Jockers escrita por KxZim


Capítulo 7
♥ Rei De Copas. Parte I


Notas iniciais do capítulo

Devido a demora do capítulo anterior, estou postando um hoje também :)
No anterior, eu mencionei a carta 'Rei de Paus' mas é de Copas já está alterado x-x.



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Dias se passaram.

Trabalhei normalmente e continuei minha vida pacata normalmente, sem que nenhuma carta ou objeto chegasse até mim. Mas tinha em mente que não era aquilo que a pessoa que me mandava cartas queria.



♠♣♥♦



–Hey Uru! Vamos sair um pouco, esse fim de semana agente tá de folga mesmo..

–Tudo bem. To precisando dar uma volta mesmo.

–Isso! É quase assim que se fala!



Reita passou o braço pelo meu pescoço e saímos andando pelo caminho de casa. O fim de semana demoraria dois dias para vir. Enquanto isso, ficava satisfeito em ir trabalhar período integral no Táxi Viagens. Eramos novatos ainda então não tínhamos um horário fixo. Era legal, apenas cansativo.

Andamos rumo as nossas coisas. Não conversamos muito, apesar de Akira ter sempre algum assunto inovador para conversar. Nossa amizade era muito embasada nos sentimentos que tínhamos. Ou que estávamos sofrendo, e sabia que ele estava estranho apesar de animado. Mas depois eu iria questiona-lo.



Me despedi do loiro e fui para minha casa. Passei a chave na porta e tranquei. Joguei a camisa no sofá e tirei a calça no meio do caminho do banheiro. Me ausentei do mundo no chuveiro.

Assim que terminei o banho finalmente quente da semana, liguei a tv e peguei um saco de batatas e um refrigerante no fundo da geladeira. Sem dúvidas, eu era magrela de ruim. As porcarias eram bem-vindas em casa e quase nunca comia direito.

Depois de passar o jornal da noite. Me concentrei no filme que havia começado.

Por pouco tempo.

Batidas na porta. Sabia que minha paz duraria muito menos do que eu imaginava.



–Quem é?! - gritei ainda sentado no sofá.



Não obtive resposta. Fui abrir a porta.



–Oi?

–....

– ....

♠♣♥♦



–Mas hein? Toda vez me apagam!



Me remexi e vi que estava na minha cama, solto, ileso. Mas porque Diabos faziam aquilo comigo!?

Me levantei e percebi que o chão estava coberto de, cartas! Todos os naipes, pelo menos ali, montaria três baralhos completos. Certamente, era aquilo que queriam. Pelo amor de Deus, eram três e meia da manhã ! -segundo o relógio que tinha no criado mudo do meu quarto.-

Comecei a montar os baralhos. Queria terminar tudo aquilo logo, para que parassem de me encher a paciência!

Separei por naipe, e coloquei em ordem, do ás até o rei. Os vermelhos de um lado e os pretos do outro. Para que? Para que tudo aquilo!?

Terminei de ajeitar meu quarto e batiam quatro e vinte da madrugada. Não sabia o que fazer, não sabia mais o que pensar também.



–Pera..



Peguei a ultima carta que me fora enviada e li. Reli. De novo. Olhei para os montes. Não sabia quem era que me mandava essas coisas, mas com certeza, sabia o que estava fazendo.

♠♣♥♦



O fim de semana finalmente chegou. Fomos todos para o shopping. Não compramos nada, apenas assistimos a um filme e tomamos um sorvete. Foi divertido. Era bom estar ali, com os amigos. Eu não sou o tipo de pessoa que sai e se diverte loucamente mas, eu precisava daquilo. Sair com os amigos e voltar tarde para casa, sem compromisso.

O que incomodava era o fato de Reita estar um pouco distante. Mas nada demais. Kai com certeza era o que irritava mais o baixinho por ele ser justamente o menor dentre nós. Mas nada que fosse ruim, a gente se divertiu e voltou para casa com “ a alma lavada”.



♠♣♥♦



No outro dia, estávamos apenas eu e Kai sentados na varanda de minha casa. Mostrei os montes para ele, e disse o que me acontecia.

–Olha Uru, sinceramente, acho que você devia correr atrás de algo que te faça bem.

–Como assim?

–Pensa. -Ele pausou e tomou um gole de cerveja. -Você vive ajudando os outros como pode. Sempre pagou as suas contas e aceitou o fato da sua mãe ser uma doida varrida que ganha dinheiro seduzindo os caras. Acho que essa pessoa que te manda cartas, quer te ver bem.

–Me ver bem? Yutaka, esse cara quase me fez matar um homem!

