Jockers escrita por KxZim


Capítulo 4
♦ Valete de Ouro. Parte I




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Corei cegamente. O corpo dele estava próximo o suficiente para que pudesse sentir sua pulsação. Os lábios sorriam maliciosos e suas mãos prendiam meu corpo contra a mesa. Arregalei os olhos. Ele tocou sua boca na minha. Senti o pirercing dele roçar em meu lábio e... cedi.

Retribui seu beijo, acalmando meu corpo lentamente. Sua língua explorava a minha e eu retribuindo ardentemente aquele beijo inesperado. Ouvi os papeis, canetas, porta treco ir ao chão, e meu corpo ser erguido e colocado sobre a mesa. Suas mãos agarravam minhas coxas e meus dedos, sua jaqueta.

Ele atacou meu pescoço com a boca e gemi. Gemi alto, sem medo. Começamos com uma dança lenta e.. cartas. Cartas começaram a voar em torno de nós. Escrito o nome da minha mãe, o nome da minha rua, meu nome e um monte de coringas voando em volta!

♠♣♥♦

Mas hein!?

Acordei suado. Em um salto, olhei para os lados e para debaixo do cobertor. Estava vestido, e não tinha ninguém voando. Nem Shiroyama. Nem nada. Só eu e minha casa vazia.

♠♣♥♦

O resto do dia, foi de mau humor. Fui para o trabalho e concentrei-me nas corridas que fazia. Passei o intervalo conversando com Reita, e depois do serviço fomos jogar na casa do Kai.

–Uru? -Covinhas disse, me encarando.

–Hey, Takashima, acorda, sua vez! -Takanori gritou.

–Desculpa gente. Humm..

Troquei duas cartas e ganhei o jogo. De novo. Ficar fora de orbita, faz bem as vezes. Já era a terceira seguida que ganhava. Tomei o resto da cerveja e jogamos mais um pouco.

–Gente, o aniversário do Ruki hein. Tá chegando!

Quem disse, foi o Akira. O cara de pano na cara adorava uma farra. Conversamos sobre o assunto, mas o baixinho ruivo não quis saber de festa. Se fosse para comemorar, que fosse em um bar, enchendo a cara, como sempre fazíamos.

♠♣♥♦

Mais alguns dias. Não havia chego mais nada para mim, até aquele momento. Abri a caixa de correspondência. Contas, contas, contas e.. um envelope preto. Fui para dentro e sentei no sofá, abri o envelope e lá estava ela. Um Valete de ouro. Continha três endereços. Todos eles, eram parques e praças.

Peguei as outras duas primeiras cartas. Sem sentindo algum. Um coringa, uma dama de paus e um valete de ouro. Cada um correspondendo a alguém, ou algo que mexeu completamente no sentindo da minha vida.

Passei o resto da madrugada sem conseguir dormir. Cochilava e sonhava com aquele maldito magrela. Adormeci para lá das seis da manhã, sem sonhos, finalmente.

Decidi contar o sonho somente para o Ruki. Ele era o único assumido de todos nós. Mesmo já tendo visto Akira com outros caras, e Kai, olhando para minha mãe.

–Uruha, me descreva bem esse cara. -Disse o ruivo olhando para mim, interessado.

–Cabelos longos e pretos, magro, da minha altura. Um piercing no lábio inferior.

–Atraente?

–Talvez..Sei lá..-Aquieci.

–Talvez não. Ou é, ou não é! -Repreendeu-me, do jeito engraçado dele.

–Sim! Ah, sei lá, ele tem um estilo bacana.. Mas, Nori, o cara tá tentando me foder.

–Literalmente, eu acho.

Nos olhamos em silêncio.

–Chega desse papo, ok?

Rimos em seguida daquele silêncio terrível.

Fomos até o primeiro endereço que estava na carta. Não havia contado para ninguém sobre ela mas, ocorreu de estarmos lá. E maldita hora que estávamos lá.

Passamos conversando na frente de um bar, defronte a praça. Senti um puxão na gola da camisa e voltei os passos para trás.

