Jockers escrita por KxZim


Capítulo 5
♦ Valete de Ouro. Parte II




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Me joguei no chuveiro. Estava tão perturbado com toda essa história de cartas, de sonhos, de arma que perdi completamente os sentidos. A água batia gelada e não sentia nada. E permaneci assim até que meus dedos começassem a ficar enrugados.

Saí do chuveiro e fui direto para a cama. Eu ia dar um jeito. Sempre dava.

♠♣♥♦

Depois de algum tempo sem fazer absolutamente nada, com a arma escondida debaixo da cama, o telefone tocou. Uma. Duas. Três vezes. Não atendi.

Cinco minutos depois, bateram na minha porta. Os olhos se viraram para ela, mas o corpo não seguiu o mesmo caminho. Somente quando Reita gritou meu nome que consegui relaxar e abrir a porta.

–Cara, o que foi?

–Reita. Eu.. -Hesitei, não ia contar nada para ninguém. -Tava dormindo, desculpa.

–Percebi, eu te liguei várias vezes, e essa sua cara amassada e pálida.. tava tendo um pesadelo?

Estou vivendo um.

–Não. Eu to bem.

–Então... - Ele se sentou no sofá.

Ele começou a falar sobre a festa de Ruki. Fui buscar umas latas de cerveja e o convidei para ficar na sacada. Nos sentamos e começamos a beber enquanto esperávamos Kai chegar para resolver como seria as coisas para hoje mais tarde.

Covinhas chegou com mais bebidas e então nos reunimos ali mesmo.

–Que tal em um cassino? Ele gosta de jogos.

–Ótima ideia! Eu conheço uma casa de jogos muito boa e é por aqui.

–O que você acha Kou?

–Uma... boa ideia.

Ou não. Uma casa de jogos perto de casa. Eu só conhecia um. E sabia bem de quem era.

Depois do expediente, eu e Reita fomos para casa nos arrumar. Ele já estava pronto e eu ainda escolhendo o que usar. Não tinha muita variedade no meu guarda-roupas. Coloquei um jeans escuro, uma camisa preta de manga longa e coloquei uma jaqueta de couro, muito velha e surrada no braço. E fomos para a rua do covinhas.

O pai de Kai havia nos emprestado o carro. Eu fui dirigindo. Passamos na casa do aniversariante e fomos para a casa de jogos.

Parei no estacionamento do lugar e entramos. Me subiu logo um calafrio na espinha. E se eu esbarrasse com ele? E aquela arma debaixo da cama? Tudo isso foi para o ralo da minha imaginação quando eles me chamaram para ir até o bar do estabelecimento.

Eu não ia beber. Precisávamos de alguém sóbrio naquele grupo para poder dirigir. Fiquei nos refrigerantes. E todos felizes cantarolando parabéns pra você nessa data querida.

Jogamos muito papo fora, Ruki se divertia até com quem não conhecia. O baixinho era realmente bom em carisma. Comemos umas coxinhas e uns pasteis e com tudo aquilo, acabei relaxando e caindo na risada junto deles.

Até então.

Fui acompanhar Reita até o banheiro do local. Fiquei do lado de fora e, para meu enorme ego, vi o dono do local se aproximar dos outros dois bêbados que nos esperavam. Me bateu uma grande tremedeira, mas esperei Akira sair para voltarmos o mais rápido possível.

–O que você quer com eles?-Disse, ríspido.

–Kouyou, você por aqui. - Ele me deu tapinhas no ombro.

–Você, conhece.. ele? - Ruki apontou para Aoi.

–É, conheço.

–Ah! Então é el..

–Ele daquele dia do táxi. Ele mesmo. -Cortei o ruivo antes que ele abrisse mais a boca para dizer besteiras.

–Hum. Já que vocês são amigos dele, tudo o que quiserem aqui, será por minha conta. -Shiroyama me olhou e piscou para mim.

–Obrigado! -Os três disseram em um coro incrédulos.

–Uruha, pode aparecer em meu escritório? Quero dar um presente ao seu amigo, venha pegar lá no meu escritório.

Desconfiado? Com certeza. Mas tive que segui-lo. Olhei para o loiro de pano na cara e fiz uma careta de desespero. Ele era o que mais sabia das coisas que me acontecia com Aoi. Exceto aquele sonho maluco.

