Jockers escrita por KxZim
Semanas se passaram.
Me sentia mais leve. Durante o tempo que se passou não recebi nenhuma carta, e nem me interessava em lembrar-me delas. O que eu mais queria era ficar com os meus amigos, beber, jogar e falar besteiras.
–Uru? Quando agente pode tirar nossas férias merecidas?
–Cara, eu não faço ideia, mas espero que agente consiga logo!
–Um ano trabalhando como mulas já!
Rimos e continuamos a planejar nossas férias enquanto voltávamos para casa. Akira havia a algum tempo me convidado para passar a noite lá e, finalmente aceitei. Passei em casa para pegar algumas coisas e fomos para sua casa.
Igual a minha. Pequena, modesta. Joguei uma mochila em cima do sofá e fomos nos sentar na cozinha. Ele pegou umas cervejas e um pote com batatas fritas.
–Então Uru, seu lance, com aquele cara?
–O que tem? -Engoli a seco.
–Depois que você disse aquilo para ele?
Trocamos olhares. Tomamos nossa cerveja e por fim...
–Nada.
–Nada, nada?
–É. Nada nada.
Silêncio. Mais bebida, mais batatas fritas.
–Cara..
–Pera.. Kira. -Me ajeitei na cadeira e encarei ele- Diz, o que ta aí dentro e que você não diz nem para mim?
Ele me encarou como se eu tivesse descoberto o segredo da vida.
–Eu.. tipo, arg.
–Quer que eu converse com ele?
–Com ele quem?
–Com o baixinho. -Segurei a risada e a cara de “ acertei na mosca!”
–Mas hein!?-E aqueles olhos puxados me encarando, querendo saber o segredo da vida.
Foi sim, uma longa conversa. Akira gostando do Ruki e o Ruki gostando do Akira. É, a novela não era somente comigo e estava com o roteiro melhor que o meu.
–Tá, semana que vem a gente vai, tudo bem?
–Amanhã loirinho!
–Daqui a cinco dias...Uruha, não vai dar, vai estragar tudo, na moral..-As mãos impacientes do meu melhor amigo, pareciam as minhas quando segurei a maçaneta da porta do escritório de Yuu, e aquilo era a coisa mais idiota e comum que se podia acontecer.
–Quando você quiser, tá bem?
Passamos o resto da noite assistindo filme e comendo porcarias. Nos embebedamos e falamos muitas coisas que sinceramente, nenhum de nós sabia o porquê mas, sabíamos que iriam sumir no dia seguinte..
♠♣♥♦
Ressaca. Muita dor de cabeça. Eu dormi no sofá, Reita na cama dele. A tv estava ligada e minha cabeça zumbindo. Cambaleei até ela e desliguei. Me sentei para conseguir reunir algumas peças de roupas que deixei jogado e coloquei na mochila e pegar roupas limpas. Fui para o banho e e deixei o pijama embolado num canto.
Um jeans escuro, uma camisa branca e um tênis. A temperatura? Agradável. Reita vestia o mesmo que eu. Exceto pela cor da camisa, no caso.. preta.
Tomamos café rapidamente e nos apressamos para ir trabalhar. E fomos a pé. Não conversamos muito.
–Hey.-Ele me chamou antes de entrar no táxi dele.
–Diga.-Olhei para ele por cima do carro.
–Depois do trampo, a gente vai lá- Ele bateu a porta do carro.
–Tudo bem, tudo bem..-Fiz o mesmo e..
As corridas começaram. E nada melhor do que ter algumas corridas perfeitas e sempre uma para ser o desastre. Afinal de contas, meu nome é Takashima azarado Kouyou.
Vi um dedo acenando e parei o táxi. O rapaz entrou e sentou do meu lado e seguimos.
–Para onde, senhor?
–Aeroporto, por favor.
E fui, e fui tranquilo levando o rapaz até lá. O que de mal poderia acontecer em um aeroporto? Justamente com umgaroto onde a cabeça doía, o melhor amigo sofria de amores platônicos, um maníaco entregava cartas e outro dava armas e te da pânico e suor descontrolado ao se lembrar dele?