–Ora ora, se não é o loirinho com sua namoradinha.

–Para com isso cara, você já deu uma surra nele.-Ouvi Ruki dizer, indo para trás de mim.

Gelei. Era aquele grandão novamente, do bar. Ele me soltou e tombei no chão. Passou ele e mais dois caras por nós, e ele, o que me socou, me olhou e sorriu friamente.

–Da próxima vez, loirinha, vou te espancar até morrer! Hahahahaha!

♠♣♥♦

Deixei Ruki em casa e pedi desculpas pelo insulto. Ele apenas disse que não se importava.

–Aquele homem, ele não vai sossegar né, Uru?

–Sei lá, só quero pensar em como devo repartir meus bens entre vocês no testamento.

Sorrimos e rimos alto. Me despedi dele e fui para minha casa.

♠♣♥♦

Novamente a porta aberta. Já não havia mais tanta preocupação em ser roubado ou não. Antes de olhar bem para minha sala, encostei a porta. Virei o rosto e, tudo preto. De novo, outra pancada?

Acordei no chão do quarto. Dei de cara primeiramente com um par de botas pretas e aparentemente pesadas. Pernas vestidas com couro e um rosto conhecido me fitando. O lábio dele me dava calafrio. Fechei os olhos e encostei a cabeça no chão, suspirando.

–Você..

–Bom te ver, Uru.

–Pensei que nunca mais iria ver você, Shiroyama.

–Ora, não me trate pelo sobrenome... me chame de Aoi, ou Yuu se quiser.

–Enfim, o que faz em minha casa? E porque estou amarrado?

Ele me colocou sentado, encostado com a parede. Não conseguia encara-lo, só de lembrar de sua presença ali, aquele maldito sonho me passava na mente. Meus braços estavam amarrados para trás do corpo. Era incômodo.

Demorou para que ele me respondesse. Mas quando saiu a resposta, olhei para ele, encarando seu rosto finalmente.

–Para que não tente nada, ué. Se deu bem com a sua mãe? Ela é minha funcionária sabe?

Não respondi. Afinal, não me sentia ofendido com o fato da minha mãe ser uma mulher madura e da noite.

–E estou aqui porque, ouvi dizer que um grandão está te perseguindo.

–Não é verdade. -Menti.

–Entendo. Ele esteve em minha casa de jogos hoje e arranjou uma outra leve confusão.

Como aquele engomadinho conseguia falar tão sereno em uma situação dessas!? Tentei me soltar mas, foi em vão.

–Bom, acho que já é tarde.

Aoi agachou-se e ficou perto o suficiente de mim para que eu pudesse sentir sua pulsação. Meu corpo estremeceu e virei o rosto para o lado. Demorou para que eu parasse de sentir o calor do corpo dele. Minhas mãos estavam livres, mas logo senti outra pancada na cabeça.

Bons sonhos..

♠♣♥♦

Outro dia se passou e minhas dores de cabeça continuavam. Reita e eu saíamos para tomar um sorvete, algo bem convencional. Eramos pobres, não tínhamos família. Fomos novamente para aquela praça onde quase fui morto pelo grandalhão. E somente depois de relembrar o ocorrido, percebi que ele era loiro e tinha um bigode horrível.

Ele não estava lá, mas os colegas dele estavam. Pedi para Akira dar a volta comigo, para que ninguém apanhasse. Aquilo estava me irritando, e contei o incidente para ele.

Dessa vez, ele me deixou em casa, mas não entrei. Esperei que ele desse a volta nas casas depois da minha, e sumisse no escuro. Fui até o a caixa do correio novamente, estava aberta. Respirei fundo e meti a mão dentro. Peguei um pacote, e outro envelope. Abri ali mesmo. A carta, não tinha naipe e nem simbolo e estava escrito. “Use-a com sabedoria.” E o pacote? Levei para dentro e abri em cima da mesa.

Uma arma. Um pente inteiro. Um “presente” de Aoi.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ver/ler :)



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