You Are Dad! escrita por Vic Teani


Capítulo 7
Irmãos


Notas iniciais do capítulo

Peço a vocês que pausem a música e só deem play quando aparecer um aviso na fic



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  A casa estava agitada. Jo andava de um lado para o outro, pegando tudo o que era seu e enfiando na sua mala de viagem – e o que não era seu era arremessado habilmente contra Dean.

  - Jo, por favor, me escuta – disse ele, desviando de um porta retrato com uma foto dos dois em sua lua de mel.

  - Nem mais uma palavra – ela disse abrindo uma gaveta e jogando mais algumas coisas na sua mala – Eu já falei tudo o que eu tinha para falar – ela passou por ele o empurrando.

  - Mas eu não tive a chance de me defender! – ele falou.  

  - Não teve e nem vai ter – ela falou, sem parar o que estava fazendo – Você não merece.

  - Jo, se você me deixar explicar... – ele disse, se abaixando na hora que um vaso que ele havia dado de presente para ela passava por onde tinha estado segundos antes.

  - Você não tem que explicar coisa nenhuma – ela disse – Eu sei muito bem o que eu vi, Winchester – ela encheu a voz de desprezo – Tenho pena do Sam por ter um irmão como você.

  - Não fale do Sammy! – ele disse, a voz agora mais alta que a dela – Não se meta nos assuntos da minha família!

  - Isso mesmo, sua família – ela concordou, fechando a mala – Por que eu não faço mais parte dela – ela falou, indo em direção a mesa para pegar as chaves de seu carro.  Dean foi mais rápido que ela e pegou as chaves do carro que Jo havia comprado logo após o casamento.

  - Tudo bem – ela falou, se – virando e pegando outra chave – Então eu vou no Impala.

  Dean deu um longo suspiro e jogou as chaves do Cherokee azul escuro para ela.   - Muito obrigado – ela falou, jogando as chaves do 67 em cima da mesa.

  Ela saiu andando em direção a porta, e sem mais nenhuma palavra, saiu da casa em direção ao seu Jeep.

  Ela ignorava os gritos de Dean para que ela ouvisse sua história. Entrou no carro e jogou a mala no banco do carona.

  Acelerou e passou por Dean rapidamente. Quando já tinha andado alguns quarteirões e deixado a casa para trás, ela parou e encostou a cabeça no volante. Pela primeira vez naquela tarde, derramou as lágrimas que vinha tentando segurar.  

***

Dean entrou em casa, os passos apressados, mas não sabia o que iria fazer. Só sabia que tinha que descontar sua raiva em algum lugar. E faria isso.

  Não raiva de Jo, ela não tinha nenhuma culpa nessa história, mas raiva de Bela, e, principalmente, raiva dele mesmo. Raiva do maldito orgulho que o fez aceitar aquela aposta, raiva do maldito encanto que Bela as vezes exercia sobre ele. Raiva de como havia sido burro. Aquela com certeza devia ser a maior merda que ele já fez em toda a vida.

  Entrou em casa e logo deu um chute em uma das cadeiras da cozinha, fazendo-a cair com um barulho nada agradável.

  Jogou longe as garrafas de cerveja em cima da mesa, derrubando depois esta e as cadeiras que ainda estavam de pé.

  Deu um soco na parede, para tentar se acalmar. Continuou esmurrando a parede branca até sua mão começar a sangrar.

  A essa altura, as lágrimas já corriam por seu rosto. Não por causa da dor, isso não importava, mas por que ele sabia que dessa vez, provavelmente não haveria volta. Por que ele era o culpado, ele sabia disso. A culpa havia sido dele, mais do que de Bela. Mais do que do álcool que corria em seu corpo. Ele era o culpado, e ele jamais iria se perdoar por isso – e ele sabia que Jo também.

***

  O Cherokee cruzava a estrada em alta velocidade, desacelerando só quando o pequeno bar foi avistado.

  Jo desceu do carro batendo a porta, e entrou no bar sem cerimônia. Estava em casa. Mesmo que há muito tempo não entrasse ali, era sua casa. Foi, ainda era, e sempre seria a sua casa. O lugar para retornar quando as coisas estivessem ruins. Como naquele dia.

  Passou pelos caçadores que a olhavam, curiosos, espantados e preocupados – alguns deles eram velhos conhecidos.

  Viu sua mãe a olhando, confusa, e correu até ela, abraçando-a fortemente.

  Ellen não perguntou nada. Não era hora. Naquele momento, sua filha precisava dela, e não de perguntas.

***
  Dean pegou o celular e discou o numero de Sam. Depois de chamar duas vezes, desligou, pensando melhor. Não devia incomodar seu irmão com esse tipo de problema, não quando o casamento dele estava apenas começando. Bom, pelo menos ele não deveria incomodar aquele irmão.

  Abriu a lista de contatos e procurou o numero de Castiel.

  O eis-anjo chegou na casa de Dean alguns minutos depois. Ele não era mais o mesmo de antes. Ele havia aprendido a desenvolver emoções, mas claro que ainda precisaria de muito tempo para entender toda a complexidade da psique humana. Mas no momento, seu irmão, mesmo que não de sangue, precisava dele. E esse impulso de ajudar seus dois irmãos, ele já conhecia muito bem.

