos apenas pelo lençol branco.
  Ellen sorriu e fechou a porta, deixando-os sozinhos novamente.

  O conversível prateado recém comprado de Bela estacionou em frente ao hotel.
  Tirou algumas sacolas de compras do carro, pegou seus óculos Ray Ban e passou pela porta automática da recepção.
  Pegou o elevador vazio, e apertou o botão do décimo andar. A porta se abriu e ela foi em direção a porta do quarto.
  Entrou e viu Amy sentada na cama assistindo um canal qualquer.
  - Voltei – disse ela, colocando as sacolas em cima da cama e tirando os óculos.
  - Graças a deus – disse Amy – Não agüentava mais, não tem nada de bom nessa televisão.
  - Sabe – disse Bela – Não pensei que meu plano com o Winchester fosse funcionar tão bem.
  - É, mas seus planos não costumam dar errado – disse Amy – Opa... Espera ai... Aquele cara... Era o que você chamou pra cuidar do Henry a um tempo, não é?
  - Sim – disse Bela, não entendo o por que do espanto. Elas não contavam a ninguém, mais Amy sabia da vida que Bela levava, e sobre caçadores, monstros e tudo mais.
  - E ele é o Winchester? – perguntou Amy.
  - Como assim o Winchester? – falou Bela.
  - O Winchester – disse Amy – Aquele do pé de coelho, do navio fantasma, da Colt... É ele?
  - Sim – disse Bela, querendo entender aonde ela queria chegar – Ele mesmo.
  - Então ele é o Winchester que você sempre falou? – ela perguntou, ainda mais curiosa.
  - É – falou Bela, sem entender nada.
  - Bela, por que você fez isso? – perguntou Amy – O que você me falava dele...
  - Não interessa o que eu falava – falou ela – Ele me deixou para morrer, ele mereceu.
  - Prima, você tem que admitir, ele tinha todas as razões do mundo para te odiar – ela falou.
  - Problema dele – falou Bela.
  - Ouça, Bela, se ele é realmente como você sempre me falou, ele não merecia o que você fez com ele.
  - E eu merecia ser deixada ali para morrer? – ela perguntou, quase gritando.
  - Não prima, não merecia – ela falou – Mas ele é humano, ele tem emoções. E você só colocou lenha no ódio dele.
  - Que se dane – ela falou – Ele teve o que merecia.
  - Prima, tem certeza que isso é por causa dele ter te deixado para trás?
  - Claro – Bela falou.
  - Tem certeza que é só por isso? – Amy perguntou.
  - Aonde você quer chegar?  - perguntou Bela.

  - Talvez – disse Amy – Seja por que você foi deixada para trás pelo homem que você amava.


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Notas finais do capítulo

Kenta: Pensaram que havia acabado é? Mais ainda vem muito mais coisa por ai



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