You Are Dad! escrita por Vic Teani


Capítulo 11
Amizade


Notas iniciais do capítulo

Recomendo que deixem a musica Tip of my Tongue de Something Sally carregando no Youtube e deem play na musica após um aviso na fic



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  Castiel continuava com o olhar para baixo, enquanto Bela bebia outro copo de whisky pensando em como ajudar o ex-anjo.
  - É, vai ser mesmo difícil – ela falou – Primeiro, essa roupa que a gente botou em você só funcionaria se você fosse menos tímido – ela falou, analisando-o – Essa roupa não combina mesmo com a sua personalidade.
  Ela pegou uma sacola que estava na cadeira ao seu lado.
  - Toma, vai vestir suas roupas antigas, vai ficar melhor – ela disse, estendendo a sacola para ele.
  Ele pegou a sacola e foi ao banheiro para se trocar.
  Quando voltou, estava com o terno, a camisa social branca e o sobretudo bege de sempre.
  - Certo... – Bela disse – Acho que tem algumas coisinhas que a gente pode ajeitar. Vamos deixar só um pouco menos formal – ela falou.
  Castiel ouvia o que ela falava, tirou a gravata, o terno e o sobretudo, abriu um botão da camisa social e colocou as peças de roupa que não estavam sendo usadas na sacola.
  - Hum – ela murmurou, observando-o, e então colocou a mão na cabeça dele e bagunçou um pouco seus cabelos – Pronto – ela falou, rindo, satisfeita.
  Ele não estava muito confortável com a situação, mas o sorriso dela parecia tão sincero que ele se sentiu um pouco melhor. Deis daquela vez em que eles se encontraram, a pouco mais de dois anos, ele sempre a via com um sorriso falso, sempre uma segunda intenção por trás de tudo que dizia e fazia. Mas recentemente, o sorriso dela havia ficado sincero, seus olhos pareciam mais alegres, ela parecia outra pessoa.
  Talvez ela não fosse tão má quanto ele pensava. Talvez... Ela só precisasse de alguém... De amigos que a ajudassem a enfrentar as coisas.
  Castiel sorriu. Talvez os dois estivessem mesmo na mesma situação. Talvez, assim como ele, ela só precisasse de alguém que a compreende-se.
  - Bom, tenho que pensar em como te ajudar – ela murmurou, olhando para ele e para a ruiva.
  Nesse instante, a música baixa que tocava acabou, e outra se iniciou.


 Podem dar play na musica agora

 

  Bela reconheceu a música no mesmo momento, e sua expressão mudou. Aquela música trazia muitas lembranças, algumas boas, outras ruins. Mas naquele instante, ambas a machucavam. Lembranças que deviam ser esquecidas, lembranças de sonhos não realizados, de um amor impossível.
  Castiel não tinha mais como sentir as emoções dos outros, mas não precisava disso para saber que algo estava errado.
  Aquela música havia embalado os momentos que mais marcaram seu amor não correspondido... Quer dizer, correspondido, mas não realizado.
  A música que ela ouviu no carro, na noite em que conheceu Dean. A música que a perseguia, que parecia escolher o momento de tocar. A música que tocava no carro de sua prima naquela tarde, em que o fim a esse amor foi proclamado.
  Ela podia ver as imagens dele em sua mente. Ela lembrava o quanto o havia desejado, o quanto ansiou pelo toque de seus lábios... O gosto dos beijos daquela única tarde em que se amaram. A emoção daquele primeiro beijo... E a tristeza contida quando ele a expulsou de sua casa. O contato de seus corpos ansiosos... E como ela havia estragado aquele momento pensando em vingança. O quanto ela o amava... O quanto ele a amava... E a certeza de que aquele amor ficaria apenas em memórias.
  Memórias de algo que nunca se concretizou... Memórias de um desejo.
  Uma lágrima escorreu por seu rosto.
  E então ela sentiu alguém a abraçando.
  Olhou para cima e viu que Castiel estava ao seu lado, com os braços em volta dela.
  - Seja o que for – disse ele – Vai passar.
  Ela continuou olhando para ele, sem dizer nenhuma palavra, apenas surpresa com o gesto inesperado.
  - E se você precisar de alguma cosia – ele disse – Eu vou estar aqui.
  Ela não disse nada, apenas se aconchegou nos braços dele e colocou a cabeça em seu ombro. Ele passou uma das mãos pelo cabelo dela, gentilmente, e colocou a sua cabeça sobre a dela.
  Ela fechou os olhos e apenas sentiu o toque dele, carinhoso, tentando acalmá-la. Ela sabia que ele também precisava de ajuda, não só em relacionamentos, mas ele também estava recomeçando tudo. A mais tempo que ela, mas mesmo assim ainda estava recomeçando. E mesmo assim, ele estava ali, pronto para a ajudar.
  Para ela, tudo parecia ter parado. Ouvia apenas a música, sentia apenas o toque de Castiel.
  Ela tirou a cabeça do ombro dele, e o olhou por um instante.
  - Muito obrigado – disse ela, e então se aproximou e deu um beijo no rosto de Castiel. Ele corou.
  A musica acabou, e eles apenas ficaram em silencio por um tempo.
  - Bom, acho que temos que encontrar uma mulher para você, não é? – ela falou, enxugando as lágrimas e sorrindo.

 Podem pausar a musica agora


  Castiel estava sentado em uma cadeira em frente ao balcão. A ruiva do outro lado foi até ele.
  - E então, o que vai querer? – perguntou ela, educadamente.
  - Uma cerveja – ele falou, tímido.
  Ela passou o copo para ele.
  - E para a sua namorada? – ela perguntou.
  - Hum? – Castiel perguntou, quase engasgando com a bebida.
  - Aquela ali na mesa – ela apontou para Bela.
  Castiel ficou vermelho.
  - Ah, não, ela não é... – ele parou ao tentar dizer as palavras ‘’minha namorada’’.
  - Hum, entendo – murmurou a ruiva – Mas ela não tem cara de garota de programa.
  Castiel engasgou outra vez.
  - Não, ela também não é garota de programa – ele falou, tossindo.

  - Ah, desculpe – falou a ruiva – Sem querer ser intrometida, mas então ela é... parente?
  - Não – disse ele – Está mais para uma amiga – ele falou. Era a primeira vez que ele se referia a Bela como amiga, e tinha saído mais naturalmente do que ele imaginava.
  - Ah... – a ruiva falou, dessa vez mais interessada – Quer dizer então que você está descomprometido?
  Castiel corou novamente.
  - Sim... – ele falou, desviando o olhar.
  A ruiva se aproximou dele, ficando com os rostos lado a lado, ele podia sentir a respiração dela em sua orelha.
  - Desculpe – ela falou – Mas eu não estou livre.
  Ela se afastou dele.
  - Mas eu acho que você deveria dar uma chance para essa sua amiga – ela disse, se afastando e indo atender outro cliente.
  Castiel ficou ali por um instante, então virou o copo de cerveja e voltou para a mesa onde Bela estava.
  Ele viu que ela estava chorando. Ela não notou que ele havia se aproximado.
  - Tudo bem? – ele perguntou, e ela enxugou as lágrimas rapidamente.
  - Sim – ela falou, esboçando um sorriso – Mas como foi lá?
  Castiel deu de ombros.
  - Bom, acho que então temos que continuar tentando, não é? – ela falou.
  - Vamos – disse ele, com uma idéia nova em mente.
  - Vamos onde? – ela perguntou.
  - É minha vez de fazer algo por você – ele disse, sorrindo.


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