  Bateu na porta e no mesmo instante ela foi aberta por Dean.  

  Lágrimas escorriam pelo rosto do Winchester, que abraçou Castiel.

  Castiel retribuiu o abraço de Dean. Dessa vez, os papéis se inverteram se comparados a aquela vez, a dois anos atrás, quando Castiel derramou suas primeiras lágrimas.

  Flashback ON

 Todos em Roadhouse já estavam dormindo.

 Sam e Dean ficaram no quarto de hóspedes, Castiel no antigo quarto de Ash, e Ellen e Jo em seus respectivos quartos.

  Dean não conseguia dormir direito, seus pensamentos o perturbavam, lançando imagens de Jo para sua mente.

  Ele havia começado a sentir algo por ela, algo sério. Ele não sabia o que era, Dean nunca esteve apaixonado antes.

  Ele ouviu passos do lado de fora, o ‘’click’’ de um interruptor, e percebeu que alguém tinha acendido a luz na parte principal do bar.

  Ele ignorou o fato, mas a luz ficou acessa por tempo demais. Quase meia-hora, e nada da luz apagar.

  Curioso, e já que não conseguia mesmo dormir, se levantou para olhar quem estava ali.

  A principio não viu ninguém, e achou que tinham esquecido de apagar a luz, mas então percebeu Castiel, sentado bem nos fundos, com uma aparência péssima.   Cass olhou em sua direção para saber quem estava ali, mas virou a cara rapidamente, como que para esconder algo.

  Dean se aproximou e se sentou na frente do amigo.   Ele ia perguntar o que Cass estava fazendo ali, quando descobriu por que o eis-anjo havia virado rapidamente o rosto.

  Lágrimas molhavam sua face.

Podem dar play na musica agora

  - Cass, você está bem? – perguntou Dean.

  Castiel olhou para ele, pensou por um instante, e decidiu que se deveria desabafar com alguém, que esse alguém fosse Dean.

  - É... – ele começou, soluçando – O que aconteceu esses dias...

  - A sua graça – Dean entendeu – Eu sei que você nunca quis deixar de ser anjo... Mas você disse que essa era a condição para eles te manterem vivo, não é?

  Castiel o olhou por um segundo.

  - Não – ele falou – Os arcanjos decidiram me aceitar de volta... Mas me deixaram escolher... Eu... Eu escolhi perder minha graça...

  Dean olhava para ele, boquiaberto.

  - Mas Cass, ser humano era a ultima coisa que você queria – falou ele.

  - Eu sei – Castiel falou – Mas se eu continuasse como anjo, eu não poderia retornar a Terra... E eu tenho coisas importantes aqui...  

  - O que? – perguntou Dean – O que pode ser tão importante a ponto de te fazer desistir do que você mais queria?

  - Vocês – ele disse – Você, Sam, Bobby, e agora, Jo e Ellen... Vocês são minha família de verdade... Foram vocês que ficaram ao meu lado quando meus irmãos de sangue estavam contra mim.

  - E você está arrependido – falou Dean.

  - Não – disse Cass – Não estou... Eu acho, que pela primeira vez, eu fiz a escolha certa... Pensei por mim mesmo... Entendi quem realmente se importa comigo... É só que, agora com essas emoções... – as lágrimas ainda corriam pelo seu rosto – Eu acho que não sei bem o que estou sentindo...

  Dean se levantou e abraçou o amigo... não... o seu irmão.

  - Eu acho que você está chorando de felicidade – ele falou.

  - E isso é bom? – perguntou Cass, olhando confuso para Dean.

  - Bom, até onde eu sei, sim – ele falou.   Castiel então teve certeza que fizera a escolha certa. Ali era seu lugar, aquela era sua família. Era ali que precisavam dele, e era deles que ele precisava.

  Flashback OFF

Podem parar a musica agora

  Castiel estava sentado em uma das poltronas da sala. Dean estava na outra, de frente para ele.

  Ele havia lhe contado tudo, e Castiel não sabia exatamente o que fazer. Só sabia que seu irmão precisava de ajuda, e que mesmo que ele não pudesse fazer nada, pelo menos ficaria ali. Não sabia exatamente por que, mas percebeu que era o que ele esperaria de Dean se a situação fosse inversa.

  - Cass – Dean falou, ente soluços – Eu... Eu não sei o que fazer...

  Castiel não sabia o que fazer para ajudá-lo. Só sabia que seu irmão precisava dele, e que ele iria fazer o que estivesse a seu alcance para ajudá-lo.   Dois dias haviam se passado. Castiel tinha ficado com Dean quase todo o tempo, tentando ajudá-lo a superar aquilo.

***

  Naquela tarde, Castiel estava sentado no sofá vendo televisão, enquanto Dean foi fazer algo no quarto.

  Ele ouviu passos na escada, e viu Dean aparecer segurando uma mala de mão.

  - O que você vai fazer? – perguntou Castiel.

  - Estou indo para Roadhouse – disse Dean, decidido.


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