Entramos no escritório dele. Grande, iluminação baixa e muito bem organizado. Ele foi para trás de sua mesa. E agora que estávamos ali, em silêncio, me lembrava desse lugar. Meu sonho se passou ali. Virei pedra.

–Aqui está. Dê isso a ele, sim?

Aoi me estendeu um vale bebidas do bar dele. Guardei no bolso e dei as costas, querendo sair o mais rápido daquele lugar.

–Calma, Uru. Sente-se aqui, quero conversar com você.

–Mas eu não.

Ele se aproximou de mim e segurou em minhas mãos, as colocando para trás, juntou seu corpo ao meu e tocou o objeto metálico na minha orelha.

–Não vai querer que eu te prenda novamente, hã?

–Não. Mas eu não tenho nada com você. -Estremeci e me soltei.

–Tem, sim. -Ele sorriu com malicia mas, menti para mim mesmo, dizendo que não havia visto aquilo.

Me sentei na cadeira do outro lado da mesa. Ele me encarou por um tempo e sorriu. Fiquei desconfortável com aquilo e virei o rosto para o lado, inquieto.

–O que foi? Não vou fazer nada que não queira, Uru.

–Pare de me chamar de Uru. E não foi nada. Diga, o que quer conversar comigo?

–Tudo bem, Kouyou. Eu quero dizer apenas algumas coisas rápidas.

Ele deu meia volta na mesa. Se sentou ao meu lado na mesma. Me afastei, ficando de pé.

–Tome cuidado, tem coisas que, não são brinquedos. E digo mais, ainda não acabou por ali, acho que até mesmo você sabe disso.

–Sei. Me diga algo agora. É você que tem me mandado cartas e aquela arma? Foi você, não foi?

–Eu? Eu apenas tomo conta de você. Nada mais.

–Tá.

Deixei os dois em casa e o carro. Reita e eu fomos canelando. Era perto, não tínhamos o que reclamar.

–O que ele queria além de entregar um vale drink?

–Nada, só aquilo mesmo. Jogamos papo fora também.

–Uruha, não minta.

–Cara. -Parei de andar. Disse que não ia dizer nada, mas acabei contando- Ele vêm me enviando cartas e ontem me enviou uma arma. Com certeza quer que eu mate aquele viado de bigode amarelo.

–Tá, uma arma? Eu que bebo e você que diz coisas estranhas.

–Pois é. Eu to cansado Kira, eu realmente preciso de férias da vida.

Rimos e fomos para nossas casas.

♠♣♥♦

Acordei no outro dia, muito bem. Fui para o trabalho e as corridas me acalmaram. Trabalhei a manhã toda, e tiraria o resto de folga.

Em casa, na santa paz, fiz uma boa faxina, lavei tudo, sequei tudo, e fiz a máquina trabalhar o dobro. Quando caiu a noite, fui para casa de Reita e jogamos poker, como de costume. Um dia perfeito! Sem cartas, armas, Aoi. Mas, sabia que teria de terminar o primeiro endereço e me sentia bem o suficiente para fazer aquilo. Não sei porquê.

Antes, enchi a cara. Fui para casa e saquei a arma debaixo da cama. Coloquei a jaqueta e a escondi na cintura. Sai na rua e meti as mãos nos bolsos e caminhei até a praça.

Me sentei no banco e pedi para uma moça ao meu lado me informar as horas. Vinte e duas e meia. Esperei mais um pouco ali, sentado. Vi o bigode loiro de longe, estava vindo em minha direção. Agora era a hora de ele me ver e eu sair correndo.

E foi a coisa mais fácil do mundo. Ele me viu, gritou para os capangas dele e saí correndo. Iria o mais longe possível, onde ninguém poderia nos ver. O problema era, escapar de quatro homens enormes primeiro.

Consegui me enfiar em um beco. Passaram dois direto pela rua. Saí de lá e corri em direção oposta. Os outros dois me seguiram. O grandalhão seguia junto. Pulei uma cerca e eles vieram juntos.

Consegui me esquivar de algumas plantas. Estávamos em um terreiro. Eu, me escondendo atrás de uma moita. Os três me procurando. Tirei os sapatos para não fazer mais barulho do que já estava fazendo. Andei o mais lento possível para não fazer barulho.

Um deles me olhou e apontou, mas eu estava mais perto, com a parte inferior da arma que arranquei da cintura, foi fundo na cabeça dele. Os outros dois correram até mim e me esquivei dando outra coronhada no mais magrela que caiu desacordado.