–Aí! Viu? Você matou? Você tem feito algo de errado para os outros? Não! E depois, você disse que ele jurou de pé junto que não te mandou todas as cartas. Então calma.

–Mas...

–Mas nada, essa ultima carta, diz o que? Que não seja necessariamente ele, mas você. Logo, você tem que aceitar. Você quer ser feliz, com ele.

–Eu nem conheço ele direito, Kai. Talvez seja outra coisa..



Mesmo que fizesse sentindo algum, eu gostava do Yuu afinal de contas. Fora algo rápido e inesperado, mas depois que ele sumiu, que agente não se procurou mais, continuava vazio. Um vazio enorme por dentro.



–Olha Uruha, eu sou péssimo para concelhos, mas eu acho que antes você tem que se acertar com você mesmo, para que você acerte as contas com ele. Ou com qualquer pessoa.

–Tudo bem. Mas covinhas, antes.. me responda algo..

–Sim?

–É você ou alguém que agente conheça que manda essas cartas?

–Não é o tal Shiroyama?

–Não. Certo que primeiro foi ele que começou com isso mas... Mas ele disse que ele só me protege, e ele ficou pasmo quando viu que eu não mentia sobre o motel.

–Não sou eu.-Ele disse com seriedade, olhando para mim.

–Nem o Reita, e o Ruki não seria louco o suficiente para bolar aquelas coisas.

–Relaxa homem. Ele vai assumir uma hora.. ou seja lá quem for vai aparecer.



♠♣♥♦



Depois que nos despedimos, peguei o rei de paus. Apertei a carta nos dedos e coloquei minha velha jaqueta. Era cedo ainda. Sete da noite. Hoje, eu não iria jogar com os meus amigos. Hoje eu iria jogar com a vida.

Estava decidido. Eu iria até lá.



–Yuu.

♠♣♥♦

Peguei um atalho até a casa de jogos dele. Adentrei lá passando pelos seguranças sem me identificar. Com certeza eles estavam me seguindo e logo me alcançariam. Por isso, corri.

Subi os lances de escada e parei defronte a sala de Aoi. Abri a porta sem ao menos bater e por fim um par de olhos se voltaram para mim assustados. A caneta na mão caiu e o papel não fora preenchido.



–Oi. -Disse ofegante.



Meus braços foram presos e meu corpo começou a se debater. Os caras eram altos e muito fortes. Eu não teria chances de lutar ali, mas pouco importava, eu precisava falar com ele.



–Soltem ele!



Silêncio. Meu corpo foi colocado no chão e eu agradeci. Eles saíram e a porta foi fechada atrás de nós.



–Aoi.

–Takashima Kouyou. O que faz aqui?



Estremeci. Meu corpo congelou e dei uns passos para trás, até a mão tocar na maçaneta. Meu coração pulava para fora da boca e meus olhos acompanhavam para fora da cara.



–Diga, o que é? E para que tanto espanto?-Ele começou a se aproximar de mim. Apesar de ainda estar se levantando eu podia sentir ele cada vez mais perto.



Girei a maçaneta. Ele se aproximou rápido e segurou minha mão. Eu sabia que ele estava perto demais. Eu sabia. Por algum motivo, o toque dele me fez sentir mais calmo, ao mesmo tempo apreensivo. Nunca havia feito aquilo. E nas circunstancias atuais, era perda de tempo.



–Diga logo.

–E.. Eu, er.



Empurrei o corpo dele para frente e abri a porta. Antes de sair, olhei para o seu rosto, e pela primeira vez em muito tempo, abri um sorriso sincero, aceitando minha condição inútil.



–Eu..só vim agradecer pelo outro dia e..vê se para de sumir, falou?



Bati a porta atrás de mim. E me encostei na parede ao lado. Retomando o fôlego e partindo diretamente para casa.



Agora. Chega de cartas!



♠♣♥♦

–Quê!?

–É isso aí.

–Mas, mas, como assim você saiu correndo!?

–Ué, eu disse e me mandei.

–Kouyou, você é um cabeça dura viu!?

–Pelo menos foi eu que corri atrás dessa vez, não é?

–Tudo bem, amanhã eu passo aí depois do trabalho. Ruki acabou de chegar bêbado aqui.

–Mande um beijão para ele! Hahahaha.

–Ok ok. Até mais.



Além de Vagabundo, frequenta a casa dos outros chapado? Bem, pelo menos... Não haverá mais cartas!

(Ou era isso o que eu pensava)


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler/ver :)
Ah sim, eu possuo outra fanfic de Aoi x Uru mas é beem diferente dessa, abrange mais todos os personagens e tudo mais. Se interessar, é só procurar por " Alma de um Andarilho".
até!



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