Dean acordou em sua cama, não sabia quanto tempo havia se passado. Ele se lembrava perfeitamente do que havia acontecido.
  - Até que enfim você acordou – disse Jo – Pensei que fosse virar viúva. Você ficou desmaiado por umas duas horas.
  - Jo, olha, eu... – começou ele, sem saber o que dizer.
  - Não, não, eu sei o que você vai dizer – disse ela – Eu... Eu achava que você ficaria feliz mais...
  - Jo, escute, eu não...
  - Devia imaginar que você não iria gostar da noticia, tive que insistir pra gente casar, imagina você recebendo essa noticia...
  - Jo, olha, eu só... Só não esperava por isso, mas... Mas eu não fiquei chateado... – ele falou, colocando a mão na barriga de sua mulher – Foi só... inesperado... Mas eu fiquei feliz.
  - Que bom! – disse ela, mudando de expressão rapidamente. Dean odiava quando ela fingia chorar, sempre funcionava com ele – Por que tem mais uma coisa.
  - O-oque? – perguntou Dean.
  - Um dia desses eu fui em um hospital... Quando você estava fora... Não da pra ter certeza ainda mas... Acho que são gêmeos.
  - Ah, gêmeos... São dois, então – disse Dean, começando a sentir uma dor de cabeça – Bom, é uma ótima noticia – disse ele.
  - Sabia que você ia adorar – disse Jo sorrindo. Ela se aproximou de Dean, seus rostos ficaram próximos, seus lábios quase se tocavam...
  A campainha tocou irritantemente alta.
  - Sempre tem alguém pra estragar as coisas – disse Dean, levantando da cama – Quem será a uma hora dessas?
  - Ah, bom, Dean, pois é, tinha mais uma coisinha... – falou Jo, acompanhando o marido que descia as escadas.
  - Outra? – falou Dean, indo em direção a porta de entrada – Você poderia parar de falar as coisas em partes por favor?
  Dean girou a maçaneta e abriu a porta.
  Do lado de fora, uma mulher loira, com uma bolsa e três malas de viagem, uma em cada mão e uma no chão, sorria para eles.
  - Cheguei! – disse Ellen, sorridente.

  Ellen estava sentada no sofá azul da sala de estar. Jo estava sentada ao seu lado, e Dean em uma das poltronas da mesma cor.
  - Assim que a Jo me ligou contando a noticia, eu avisei que ia vir pra cá. Nada poderia me deixar mais feliz – disse Ellen – Bom,  Jo, pode me mostrar o quarto onde eu vou ficar? – Ellen se levantou – Dean, pode carregar as malas por favor?
  - O quarto é no fim do corredor, subindo as escadas, porta a direita – disse Dean – Vai na frente que já vamos.
  Ele esperou até a sogra ficar fora de vista.
  - Jo – disse ele – Você não acha que você devia ter me contado que a sua mãe ia passar um tempo aqui?
  - Eu contaria – disse ela – Se você não tivesse desmaiado.
  - Ah... Bom... – disse Dean, sem saber como revidar – Certo, vamos esquecer isso.
  - É melhor nós irmos logo – disse Jo, apontando para as malas na sala.
  - Você bem que podia me ajudar com isso, não é? – disse Dean.
  - Poderia, mas sabe como é, com esse negócio de gravidez... – disse Jo rindo enquanto subia as escadas.
  - A pior parte sempre sobra pra mim – resmungou Dean, pegando as malas e subindo as escadas.
  O Winchester chegou no quarto de visitas e soltou as malas no chão, ofegando.
  - Nossa – disse Ellen – Foi só deixar de caçar que virou um molengão foi?
  Dean abriu a boca para retrucar, mas foi repreendido por um olhar severo de Jo.
  - O que você carrega nessas malas? – perguntou Dean.
  - Algumas coisas – disse Ellen, simplesmente.
  Ela começou a falar com Jo sobre alguma coisa, e Dean aproveitou para tentar abrir a mala de dar uma espiada.
  - Nem ouse – falou Ellen sem nem olhar para o Winchester.
  - Vai ser uma longa... – resmungou Dean, quando se deu conta de que não sabia quanto tempo Ellen ficaria ali.
  - Hum, Ellen, quanto tempo você pretende ficar por aqui? – perguntou ele.
  - Acho que cinco dias – disse ela – Queria poder ficar por mais tempo, mas alguém vai ter que cuidar de Roadhouse.
  - Vão ser cinco longos dias – resmungou Dean.