Meu coração estava na boca. Apontei a arma para o grandalhão e gritei.

–Para o chão agora!

–Você não vai atirar loirinha, não tem coragem!

Mirei no pé dele, mas um pouco mais longe e atirei. Agora eram cinco balas. Ele se jogou no chão. Como eu havia feito aquilo, eu não sei. Nunca havia usado uma arma. Deveria ser por causa dos filmes policiais.

–É o seguinte seu bigodudo feio da porra. Não vai correr mais atrás de mim, não vai mais fazer alarde naquele estabelecimento, tá entendendo?

–Vá a merda loirinha. Se quer isso, me mate!

Coloquei o pé nas costas dele e apontei a arma para cara dele. Tremendo e suando. Mas mantendo a voz alta e segura.

–Quer mesmo morrer?! Por mim tudo bem!

–Ca.. calma aí loirinha..

–Loirinha é você, bigode de palha! -Encostei o cano na cabeça dele. - É o seguinte, ou você dança a minha dança, ou você dança a dança do Diabo, lá no inferno, tá entendendo?

–T..to cara, calma aí.

–Então.. vai parar de me seguir, vai parar de arranjar problema?

–Tá bom cara, tá bom. Mas para tira essa coisa da minha cara!

–Sai dessa cidade, some desse país, faz o diabo para não aparecer na minha frente! E se você for dar queixa na policia, você sabe que tu ta fodido; pior que eu só você.

Bati com a arma na cabeça dele, logo o dia ia amanhecer e eu precisava sair dali. Peguei meus sapatos e me mandei para casa. O coração batia acelerado de mais. Não sabia o que ia me acontecer a partir dali, mas sabia que me sentia melhor agora que havia dado uma lição nele.

Me joguei no chuveiro. Estava tão perturbado com toda essa história de cartas, de sonhos, de arma que perdi completamente os sentidos. A água batia gelada e não sentia nada. E permaneci assim até que meus dedos começassem a ficar enrugados.

Saí do chuveiro e fui direto para a cama. Eu ia dar um jeito. Sempre dava.

♠♣♥♦

Depois de algum tempo sem fazer absolutamente nada, com a arma escondida debaixo da cama, o telefone tocou. Uma. Duas. Três vezes. Não atendi.

Cinco minutos depois, bateram na minha porta. Os olhos se viraram para ela, mas o corpo não seguiu o mesmo caminho. Somente quando Reita gritou meu nome que consegui relaxar e abrir a porta.

–Cara, o que foi?

–Reita. Eu.. -Hesitei, não ia contar nada para ninguém. -Tava dormindo, desculpa.

–Percebi, eu te liguei várias vezes, e essa sua cara amassada e pálida.. tava tendo um pesadelo?

Estou vivendo um.

–Não. Eu to bem.

–Então... - Ele se sentou no sofá.

Ele começou a falar sobre a festa de Ruki. Fui buscar umas latas de cerveja e o convidei para ficar na sacada. Nos sentamos e começamos a beber enquanto esperávamos Kai chegar para resolver como seria as coisas para hoje mais tarde.

Covinhas chegou com mais bebidas e então nos reunimos ali mesmo.

–Que tal em um cassino? Ele gosta de jogos.

–Ótima ideia! Eu conheço uma casa de jogos muito boa e é por aqui.

–O que você acha Kou?

–Uma... boa ideia.

Ou não. Uma casa de jogos perto de casa. Eu só conhecia um. E sabia bem de quem era.

Depois do expediente, eu e Reita fomos para casa nos arrumar. Ele já estava pronto e eu ainda escolhendo o que usar. Não tinha muita variedade no meu guarda-roupas. Coloquei um jeans escuro, uma camisa preta de manga longa e coloquei uma jaqueta de couro, muito velha e surrada no braço. E fomos para a rua do covinhas.

O pai de Kai havia nos emprestado o carro. Eu fui dirigindo. Passamos na casa do aniversariante e fomos para a casa de jogos.

Parei no estacionamento do lugar e entramos. Me subiu logo um calafrio na espinha. E se eu esbarrasse com ele? E aquela arma debaixo da cama? Tudo isso foi para o ralo da minha imaginação quando eles me chamaram para ir até o bar do estabelecimento.