Foi quando chegamos lá. O rapaz me pagou, saiu e agradeceu. Segui o rapaz com os olhos. Geralmente no aeroporto sempre tem alguém que quer um táxi seja na ala de embarque ou desembarque. Então esperei.
E foi o meu erro ter esperado
Meus olhos avistaram o rapaz indo em direção a outro homem, elegante, alto, cabelos presos e preto e um piercing no lábio. Óculos escuros e muito bem vestido.
A descrição basta para saber quem era. Desci do carro e andei o suficiente para ouvir com animação o rapaz dizer:
–Hey! Como vai? E a viagem?
Viagem. Shiroyama indo viajar. É, era de se esperar de um maníaco que começou com jogos de cartas estranho. Ele devia ter só feito o que fez para conseguir um mané pra trepar e tirar um cara que dava problemas no boteco dele. Era de se esperar.
Mas minha frustração não acabou em uma aceitação. Eu voltei para o carro, voltei para o trabalho e minha vida seguiu. Mas aquele vazio.. Foi estranho. Até porque as cartas que ele me mandava, me tiravam de casa e me faziam ser mais importante do que um simples taxista. E eu até sentia falta delas.
♠♣♥♦
Quando acabou o nosso expediente, me encontrei com Akira e fomos para casa de Takanori. Não mencionei o fato de ter visto Yuu no aeroporto e nem nada, apenas tentei manter as aparências.
–Uru..! Eu não quero!
Ele me agarrou pela camisa e me olhou, preocupado e paramos de andar. Paciência. Por favor. Paciência.
–Somos amigos, desde sempre, e se não der certo!?
–Reita, calma. -Apoiei minha mão em seu ombro, e tentei ser o mais calmo e compreensivo dos seres vivos-. Ele também gosta de você, e se não der certo continuaremos todos amigos! Entendeu?
–Tá..-Ele me soltou e passou a mão nas gotas de suor de sua testa- ..tá.
E não demorou muito para que ficássemos parados na frente da casa do baixinho, gritando por ele. Logo ele apareceu e nossos olhos se chocaram. Eu acho que vi um sorriso ali e do nada ele sumiu.
Ele abriu a porta e fui para dentro de casa. Kai estava lá. Mas antes, virei para eles e suspirei.
–Agora vocês que se resolvam!
Adentrei a casa de Nori e cumprimentei seus pais, e logo Kai. O puxei de canto e contei o que eu tinha visto. Ele não soube o que dizer, mas pelo fato de ter me ouvido era o suficiente. Mas ele também não tocou muito no assunto para não me piorar, já que ele não sabia o que dizer e nem fazer.
–É uma situação bem chata Uru, mas eu não sou de me apaixonar ou me apegar a essas coisas..Mas umas bebidas e um poker devem curar um pouco da mágoa..
Passou algum tempo desde que havíamos chegado. Nada dos dois entrarem. Eu e covinhas já tínhamos algumas partidas de poker entre nós.
Quando desci minhas cartas e vi que havia perdido o jogo, Nori e Reita entraram e se sentaram junto de nós. Jogamos como de costume e bebemos.
♠♣♥♦
A noite caiu rápido e tínhamos que voltar para casa. Fomos todos para fora e acompanhei Kai até a esquina que virava para ir para casa dele. Voltei tranquilamente, sem pressa.
Minha visão ao voltar? Chocante. Mas feliz. Eles estavam bem. Não íamos trabalhar no outro no outro dia e com certeza eles iam passar a madrugada juntos. Eu apenas voltei para casa sozinho.
–Finalmente em paz..e sozinho.
–Ou não..
Minha mão estava na maçaneta. Conhecia aquela voz, e estava atrás de mim.
Não tive tempo de recepções. Abri a porta e deixei que ele entrasse. Bati a porta atrás de mim e meu corpo bateu contra a porta.
O corpo dele contra o meu.
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Obrigada por ler/ver :)
Ficou um pouco mais longo também. Não sei se leituras grandes assim agradam, até porque é uma fanfic com leitura rápida e simples.. x-x''
mas de qualquer forma. Nos vemos no próximo! o/