Eu não ia beber. Precisávamos de alguém sóbrio naquele grupo para poder dirigir. Fiquei nos refrigerantes. E todos felizes cantarolando parabéns pra você nessa data querida.

Jogamos muito papo fora, Ruki se divertia até com quem não conhecia. O baixinho era realmente bom em carisma. Comemos umas coxinhas e uns pasteis e com tudo aquilo, acabei relaxando e caindo na risada junto deles.

Até então.

Fui acompanhar Reita até o banheiro do local. Fiquei do lado de fora e, para meu enorme ego, vi o dono do local se aproximar dos outros dois bêbados que nos esperavam. Me bateu uma grande tremedeira, mas esperei Akira sair.

–O que você quer com eles?

–Kouyou, você por aqui. - Ele me deu tapinhas no ombro.

–Você, conhece.. ele? - Ruiki apontou para Aoi.

–É, conheço.

–Ah! Então é el..

–Ele daquele dia do táxi. Ele mesmo. -Cortei o ruivo antes que ele abrisse mais a boca para dizer besteiras.

–Hum. Já que vocês são amigos dele, pode-se dizer que, tudo o que quiserem aqui, será por minha conta. -Shiroyama me olhou e piscou para mim.

–Obrigado! -Os três disseram em um coro.

–Uruha, pode aparecer em meu escritório? Quero dar um presente ao seu amigo.

Desconfiança? Com certeza. Mas tive que segui-lo. Olhei para o loiro de pano na cara e fiz uma careta de desespero. Ele era o que mais sabia das coisas que me acontecia com Aoi. Exceto aquele sonho maluco.

Entramos no escritório dele. Grande, escuro e muito bem organizado. Ele foi para trás de sua mesa. E agora que estávamos ali, em silêncio, me lembrava desse lugar. Meu sonho se passou ali. Virei pedra.

–Aqui está. Dê isso a ele, sim?

Aoi me estendeu um vale bebidas do bar dele. Guardei no bolso e dei as costas, querendo sair o mais rápido daquele lugar.

–Calma, Uru. Sente-se aqui, quero conversar com você.

–Mas eu não.

Ele se aproximou de mim e segurou em minhas mãos, as colocando para trás, juntou seu corpo ao meu e tocou o objeto metálico na minha orelha.

–Não vai querer que eu te prenda novamente, hã?

–Não. Mas eu não tenho nada com você. -Estremeci e me soltei.

–Tem, sim. -Ele sorriu com malicia mas, menti para mim mesmo, dizendo que não havia visto aquilo.

Me sentei na cadeira do outro lado da mesa. Ele me encarou por um tempo e sorriu. Fiquei desconfortável com aquilo e virei o rosto para o lado, inquieto.

–O que foi? Não vou fazer nada que não queira, Uru.

–Pare de me chamar de Uru. E não foi nada. Diga, o que quer conversar comigo?

–Tudo bem, Kouyou. Eu quero dizer apenas algumas coisas rápidas.

Meia volta na mesa. Se sentou ao meu lado na mesma. Me afastei, ficando de pé.

–Tome cuidado, tem coisas que, não são brinquedos. E digo mais, ainda não acabou por ali, acho que até mesmo você sabe disso.

–Sei. Me diga algo agora. É você que tem me mandado cartas e aquela arma? Foi você, não foi?

–Eu? Eu apenas tomo conta de você. Nada mais.

–Tá.

Deixei os dois em casa e o carro. Reita e eu fomos canelando. Era perto, não tínhamos o que reclamar.

–O que ele queria além de entregar um vale drink?

–Nada, só aquilo mesmo. Jogamos papo fora também.

–Uruha, não minta.

–Cara. -Parei de andar. Disse que não ia dizer nada, mas acabei contando- Ele vêm me enviando cartas e ontem me enviou uma arma. Com certeza quer que eu mate aquele viado de bigode amarelo.

–Tá, uma arma? Eu que bebo e você que diz coisas estranhas.

–Pois é. Eu to cansado Kira, eu realmente preciso de férias da vida.

Rimos e fomos para nossas casas.



♠♣♥♦

Acordei no outro dia, muito bem. Fui para o trabalho e as corridas me acalmaram. Trabalhei a manhã toda, e tiraria o resto de folga.

Em casa, na santa paz, fiz uma boa faxina, lavei tudo, sequei tudo, e fiz a máquina trabalhar o dobro. Quando caiu a noite, fui para casa de Reita e jogamos poker, como de costume. Um dia perfeito! Sem cartas, armas, Aoi. Mas, sabia que teria de terminar o primeiro endereço e me sentia bem o suficiente para fazer aquilo. Não sei porquê.

Antes, enchi a cara. Fui para casa e saquei a arma debaixo da cama. Coloquei a jaqueta e a escondi na cintura. Sai na rua e meti as mãos nos bolsos e caminhei até a praça.

Me sentei no banco e pedi para uma moça ao meu lado me informar as horas. Vinte e duas e meia. Esperei mais um pouco ali, sentado. Vi o bigode loiro de longe, estava vindo em minha direção. Agora era a hora de ele me ver e eu sair correndo.

E foi a coisa mais fácil do mundo. Ele me viu, gritou para os capangas dele e saí correndo. Iria o mais longe possível, onde ninguém poderia nos ver. O problema era, escapar de quatro homens enormes primeiro.

Consegui me enfiar em um beco. Passaram dois direto pela rua. Saí de lá e corri em direção oposta. Os outros dois me seguiram. O grandalhão seguia junto. Pulei uma cerca e eles vieram juntos.

Consegui me esquivar de algumas plantas. Estávamos em um terreiro. Eu, me escondendo atrás de uma moita. Os três me procurando. Tirei os sapatos para não fazer mais barulho do que já estava fazendo. Andei o mais lento possível para não fazer barulho.

Um deles me olhou e apontou, mas eu estava mais perto, com a parte inferior da arma que arranquei da cintura, foi fundo na cabeça dele. Os outros dois correram até mim e me esquivei dando outra coronhada no mais magrela que caiu desacordado.

Meu coração estava na boca. Apontei a arma para o grandalhão e gritei.

–Para o chão agora!

–Você não vai atirar loirinha, não tem coragem!

Mirei no pé dele, mas um pouco mais longe e atirei. Agora eram cinco balas. Ele se jogou no chão. Como eu havia feito aquilo, eu não sei. Nunca havia usado uma arma. Deveria ser por causa dos filmes policiais.

–É o seguinte seu bigodudo feio da porra. Não vai correr mais atrás de mim, não vai mais fazer alarde naquele estabelecimento, tá entendendo?

–Vá a merda loirinha. Se quer isso, me mate!

Coloquei o pé nas costas dele e apontei a arma para cara dele. Tremendo e suando. Mas mantendo a voz alta e segura.

–Quer mesmo morrer?! Por mim tudo bem!

–Ca.. calma aí loirinha..

–Loirinha é você, bigode de palha! -Encostei o cano na cabeça dele. - É o seguinte, ou você dança a minha dança, ou você dança a dança do Diabo, lá no inferno, tá entendendo?

–T..to cara, calma aí.

–Então.. vai parar de me seguir, vai parar de arranjar problema?

–Tá bom cara, tá bom. Mas para tira essa coisa da minha cara!

–Sai dessa cidade, some desse país, faz o diabo para não aparecer na minha frente! E se você for dar queixa na policia, você sabe que tu ta fodido; pior que eu só você.

Bati com a arma na cabeça dele, logo o dia ia amanhecer e eu precisava sair dali. Peguei meus sapatos e me mandei para casa. O coração batia acelerado de mais. Não sabia o que ia me acontecer a partir dali, mas sabia que me sentia melhor agora que havia dado uma lição nele.

Fui para casa pensando nos meus amigos, imaginando de verdade o que eu poderia escrever no meu testamento. Mas ainda me restavam dois endereços.

Chegando em casa, me joguei no sofá e olhei para a arma. Iria dar um fim nela. Depois.

O telefone tocou. Diabos! Era seis da manhã!

–Oi?

Bom trabalho, Uru.

A linha caiu.

♠♣♥♦

Joguei a arma no lago. A coloquei na caixa que veio e coloquei algumas pedras junto. Ela afundou rápido. Voltei para o Táxi Viagens.

Peguei o táxi e rodei a cidade. Parei defronte ao segundo endereço. Um parque grande. Na frente dele, várias casas de luxo. Um bairro de pessoas classe alta. E de uma delas, saía aquele que me fazia ter sonhos eróticos a cada dois dias. E por algum motivo desconhecido já sabia o que teria de fazer ali.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ver/ler :)



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